Uma gota de amor é mais que um oceano de intelecto



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Um gesto de amor, por menor que seja, tem uma reverberação infinitamente maior do que o intelecto por si só.

Isaias Costa

“ Uma gota de amor é mais que um oceano de intelecto ”
                                 -  Blaise Pascal  -

Essa frase atribuída a esse grande pensador francês Blaise Pascal é muito verdadeira e profunda. Vivemos num mundo onde muitas vezes o intelecto é colocado em primeiro plano e o amor é jogado de escanteio.

Um gesto de amor, por menor que seja, tem uma reverberação infinitamente maior do que o intelecto por si só. Claro que ele tem sua importância, mas se ele não estiver de mãos dadas com o amor, se torna pura arrogância, podendo causar bem mais danos do que benefícios.

O Pascal foi uma dessas almas grandiosas. Infelizmente morreu muito jovem, com apenas 39 anos, após ter adoecido gravemente e não resistiu devido a sua fragilidade imunológica. Teve contribuições em diversas áreas: Matemática, Física, Ciências, Filosofia e Teologia. Desenvolveu equações famosas utilizadas até hoje como o triângulo de Pascal, teorias da análise combinatória, probabilidade etc. Na Física desenvolveu estudos da Hidrostática. Na Filosofia foi um dos maiores e mais famosos racionalistas e seus livros serviram de base para muitos estudos teológicos posteriores, entre tantas outras coisas que você pode conhecer lendo mais sobre a sua vida e obra.

Apesar de ser um mega intelectual, ele tinha total consciência de que o amor é algo muito superior, que sem o amor não seríamos nada, como diria o apóstolo de Jesus, Paulo de Tarso.

Eu acho bonito saber que muitos dos grandes gênios da humanidade tinham essa consciência de que o amor deve estar acima de qualquer intelectualismo vazio. Por exemplo. Albert Einstein disse: “O amor é o tecido do universo”. Em outras palavras, é o amor que tece tudo o que existe ou mesmo o desconhecido. Uau! Só nessa frase é possível viajar nos pensamentos…

O pai da Psicanálise Sigmund Freud tem uma frase famosa na qual diz: “Em última análise, precisamos amar para não adoecer”. Tenho uma forte impressão de que é exatamente por essa constatação dele que estamos vivendo numa sociedade tão adoecida e tão triste, com cada vez mais pessoas depressivas, ansiosas, com fobias diversas etc. O amor é o caminho de cura para todas as doenças!

Outro pensador que admiro imensamente é o psicanalista Carl Jung, que na sua bela obra “Memórias, sonhos e reflexões”, escreveu sobre sua viagem ao Novo México, no qual entrou em contato com os índios pueblos, cuja cultura é absolutamente diferente da europeia, onde ele nasceu.

Num trecho especial do livro ele transcreve uma fala que teve com um índio que comentou:

“ Os brancos sempre desejam alguma coisa, estão sempre inquietos, e não conhecem o repouso. Nós não sabemos o que eles querem. Não os compreendemos e achamos que são loucos !”

Perguntei-lhe então por que pensava que todos os brancos são loucos. Respondeu-me: “ Eles dizem que pensam com suas cabeças.”

“ Mas naturalmente! Com o que você pensa?. ”, perguntei, admirado.

“ Nós pensamos aqui ”, disse ele, indicando o coração …

Carl Jung

***

Ao entrar em contato com tanta sabedoria, eu cada vez me convenço mais sobre o poder do amor e o quanto ele transforma a nossa vida. Esses pensadores que citei e tantos outros só se tornaram memoráveis e admirados até hoje porque tinham essa consciência.

Meu intuito com esse breve texto é estimulá-lo a valorizar muito mais os seus sentimentos, porque a nossa própria vida inserida nesse mundo caótico, por si só já nos impõe que sejamos muito racionais e pragmáticos.

A grande questão é o equilíbrio entre razão e sentimento. Ponderar os dois é um desafio que considero delicioso e, a meu ver, é o principal caminho para a sabedoria.






Momento de reflexão . . .













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As Lições para o Século 21 de Yuval Noah Harari



Em 21 Lições para o Século 21, encontramos um conjunto de reflexões lúcidas que nos permitem reparar em uma série de fenômenos que ocorrem no mundo atual. São mudanças profundas na política, na cultura e na sociedade que nos afetam diretamente.


21 Lições para o Século 21 é uma das obras mais recentes do professor Yuval Noah Harari, historiador e escritor israelense que ficou famoso por livros como Sapiens: Uma Breve História da Humanidade e Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã. Suas obras foram traduzidas para mais de 40 idiomas e apresentam um enfoque inovador sobre a realidade atual.

Em 21 Lições para o Século 21, Harari faz uma leitura do mundo contemporâneo que nos convida a uma reflexão. Ele propõe, basicamente, que atualmente é exercida uma censura aberta muito nociva.

Diferentemente do que acontecia no passado, a informação não é mais proibida, muito pelo contrário, ela inunda a sociedade. Dessa forma, assuntos que detêm uma importância verdadeira acabam ficando ocultos.

Harari também aborda temas muito atuais como o poder, o papel dos grandes impérios, a imigração, o nacionalismo, etc. A obra 21 Lições para o Século 21 se divide em cinco partes, e cada uma delas inclui um grupo de lições.

Vejamos quais são esses cinco blocos e quais lições eles nos transmitem.
“ No passado, a educação construiu identidades sólidas como casas de pedra. Agora, precisamos construí-las como barracas de lona, que podem ser dobradas e movidas.”  - Yuval Noah Harari -




O desafio tecnológico, uma das lições para o século 21


A primeira parte de 21 Lições para o Século 21 é dedicada ao desafio tecnológico. Nesta parte, Harari inclui quatro lições relacionadas com a crise atual dos valores liberais e os valores implicados nas novas tecnologias.

As lições são as seguintes :

Decepção. O relato liberal se impôs sobre o do fascismo e o comunismo. A liberdade e a luta por ela perderam seu valor gradativamente. Agora, há um maior ceticismo.
Trabalho. A inteligência artificial está deslocando os seres humanos, e no futuro muitas profissões e ofícios atuais desaparecerão. Surgirá uma “classe inútil”: pessoas que não sabem produzir nesse novo contexto.

Liberdade. Os macrodados estão nos observando constantemente e, sem querer, transferimos a eles o poder de tomar decisões por nós. Abrem-se as portas de uma ditadura digital.

Igualdade. Quem possui os dados também possui o futuro. O poder está nas mãos das grandes corporações tecnológicas, que poderão gerenciar o mundo como quiserem no futuro.

O desafio político


O segundo bloco de temas de 21 Lições para o Século 21 tem relação com o desafio político. Ele se divide nos seguintes aspectos :

Comunidade. Apesar dos seres humanos terem corpo, as comunidades virtuais estão cada vez mais espalhadas.

Civilização. Atualmente, a maior parte do mundo constitui uma mesma civilização. As diferenças estão cada vez mais diluídas.

Nacionalismo. A maioria dos problemas atuais são de origem global, não nacional.

Religião. As religiões continuam tendo um papel importante, como aglutinantes de ficções compartilhadas.

Imigração. A imigração é bem-sucedida sempre que o imigrante abandona a sua cultura de origem. Estamos passando do racismo ao “culturismo”.

Desespero e esperança


Nesta seção, Harari aponta que a humanidade pode se manter à tona se conseguir conservar a calma e evitar os medos irracionais. Para fazer isso, ele explica que é necessário consolidar os valores laicos, por seu poder racional.

As lições, nesse caso, são :

Terrorismo. O terrorismo está superdimensionado. Não devemos nos assustar.

Guerra. O belicismo está ganhando terreno, e nunca devemos subestimar a estupidez humana.

Humildade. Cada pessoa e cada cultura deve entender que não é o centro do mundo.


Laicismo. Aqueles que aceitam a sua ignorância são mais confiáveis do que aqueles que se autoproclamam portadores da verdade.

A verdade


Nesta seção, Harari fala sobre a importância de combater os preconceitos e encontrar fontes confiáveis para definir nossos próprios critérios. Este bloco inclui quatro lições:

Ignorância. Você sabe menos do que a avalanche de informação faz você acreditar que sabe.

Justiça. A justiça não está em valores abstratos, e sim em uma avaliação razoável das causas e dos efeitos que as decisões e os comportamentos têm.

Pós-verdade. A verdade e o poder só caminham juntos durante um tempo. Cedo ou tarde o poder terá que construir ficções.

Ficção científica. O livro Admirável Mundo Novo é o mais profético de todos que já foram escritos.

O poder da mente

A resiliência, a última seção de 21 Lições para o Século 21


A última seção de 21 Lições para o Século 21 fala sobre a importância de reconhecer que os relatos tradicionais não explicam mais o mundo, mas ao mesmo tempo, não surgiram novos relatos com uma capacidade suficiente para explicá-lo.

Diante desse tema, há três lições que devemos levar em conta.

Educação. O objetivo da educação não é mais obter informação, e sim desenvolver a capacidade de dar sentido a ela.

Significado. A vida não é um relato, e é importante aprender a distinguir ficção e realidade.

Meditação. A possibilidade de escolher ainda existe, mas provavelmente vai se perder. Observemos.

As lições para o século 21, como podemos ver, despertam reflexões para as quais não há respostas fechadas. Elas se referem a pontos de inflexão no mundo atual, sobre os quais vale a pena pensar.