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Carta para Arthur do Val : a condição feminina na guerra e na paz


Refugiados ucranianos chegando na Polônia


Jamil Chade

Senhor deputado, Confesso que não conhecia seu nome, e nem sua denominação de guerra. Mas os áudios indigestos que vazaram com seus comentários sobre a situação na Ucrânia me obrigaram a escrever aqui algumas linhas sobre o que eu vi em campos de refugiados e filas de pessoas desesperadas para escapar da guerra e da pobreza ao longo de duas décadas.

Não estou acusando o senhor e sua comitiva do que estará exposto abaixo. Mas considero que, sem entender essa dimensão do sofrimento humano, fica impossível justificar uma viagem como a que o senhor faz para ajudar a defender um povo.

Ao longo da história, a violência sexual é uma das armas de guerra mais recorrentes para desmoralizar uma sociedade. Ela não tem religião, nem raça. Ela destrói. Demonstra o poder sobre o destino não apenas das vidas, mas também dos corpos e almas.

Percorrendo campos de refugiados em três continentes, o que sempre mais me impressionou foi a vulnerabilidade das mulheres nessa situação.

Mas, antes, vamos ser claros aqui. Não precisamos sair do Brasil para saber que as mulheres, simplesmente por serem mulheres, precisam passar a vida se explicando. Como se necessitassem de chancela ou justificativa para determinar o destino de seu corpo ou coração, se podem trabalhar ou ter tesão. Intolerável, não?

Então, o senhor pode imaginar o que isso significa em tempos de guerra, onde a lei e a moral são suspensas?

Conheci certa vez uma garota yazidi. Ela me contou como, depois de sua cidade ser tomada por islamistas, ela foi transformada em escrava sexual. Aqueles olhos verdes intensos se enchiam de lágrimas quando contava que, num calabouço, ela e as demais meninas se dividiam em dois grupos.

Aquelas que rezavam para sobreviver e aquelas que rezavam para morrer logo.

Ela também me contou que, num ato de solidariedade com as outras mulheres que viriam depois delas, foi iniciado um gesto espontâneo de escrever mensagens nas paredes daqueles quartos imundos, inclusive com dicas de como agir. Escreviam com a única cor que tinham. O vermelho do sangue de suas vaginas estupradas.

O senhor me diria: claro, isso é coisa de terrorista islâmico. Sim, sem dúvida. Mas quero lhe contar o que investigações e auditorias revelaram em um local mais próximo de nós: o Haiti.

Ali e em outros locais onde estão destacadas, as tropas de paz da ONU - repletas de moral, credibilidade e protocolos - foram acusadas de estupro e de abusos com mulheres, meninas e meninos. Alguns, em troca de comida. Num caso específico, um garoto era semanalmente estuprado por oficiais, em troca de bolachas. Há até mesmo uma categoria de crianças hoje nesses países, "os filhos da ONU".

Na Sérvia, num barracão onde eram depositados os refugiados que aguardavam para chegar até a Europa Ocidental, conheci uma mulher que não falava. Sua irmã, depois, veio me explicar que ela ficou muda depois de ter sido estuprada pelo "guia" que seus pais tinham contratado na Turquia para que elas cruzassem as fronteiras. Para pagar pelo guia, os pais venderam as únicas coisas que tinham: uma casinha e dois animais.

Em Dadaab, no Quênia, entendi toda a minha ignorância quando fui perguntar para um grupo de crianças do que elas tinham mais medo. Achei que a resposta seria: as bombas de Mogadíscio. Mas era do escuro do campo de refugiados. Quando pedi para saber o motivo, uma delas sussurrou: "não podemos nem ir ao banheiro pela noite. Um homem pode fazer coisas ruins com nosso corpo".

Anos depois, voltei a viajar para a África. Da janela do avião a hélice em que eu voava, podia ver como um garoto usava um pedaço de galho para tentar dirigir o destino de vacas e outros animais. Enquanto ele conseguia dar direção ao gado, algumas reses escapavam um pouco adiante.

Do assento em que eu estava, quase não consegui ouvir quando o piloto se virou para trás e, competindo com o barulho do motor, gritou que estávamos iniciando a aterrissagem. Jamais imaginaria que, minutos depois, era sobre aquele local de terra de onde o garoto estava retirando os animais que o avião iria pousar. O que de fato eu tinha visto era a preparação da pista de pouso.

Eu tinha viajado para um lugar a oeste da cidade de Bagamoyo, na Tanzânia, para escrever sobre o impacto da Aids numa das regiões mais pobres do planeta. Mas seria naquele local que eu descobriria, de uma maneira inusitada, a dimensão do drama de imigrantes e refugiados. Ao longo dos anos, visitei campos de refugiados na fronteira do Iraque, entre o Quênia e a Somália, em Darfur, na rota entre a Turquia e a Europa. Vi milhares de pessoas sem destino. Mas, nas proximidades de Bagamoyo, aquela história era diferente. Oficialmente, não havia uma guerra. Não havia um acampamento de refugiados. Mas eu logo descobriria que nem por isso o desespero deixava de estar presente naquela população.

Eu fazia uma visita a um hospital e esperava para falar com o diretor. Por falta de médicos, ele fora chamado para fazer um parto. Sabia que aquilo significava que eu passaria horas ali, à espera de minha entrevista. Restava fazer o que eu mais gostava nessas viagens: descobrir quem estava ali, falar com as pessoas, perambular pelo local, ler os cartazes e simplesmente observar. No portão do centro de atendimento, centenas de mulheres com seus véus coloridos aguardavam de forma paciente. Tentavam afastar as moscas, num calor intenso, enquanto o choro de crianças rompia os muros descascados daquela entrada de um galpão transformado em sala de espera.

Ao caminhar para uma das alas, fui barrado. Os enfermeiros me pediram que não entrasse no local. Quando perguntei qual era a especialidade daquela área, disseram que não podiam revelar. Em partes da África, o preconceito e o estigma em relação aos pacientes de Aids obrigam os hospitais a não indicar nem em suas paredes o nome da doença. Decidi sair do prédio em ruínas e, num dos pátios do hospital, vi duas garotas brincando.

Não tinham mais de 10 anos de idade. 0E o único momento em que olharam para o chão, sem resposta, foi quando perguntei o que faziam ali. Mas a curiosidade delas em saber o que um rapaz branco, com um bloco de notas na mão e uma câmera fotográfica, fazia lá era, era maior que sua vontade de contar histórias. Desisti de seguir com minhas perguntas. Expliquei que era jornalista brasileiro e, para dizer meu nome, mostrei um cartão de visita, que acabou ficando com elas.

Quando iam responder à minha pergunta sobre os seus nomes, nossa conversa foi interrompida por uma senhora que, da porta do hospital, me avisava que o diretor já estava à disposição para a entrevista. Deixei aquelas crianças depois de menos de cinco minutos de conversa. Já caminhando, virei e disse uma das poucas expressões que tinha aprendido em suaíli: kwaheri - "adeus". Ganhei em troca dois enormes sorrisos.

Terminada a entrevista com o diretor do hospital, confesso que nem sequer notei se as meninas continuavam ou não no pátio. Estava ainda sob o choque de um pedido do gerente da clínica, que, ao terminar de me explicar o que faziam, me perguntou se eu não poderia deixar para eles qualquer comprimido que tivesse na mala. Qualquer um. Até mesmo se o prazo de validade já tivesse expirado. Alguns meses depois, já na Suíça, abri minha caixa de correio de forma despretensiosa ao chegar em casa. Num envelope surrado e escrito à mão, chegava uma carta de Bagamoyo.

Pensei comigo: deve ser um erro e a carta deve ter sido colocada na minha caixa por engano. Eu não conheço ninguém em Bagamoyo. Mas o envelope deixava muito claro: era para Jamil Chade. Antes mesmo de entrar em casa, deixei minha sacola no chão e abri o envelope. Uma vez mais, meu nome estava no papel, com uma letra visivelmente infantil. Eu continuava sem entender. Até que comecei a ler. No texto, em inglês, quem escrevia explicava que tinha me conhecido diante do hospital e que tinha meu endereço em Genebra por conta de um cartão que eu lhe havia deixado.

Como num sonho, as imagens daquelas garotas imediatamente apareceram em minha mente. Mas o conteúdo daquela carta era um verdadeiro pesadelo. A garota me escrevia com um apelo comovedor. "Por favor, case-se comigo e me tire daqui. Prometo que vou cuidar de você, limpar sua casa e sou muito boa cozinheira." A carta contava que sua mãe havia morrido de Aids - naquele mesmo hospital - e que seu pai também estava morto. Cada um dos oito filhos fora buscar formas de sobreviver e ela era a última da família a ter permanecido na empobrecida cidade. "Preciso sair daqui", escrevia a garota. A cada tantas frases, uma promessa se repetia: "Eu vou te amar."

Uma observação no final parecia mais um atestado de morte: "Com as últimas moedas que eu tinha, comprei este envelope, este papel e este selo. Você é minha última esperança." Deputado, talvez o senhor classificaria essa pessoa no grupo de "meninas fáceis". Eu, porém, chorei de desespero e de impotência diante daquele pedido de resgate. Eu e o senhor- homens brancos - nascemos como a classe mais privilegiada do planeta. Eu e o senhor não tivemos de fazer nada para adquirir esses privilégios. Existimos.

É nossa obrigação, portanto, desmontar o processo de profunda desumanização de uma guerra e da miséria. Cada um com suas armas. Não sei qual será o destino que a Assembleia Legislativa em São Paulo, seu partido e seus eleitores darão ao senhor. Qualquer que seja ele, só espero que esse episódio revoltante sirva para que haja alguma insurreição de consciências sobre a condição feminina. Na guerra e na paz.

*Grato pela atenção - Jamil

*Jamil Chade - Colunista do UOL






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A cada dia sou mais humana, menos perfeita e mais feliz




A cada dia sou mais humana, menos perfeita e mais feliz. Tornei-me meu próprio remédio, o mais importante. Talvez sejam os anos, mas no final entendi que viemos a esta vida para “ser” e “deixar ser”. Porque não vale a pena se perder nos outros para deixar de ser você mesmo.

Costuma-se dizer que “não há maior sabedoria do que conhecer a si mesmo”. É verdade, porém, é ainda mais sábio aquele que, conhecendo-se a si mesmo, estabelece uma forte aliança com seu próprio ser para ir onde for, mas em paz consigo mesmo. Porque o conhecimento sem ação não tem sentido, nada mais é do que um capricho. Porque quem conhece suas dores deve encontrar coragem para aliviá-las.

Estou acordada por dentro e por fora, sou meu próprio remédio, meu talismã, um coração rebelde que não quer mais amores cativos. Sou mais humana, menos perfeita e mais feliz. Alguém corajoso o suficiente para se amar todos os dias, livre dessas mentes pequenas que dizem que meus sonhos são grandes demais.

Pode parecer estranho para nós, mas muitas vezes, no contexto de crescimento pessoal, há quem diga que as pessoas nascem duas vezes. A primeira quando viemos ao mundo, a segunda quando descobrimos pela primeira vez a dor emocional, a perda, a fratura do que até então eram nossas bases.

O sofrimento às vezes é o prelúdio de um novo renascimento. Lá onde devemos nos tornar nossas próprias curandeiras, bruxas da vida que com dedos artesãos consertam e cauterizam suas próprias feridas invisíveis. O aprendizado que obtemos com isso não é esquecido, nos torna o belo ser que somos agora.

Menos perfeita, mais sábia

As mulheres estão quase sempre sujeitas a cânones sociais onde se exige excelência. É preciso ser uma boa filha, uma boa esposa, uma mãe perfeita e claro, cuidar daquela aparência onde são proibidas rugas, estrias, celulite e quilos extras. Algumas mulheres se rebelam orgulhosamente contra esses esquemas, e alcançam a verdadeira felicidade.

Um fato curioso que às vezes é vendido para nós mulheres é que, apesar de tudo isso, sempre temos uma imagem ruim de nós mesmas. Tanto é assim que basta fazer um pequeno teste: colocamos “autoestima+mulher” no buscador e instantaneamente encontraremos milhares de espaços voltados a oferecer estratégias sobre esse tema.

Somos definidas como “frágeis”, depois como “guerreiras “, depois como afetadas pela ” síndrome de Wendy “ e logo depois, como exemplos de luta diária e como pilares de nossas famílias no dia-a-dia. É como se de alguma forma a própria sociedade jogasse para nos definir, quando na realidade as mulheres sabem muito bem quem são, o que querem e como podem conseguir o que desejam.

No entanto, são nossos próprios ambientes sociais que geralmente colocam mais barreiras a essas aspirações.

A dura luta pela felicidade

Em um interessante estudo realizado pela “American Association of University Women” descobriu-se algo interessante: boa parte das meninas vê sua autoestima diminuída quando chegam à adolescência. As pré-adolescentes são seres excepcionais, com grandes e interessantes idéias sobre o mundo e um bom autoconceito.

No entanto, algo que foi visto neste trabalho é que, aos 15 ou 16 anos, muitas meninas priorizam agradar os outros para se encaixarem em seus respectivos contextos sociais. No entanto, para “agradar” é preciso se encaixar em alguns moldes, em padrões estéticos e comportamentais. A autoestima, obviamente, é desgastada ao longo desse período.

O curioso de tudo isso é que os meninos também passam por esse momento de busca, exploração da própria identidade e quebra do próprio autoconceito, em muitos casos. No entanto, e de alguma forma, como explica a psicóloga Jean Twenge em seu trabalho. E, tem havido muitas vezes uma categorização errada das mulheres e sua “autoestima eternamente baixa”. Isto não pode ser provado e é completamente falso.

As mulheres e seus pontos fortes pessoais

A antropóloga e bióloga Helen Fisher deixa muito claro para nós, em seu livro “O primeiro sexo”, “Não se nasce mulher: torna-se mulher”. Quando uma mulher se percebe menos que perfeita e com direito, muitos de nossos pontos fortes emergem.

É possível que na adolescência nos deixemos levar pelos caprichos dos outros, mas ser jovem é, afinal, não poder escolher e aceitar a primeira coisa que nos acontece. Aos poucos, aparece o filtro, a demanda e a autoexigência. A identidade é reforçada e sabemos perfeitamente o que nos cabe e o que sobra.

A mulher de hoje não é uma Wendy que deseja cuidar de Peter Pan. A mulher de hoje não acredita mais em contos de fadas nem quer homens imaturos que não querem crescer. Ela se ama, confia em sua intuição, em seus instintos e se vê como digna de alcançar seus sonhos.

Embora seja verdade que as mulheres possam sofrer mais de ansiedade ou depressão do que os homens, elas têm melhores recursos pessoais e psicológicos para enfrentar essas situações e sair delas mais fortes. Porque elas têm resiliência.

Na verdade, é possível que muitos não saibam, mas as mulheres aprenderam a buscar dentro de si, como verdadeiras feiticeiras da sabedoria ancestral. Elas entendem ciclos, renascimentos, perder e ganhar, deixar ir e saber receber. Não são criaturas frágeis, cada mulher é feita de folhas luminosas banhadas pelo sol e raízes que cresceram nas piores tempestades.





O emocionante discurso de Glenn Close em homenagem a sua mãe


 

A sociedade espera que sejamos mães, esposas ou companheiras perfeitas. No entanto, as mulheres precisam de mais. Nós temos o direito de lutar pelos nossos sonhos. A mensagem de Glenn Close na premiação do Globo de Ouro continua sendo inesquecível.

“Quando minha mãe completou 80 anos, me disse que tinha a sensação de não ter conquistado nada na vida”. Esta foi uma das frases contundentes e emocionantes que Glenn Close compartilhou com o público em seu discurso quando ganhou o Globo de Ouro pela atuação no filme A Esposa. Ao agradecer pelo prêmio, ela fez uma profunda reflexão sobre a maternidade e a necessidade de realizar os sonhos pessoais.

Poderíamos dizer que esta atriz é, nos dias de hoje, uma das mais admiradas pelo público. É uma verdadeira dama de mil caras, que encarnou mulheres de todos os tipos nas telonas.

Ela despertou em nós, por exemplo, uma mistura de terror absoluto e fascínio com seu papel em Atração Fatal. Aquela necessidade de matar Michael Douglas, um homem casado com quem teve uma relação e que acabou deixando-a, se tornou parte da história do cinema.

Ela também foi inesquecível em O Mundo Segundo Garp, um de seus primeiros papéis em que interpretou uma feminista de convicções firmes. Nos encantou em Albert Nobbs, quando teve que se vestir de homem. Também foram memoráveis seus trabalhos como Cruella de Vil e seu papel em O Reencontro (1984).

Dramas, comédias, aventuras, ficção científica e suspenses: Glenn Close assume qualquer personagem com a paixão e a excelência dos grandes artistas. Adota cada um dos seus papéis a partir da profundidade das emoções, daquele local privilegiado que só está presente nos grandes artistas. Além disso, as suas mensagens se destacam, como a que estava presente no seu discurso no Globo de Ouro.
“Toda forma de arte provém de um sentimento de profunda indignação”.   - Glenn Close -


A esposa, a mulher escondida por trás do homem

A Esposa começa nos apresentando uma personagem vivaz com um enorme potencial. Em sua juventude, a mulher interpretada por Glenn Close é ambiciosa e cheia de talento, vive na costa leste dos Estados Unidos e deseja ser escritora.

No entanto, em um dado momento surgem o conflito, a contradição e o início de uma catástrofe pessoal. Ela se apaixona por um jovem que também quer ser escritor. Quando ele lhe mostra seu primeiro manuscrito e pede a sua opinião, ela responde com sinceridade: não está bom.

A relação dele é violenta e inesperada. Neste filme, diferentemente de outros do currículo de Glenn Close, ninguém busca assassiná-la. Ainda assim, sua personagem será constantemente ignorada, menosprezada e subestimada, não apenas pelo seu marido, mas pela própria sociedade. Joan Castleman se transforma, pouco a pouco, na sombra de seu esposo, em uma figura morna e discreta que caminha atrás do ilustre escritor Joseph Castleman (interpretado por Jonathan Pryce).

Ninguém pronuncia seu nome corretamente, e na verdade, não há necessidade de fazê-lo. Ela é, simplesmente, “a esposa”, uma figura acessória ao lado de um indicado ao Prêmio Nobel de Literatura.


Glenn Close e seu discurso feminista

O filme A Esposa demorou cerca de 14 anos para ser lançado, mas Glenn Close precisou de alguns poucos minutos para fazer com que o público de todo o mundo se conectasse com a importância do seu papel e também com a sua história pessoal.

Quando recebeu o Globo de Ouro, após fazer os devidos agradecimentos, falou sobre a sua mãe e nos presenteou com as seguintes palavras:
Agora eu estou pensando na minha mãe. Ela se dedicou e se sacrificou pelo meu pai durante toda a sua vida, e me lembro do que me disse quando tinha 80 anos: “Sinto que não conquistei nada na minha vida”. Acredito que sentir isso, nesse momento e nessa idade, não é aceitável. Sinto que o que aprendi por meio de toda a minha experiência e a da minha mãe é que as mulheres são nutridoras. É isso que se espera de nós. Temos nossos filhos, nossos maridos… E não há problema, pois isso nos faz felizes, mas é preciso encontrar algo mais, e esse algo mais é a satisfação pessoal. Por isso, lembrem-se: precisamos ir atrás dos nossos sonhos. Temos que dizer: “Eu posso fazer isso, vou me permitir fazer isso”.
Reivindicando espaços

O discurso de Glenn Close apresenta vários pontos de reflexão. Com frequência, nos esquecemos de que as mães são mais do que um rótulo ou um nome; sua condição de mulher, de pessoa que deseja realizar seus próprios sonhos, continua lá, latente mas silenciada.

De alguma forma, esquecemos que são mais do que corpos, pele e coração que nutrem e oferecem afeto. As mães e as esposas são pessoas que continuam reivindicando seu espaço de desenvolvimento, de criação, de autonomia e realização pessoal.

As mães têm direito, como qualquer um, de seguir avançando além da própria família. Fazer isso é um desafio, não há dúvida, mas como disse Glenn Close em seu discurso, é nossa obrigação lutar pelos nossos próprios sonhos e torná-los realidade.

Nada pode ser tão triste quanto chegar a um momento da vida e sentir que não conquistamos nada. Que fora do entorno familiar somos seres invisíveis, espectros de potenciais ocultos e vozes silenciadas, como foi Joan Castleman, a personagem de A Esposa.

Pensemos nisso, trabalhemos pelas nossas metas independentemente de sermos homens ou mulheres. Tentemos alcançar os objetivos tão sonhados para sentir, quando chegar o dia, que a vida valeu a pena.









Isa Penna : “ eu tenho direito de estar aqui sem ser apalpada, sem ser assediada ” (vídeo)

 



247 - A deputada estadual Isa Penna (PSOL) fez um pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo nesta quinta-feira (17) denunciou o assédio público que sofreu nesta quarta pelo deputado Fernando Cury (Cidadania), como mostrou um vídeo divulgado hoje. Em uma fala indignada, Isa pede para mostrar o vídeo no plenário, mas não é atendida pelo presidente da Casa.

“Presidente, ontem, aqui na sua Casa, em frente à sua mesa, eu fui assediada. Eu fui apalpada na lateral do meu corpo pelo deputado Fernando Cury, do partido Cidadania. Eu vou entrar com um Boletim de Ocorrência e com uma representação”, anuncia no início de seu discurso. Ela também diz que o PSOL e a oposição vão entrar conjuntamente com ações nas instâncias da Casa. “Para que a exceção nesse caso não vire uma regra”.

Em outro momento, Isa lembra que quando chegou ao plenário ontem viu que havia alguns deputados conversando sobre um vídeo em que ela dançava funk. Criticou novamente a postura dos colegas e defendeu seu direito de dançar e de se expressar.

“Esse certamente não é um caso isolado. A gente vê a violência política institucional a todo o momento contra as mulheres”, acrescentou a deputada. “O que dá o direito a alguém encostar numa parte do meu corpo, íntima?”, indaga. “Eu sou uma deputada eleita com 53 mil votos, luto pelo direito das mulheres, luto contra o assédio”, continuou. 

“Eu sou uma mulher eleita, eu tenho direito de estar aqui sem ser apalpada, sem ser assediada. E eu choro, mas é de raiva. É de raiva de perceber que eu não sou tão gente - para alguns deputados aqui - como vocês todos são”, disse ainda.






Não nos mande flores



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Liana Cirne Lins

Dia da Mulher não é dia de flores e bombons. Não é dia de parabéns.

Porque o Dia da Mulher é dia de luta até no nome: Dia Internacional de Luta das Mulheres, principal data da agenda feminista mundial.

Com mulheres no plural, porque o feminismo não se realiza se não for para todas as mulheres, médica, juíza, empresária, faxineira, balconista. E o feminismo tem que dar as mãos principalmente para as mulheres que estão na base da sociedade, pretas e periféricas.

Não queremos bombom. Queremos o fim da divisão sexual do trabalho, a exploração não remunerada do nosso tempo de trabalho dedicado aos serviços domésticos, administração da casa, organização do lar.

Queremos o fim da exploração do nosso tempo de trabalho para criação e educação dos filhos e filhas.

Educar exige tempo, além de amor e dedicação. E esse tempo precisa ser dividido de modo justo e equânime entre mães e pais.

Não é natural que homens cumpram menos atividades relativas aos filhos e filhas porque estão fazendo inglês, ou pós-graduação, ou viajando a trabalho, ou trabalhando para concluir um relatório, enquanto a mulher não pode fazer uma pós-graduação, aprender outra língua, viajar a trabalho e receber uma promoção porque tem boa parte do seu tempo dedicado a cumprir, sozinha, as tarefas que deveriam ser divididas equanimemente entre os dois.

Não é natural.

Então não nos mande flores.

Porque as flores nós temos usado para velar as mulheres que foram assassinadas pelos companheiros ou ex-companheiros, cujos corpos servem de estatística para o Brasil ser o quinto país no ranking mundial do feminicídio.

A cada uma hora e meia uma mulher é vítima de violência doméstica. E não temos estatísticas sobre a violência moral.

O homem que dá o bombom é o mesmo que diz que a mulher está gorda, feia, velha, que olha para outras mulheres como forma de acinte, para que sua companheira se sinta diminuída e tenho seu ego destruído a cada golpe de palavra.

E enquanto você está lendo esse texto, mais uma mulher foi estuprada, nesse relógio doentio que registra um estupro a cada onze minutos.

Não nos mande flores.

Se você acha que a esquerda tem que se unir em torno de figuras machistas e racistas, insensíveis ao feminismo antirracista, e que a "esquerda identitária" (sic) é o novo fascismo (sic). Se você não entende que nada une mais a direita e a esquerda do que o racismo e o machismo, não nos mande flores.

A gente não quer essas flores, nem estar nesse tipo de ex-querda que aceita nos ver mortas, estupradas, exploradas e submissas.

Não nos mande flores.

Nos ouça mais, não nos interrompa, não se aproprie de nossas ideias, respeite que não é não, entenda que não ser desejado por uma mulher faz parte da vida, divida com justiça o tempo de educação dos filhos e da casa, não minimize a importância da nossa luta política e venha fazer parte desta luta, respeitando nosso protagonismo.

Estamos nas ruas, marchando por transformação. E as flores que cabem nessa marcha somos nós, que somos a própria primavera feminista.


     

Liana Cirne Lins   Professora da Faculdade de Direito da UFPE





Elas nunca fraquejaram

Fernando Brito 

Um sujeito que se refere à filha mais nova como resultado de “uma fraquejada” não precisa e mais nada para sublinhar sua misoginia.

Mais que ninguém, porém, as mulheres provaram o quanto são fortes, sendo sempre a maior resistência àquele que pregava o ódio e a intolerância. 

É bom lembrar que as últimas pesquisas de 2018, mesmo com toda a “onda” bolsonarista, indicavam que as mulheres rejeitavam mais que aprovavam o candidato.

Portanto, se ele está lá, a culpa é nossa, os homens, entre os quais a maioria tolerou – quando não apoiou – um homem que odeia as mulheres.

A luta feminina pela igualdade de direitos – na educação, no trabalho, na vida social, na liberdade, na escolha política (o voto feminino nem 100 anos tem aqui) – e por ser soberana sobre seu próprio corpo vem de longe e não terminará tão cedo.

Até mesmo no direito à vida, porque há dois anos tergiversam sobre quem matou e manou matar uma delas, Marielle Franco.

Mas hoje são as mulheres que precisam que os homens que de uma delas vieram não deem nenhuma fraquejada – sem aspas – e se somem à resistência contra o assédio indevido, a opressão e a agressão às mulheres, patrocinadas por esta gente que assaltou o poder em nosso país.















Lutar sempre, mas sem perder a ternura !




No Dia Internacional da Mulher relembre as Mulheres que fizeram História



Estela Aguiar 

Antes de nós, vieram outras mulheres. Outras que às marchas, conquistaram seus direitos, sua voz, sua própria perspectiva de vida. Antes de nós, veio Dandara, que lutou pela liberdade de homens e mulheres escravizados no Brasil colonial. Esposa de Zumbi do Palmares, Dandara dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas consequentes a ataques a Palmares, quilombo que protegia escravos que conseguiam fugir e almejavam uma vida liberta.


Antes de nós, veio a Simone de Beauvoir, que deu base para a luta feminista ocidental, questionando o casamento e a submissão da mulher quanto ao seu parceiro. Escritora, filósofa, intelectual, ativista e professora, Simone foi também questão do ENEM de 2015.



Antes de nós, veio Maria Quitéria de Jesus, que entrou para o exército brasileiro disfarçada de homem para lutar contra os portugueses na Guerra da Independência. Nascida na Bahia, ela foi a primeira mulher a integrar uma unidade militar no Brasil.


Antes de nós, veio Coco Chanel que revolucionou a moda na década de 20, na produção de roupas confortáveis para representar a liberdade feminina, como por exemplo, a própria calça para mulheres.

Durante à marcha, Angela Davis, que lutou nas Panteras Negras contra a segregação racial que aconteceu no Estados Unidos na década de 60. Negra, mulher, ativista, feminista e, acima de tudo, lutadora, a educadora e professora americana, com 75 anos, continua lutando por uma sociedade mais igualitária.

Durante à marcha, a paquistanesa e ativista Malala Yousafzai ficou famosa mundialmente ao ser baleada na cabeça por grupo de talibãs na saída da escola em 2012, quando tinha apenas 15 anos. O motivo torpe foi seu questionamento contra a proibição de estudos para mulheres em seu país. Em 2014, a ativista se tornou a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz pela sua luta ao direito de estudar para as mulheres de seu país.

Durante à marcha, tivemos a companhia iluminada e meteórica da ex-vereadora, Marielle Franco. Socióloga, feminista e defensora dos direitos humanos brasileira, a mulher de fibra que lutou por Brasil com justiça, amor e igualdade. A cria da maré, como gostava de ser chamada, foi assinada em 14 de março de 2018.

No dia Internacional das Mulheres é necessário relembrar o quanto é preciso reafirmar as conquistas, reafirmar os espaços que ouçam nossa voz.

Neste dia simbólico, é essencial obter conhecimento de diferentes áreas. E por este motivo, abaixo selecionamos seis obras literárias escrita por mulheres que mudam perspectivas, que trouxeram sonhos e um mundo com mais amor.

Malala a menina que queria ir para a escola – Autora: Adriana Carranca
O que é lugar de fala? – Autora: Djamila Ribeiro
Harry Potter – Autora: J. K. Rowling
Raça e Classe – Autora: Angela Davis
A hora da Estrela – Autora: Clarice Lispector
Quarto de Despejo – Autora: Carolina de Jesus





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Mídia, tecnologia e moda : 12 mulheres pretas f*das para você conhecer






Kauê Vieira

Caio César é daquelas figuras bacanas de acompanhar nas redes sociais. O professor de geografia costuma compartilhar conteúdos de qualidade sobre equidade de gênero e contra o racismo. 

O membro do Projeto MEMOH fez uma thread reunindo algumas mulheres negras f*das e seus projetos incríveis. Método certeiro para unir protagonismo negro e feminino. O Hypeness, que tem a igualdade como linha de conduta, resolveu compartilhar o trabalho de Caio César e te ajudar entender (ainda mais) a importância da diversidade. 

Segue ele lá no Twitter : https://twitter.com/geocaio


Esse é o Caio César !



1 - Winnie Bueno

Winnie é Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pelotas. A gaúcha tem diploma de mestre e na defesa apresentou trabalho voltado para o pensamento da feminista negra Patricia Hill Collins. 

Winnie é autora de um dos movimentos mais bacanas das redes sociais, o ‘Tinder dos Livros’. A iniciativa democratiza o acesso à literatura para mulheres e homens negros Brasil afora. 

Segue ela no Twitter : https://twitter.com/winniebueno





2 - Andreza Delgado 

Pessoalmente, não sei como essa mulher arranja tempo para fazer tanta coisa. Até recepção da seleção brasileira feminina no aeroporto ela montou. Com 23 anos, organizou a primeira edição do ‘PerifaCon’, evento de cultura nerd na periferia da zona sul de São Paulo. 

“Tem gente pra caramba que consome e produz cultura nerd na quebrada”, disse em entrevista recente à Trip

O PreifaCon aconteceu no Capão Redondo e recebeu milhares de pessoas. Ingressos gratuitos. “É muito doido pensar que o Capão, que é o berço do rap e dos Racionais MC’s, vai receber um evento de cultura nerd. A gente rompe a ideia de que a periferia só produz rap, funk e sarau”, observou. 

No Instagram : andrezadelgado_





3 - Gabi Coelho 

O jornalismo é ferramenta de mudança e Gabi Coelho sabe bem disso. Ela é coordenadora de comunicação no Vozes da Comunidade, projeto criado por Rene Silva para falar da favela a partir do olhar dos próprios moradores. 

Detalhe, a jovem é colunista na revista Carta Capital e no Ponte Jornalismo. 

Você vai querer acompanhar Gabi Twitter : https://twitter.com/gabicsantos





4 - Thamyra Thâmara 

Por falar em jornalismo e comunicação, o trabalho de Thamyra Thâmara deve ser exaltado. A moradora do Rio de Janeiro está à frente do GatoMÍDIA

A rede da ‘hacker social’ nasce no Morro do Alemão e incentiva o acesso de jovens negros à tecnologia e mídia. “Existe a ideia de que tudo que a periferia produz é ‘jeitinho brasileiro’, nunca inovação”, deu o recado com conversa com o Huffington Post. 

O GatoMÍDIA ganhou corpo em meio ao movimento ‘Ocupa Alemão’ – determinado em promover ações culturais e oficinas para jovens acessarem conhecimento técnico. 

No Instagram : thamyrathamara





5 - Jaciana Melquiades 

O Instagram dessa carioca é incrível. Além da vida de empresária, Jaciana dá dicas estéticas (olhem esses dreads!) e compartilha a rotina com a família, destaque para o filho Matias. Jaciana é sócia-fundadora da ‘Era Uma Vez o Mundo’, marca de brinquedos educativos.

O primeiro filho é a inspiração para a entrada de Jaciana no mercado de bonecas negras. A marca ostenta a capacidade de produzir 400 bonecas por mês. A embaixadora é Dandara – a boneca mais linda do mundo. 

No Instagram : _jaciana





6 - Morenah Mariah 

Morenah tem 27 anos e cursa Estudos de Mídia na Universidade Federal Fluminense (UFF). A jovem é mais uma hacker determinada em disseminar o conceito de afrofuturismo. 

O termo está na roupa dos jovens das periferias, em festas com protagonistas negros. Enfim. A associação entre estética e mudança e derrubada de estereótipos racistas. Dá uma olhada no TedX maravilhoso e claro, prestigie a plataforma ‘Afrofuturo’. 

Ah, Morenah é coordenadora pedagógica do GatoMÍDIA e articuladora na Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro. 

No Instagram : morenamariah







7 - Marcela Lisboa 

Cria do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, a jornalista está no comando da Naya. A agência de planejamento estratégico atinge os públicos ignorados pelo mercado. 

Ela também formou a equipe responsável pelo Instituto Black Bom – pensado para empreendedores cariocas. Criadora de conteúdo por vocação, Marcela faz parte dos organizadores do ‘Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul’. 

Ah, ela está com uma campanha no Catarse para ajudar no projeto ‘Favelados Pelo Mundo’, que conta ainda com a participação de Thamyra Tâmara. 

“Há três anos a gente descobriu que era possível viajar pelo mundo. Era possível viajar mesmo sendo da Cidade de Deus ou do Complexo do Alemão. Sendo da quebrada de Brasília ou de qualquer outra periferia do Brasil. Não importava a nossa origem social, raça ou gênero era possível romper barreiras com muita CORAGEM, PLANEJAMENTO e DETERMINAÇÃO”. 

O canal narra aventuras, perrengues e dá dicas de como organizar uma viagem. 

“Acreditamos que viajar é a escola que todos deveriam ter o direito de ir. Nosso desejo é inspirar jovens, adultos e velhinhos de todo lugar do Brasil a colocar a mochila nas costas e cair na estrada. Conhecer pessoas de todos os cantos, aprender com as diferenças, ampliar o conhecimento, se divertir e voltar para o Brasil cheios de ideias para inovar e transformar suas vidas e de suas comunidades”.

No Instagram : amarceladapenha





8 - Élida Aquino 

Mulheres negras respondem por 50% da população. Embora esteja acordando para a diversidade, o mercado ainda carece de opções de estética que entendam e respeitem a individualidade de peles negras. 

Por isso, Élica Aquino uniu forças com Graucianna Santos e Bárbara Vieira para criar a Afrôbox – empresa com estética volta para a pele da cor da noite. Os assinantes recebem, todos os meses, uma caixa com produtos desenvolvidos especialmente para as necessidades de mulheres negras. 

“Estamos tentando preencher o espaço através de algo que nos coloca no centro da atenção. Nossa porta de entrada é entregar às nossas e aos nossos clientes aquilo que gostaríamos de receber”, ressalta em conversa com o #ElaFazHistória.

No Instagram : elidaquino





9 - Tay Cabral 

Tay é publicitária de formação. Ela ainda atua como ilustradora e ocupa o cargo de vice-presidente da NG Cerne do Amor. Tem mais, a jovem ainda encontra tempo para realizar a comunicação da Casa Fluminense.

Opa, ia quase me esquecendo, Tay Cabral é uma das fundadoras da agência You!

Instagram : taycabral





10 – Luana Protazio 

‘Elogie uma Irmã Negra’, quer nome mais lindo para um blog? Este é o título da plataforma mantida por Luana. Autoestima e afetividade são o centro da produção dela. 

Luana é co-fundadora do coletivo ‘RPretas’, que constrói a comunicação a partir da periferia.

Instagram : protazio__





11 – Clariza Rosa 

Você percebeu que estética e periferia se misturam nesta compilação de mulheres negras incríveis? É o caso de Clariza Rosa. Com 27 anos, está no comando da Silva, agência de modelos exclusiva para moradores de favelas e quebradas do Rio de Janeiro.

A identidade destas pessoas é debatida com inspiração. O trabalho de Clariza se distancia da visão estereotipada e racista propagada por muitos veículos de comunicação. 

“Eu entendi que tinha muita coisa em mim que era diferente das outras pessoas, mas não conseguia mensurar o que era isso. E não sei, acho que nasci de novo depois desse processo de identidade. Você vive a vida inteira sem uma lente, e depois você coloca essa lente que te faz ver tudo novo, tudo muito diferente. Foi assim. E sim, você vê racismo em tudo porque ele está em tudo”, enfatizou ao HuffPost

Ela tá no Instagram como clarizarosa.





12 – Nathalia Rodrigues 

Nathalia faz um trabalho muito importante ao falar de dinheiro. Afinal, pedindo licença poética aos Racionais MC’s, preto e dinheiro não são palavras rivais. A jovem administra o canal ‘Finanças da Nath’ pensado para dar dicas de educação financeira para pessoas de baixa renda. 

Trabalho fundamental para entender um cenário onde 58% das pessoas nunca, ou somente às vezes, dedicam tempo para controlar a vida financeira. Ela também é colunista do Voz da Comunidade. 

No Instagram : financascomanath