Mostrando postagens com marcador governo golpista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador governo golpista. Mostrar todas as postagens

Mais Pedro Cardoso, por favor





Kiko Nogueira


Pedro Cardoso é a surpresa mais benfazeja da cena cultural brasileira em muito tempo.

Sua participação no programa “Sem Censura”, da TV Brasil, é um clássico instantâneo. Pedro foi divulgar seu romance romance “Livro dos Títulos”.

“Eu não vou responder esta pergunta e nem nenhuma outra porque quando cheguei aqui, hoje, e encontrei uma empresa que está em greve, e não participo de programas de empresas que estão em greve”, falou à apresentadora atônita.

Ele havia se encontrado com trabalhadores em greve da Empresa Brasil de Comunicação, EBC, na entrada.

Ouviu suas queixas pacientemente. Cogitou não entrar no estúdio, mas teve uma ideia melhor: registrar ao vivo sua indignação.

“Cabe a mim o maior respeito a todos vocês, aos que estão parados, aos que estão trabalhando e aos que estão aqui. Mas eu, diante deste governo do Brasil, tenho muita convicção de que as pessoas que estão fazendo essa greve estão cobertas de razão”, prosseguiu.

Em seguida, destroçou o presidente da EBC, Laerte Rimoli, ligado a Eduardo Cunha, que usou as redes sociais para atacar a atriz Taís Araújo por uma palestra que ela deu narrando a experiência de sua família com o racismo.

“O que eu soube também quando cheguei aqui, é que o presidente desta empresa, que pertence ao povo brasileiro, fez comentários extremamente inapropriados a respeito do que teria dito uma colega minha onde a presença do sangue africano é visível na pele”, começou.

“Porque o sangue africano está presente em todos nós, em alguns de nós está presente também na pele. Mas em todos nós ele está. Se esta empresa, que é a casa do povo brasileiro, tem na presidência uma pessoa que fala contra isso, eu não posso falar do assunto que vim falar”.

Educadamente, cumprimentou os demais convidados antes de puxar o carro. Do lado de fora, congratulou-se com os grevistas.

Cardoso, um ator consagrado, agora lançando um livro, é uma exceção entre seus pares, especialmente o vasto elenco de cretinos fundamentais e covardes da Globo.

Articulado, politizado, inteligente, sabe seu papel num momento desgraçadamente patético do país. Não tem também as amarras dos outros. Não quer e não precisa estar na novela das 9.

Fica a pergunta: onde ele estava antes? Não importa. Antes tarde que mais tarde.

Que inspire outros protestos em seu métier. E que o próximo seja na Globo. Vai demorar, mas acontecerá. Pode apostar.







Postado em DCM em 23/11/2017



Istoé defende o assassinato de Lula






Miguel do Rosário

Caso tenham preguiça, ou falta de tempo, para ler o texto abaixo, assistam pelo menos o vídeo:





Queridas historiadoras do futuro, continuo com grandes esperanças em vocês.


Espero que, um dia, vocês possam ler estes posts e eles lhes sirvam ao menos como registro das coisas que aconteciam no Brasil em nossa época.

No dia 10 de novembro de 2017, uma das principais revistas brasileiras, a Istoé, publicou uma coluna em que se pede, sem meias palavras, a morte da principal liderança popular do país, o homem que aparece à frente, com quase 40% das intenções de voto, em todas as pesquisas.

Naturalmente, é um crime. Espera-se que o Ministério Público Federal, além de nossas polícias, tão pressurosos em investigar a morte do velho cão da presidenta Dilma, se interessem em punir esse crime sórdido contra a paz e a segurança do nosso país.

A razão alegada pelo colunista da Istoé para dizer que “Lula precisa morrer” é a mais sórdida do mundo. Lula tem de morrer exatamente por causa do carinho e respeito que milhões de brasileiros, inclusive este blogueiro, insistem em lhe dedicar.

Ou seja, se a gente respeita o presidente Lula, então é justamente por isso que ele deve morrer.

A Istoé deixa bem claro que nós, os brasileiros que pretendemos votar em Lula, não merecemos nenhum respeito.

Nossa liderança política deve morrer.

É um crime hediondo e uma declaração de guerra civil.

Para vocês, historiadores, entenderem o contexto político e midiático desta barbaridade, eu fiz uma pequena crônica sobre a Istoé.

Em dezembro de 2016, a revista organizou um evento para homenagear personalidades que ela considerava os “brasileiros do ano”.

Como primeiro homenageado, vinha Michel Temer, cujo discurso de agradecimento terminou com essas belas palavras:

“Vamos alcançar o crescimento e o pleno emprego. O prêmio serve de mobilizador e motivador para que nós salvemos o País”.

O segundo homenageado foi Sergio Moro, que usou seu discurso para fazer um agradecimento especial ao Supremo Tribunal Federal:

Moro também destacou o trabalho do Judiciário e elogiou a atuação do Supremo Tribunal Federal. “Recebo este prêmio não como um reconhecimento pessoal, mas como o reconhecimento de um trabalho institucional, que envolve a primeira instância, as cortes de apelação, o Superior Tribunal de Justiça e o STF. O cidadão pode confiar na Justiça brasileira essa confiança é essencial. Recebo este prêmio muito humildemente”.

Na matéria sobre o evento, a revista não poupa elogios ao juiz:

Ovacionado pela plateia, o juiz federal Sergio Moro recebeu prêmio na categoria Justiça (…)

Seu trabalho tem lhe rendido o título de ‘herói brasileiro’, que ele rejeita, mas que beira à celebridade, sendo aplaudido aonde vai, seja no mercado, no restaurante ou no cinema.

Apesar dos apelos da população, o juiz não pretende entrar na carreira política (…)

Outros homenageados daquela noite: os atores Grassi Massafera e Antonio Fagundes, e o autor de novelas Benedito Ruy Barbosa, todos da Globo.

Além de Michel Temer, dois outros políticos receberam prêmios de “brasileiros do ano”: o então prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o recém-eleito João Dória.

A disposição dos convidados para as imagens principais da cerimônia tinha sido meticulosamente calculada. O presidente Michel Temer ficaria em primeiro plano, ao lado do governador Geraldo Alckmin. Logo atrás, o público poderia ver Aécio Neves e Sergio Moro. Os dois últimos não resistiram à atração mútua e trocaram afagos e sorrisos que iriam provocar bastante polêmica nos dias seguintes.

Em reportagens anteriores, o Cafezinho já identificou que a Editora Três, que publica a Istoé, foi umas das que registrou aumentos mais espetaculares no recebimento de verbas de publicidade federal.

Mas isso não vem ao caso.

A revista conseguiu reunir, naquelas imagens, a nata do golpe.

Pedro Parente, presidente da Petrobrás, Flavio Rocha, dono da Riachuelo, e Aécio Neves, proprietário do aeroporto de Claudio, também foram “premiados”, ou pelo menos aparecem, em vídeo, recebendo algum tipo de homenagem.

A revista divulgou um vídeo do evento com um pouco mais de 2 minutos, do qual eu recortei as melhores partes: o discurso de Moro e Temer, que você pode assistir abaixo (é apenas 1 minuto, assista, é muito instrutivo):

****

Eu separei também algumas fotos do evento que achei mais interessantes. Gostei especialmente da sequência de apertos de mão entre Sergio Moro e alguns políticos, como Serra, Meirelles, Alckmin e Kassab:



***



Quase um ano e alguns milhões de desempregados depois, as coisas mudaram um pouco. Sergio Moro hoje é rejeitado, segundo pesquisas de institutos pró-Lava Jato, como o Ipsos, por 41% da população. Michel Temer, que falara em seu discurso em “salvar o Brasil”, tem uma rejeição, segundo o mesmo Ipsos, de 95%.

Lula, por sua vez, cresceu em todas as pesquisas, e já tem entre 30% e 40% da preferência dos eleitores.

Nesse mesmo entretempo, a Istoé vem recebendo cada vez mais recursos públicos federais, para defender reformas rejeitadas, segundo pesquisas, por mais de 80% da população.

Esse é o contexto para entendermos o último texto do colunista da Istoé, Mario Vitor Rodrigues: Lula deve morrer, que abre com o seguinte parágrafo.

Pelo bem do País, Lula deve morrer. Eis uma verdade incontestável. Digo, se Luiz Inácio ainda é encarado por boa parte da sociedade como o prócer a ser seguido, se continua sendo capaz de liderar pesquisas e inspirar militantes Brasil afora, então Lula precisa morrer.

Queridos historiadores do futuro, queridas brasileiras do presente, tirem suas conclusões.




Postado em O Cafezinho em 11/11/2017








Imagem relacionada


Imagem relacionada


Resultado de imagem para lula  frases


Resultado de imagem para lula  frases


Imagem relacionada




" Agora estão me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo."




Resultado de imagem para Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na Segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.






INTERTEXTO

Bertolt Brecht


Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.



NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI

Eduardo Alves da Costa

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!



Apesar das sombras do Golpe e seus personagens que pairam sobre o Brasil, 

não percamos a Esperança e a Fé ! 







Músicas :

Ave Maria - O Guarani, de Carlos Gomes

Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, canta Alexandre Pires





Coragem civil, qualidade rara nos dias de crise que vivemos



Professora enfrenta os policiais




Por Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça


“ Mut auf dem Schlachtfelde ist bei uns Gemeingut, aber Sie werden nicht selten finden, dass es ganz achtbaren Leuten an Zivilcourage fehlt.“ (Otto v. Bismarck, citado por Robert v. Keudel, 1901).
[trad. “ Coragem no campo de batalha é entre nós parte do patrimônio comum, mas não raro se constata, que falta coragem civil a pessoas mui respeitáveis.”]

Épocas de crise política são uma oportunidade de recobrar virtudes perdidas ou nunca antes valorizadas. As crises são desencadeadas por destruição de consensos e, para reconstruí-los, é preciso o reforço daquilo que todos prezam porque para si o exigem, mesmo que neguem aos outros.

Virtudes não se encontram no dia a dia “dando sopa” na sarjeta. Ainda que delas falemos de boca cheia como se as possuíssemos em abundância, são preciosidades raras, principalmente quando a polarização moralista torna hábito olhar para o rabo alheio quando se senta sobre o próprio.

O Brasil se encontra numa dessas encruzilhadas da história em que dependerá muito de se acertar em escolhas dramáticas para não cair no abismo. E todos parecem saber o melhor rumo, mas ninguém o quer desbravar. O abismo é o outro, a quem se quer eliminar, mal enxergando que, a cada impulso exterminador, aproxima-se mais a borda do precipício que pode a todos engolir.

Virtudes são o freio ao ímpeto destrutivo e precisamos cultivá-las. Mas, para assim fazermos, temos que nos vestir de coragem civil. Esta consiste sobretudo em não ter medo de fazer o que, no íntimo, ouvido nosso Eu histórico, sabemos que é certo, pouco nos importando com as furiosas críticas que advirão para afetar nossa autoestima e nos fazer vacilar.

Ter opinião e atitude em tempos de polarização exige determinação e não impressionar-se com os maus olhares, as broncas e as maledicências daqueles que, por oportunismo, por fraqueza ou por comodidade, preferem seguir a manada no seu estouro picada afora.

Ter opinião e atitude implica receber crítica e causar desconforto. Quem, nestes tempos, opta por dizer o que pensa pode ter a certeza de que vai arrumar muitos inimigos, mas vai também receber apoios, encontrar aliados e companheiros de caminhada, imprescindíveis para a superação da crise que afeta a cada um de nós.

Há carência de verdades indisfarçadas e apresentadas de forma simples e direta; verdades amplamente assimiláveis e mobilizadoras. Portanto, tê-las e externá-las, por mais bronca que atraia, encontra eco imediato por atender a enorme demanda.

Já a covardia de não querer tomar partido fortalece o dos celerados, dos narcisistas e dos mal intencionados. Querer estar de bem com todos é buscar desconfianças contra si e leva fatalmente ao isolamento e à solidão do insignificante na manada.

Coragem civil é dar a cara à tapa, mas também é dar impulso às transformações necessárias para um tempo melhor. Faz mais sentido do que se esconder na turba, como uma avestruz a enterrar sua cabeça na terra.

É preciso dizer hoje em alto e bom tom que nossas instituições fracassaram no cumprimento de seu papel constitucional. O Congresso, por ambição e cobiça, deu, com a ampla maioria de gente sem caráter e contaminada pelo ódio político e de classe, sustentação a um bando de corruptos sem princípios, que se apossaram do governo na traição ao eleitorado e à sociedade.

Permitiu-se vender a preço de banana os ativos estratégicos do País, destruir o parque tecnológico, rifar direitos conquistados a duras penas ao longo de décadas de história sofrida e sanguinolenta e tirar do Brasil sua invejável posição de respeito e altivez no concerto das nações.

O judiciário e o ministério público foram mais que coniventes, foram co-autores na empreitada. Portaram-se mal e escolheram o lado do golpe contra a democracia. Reforçaram, com discurso moralista barato e tom exaltado de falsa indignação, a polarização política. Jogaram para a plateia. Quiseram-se bonitos e cheirosos, à busca narcisista de aplauso.

Esqueceram-se convenientemente do seu dever de defesa do Estado de Direito e da democracia. Traíram repetidamente a letra da Constituição. No auge da crise por eles sustentada pediram aumento de seus ganhos, indiferentes com a gravidade do momento: repetiram a saga dos soldados romanos a jogarem dados na disputa pela túnica de Jesus ao pé do crucifixo.

Desprezaram a segurança jurídica, aniquilaram o devido processo legal, o julgamento justo, a presunção de inocência, o direito à imagem, o direito à esfera privada. Entregaram seus investigados e seus réus à ira pública. Como Pilatos, soltaram Barrabás e crucificaram Jesus: protegeram Temer e Aécio e expõem Lula e os seus à exigência de lustração de falsa moral.

Usaram o tal “Combate à corrupção” como arma seletiva para inviabilizar o governo popular e devolver o País a sua aristocracia cleptomaníaca. Com esta festejam seu poder, seu prestígio e seu bem-estar, às custas das massas desempregadas e desabrigadas.

Ter coragem civil é dizer não a isso tudo, é exigir a devolução do poder à verdadeira soberania popular, aquela que consagrou Dilma Presidenta constitucional do Brasil. Ter coragem civil é assumir a defesa dos injustiçados, pouco ligando para os “Antagonistas” da vida, que sempre vomitarão ódio e falsa indignação.

É acolher com dignidade os que tiveram sua reputação destruída e ajudá-los a recupera-la. É abraçar José Dirceu. É reconhecer a brutalidade de que Ângelo Goulart e Willer Tomás foram vítimas por perseguição corporativa. É exigir respeito a Lula. É estar em luto por Luis Carlos Cancellier. É lutar pela volta de Dilma. É ir às ruas contra o roubo de direitos e contra a entrega aviltada dos ativos nacionais.

Quem quiser ficar em casa, que fique, mas que não pretenda ser tratado com honras dos heróis. Que não queira reconhecimento que se dá aos lutadores. Que se contente com sua insignificante existência covarde e deixe os bravos lutarem! Que não reclame mais tarde, se tudo estiver perdido. Coragem civil é mais que necessária agora. Já!



Postado em Diário do Centro do Mundo em 20/10/2017



Julia Martin fez vídeo em defesa da ex-Ministra das Mulheres, Eleonora Menicucci, mais uma vítima do golpe judicial que deu ganho de causa para Alexandre Frota



Resultado de imagem para eleonora ministra e alexandre frota





Por Julia Martin - Colunista



MINISTRA ELEONORA MENICUCCI LUTA NA JUSTIÇA CONTRA A CULTURA DO ESTUPRO.


Ela foi condenada, em primeira instância, a pagar R$10 mil reais ao ator pornô Alexandre Frota. 

O motivo: Eleonora se posicionou publicamente contra a apologia ao estupro.

Julgamento será retomado no dia 24 de outubro e pessoas de todo país mostram solidariedade à Ministra.

Entenda o caso!








Postado em O Cafezsinho em 10/10/2017








Resultado de imagem para eleonora ministra e alexandre frota



Imagem relacionada



Imagem relacionada



Imagem relacionada









O dono do posto lava jato



Resultado de imagem para operação lava jato e fascismo






Resultado de imagem para operação lava jato e fascismo



Imagem relacionada



Resultado de imagem para operação lava jato e fascismo



Resultado de imagem para operação lava jato e Estados Unidos fbi



Dono de posto denuncia delegado 

Marcio Anselmo ! 



Anselmo.jpg

O delegado Anselmo é um veterano do Banestado (Reprodução: G1)





" Ele disse que me envolveria com o narcotráfico..."





O delegado Márcio Anselmo é da categoria dos delegados da Polícia (sic) Federal (sic) que apoiou o candidato Aécio gângster e Mineirinho: Aécio, o queridinho dos operadores da Lava Jato.

O delegado Anselmo - mostrou a Carta Capital - é suspeito de forjar provas.

O delegado Anselmo honra jornalistas com processos judiciais - que perderá, irremediavelmente.

O delegado Anselmo faz parte da equipe que investigou o Banestado, onde se destacaram ele, o Imparcial Moro de Curitiba, o Procurador Santos Lima - e o doleiro Youssef, que dela se beneficiou, como se beneficiou da Lava Jato...

(Essa turma de funcionários públicos tem uma certa queda pelo Youssef: se necessário lhe concederá uma terceira delação premiada?)

Outro notável membro da equipe de delegados da Lava Jato é o inesquecível Moscardi Grillo, responsável pela criminosa operação Carne Fraca - estará ele ainda em atividade?

(Grilo é outro que processa jornalistas...)

O delegado Anselmo se inscreve, agora, num dos capítulos sinistros da gênese da Lava Jato:


O doleiro Carlos Habib Chater foi o primeiro preso da Operação Lava Jato, após busca e apreensão no seu posto de combustíveis em 2014. O dono do Posto da Torre, localizado em Brasília, cumpriu um ano e sete meses de prisão em regime fechado e ficou um ano no semiaberto. Chater optou por não fazer delação premiada, mas afirma em entrevista ao UOL ter sido "ameaçado" pelo ex-chefe da Polícia Federal, Márcio Anselmo, para delatar.

"Ele disse que me envolveria com o narcotráfico, que eu ficaria mais de 20 anos na cadeia, que me livraria [da prisão] em uma semana caso eu dissesse quem eram os agentes público ou os políticos que recebiam [propina] aqui [no Posto da Torre]", conta. Procurado pelo UOL, o delegado Márcio Anselmo não se manifestou sobre as acusações de Chater (veja mais informações abaixo).

A PF apontou o Posto da Torre como o "caixa eletrônico da propina". O estabelecimento começou a ser investigado em 2008, após suspeita de lavagem de dinheiro do ex-deputado José Janene (morto em 2010). Chater nega ilícitos.

Ele cumpre pena em liberdade desde outubro, quando voltou a administrar o 'Posto da Lava Jato', como ficou conhecido. O empresário recusa a alcunha de doleiro, mas reconhece ter operado ilegalmente na conversão de moedas na década de 1980.

A Polícia Federal interceptou conversas dele com o doleiro Alberto Youssef sobre suposta lavagem de dinheiro. Chater exalta o "amigo", mas nega ter operado propina de Youssef.

Leia abaixo a entrevista de Chater ao UOL:

Nos anos 1990, o senhor foi investigado por operações ilegais de câmbio e lavagem de dinheiro. A acusação voltou com a Lava Jato. Por quê?

[Risos] Eu tenho que dar risada, porque até hoje eles não conseguiram mostrar onde houve a lavagem de dinheiro. Nem na lavanderia nem na casa de câmbio. Inclusive, essa questão de doleiro é porque, no Brasil, depois que você ganha uma pecha ninguém tira. Eu não fazia câmbio há simplesmente 20 anos. Em 1991, quanto tive o problema, isso a mídia também não coloca, eu era credenciado pelo Banco Central [para ter casa de câmbio]. O BC simplesmente retirou o credenciamento sem nunca ter me avisado. Aí me prenderam em flagrante, quando eu estava exercendo uma atividade que imaginava lícita. Isso também ninguém nunca colocou [na imprensa]. Tanto é que eu não tive uma condenação. Fui absolvido [na verdade, prescreveu]. O BC até hoje nunca apresentou qualquer assinatura que eu tivesse ciência de que tinha sido descredenciado.

Por que o BC lhe prejudicaria? 

Foi uma questão muito mais política do que técnica. Na época envolvia o ex-senador Romeu Tuma [morto em 2010], que era conhecido da família. Havia um problema dentro da Polícia Federal e acharam por bem que o compadre do Tuma, que era meu pai, talvez deveria pagar o pato por uma briga política.

Como explica a acusação da PF de que 375 contas suas teriam movimentado ilegalmente R$ 10,8 milhões entre 2007 e 2014?

Como eles podem ter provado que eu lavei tanto dinheiro, se fui condenado por uma lavagem de R$ 460 mil numa das sentenças? Numa lavagem de US$ 120 mil [convertidos nos R$ 460 mil] que só o juízo de primeira instância localizou e criou o mecanismo para dizer que foi lavagem. Cadê o restante do dinheiro? Cadê essas lavagens, onde estão? Por que talvez a mídia não foca um pouco mais nessas questões de pegar um processo e perder um pouco mais tempo para dar uma analisada? Acho que é uma questão até interessante.

Mas o juiz Sérgio Moro o condenou no total a 9 anos e 9 meses, pena confirmada em 2ª instância.

Foi uma condenação completamente injusta. Acho que o Brasil está combatendo ilegalidades com outras ilegalidades. Mas cumpri o que tinha de cumprir [1 ano e 7 meses em regime fechado e 1 ano no semiaberto]. Agora é olhar para frente.


A Lava Jato exagera, é isso que quer dizer?

Eu entendo a sanha por Justiça. Mas não devemos, como se diz por aí, fazer Justiça com as próprias mãos. Eu acho que a Lava Jato, em princípio, começou com esse foco. Tive duas sentenças condenatórias: uma de 5 anos e 6 meses; outra de 4 anos e 9 meses. Não sei qual das duas foi corrigida no tribunal [de 2ª instância] e reduzida em 3 meses. Eu gostaria de saber quem vai pagar esses três meses que eu fiquei a mais. Mas aí não tem quem cobre isso, nem a mídia [risos].

Se sente injustiçado?

O juiz Sérgio Moro conseguiu me manter numa prisão preventiva por 570 dias. Essa é a nossa Justiça.

A PF chamou seu posto 'caixa eletrônico da propina'. Políticos buscavam dinheiro lá?

Eles não conseguiram apontar nem comprovar nenhum político que tenha recebido aqui. O que acontecia, isso está nos autos, [é que] eu tinha operações de crédito com o senhor Alberto Youssef. Eu tomava dinheiro emprestado [do Youssef] e, na hora de devolver, ele ou indicava algumas contas ou pessoas que vinham aqui receber. Para onde ia esse dinheiro eu não posso lhe dizer. O que eu posso afirmar é que não conheço nenhum desses políticos envolvidos. Agora, se esse dinheiro foi para algum político, foi por intermédio de algum motorista ou coisa assim. Eu nunca entreguei e nenhum político disse que recebeu de mim. Nem a polícia nem o Ministério Público provaram que eu tenha tido contato com qualquer político.


Posto da Torre, na região central de Brasília, onde teve início a Operação Lava Jato em 2014 (Créditos: Pedro Ladeira/Folhapress)


Isso não era lavar dinheiro para o Youssef?

O senhor Alberto Youssef, quando eu saldava minhas dívidas com ele, ou me indicava contas para eu depositar o dinheiro que era dele ou pedia que em entregasse para algumas pessoas. Ele indicava: 'Vai chegar uma pessoa chamada João da Silva, por exemplo. Por favor, entregue a ele R$ 50 mil reais num envelope do dinheiro que você está me devolvendo'. Se houve alguma lavagem, ela foi feita do senhor Alberto para trás. Não no Posto da Torre.

Mas o ex-gerente do posto, Ediel Viana da Silva, disse à PF ter visto políticos pegando dinheiro vivo. Como explica isso?

Quando [Ediel] percebeu que ficaria [preso] mais tempo do que deveria, ele tentou uma delação. Ele estava preso comigo na mesma cela no Presídio de São José dos Pinhais e o retiraram para fazer a famigerada delação premiada. Ele ficou na [sede da] PF [em Curitiba] por alguns meses e, no final, o Ministério Público não teve como acatar a delação dele porque não havia nenhum tipo de prova que corroborasse com o que estava dizendo. O que aconteceu com o senhor Ediel, que é um mentiroso, é que quando começou a ouvir o nome dos políticos escolheu um ou dois, que eu não sei quem são, para dizer que tiveram reuniões comigo e logo depois começou a sair dinheiro. Mentira. O dinheiro começou a sair muito antes dele trabalhar comigo. Ele inventou uma história, não conseguiu provar e a delação não foi homologada. Foi o desespero de um cara que estava preso. Esse é o modus operandi da Lava Jato: minar o cara que está lá dentro para falar até o que ele não fez, quando ele vislumbra a possibilidade de sair da cadeia. Infelizmente, a delação premiada como está no Brasil é um tiro no pé, porque está se combatendo uma ilegalidade com outra ilegalidade. O povo brasileiro está batendo palmas para isso. Não estou dizendo que a delação é ilegal, mas a maneira ou as condições que se colocam os presos. Repito: eu fiquei 500 e tantos dias preso numa preventiva sem ser julgado. Isso é um estupro.

O que significa esse 'o dinheiro saía'. Saía para onde e por quê?

Eu sempre tive operações [financeiras] com o senhor Alberto [Youssef], muito antes de conhecer o senhor Ediel.

O senhor era operador do Yousseff?

Não. Nós sempre fomos amigos. Eu conhecia o Beto como um cara que sempre operou o mercado de ações. Volta e meia, quando eu 'tinha uma dor de barriga' [financeira], eu recorria ao Alberto e ele me mandava dinheiro e nunca me cobrava. Por isso, eu sou completamente revoltado com essa situação de lavagem de dinheiro. Quem é que lava dinheiro sem cobrar? Se fosse para lavar dinheiro do senhor Alberto, eu teria que cobrar alguma coisa. É a lógica. Ninguém vai lavar dinheiro por lavar, para fazer bonito para alguém. Mas isso não é levado em consideração pelo juiz de primeira instância [Sérgio Moro].


 doleiro Alberto Youssef (Créditos: Alan Marques/Folhapress)


Por que Youssef lhe emprestaria dinheiro sem contrapartida?

A minha relação com ele era pessoal e se tornou comercial por algumas vezes. Nós éramos, antes de qualquer questão comercial, amigos. Nunca houve uma reunião em que fosse definida uma decisão para lavar dinheiro. Inclusive, eu sequer pagava juros a ele porque era uma questão de amizade. Agora, só um idiota para acreditar que eu lavaria dinheiro sem cobrar nada. O senhor Alberto Youssef, que é um delator - e parte-se do princípio de que ele não pode mentir, omitir, faltar com a verdade -, colocou isso para o juiz de primeira instância [Moro], que simplesmente não levou em consideração quando me julgou. Pois bem, se eu fui julgado por lavagem de dinheiro e o proprietário do dinheiro, que é o senhor Alberto Youssef, disse em juízo que me emprestava dinheiro e eu devolvia, ou seja, se havia lavagem houve dele para trás, das duas uma: ou ele mentiu e toda a delação dele devia ser descartada; ou ele falou a verdade e o juiz de primeira instância não levou em consideração.

Mas por que Moro faria isso, se Youssef confessou crimes?

Talvez, eu vou lhe dizer, o que tenha acontecido: como é que pode ser absolvido o cidadão que deu origem à Operação Lava Jato? Talvez isso tenha pesado e talvez eles tenham achado que uma eventual absolvição fragilizaria a Lava Jato. Essa é a minha revolta com a Justiça no Brasil. Ele como delator não podia mentir nem omitir, e disse a verdade: 'Eu emprestava dinheiro para o senhor Carlos Habib [Chater] e quando ele me devolvia, eu [Youssef] determinava as contas ou os portadores que lá iam para liquidar a operação comigo". Portanto, ele falou a verdade. Eu sou muito agradecido. Infelizmente, a verdade dele serve para condenar, mas não para inocentar.

Usou a casa de câmbio ValorTur nessas operações?

A casa de câmbio operou por muito pouco tempo. Não existe nenhuma operação irregular na casa de câmbio. Inclusive, o movimento era ridículo porque ela era uma casa nova. Mas para fazer barulho, a Polícia Federal utilizou essa falácia que até hoje não provaram. Nem vão provar, porque nunca existiu.

O senhor diz que não é doleiro, mas fazia operação em dólar. Isso não é ser doleiro?

Eu não fazia operação de câmbio há muitos anos. Há muitos anos...

Mas então o que fazia a sua casa de câmbio?

A casa de câmbio fazia operações legais. O doleiro é tido como operador ilegal. Basta ver o inquérito e o processo, eu não fui condenado em nenhum momento por operação ilegal.

O senhor em algum momento foi doleiro?

Eu fui doleiro antes de 1991. Antes de eu ser credenciado pelo Banco Central. Na época sequer ventilavam que haveria qualquer tipo de autorização do BC, fora [a dada] aos bancos, para fazer operação. Isso era muito normal nas décadas de 80 e 90. Todo mundo era doleiro. Até o ascensorista do Hotel Nacional. Quem compra e vende dólar sem autorização do Banco Central é doleiro. Inclusive vários policiais federais e delegados da PF já fizeram operações na época. O Brasil precisa acabar um pouco com a hipocrisia e tentar ver a realidade dos fatos para entender o que acontecia nas décadas de 80 e 90 e o que acontece hoje.

A PF apontou pelo menos uma operação de câmbio para lavar dinheiro de um traficante. Isso ocorreu?

O que houve foi uma operação que eu fiz para um senhor, que estava viajando e disse que viria uma pessoa para receber esse dinheiro, isso está nos autos. A pessoa que veio receber esse dinheiro eu sequer conhecia. Por telefone, essa pessoa entrou em contato na época para marcar um horário para vir receber. Essa pessoa era envolvida com o tráfico, em princípio. Eu não sei se era ou não era. Isso quem diz é a Polícia Federal. A casa de câmbio não tem nada a ver com isso. Talvez esteja havendo uma confusão na interpretação ou até mesmo a PF possa ter induzido a população e até mesmo jornalistas a acreditarem nisso. Mas o que houve foi exatamente isso: eu, por não saber exatamente, do que se tratava emiti cheques do posto. Que idiota seria eu de emitir cheques do posto para um traficante de drogas?

Por que fez essa operação?

Era um amigo meu, um libanês, que pediu para eu resgatar um dinheiro dele aqui [no Brasil] e repassar para ele mesmo, em dinheiro vivo. Só que essa pessoa viajou para o Líbano e mandou um portador. E esse portador, diz a Polícia Federal, era envolvido com drogas. Eu não conheço, nunca vi esse portador. Fui conhecê-lo dentro do camburão quando eu cheguei em Curitiba e fui para a Polícia Federal, porque quando essa pessoa esteve no posto para receber eu não estava. Mas chegamos ao cúmulo de eu ser condenado por uma operação de US$ 120 mil [ou R$ 460 mil] por lavagem de dinheiro para o tráfico. Eu não sei o que é o tráfico. Eu não conhecia essa pessoa. Mas a PF, mesmo sabendo que eu não conhecia essa pessoa, porque ela me monitorou e pegou conversas e conversas, me ameaçou dizendo que se eu não entregasse os políticos e os agentes públicos seria indiciado por tráfico de drogas. Mesmo assim ele não conseguiu, porque seria uma coisa esdrúxula.

Ameaça para fazer delação? 

Como o delegado Márcio Anselmo [responsável pela Lava Jato até o início de 2017] viu que eu não faria delação e não teria quem entregar, depois de várias tentativas, de insistências, de ameaças, ele disse que mandaria para o presídio. No dia seguinte eu fui para o presídio [de São José dos Pinhais].

Explique que tipo de ameaça.

[O delegado] disse que me envolveria com o narcotráfico, que eu ficaria mais de 20 anos na cadeia e ele me livraria em uma semana, caso eu dissesse quem eram os agentes públicos ou os políticos que recebiam [propina] aqui [no Posto da Torre]. Eu disse a ele que, em primeiro lugar, eu fui monitorado por 8 meses oficialmente - mas fora da questão oficial com certeza fui monitorado por muito mais tempo -, e ele não teria indício de tráfico de droga. Inclusive, dentro das celas da Polícia Federal nós localizamos uma escuta ambiental, que na época o juiz disse que não tinham autorização de colocar. Existe muitas coisas que aconteceram nos bastidores dessa operação que eu diria ilegais, imorais, que ninguém sabe ou que pelo menos ninguém quer dar ouvidos.

Nota da redação: O delegado Márcio Anselmo foi procurado pelo UOL para se manifestar sobre a acusação. Foi lhe enviado um e-mail no seu endereço pessoal, ao qual ele respondeu se dizendo disposto a dar entrevista. Mas pediu para formalizar o pedido na assessoria de imprensa da PF em Curitiba, que repassou a demanda para a regional do Espírito Santo. Ao final de segunda-feira (7), contudo, a assessoria capixaba da PF pediu para procurar novamente a de Curitiba. A unidade paranaense foi procurada novamente, mas não se manifestou até fechamento da reportagem.

Por que não denunciou para corregedoria da PF?

Quando nós localizamos a escuta ilegal ambiental que estava nas celas, abriram uma sindicância e quem estava cuidando era o delegado responsável pelas investigações da Operação Lava Jato. Isso é uma piada, né?


Postado em Conversa Afiada em 09/08/2017