Mostrando postagens com marcador violência verbal. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador violência verbal. Mostrar todas as postagens

Não tem antiácido que cure palavras e ofensas indigestas




Prof. Marcel Camargo

Não é fácil envelhecer, mas é muito bom amadurecer. A idade retira colágeno de nosso organismo, mas injeta sabedoria em nossas veias. A gente vai ficando mais forte, mais paciente, menos bobo, menos trouxa. As pessoas vão perdendo o poder de nos ferir, porque os tombos da vida formam uma casca emocional na gente, capaz de filtrar com mais eficiência o que deve ficar ou não dentro da gente.

A maturidade faz a gente se olhar com mais carinho, faz a gente tentar entender como somos e os motivos que nos levam a agir de um ou de outro jeito. Costumamos ser muito exigentes com nós mesmos e isso nos faz acumular muita culpa, muito remorso, muito peso. Amadurecer alivia isso tudo, porque a gente se perdoa mais, a gente se gosta mais, a gente se liberta do que os outros dizem ou pensam. E isso é muito bom.

Com o tempo, a gente começa a dar mais valor a coisas frugais, simples. Passamos a enxergar pessoas que nem víamos antes. Temos mais memórias acumuladas, uma lista de saudades, cicatrizes e marcas fundas, por fora e por dentro. Temos a certeza de que nada se controla, nada é uma certeza além do agora. O tempo junto a quem amamos passa a ter um valor imenso, porque a ideia de finitude fica mais próxima. A gente quer mesmo é aproveitar o que e quem nos fazem bem.

E a gente para de engolir palavras, sentimentos, desejos, vontades. A gente se afasta cada vez mais daquele lugar inseguro e massacrante do medo infundado das opiniões alheias. Nosso ouvido fica mais seletivo, nosso coração também. Protegemos mais o nosso coração daquilo que possa machucá-lo e nossa habilidade do descarte fica apurada. Descartar tudo o que incomoda, na vida e aqui dentro, fica mais fácil, mais precioso, sem culpa alguma. Queremos mais é nos livrar de tudo o que emperra nosso caminhar.

Quando a gente passa mal por comer muito, tem sempre algum remédio para nos curar. Porém, quando engolimos palavras e ofensas, não há antiácido que dê jeito. Eu já sofri demais por situações pequenas e por pessoas dispensáveis. Hoje, eu observo exatamente como cada um me faz sentir. Eu já não tenho medo de perder pessoas, tenho medo é de perder tempo.




Carmo Dalla Vecchia expõe homofobia contra filho de 3 anos e dá lição contra o preconceito

 

Carmo Dalla Vecchia e seu filho Pedro  (Foto: Reprodução/Instagram)


Ator de Cara e Coragem, novela das sete da Globo, é pai de Pedro e casado com o dramaturgo João Emanuel Carneiro


Metrópoles - Carmo Dalla Vecchia expôs um ataque homofóbico contra seu filho, Pedro, de três anos. O ator, casado com o novelista João Emanuel Carneiro, publicou a mensagem de ódio em seu Instagram e também sua resposta, uma verdadeira lição de combate ao preconceito.
“Teus filhos vão ser gays iguais a você, ‘tu’ vai ensiná-los a ser assim. É por isso que o mundo está repleto de ‘vocês’, porque vocês influenciam os garotos a serem assim. Seus vermes!”, discriminou o homofóbico.
O ator, no ar na reprise de A Favorita e na inédita Cara e Coragem, novela das sete da Globo, rebateu com maestria o ataque preconceituoso:
“Será que os seus serão iguais a você? Se saírem, eu os abraço também. Eu entendo, faltou amor, carinho, afeto, deve ter sido difícil. E, pela sua fala, continua sendo. Não te responderei mais porque talvez só alimente mais sua ira, mas desejo profundamente que evolua”, escreveu.

“Se meu filho for gay, acho que vou amar mais ainda. Se isso for possível. Acho que não. Já amo até o céu, sendo ele quem quiser ser”, completou o ator.



Carta para Arthur do Val : a condição feminina na guerra e na paz


Refugiados ucranianos chegando na Polônia


Jamil Chade

Senhor deputado, Confesso que não conhecia seu nome, e nem sua denominação de guerra. Mas os áudios indigestos que vazaram com seus comentários sobre a situação na Ucrânia me obrigaram a escrever aqui algumas linhas sobre o que eu vi em campos de refugiados e filas de pessoas desesperadas para escapar da guerra e da pobreza ao longo de duas décadas.

Não estou acusando o senhor e sua comitiva do que estará exposto abaixo. Mas considero que, sem entender essa dimensão do sofrimento humano, fica impossível justificar uma viagem como a que o senhor faz para ajudar a defender um povo.

Ao longo da história, a violência sexual é uma das armas de guerra mais recorrentes para desmoralizar uma sociedade. Ela não tem religião, nem raça. Ela destrói. Demonstra o poder sobre o destino não apenas das vidas, mas também dos corpos e almas.

Percorrendo campos de refugiados em três continentes, o que sempre mais me impressionou foi a vulnerabilidade das mulheres nessa situação.

Mas, antes, vamos ser claros aqui. Não precisamos sair do Brasil para saber que as mulheres, simplesmente por serem mulheres, precisam passar a vida se explicando. Como se necessitassem de chancela ou justificativa para determinar o destino de seu corpo ou coração, se podem trabalhar ou ter tesão. Intolerável, não?

Então, o senhor pode imaginar o que isso significa em tempos de guerra, onde a lei e a moral são suspensas?

Conheci certa vez uma garota yazidi. Ela me contou como, depois de sua cidade ser tomada por islamistas, ela foi transformada em escrava sexual. Aqueles olhos verdes intensos se enchiam de lágrimas quando contava que, num calabouço, ela e as demais meninas se dividiam em dois grupos.

Aquelas que rezavam para sobreviver e aquelas que rezavam para morrer logo.

Ela também me contou que, num ato de solidariedade com as outras mulheres que viriam depois delas, foi iniciado um gesto espontâneo de escrever mensagens nas paredes daqueles quartos imundos, inclusive com dicas de como agir. Escreviam com a única cor que tinham. O vermelho do sangue de suas vaginas estupradas.

O senhor me diria: claro, isso é coisa de terrorista islâmico. Sim, sem dúvida. Mas quero lhe contar o que investigações e auditorias revelaram em um local mais próximo de nós: o Haiti.

Ali e em outros locais onde estão destacadas, as tropas de paz da ONU - repletas de moral, credibilidade e protocolos - foram acusadas de estupro e de abusos com mulheres, meninas e meninos. Alguns, em troca de comida. Num caso específico, um garoto era semanalmente estuprado por oficiais, em troca de bolachas. Há até mesmo uma categoria de crianças hoje nesses países, "os filhos da ONU".

Na Sérvia, num barracão onde eram depositados os refugiados que aguardavam para chegar até a Europa Ocidental, conheci uma mulher que não falava. Sua irmã, depois, veio me explicar que ela ficou muda depois de ter sido estuprada pelo "guia" que seus pais tinham contratado na Turquia para que elas cruzassem as fronteiras. Para pagar pelo guia, os pais venderam as únicas coisas que tinham: uma casinha e dois animais.

Em Dadaab, no Quênia, entendi toda a minha ignorância quando fui perguntar para um grupo de crianças do que elas tinham mais medo. Achei que a resposta seria: as bombas de Mogadíscio. Mas era do escuro do campo de refugiados. Quando pedi para saber o motivo, uma delas sussurrou: "não podemos nem ir ao banheiro pela noite. Um homem pode fazer coisas ruins com nosso corpo".

Anos depois, voltei a viajar para a África. Da janela do avião a hélice em que eu voava, podia ver como um garoto usava um pedaço de galho para tentar dirigir o destino de vacas e outros animais. Enquanto ele conseguia dar direção ao gado, algumas reses escapavam um pouco adiante.

Do assento em que eu estava, quase não consegui ouvir quando o piloto se virou para trás e, competindo com o barulho do motor, gritou que estávamos iniciando a aterrissagem. Jamais imaginaria que, minutos depois, era sobre aquele local de terra de onde o garoto estava retirando os animais que o avião iria pousar. O que de fato eu tinha visto era a preparação da pista de pouso.

Eu tinha viajado para um lugar a oeste da cidade de Bagamoyo, na Tanzânia, para escrever sobre o impacto da Aids numa das regiões mais pobres do planeta. Mas seria naquele local que eu descobriria, de uma maneira inusitada, a dimensão do drama de imigrantes e refugiados. Ao longo dos anos, visitei campos de refugiados na fronteira do Iraque, entre o Quênia e a Somália, em Darfur, na rota entre a Turquia e a Europa. Vi milhares de pessoas sem destino. Mas, nas proximidades de Bagamoyo, aquela história era diferente. Oficialmente, não havia uma guerra. Não havia um acampamento de refugiados. Mas eu logo descobriria que nem por isso o desespero deixava de estar presente naquela população.

Eu fazia uma visita a um hospital e esperava para falar com o diretor. Por falta de médicos, ele fora chamado para fazer um parto. Sabia que aquilo significava que eu passaria horas ali, à espera de minha entrevista. Restava fazer o que eu mais gostava nessas viagens: descobrir quem estava ali, falar com as pessoas, perambular pelo local, ler os cartazes e simplesmente observar. No portão do centro de atendimento, centenas de mulheres com seus véus coloridos aguardavam de forma paciente. Tentavam afastar as moscas, num calor intenso, enquanto o choro de crianças rompia os muros descascados daquela entrada de um galpão transformado em sala de espera.

Ao caminhar para uma das alas, fui barrado. Os enfermeiros me pediram que não entrasse no local. Quando perguntei qual era a especialidade daquela área, disseram que não podiam revelar. Em partes da África, o preconceito e o estigma em relação aos pacientes de Aids obrigam os hospitais a não indicar nem em suas paredes o nome da doença. Decidi sair do prédio em ruínas e, num dos pátios do hospital, vi duas garotas brincando.

Não tinham mais de 10 anos de idade. 0E o único momento em que olharam para o chão, sem resposta, foi quando perguntei o que faziam ali. Mas a curiosidade delas em saber o que um rapaz branco, com um bloco de notas na mão e uma câmera fotográfica, fazia lá era, era maior que sua vontade de contar histórias. Desisti de seguir com minhas perguntas. Expliquei que era jornalista brasileiro e, para dizer meu nome, mostrei um cartão de visita, que acabou ficando com elas.

Quando iam responder à minha pergunta sobre os seus nomes, nossa conversa foi interrompida por uma senhora que, da porta do hospital, me avisava que o diretor já estava à disposição para a entrevista. Deixei aquelas crianças depois de menos de cinco minutos de conversa. Já caminhando, virei e disse uma das poucas expressões que tinha aprendido em suaíli: kwaheri - "adeus". Ganhei em troca dois enormes sorrisos.

Terminada a entrevista com o diretor do hospital, confesso que nem sequer notei se as meninas continuavam ou não no pátio. Estava ainda sob o choque de um pedido do gerente da clínica, que, ao terminar de me explicar o que faziam, me perguntou se eu não poderia deixar para eles qualquer comprimido que tivesse na mala. Qualquer um. Até mesmo se o prazo de validade já tivesse expirado. Alguns meses depois, já na Suíça, abri minha caixa de correio de forma despretensiosa ao chegar em casa. Num envelope surrado e escrito à mão, chegava uma carta de Bagamoyo.

Pensei comigo: deve ser um erro e a carta deve ter sido colocada na minha caixa por engano. Eu não conheço ninguém em Bagamoyo. Mas o envelope deixava muito claro: era para Jamil Chade. Antes mesmo de entrar em casa, deixei minha sacola no chão e abri o envelope. Uma vez mais, meu nome estava no papel, com uma letra visivelmente infantil. Eu continuava sem entender. Até que comecei a ler. No texto, em inglês, quem escrevia explicava que tinha me conhecido diante do hospital e que tinha meu endereço em Genebra por conta de um cartão que eu lhe havia deixado.

Como num sonho, as imagens daquelas garotas imediatamente apareceram em minha mente. Mas o conteúdo daquela carta era um verdadeiro pesadelo. A garota me escrevia com um apelo comovedor. "Por favor, case-se comigo e me tire daqui. Prometo que vou cuidar de você, limpar sua casa e sou muito boa cozinheira." A carta contava que sua mãe havia morrido de Aids - naquele mesmo hospital - e que seu pai também estava morto. Cada um dos oito filhos fora buscar formas de sobreviver e ela era a última da família a ter permanecido na empobrecida cidade. "Preciso sair daqui", escrevia a garota. A cada tantas frases, uma promessa se repetia: "Eu vou te amar."

Uma observação no final parecia mais um atestado de morte: "Com as últimas moedas que eu tinha, comprei este envelope, este papel e este selo. Você é minha última esperança." Deputado, talvez o senhor classificaria essa pessoa no grupo de "meninas fáceis". Eu, porém, chorei de desespero e de impotência diante daquele pedido de resgate. Eu e o senhor- homens brancos - nascemos como a classe mais privilegiada do planeta. Eu e o senhor não tivemos de fazer nada para adquirir esses privilégios. Existimos.

É nossa obrigação, portanto, desmontar o processo de profunda desumanização de uma guerra e da miséria. Cada um com suas armas. Não sei qual será o destino que a Assembleia Legislativa em São Paulo, seu partido e seus eleitores darão ao senhor. Qualquer que seja ele, só espero que esse episódio revoltante sirva para que haja alguma insurreição de consciências sobre a condição feminina. Na guerra e na paz.

*Grato pela atenção - Jamil

*Jamil Chade - Colunista do UOL






Ouça o áudio completo :







Clique nos links baixo para ver também :

 





BBB 21 não foge à regra dos últimos anos : incentiva a polêmica não saudável para ter audiência



Lucas Penteado no BBB 21 - TV Globo sofre bullying moral


O egoísmo une os covardes

Fabrício Carpinejar

Algo que absorvi desde cedo: esteja ao lado do mais fraco. Esteja ao lado do mais vulnerável. Esteja ao lado de quem não vem sendo entendido.

O único jeito de ganhar alguém para sempre é não deixá-lo perdendo sozinho.

Amizade é resgate, é socorro, é trazer alguém de volta dos seus pensamentos solitários e mórbidos. É quando a paciência combate o preconceito, é quando o ouvido estende a mão imaginária contra a desistência e o desespero.

É se aproximar e dizer: “eu sei o que você vem sofrendo, conte comigo”. Só se tira alguém do sofrimento dando atenção, respeitando as suas palavras.

Não seguir o rebanho indica personalidade: aguentar ser diferente no momento em que todos se copiam.

Juntar-se a quem tem poder e fama, por sua vez, é interesse, oportunismo, afinidades do autoritarismo. Busca-se o privilégio da imunidade. Você não quer se sentir ameaçado e agride em grupo para não estar no lugar de quem é debochado.

É a pior escolha da vida. Não obedece à voz da consciência por aquilo que é mais cômodo. Foge de se expor, foge da luta, foge de defender o que é justo e certo. Para não sofrer represálias, para também não ser boicotado, para não ser encaminhado ao paredão.

Sabe que está errado, mas prefere não correr o risco de se tornar a próxima vítima. Aceita rir de quem não merece a ser zombado. O egoísmo une os covardes.

Na escola, os meus melhores amigos não eram os mais populares, os mais bonitos, mas os que ficavam excluídos e escanteados pela turma. O bullying foi o cupido de grandes cumplicidades.

São meus amigos até hoje, porque nos escolhemos pela verdade, não pela aparência. Ao nos aceitarmos, acabávamos com a rejeição. As adversidades em comum fortaleciam nossas conversas pelo recreio.

A dor partilhada é o elo mais indestrutível da confiança. Mais do que a alegria. Mais do que a festa. Mais do que a aventura.

Os afetos humilhados serão exaltados pelo tempo.






" Maricas é a PQP ", diz brasileira que perdeu marido para a Covid




247 - A postagem de uma brasileira que perdeu o marido para a pandemia de coronavírus tem repercutido muito nesta quarta-feira (11) no Twitter. Vanda Célia Oliveira revoltou-se com o discurso de Jair Bolsonaro: "maricas é a PQP".

"Há quase um mês, meu marido Alberto Coura morreu de sequelas da Covid 19. Enfrentou a doença com valentia durante 84 dias na UTI. Desde então, sofro que nem cachorro e luto pra ver se também não morro. Não gosto de ser rude, mas hoje, peço licença para dizer que 'maricas' é a puta que pariu", postou Vanda, com uma foto do marido e do filho.

Em outro tuíte, numa resposta à jornalista Elena Landau, ela complementa: "Oh Elena, obrigada pela solidariedade. Foram 40 anos juntos. Um deserto nasceu em mim e vou conviver com ele para sempre".

Em discurso no Palácio do Planalto nesta terça, Bolsonaro disse que o Brasil não pode ser um país de maricas ", ao falar de mortes para a Covid-19. “Tudo agora é pandemia. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer um dia... Não adianta fugir disso, da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas, pô”, disse.




Os celulares e a empatia dos profissionais de saúde amenizam o sofrimento e solidão dos " maricas ", internados nos hospitais, devido à pandemia de covid-19. Assim eles conseguem se comunicar com seus familiares.













O que o suicídio de uma apresentadora britânica linchada nas redes diz sobre o Brasil de Bolsonaro





Mauro Donato

No sábado passado, o linchamento virtual da internet fez uma jornalista cometer suicídio.

Caroline Flack, apresentadora de programas de reality famosos como Love Island (Ilha do Amor), tinha 40 anos e não suportou o tribunal de carrascos das redes sociais. 

Em dezembro do ano passado, Caroline Flack foi acusada de ter agredido o namorado, o tenista Lewis Burton. Devido à repercussão, foi afastada do programa. 

Mesmo com o namorado recusando-se a prestar queixa e declarando apoio a Caroline, o estrago perante a opinião pública já estava feito. 

A Justiça britânica, pressionada pelo populacho, deu andamento e chegou a decretar que a apresentadora mantivesse distância de Lewis Burton. Eles passaram o Dia dos Namorados separados por decisão judicial.

Ontem, Burton fez uma postagem terrivelmente triste no Instagram: “Meu coração está partido, tivemos algo tão especial (…) Sinto tanta dor, sinto muito sua falta.”



No Reino Unido há um agravante clássico: os tabloides. Jornais sensacionalistas fazem grande sucesso na ilha e amplificaram a gritaria da internet. Passaram os últimos dois meses massacrando Caroline Flack. Ela sucumbiu. 

O episódio de Love Island de ontem não transmitido, mas segundo a ITV o programa continuaria normalmente nesta segunda-feira.

O caso reacendeu, com intensidade de pira olímpica, a pauta da regulamentação das mídias sociais.

“Eu me preocupo com permitirmos que as empresas de mídia social se regulem. Em nenhuma outra área da vida permitiríamos que empresas privadas se policiassem. Devemos garantir que o estado tenha um sistema de regulamentação”, declarou Lisa Nandy ao jornal The Guardian. 

“A imprensa também tem que assumir responsabilidades. Não apenas pelo ódio e abuso, mas pela difamação constante dos deputados trabalhistas e líderes trabalhistas. Temos que fazer algo para diversificar nossa imprensa, para ter uma mídia melhor. Não eram apenas as mídias sociais, eram as mídias amplificando o que as mídias sociais estavam fazendo”, afirmou Keir Starmer, candidato à liderança trabalhista.

Ele tem divulgado que irá “diversificar” a imprensa caso substitua Jeremy Corbyn, atual líder do Partido Trabalhista.

O caso merece destaque no Brasil pela similaridade aos ataques sofridos por jornalistas, entre eles Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo.

Desde que expôs o esquema de disparos turbinados em grupos de whatsapp (e financiados por empresas) que colaboraram para a eleição de Bolsonaro, a jornalista tem sofrido ataques odiosos.

Após a última sessão da CPI das fake News, mais de um vídeo sugerindo que Patrícia é prostituta passaram a circular entre grupos de direita.

A ampliação das bobagens de MBL e grupelhos afins que nasceram nas redes sociais circulando memes e mentiras tornou-se um monstro que agora está fora de controle.

Patrícia Campos Mello hoje pode estar achando graça de videozinhos esdrúxulos comparando-a a prostitutas. Mas com o tempo, e inevitável intensificação dos ataques e ofensas, isso pode ganhar uma dimensão insuportável.

A apresentadora inglesa Caroline Flack já tinha sido vítima de tabloides e parecia ter tirado de letra. Em 2009 ela namorava com o príncipe Harry. Quando o relacionamento vazou para a imprensa, o tratamento foi grotesco, como sempre é nesses jornais.

“Eu não era mais Caroline Flack, apresentadora de TV, mas Caroline Flack, a ‘ficante’ do príncipe Harry”, disse ela na época. Decidiram terminar o namoro de maneira descomplicada.

Mas o subconsciente pode ser um acumulador implacável. A soma de casos isolados, ainda que aparentemente inofensivos, pode resultar em tragédias.



Palavrões e xingamentos : " A boca fala do que o coração está cheio ”






 Jackson César Buonocore

Os palavrões e xingamentos estão por toda parte e são com frequência pronunciados em locais públicos, entre os quais: bares, restaurantes, lojas, empresas, escolas, igrejas, órgãos públicos, etc., que revelam o total desrespeito a tais ambientes e as pessoas que os frequentam.

O palavreado chulo, geralmente, é seguido de xingamentos, que viraram modismo nos programas de televisão e na web, que servem para chocar ou trollar seus espectadores. O problema é que a superexposição dessa linguagem é algo grosseiro, espiritual e psicologicamente nocivo.

Além do que é uma falta de educação que destrói o sentido das relações humanas, com a eclosão de ofensas evasivas, se configurando como uma catarse, que esconde questões mal resolvidas na fase anal, fálica e genital. É, principalmente, um interesse psicopatológico por fezes, ocultando desejos inconscientes.

Assim, as palavras obscenas se misturam nesse contexto, mas antes eram faladas somente em situações íntimas entre amigos, familiares e casais, que causavam uma “vergonha” permitida pelos interlocutores.

Hoje, essas coisas são vazadas na internet, onde as pessoas são esculachadas: quem mais ofende mais ganha likes, sendo que os insultos ainda chegam repletos de erros gramaticais. Não há nisso: estética literária, tampouco exercício da crítica e nem liberdade de pensamento.

Aliás, os palavrões e xingamentos crescem em lares ou famílias impregnadas de intrigas e discórdias, em que crianças e adolescentes assimilam essas atitudes, que se reproduzem nas escolas e rede sociais, em forma de bullying.

As palavras têm poder simbólico, mesmo no seu uso pejorativo, que de forma subjetiva são ditas por meios pegajosos, para nos transmitir a sensação de que vivemos em mundo escatológico, que precisa de ordem e força.

Há séculos os grandes filósofos e líderes espirituais tinham a consciência de que quanto mais obscenos os discursos dos sujeitos, mais obscenos serão seus pensamentos, consequentemente, mais nauseabundas serão suas condutas. E, atualmente, a neurociência identifica os “estragos” que a emissão de obscenidades causa no cérebro.

Contudo, temos várias maneiras dos indivíduos se libertarem do hábito repulsivo e medonho de dizer palavrões e xingamentos, o primeiro passo é não falar e nem postar nada, tentando vigiar os venenos da língua e as amarguras do coração. Elevando-se como ser humano acima da vulgaridade verbal, comportamental e da miséria da alma.

Portanto, essa linguagem se transmuta em indigência intelectual e imaterial, que se manifesta em ações sociopolíticas de ordem sádica ou necrófila. Afinal, é a comunicação verbal que nós, seres humanos, usamos para nos expressar, dando sentimento e intenção em todas as palavras. Mas, se elas estão corrompidas pela baixeza – vão mostrar sinais – do que existe de pior dentro de nós. É como disse Jesus: “A boca fala do que o coração está cheio.”







Sprite colocou hater cara a cara com 100 de suas vítimas – veja no que deu



Resultado de imagem para Sprite colocou hater cara a cara com 100 de suas vítimas – veja no que deu






Débora Schach


A Sprite convidou um hater para participar de um experimento. Foi assim que o garoto, que atacou cerca de 565 pessoas em mais de 1000 tuites durante o ano passado, acabou cara a cara com 100 de suas vítimas. 

Os insultados usavam camisetas onde estavam impressas as mensagens ofensivas postadas pelo jovem. Um a um, eles se aproximavam e liam os insultos em voz alta. Em seguida, no auge da tensão, todos cercam o hater, começam a cantar ‘All You Need is Love’, dos Beatles, e o abraçam.

A campanha, criação da argentina Santo, quer mostrar que o amor é maior que o ódio. A agência garante que o troll não fazia ideia da natureza do experimento, e que não podia prever qual seria sua reação. Ele, por sua vez, declarou – “Quando todos eles me abraçaram, eu pensei… eu nunca vou esquecer isso”. Assista ao vídeo logo acima. Abaixo, os bastidores da ação. Saiu na  Creativity.