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Com seu humor inteligente, Gregorio Duvivier compara Bolsonaro à “velhinha da lambreta”




Caso você queira escapar da investigação por um crime comum, basta cometer um crime contra a humanidade

"Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta." Stanislaw Ponte Preta conta, em sua crônica mais famosa, a história dessa velhinha motoqueira que atravessa todo dia a fronteira levando um enorme saco na garupa. "Que diabo a senhora leva nesse saco?", pergunta o fiscal. "Areia!". O fiscal descrente inspeciona o saco, e pasme: é areia. E todo dia a história se repete, e a velhinha passa com seu saco. E todo dia ele inspeciona. Mas é sempre areia. O fiscal, morto de curiosidade, promete que não vai prendê-la, só quer mesmo saber. "Promete que não espáia?", pergunta a velhinha, que então confessa o que estava contrabandeando o tempo todo. "É lambreta."

Bolsonaro é a velhinha da lambreta. O parlamentar descobriu, ao longo de 30 anos de vida pública, a solução perfeita pra multiplicar o patrimônio e passar despercebido: colocar um bode na sala. Não acho que Bolsonaro acredite nos descalabros que diz. O candidato teve uma epifania, talvez a única da sua vida: descobriu que, se você elogiar torturador, condecorar miliciano, celebrar homofobia, ameaçar bater em mulher, ninguém vai reclamar que você empregou uma dúzia de funcionários fantasmas no seu gabinete.

A estratégia não deixa de ser corajosa. Descobrimos, graças ao presidente, que, caso você queira escapar da investigação por um crime comum, a melhor maneira é você cometer um crime contra a humanidade. Quem é que vai se preocupar com um cheque de R$ 89 mil pra sua esposa quando você tem 600 mil mortos nas suas costas? O crime anterior agora parece ridículo. Ou, como o nome diz: comum. E quanto maior o crime, mais lenta a justiça. O Tribunal de Haia é mais devagar que o Supremo.

Bolsonaro carrega um cadáver no porta-malas do seu carro. Mas ele dirige pelado, falando no celular, sem cinto de segurança e cometendo uma dúzia de infrações menores. Ninguém se lembra de checar o bagageiro. Mas o cadáver tá lá, o tempo todo.

Juliana Dal Piva descobriu que sua família comprou mais de cem imóveis, a maioria com dinheiro vivo. Isso deveria ser o primeiro assunto a ser perguntado em todo debate e em toda sabatina. Voltando pra história da velhinha: a gente fica olhando pra areia, porque a areia, no caso dele, é metanfetamina. Mas não acho que seus crimes de opinião sejam o pior que ele faz. Tem coisa grande passando por debaixo do pano. Alguém precisa lembrar de pedir a documentação dessa lambreta.




Nota 

A charge que abre o texto não consta na publicação original.
Foi pesquisada na Internet e colocada por mim.
( Rosa Maria - Editora do Blog )



Lula emociona : Linda e emocionante propaganda política !


 


 


Diário, eu não vi o JN todo ao vivo ontem, porque uma parte coincidiu com a minha live. Mas até o meu operador de câmera tava vendo o Cara no celular.

O chato é que, logo que acabou a live, eu disse: “Já bota aí naquele canal”. E deixaram isso ir pro ar, Diário! Tá lá na live, pode olhar!

Pô, quem é o editor daquela porcaria? Tinha que ter cortado a frase.

E, olha, a entrevista no JN foi fogo, Diário.

O Bonner começou falando sobre corrupção. Pensei que o Cara ia se borrar de medo, mas ele deu uma risadinha que queria dizer “Foi pra essa pergunta eu estudei, professora”, e saiu matando a Lava-Jato. Matando, pisando e jogando areia em cima.

A verdade, Diário, é que o Cara é um craque.

Tentaram fazer ele falar mal da Dilma, mas ele defendeu a mulher e depois disse que ele era ele e ela era ela.

Tentaram fazer ele falar mal do MST, mas o cara contou o trabalho que os emessetistas fazem com a agricultura orgânica.

Tentaram jogar o Cara contra o agronegócio e ele fez piadinha com o Blairo Magi.

O Cara falou de picanha, cervejinha e futebol, e assim agradou os homens.

Falou que ia renegociar a dívida das mães de família, e assim agradou as mulheres.

Citou Paulo Freire, e assim agradou os professores.

Falou um monte de vezes no Alckmin, e assim agradou os moderados.

Criticou China e Cuba, e assim agradou os anticomunistas.

Falou que hoje o Brasil tá com os mesmos números que tinha em 2002, quando ele pegou o Brasil e deu um jeito. E assim agradou os esperançosos.

O pior de tudo é que ele me chamou de “Bobo da corte” e isso virou trending topic no Twitter. É o novo “tchutchuca do centrão”.

Que raiva!

Que raiva...

Olha, Diário, até o Merval Pereira disse que o Cara foi bem. Sabe o que isso quer dizer? Sabe? Que ele arrasou...

Depois dessa entrevista, quem tava indeciso se decidiu.

Quem ia anular o voto, anulou a anulação.

Quem ia votar em branco, trocou pelo vermelho.

A Tebet, que já ia votar nele no segundo turno, vai votar no primeiro.

E o Ciro, em vez de ir pra Paris, vai pra São Bernardo.

Ferrou, Diário, ferrou...

PS: Lula mentiu! O MST não é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. É da América Latina. Isso o Bonner não contestou, pô!




Diário, ontem foi o dia da minha entrevista no JN.

Eu fiz o que todo assaltante, político ou marido tem que fazer quando é pego no pulo: insisti na mentira (“não fui eu”, “não foi assim”, “não é batom, é tinta”).

Aliás, no tocante a mentiras, disseram que eu falei uma a cada três minutos.

Por exemplo, eu disse que nunca xinguei um ministro do STF. Aí lembraram que eu chamei o Xandão de “canalha”, mas respondi que tinha sido só um. Ainda bem que esqueceram que eu também chamei o Xandão de “otário” e o Barroso de “imbecil”, “idiota” e “fdp”.

Também menti sobre as urnas, falando que o inquérito de 2018 ainda tava vendo se teve ou não fraude. Mas o inquérito já disse que o hacker que entrou no sistema não comprometeu a integridade da votação.

Falei que fui rapidão na compra de vacinas, só que, até o final de 2020, mais de 50 países já tinham começado a vacinação e o Brasil... babau.

Na verdade, só começou em 17 de janeiro por causa do Doriana, mas eu não vou levantar a bola do defunto.

Disse que em 2014 e 2015 o Brasil perdeu 3 milhões de empregos, mas foram 877 mil. Exagerar não é mentir, pô!

Disse que concluí a transposição do rio São Francisco e que a coisa estava parada desde 2012, mas, quando eu assumi, já tinha 92,5% da obra encerrada, e até o Temer inaugurou um trecho.

Disse que dei o auxílio de R$ 600, mas não falei que queríamos dar só R$ 200.

Uma mentira bem caprichada foi a de que o oxigênio chegou em Manaus em 48 horas. Na verdade, demorou 96 e só chegou o suficiente pra um dia. Depois veio um carregamento da Venezuela (maldito oxigênio comunista!). E demorou mais uns dias até chegar o suficiente. Mas aí já tinha morrido um monte de gente sem ar.

Aliás, eu disse que não imitei doentes, mas a cena tá na internet pra todo mundo ver.

Também falei que, no meu tempo, o Centrão não se chamava Centrão, mas o termo surgiu na Constituinte de 1988.

Disse que o pix foi invenção do meu governo, mas ele começou a ser feito em 2018.

Enfim, Diário, acho que não ganhei nem perdi voto ontem (tanto que a coisa mais comentada foi a cola na minha mão). Quem acreditava em mim, continuou acreditando. Quem não acreditava, continuou desacreditando. Na casa do adversário, um empate já tá bom.








E no Brasil . . . 21/08/2022

 


Diário, a minha esperança é Deus. Quer dizer, Deus, não. Um poder acima dele: os pastores. Só os malafaias, macedos, santiagos, sônias e maltas é que podem me salvar de não perder no primeiro turno.

Tem uns evangélicos progressistas que não dão a menor bola pra mim. Mas os que seguem esses megapastores são mais fáceis de convencer. Com um discurso do bispo na orelha e umas feiquenius no celular, o cara cai na minha conversa fácil, fácil.

É esse eleitor que tá me salvando. Ele não se importa muito que mais de 30 milhões tão passando fome, que morreram quase 700 mil de covid, que a inflação passou de 10%, que o mercado de trabalho está precário do que nunca, etc... Ele quer é um governo que seja contra gays, demônios e comunistas.

Por isso, enquanto o Outro fala de livro, eu falo da Bíblia. Enquanto o Outro fala de trabalho, eu falo de Deus. Enquanto o Outro fala de saúde, eu falo de milagre.

Eu sei que o governo não tem nada a ver com Bíblia, Deus e milagre, mas e daí? É o que temos pra hoje, pô!

E vou te contar, Diário: não sou só eu que estou atrás do voto das ovelhas. Nessa eleição, 902 candidatos que colocaram as palavras “pastor”, “irmão” ou “bispo” na frente do nome. Tem mais santo na urna eletrônica que na Capela Cistite.

Por isso, toda noite eu rezo uma oração chamada Pastor Nosso. Eu que inventei. Ela é assim:

Pastor nosso que estais no púlpito,
santificada seja vossa conta bancária
e venha a nós o vosso eleitor
assim no primeiro como no segundo turno.
O voto para esta eleição nos dai hoje
que nós lhe entregaremos o MEC
assim como perdoaremos
os seus impostos e taxas.
E não nos deixeis ficar sem imunidade parlamentar,
mas livrai-nos da cadeia,
Amém.













Quem ainda vota em Bolsonaro ?





Os fascistas votam, certamente. Eles são a base política do governo. Pensam como ele e nunca se sentiram tão à vontade no governo como agora. Desde os tempos dos Integralistas na era Vargas. Mas como eles não gostam de eleições fica a dúvida se podemos considera-los suporte do voto bolsonarista. Mas também lembro agora que são mentirosos, falsos, fazem de tudo para conseguir o que querem, sem moral, sem pudor.

Depois deles vêm os preconceituosos, os racistas, os elitistas, os espertalhões, os violentos, muitos do agronegócio, outros tantos do mercado financeiro, alguns banqueiros, outros industriais, algumas mulheres, alguns evangélicos, muitos eu diria e um bando de gente que não gosta do próximo, não quer pensar nem viver num país para muitos. O sonho deles é um país onde a maioria se mate de trabalhar e eles fiquem no bem bom ainda fazendo proselitismo de progressista.

Essa gente certamente prefere o Bolsonaro. Também preferem aqueles que não querem pensar muito, que não se metem em política, que olham para o próprio nariz achando que ali se abre um enorme horizonte. Entre os que votam coloco também muitos militares, no bom e no mau sentido, se é que existe algum bom sentido em votar no Bolsonaro. Mas talvez um certo espírito de corporação, ainda um medo do progresso, das transformações e da desmistificação da farda. O problema não é a farada e sim o mau uso dela.

Tenho até uma certa dúvida se os conservadores, monarquistas, reacionários, todos fecham com o Bolsonaro. Ele não preza pela inteligência e alguns desses que citei têm veleidades intelectuais. Também não votam no Lula. Ficam ali entre a Simone Tebet e o sonho eterno do Fernando Henrique. Mas FHC não está mais no páreo e a época da política “per bene” acabou. O povo está na rua passando fome, pedindo transformações. Não dá para resolver a questão nas salas de aula da Sorbonne. Até podemos usar o que aprendemos lá, mas na prática temos que ser realistas e ter coragem política para votar bem e ajudar a mudar este país.

Essa é a escolha de quem vota à esquerda. Sem medo de ser feliz. Tratar o país como um ser em eterna transformação e não estagnado para favorecer que vive desta paralisia progressiva.

Chega disso. O país não saiu do lugar. Pelo contrário, retrocedeu a ponto de aumentar a violência, os assassinatos, a roubalheira, a falsidade, o cinismo, a politicagem, a grilagem, e tudo aquilo que o desenvolvimento havia abolido.

É fácil identificar olhando em volta hoje quem tem pinta de votar no Bolsonaro. Faça uma experiência sem colocar sua vida em riso, é claro. Certamente você vai encontrar o grupo mais complicado desses eleitores do homem. Aqueles que votaram em branco ou nulo. Essa é a fatia importante. E nesses eleitores que colocamos nossa esperança de transformação. Não há voto em branco que não possa escolher alguém, nem voto nulo que não possa ser útil.






 

Diário do Bolso . . . 07/08/2022



Diário, tem uma carta aí contra mim. O nome da bagaça é “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”.

É coisa da Faculdade de Direito da USP. Tem que mudar o nome dela pra Faculdade de Direita da USP. Aí, sim!

O treco foi lançado terça-feira. Na mesma noite já tinha 30 mil assinaturas. Ontem à tarde chegou a 70 mil e agora de manhã já eram 165 mil.

Agora me diz, Diário, como vai caber tanta assinatura numa carta? Só se ela for escrita num rolo papel higiênico, pô!

Eu não li o negócio, porque é cheio de letra amontoada, mas me mandaram um pedaço pelo twitter que diz assim: “Estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.”

E tão mesmo! Mas é só todo mundo votar em mim que isso passa.

O link da tal carta é esse: https://direito.usp.br/.../3f8d6ff58f38-carta-as.... Mas eu espero que ninguém mais assine essa porcaria.



Querendo assinar a carta clique no link abaixo :

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