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Lula defende mais filhos de porteiros na universidade e menos figuras como Paulo Guedes no poder



Perfil no Twitter do ex-presidente Lula respondeu a um internauta que disse ser “um dos filhos de porteiro e empregada doméstica” que pôde estudar graças aos programas dos governos do PT.

247 - O ex-presidente Lula defendeu, via postagem de sua equipe no Twitter, que mais filhos de porteiros entrem nas universidades e menos figuras como Paulo Guedes ingressem para a política.

A postagem rebate à declaração do ministro da Economia, que reclamou que “filho de porteiro com nota zero no vestibular" conseguia entrar em faculdade com bolsas do Fies durante os governos do PT. Para ele, o Fies foi um “desastre” que enriqueceu meia dúzia de empresários.

“Por mais jovens como Ricardo e menos homens como Paulos Guedes”, postou Lula, em resposta a um internauta chamado Ricardo Silvestre.

O post do internauta - que se define como “publicitário, especialista em mídia digital, agente de influenciadores e creators pretos, speaker, consultor e fundador da Black Influence” - dizia: “Felizmente um dos filhos de porteiro e empregada doméstica sou eu, que pude estudar pela existência dos programas sociais do governo Lula”.






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Bon Jovi inaugura mais um restaurante para universitários que não podem pagar



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O cantor Bon Jovi inaugurou mais uma filial da sua rede de restaurantes que oferece comida a pessoas que não tem dinheiro para pagar, no geral estudantes. Seu intuito é “(...) dar-lhes o apoio necessário para alcançar seus sonhos”.


Redação Conti Outra

O cantor Bon Jovi, que além da sua carreira musical também tem se destacado nos últimos anos por ações solidárias, acaba de abrir mais um restaurante para universitários que não têm dinheiro para pagar pelas refeições.

O o astro do rock de 57 anos inaugurou nesta semana, junto com sua esposa Dorothea Hurley, o terceiro restaurante Soul Kitchen em Nova Jersey, nos EUA.

O novo restaurante do cantor fica no campus da Universidade Rutgers e atende a um novo grupo de clientes de baixa renda, no geral estudantes universitários.

O intérprete do hit It’s My Life disse que pretende “desempenhar um papel no alívio da insegurança alimentar entre estudantes universitários e dar-lhes o apoio necessário para alcançar seus sonhos”.

O menu do restaurante apresenta ingredientes de origem local e oferece vários métodos de pagamento como:

● pague o que puder
● pague o que quiser
● ofereça ou pague adiante

A iniciativa visa criar um senso de comunidade, respeito e dignidade, além de caridade entre comunidades locais.

As cozinhas JBJ Soul Kitchens também funcionam em Toms River e Red Bank, em Nova Jersey. Até agora já foram servidas mais de 105.000 refeições, com 46% dos clientes pagando voluntariamente e os 54% restantes com doações.

Em sua última inauguração, Bon Jovi revelou que não planeja interromper sua expansão de food service tão cedo.

No site dele do projeto, JBJsoulkitchen.org, o visitante pode comprar a linha de temperos da casa, encontrar instruções, horário de funcionamento, e ainda se cadastrar para realizar doações ou ser voluntário.






Tsunami da Educação : Veja a agenda de manifestações



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Via Rede Brasil Atual:


Estudantes e professores vão cruzar os braços e ir às ruas nesta quarta-feira (15), em todo o Brasil, no Dia Nacional de Greve na Educação contra o corte de verbas nas universidades e institutos federais. Secundaristas, universitários, pós-graduandos, professores e trabalhadores da Educação estarão juntos na mobilização nacional. Segundo a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, a expectativa é de que a sociedade apoie e participe dos atos.
"Temos expectativa muito positiva porque a gente acha que Bolsonaro precisa entender que não é simples ignorar o clamor das ruas”, diz. "Ele vai provar o gosto da pressão popular nessa quarta-feira", acrescentou ela.
Em São Paulo, a manifestação será realizada no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, a partir das 14h. Todas as entidades estudantis estarão presentes. Já no Rio de Janeiro, os manifestantes realizarão uma caminhada no centro da capital, da Candelária até a Central, a partir das 15h.
O setor da educação universitária vai parar no Brasil inteiro. Até agora já são mais de 70 universidades que confirmaram a adesão à greve e aos atos que ocorrerão em todas as capitais. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, o corte de recursos da área "colocou lenha na fogueira" e ajudou a ampliar a adesão. "Somente juntos vamos fortalecer essa luta pelo direito social e humano a uma educação pública e de qualidade da creche à pós graduação", disse.

Confira a agenda completa de mobilizações:



SUL
Rio Grande do Sul- Porto Alegre: Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), às 18h. 
- Caxias do Sul: Praça Dante Alighieri, no centro, às 17h30
- Viamão: centro de Viamão, às 16h
Santa Catarina- Florianópolis: Praça Central, às 15h- Chapecó: Praça Coronel Bertaso, no centro, às 9h30
Paraná
- Curitiba: Praça Santos Andrade, centro, às 9h, com caminhada a partir das 10h até o Centro Cívico. 
Às 11h30, haverá ato em frente a prefeitura e, às 12h30, uma reunião com a bancada da Educação na Assembleia Legislativa.
SUDESTE
São Paulo
- São Paulo: Masp, na Avenida Paulista, às 14h 
- Sorocaba: Praça Coronel Fernando Prestes, centro, às 9h 
- São Carlos: Praça Coronel Salles, às 9h 
- Campinas: Largo do Rosário, às 10h30
Minas Gerais
- Belo Horizonte: Praça da Estação, na Avenida dos Andradas, às 9h. A partir das 14h haverá um debate sobre a reforma da previdência na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Rio de Janeiro
- Rio de Janeiro: Candelária, na Praça Pio X, às 15h 
Espírito Sаnto- Vitória: Universidade Federal do Espírito Sаnto (Ufes), no campus Goiabeiras e Maruípe, às 16h30. Às 8h30 terá um ato unitário na Praça do Papa, também na capital.
CENTRO-OESTE 
Distrito Federal
- Brasília: Museu Nacional, às 10h
Goiás- Goiânia: Praça Universitária, no Setor Leste, às 14h. Já por volta das 15h, os trabalhadores da educação em Goiânia farão ato público na Praça Cívica.
Mato Grosso- Cuiabá: Praça Alencastro, às 14h, com estudantes, professores e servidores da educação. 
Mato Grosso do Sul- Campo Grande: Gramado do Pontilhão, em frente a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, às 9h. 
NORTE 
Amapá
- Macapá, Praça da Bandeira, 16h, com estudantes e trabalhadores da educação.
Amazonas
- Manaus: Entrada da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), às 7h e, na Praça do Congresso, às 15h.
Pará- Belém: às 8h, na Praça da República, haverá um ato público da categoria. Mais tarde, na Praça Dom Pedro II, às 11h, os estudantes realizarão sua manifestação.
Tocantins- Palmas: Praça dos Girassóis, na Av. Joaquim Teotônio Segurado, às 9h. No mesmo horário, trabalhadores realizarão um ato na Câmara Municipal.
Acre- Rio Branco: Ato na Universidade Federal do Acre (Ufac), às 7h. Já às 8h terá um ato público, organizado pelos trabalhadores da educação, em frente ao Palácio Rio Branco.
NORDESTE 
Maranhão
- São Luis: Ato de estudantes na vivência da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), às 11h30. Mais tarde, às 15h, na Praça Deodoro, os trabalhadores da educação farão greve e participar do ato unificado.
Piauí
- Teresina: em frente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), às 8h, com trabalhadores em educação básica e entidades estudantis. 
Alagoas
- Maceió: Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), na Avenida Fernandes Lima, às 9h.
Paraíba
- João Pessoa: Lyceu Paraibano, na Avenida Presidente Getúlio Vargas, às 9h. Um ato público também será feito, às 14h, na Assembleia Legislativa. 
Sergipe
- Aracaju: às 8h30, será feito um ato em frente a Câmara Municipal. Às 14h, uma mobilização unificada entre sindicatos e movimentos sociais, na Praça General Valadão, região central.
Ceará
- Fortaleza: Praça da Bandeira, às 8h. Será feita uma caminhada até a reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde terá um grande ato unificado, com estudantes e trabalhadores. 
Pernambuco
- Recife: ato no Ginásio Pernambucana da Aurora, às 15h, que sairá em caminhada até a Praça do Carmo.
Rio Grande do Norte- Natal: às 15h, os trabalhadores junto com as universidade estarão nas ruas participando do ato unificado em frente ao Midway Mal, na Avenida Bernardo Vieira.
Bahia- Salvador: Ato em Campo Grande, às 9h. Às 08h30 terá um ato unificado ao lado da prefeitura da capital, com a participação de professores e professoras da rede pública de municipal de Camaçari.

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Veja o que está sendo destruído com os cortes de verbas na Educação !


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O vídeo acima foi feito em 2016



Abaixo, Ex-Ministro da Educação, Fernando Haddad, apoia a luta dos estudantes contra a destruição da Educação Brasileira




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Lula : Um homem de visão



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No livro "Comentários a uma sentença anunciada - o processo Lula", 122 juristas apontam que houve arbitrariedades e equívocos jurídicos na condenação de Lula a nove anos e seis meses de prisão determinada por Sergio Moro no ultimo dia 12 de julho.

A professora da PUC do Rio de Janeiro, Gisele Cittadino, uma das organizadoras do livro, explica que a ideia surgiu depois que os juristas tiveram acesso à sentença e começaram espontaneamente a detalhar pontos que revelam o caráter político do texto e a parcialidade do juiz Sérgio Moro.

"Essa é a perseguição mais intolerável que uma sociedade democrática pode suportar. É quando o aparelho de estado recai sobre um ser único, um cidadão civil. O direito, a norma, a lei, a jurisprudência, a doutrina são inteiramente manipulados com o objetivo de dar um fundamento ou um verniz de legalidade a uma decisão judicial", aponta.










Além da força de vontade e do apoio de pessoas maravilhosas, ele chegou lá através das políticas de inclusão social criadas pelo governo do Presidente Lula, o Sistema de Cotas e o Enem. E entrou em uma das muitas Universidades Federais criadas, também, por Lula : Do Pinheirinho, a maior ocupação da América Latina, à universidade



pedro cerqueira
Pedro Cerqueira entrou na UFABC


Em vez dos móveis convencionais, a sala da casa onde Pedro Cerqueira, 20 anos, mora desde o último Natal com os avós abriga um freezer e uma mesa tomada por guloseimas. A pequena mercearia foi improvisada por um motivo inédito na família: juntar dinheiro para o começo da vida universitária do jovem.

Aprovado em quatro universidades públicas, ele escolheu o curso de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC, a 110 km de onde reside com a família em São José dos Campos, no interior paulista.

“A gente nem acredita que ele, filho de uma analfabeta e de um caminhoneiro, conseguiu tudo isso”, conta Maria Nunes da Silva, 60 anos, a avó que criou Pedro e a quem ele chama de mãe.

Quando não está no trabalho de faxineira, Maria faz pães para vender na mercearia. Seus clientes são moradores do bairro recém-inaugurado na cidade, o Novo Pinheirinho dos Palmares. As 1.461 casas de 46 m2 construídas numa área remota abrigam parte das famílias retiradas da maior ocupação urbana da América Latina, que ficou conhecida como Pinheirinho.

Foi lá que Pedro chegou aos oito anos e viveu até ser expulso em 2012, aos 16. Ele ainda se emociona quando fala daquela madrugada, quando acordou com helicópteros e bombas de gás lacrimogêneo durante a desocupação, comandada por 2 mil policias militares.

“Foi horrível. Com o tempo, a gente quer esquecer e vai deixando pra lá”, diz sobre as lembranças do Pinheirinho que tentou guardar na memória e numa câmera digital, que nunca mais mexeu.

O caso, que foi chamado de “Massacre do Pinheirinho” por diversas organizações de defesa dos direitos humanos, teve repercussão na imprensa internacional. A Anistia Internacional denunciou a operação por diversas violações, como expulsão forçada, uso da violência e prisões indevidas.

Fome e dinheiro no semáforo

Naquele ano da desocupação, morando em alojamentos e mudando de endereço praticamente a cada mês, Pedro fez de tudo para não abandonar o ensino médio. A preocupação da avó era mantê-lo ocupado. “A gente via muita coisa errada na rua, onde a gente morou. Eu queria que ele fosse um menino bom, que ficasse longe disso”, explica Maria.

Foi assim que ela conseguiu uma vaga num curso técnico gratuito para Pedro. A dedicação do aluno rendeu um contrato de trabalho: por dois anos, ele atuou na Embraer, fabricante de aviões, como parte de um programa para incentivar estudantes.

Ao fim dessa jornada, Pedro ouviu falar, pela primeira vez, sobre universidade pública e seguiu a orientação de buscar um cursinho gratuito. Foi aceito no CASD, mantido por alunos do ITA (Instituto Tecnológico Aeroespacial). Ainda assim, era difícil crer que chegaria mais longe: “Eu acreditava que pobre nunca poderia frequentar uma universidade”, diz Pedro.

Na primeira semana de cursinho, ele quis desistir. Foi então que Ana Esteves, colega de turma, entrou em ação. “Ele tinha muita dificuldade em coisas muito básicas na área de Exatas, eu ficava até chocada, mas fiz de tudo pra ajudar”, conta Ana, que acabou de ser aprovada no curso de Serviço Social na Unesp, depois de dois anos de cursinho.

Estar presente nas aulas já era um desafio para Pedro. Sem dinheiro para pagar a passagem, ele pedia ajuda no semáforo. “Eu ia com a mochila, pintava o nome do cursinho na testa e pedia qualquer contribuição. Não era nada legal… Mas muitos me ouviam e me ajudavam.”

Durante as aulas noturnas, ele lidava ainda com outra adversária: a fome. “Eu percebi que ele estava faltando às aulas. Numa conversa, Pedro me disse que não tinha o que comer em casa, que tinha problemas de moradia e que não sabia se chegaria ao fim do curso”, conta Bárbara Camargo, professora de Redação.

Sensibilizada, ela passou a ajudá-lo financeiramente, além de reforçar o ensino. “Eu jamais vou permitir que um aluno desista de um sonho por causa de uma necessidade biológica, como é a fome”, justifica.

Pedro retribuiu e tirou nota 860 na redação do Enem. A maioria dos participantes conseguiu entre 501 e 600, segundo o Ministério da Educação.

A exceção 

O avô de Pedro, Brasilino Gomes Ferreira, 69 anos, fica pensativo quando indagado sobre o desempenho do neto. Foi ele que construiu o barraco de madeira e lona que abrigou a família nos primeiros anos de Pinheirinho. Em dias de tempestade, a vizinhança toda corria para lá.

“O nosso barraco aguentava a força do vento e da chuva. A gente tinha que segurar o telhado pra não voar, outros seguravam a lona pra não rasgar. Mas sempre aguentou os trancos”, relembra Basílio.

Hoje, os avós sonham em ver o neto formado, trabalhando e ajudando as pessoas. “Ele é muito prestativo”, emenda Maria.

Pedro diz que, por ser negro, de escola pública e de baixa renda, enxergou no sistema de cotas a possibilidade de romper com o ciclo da pobreza, e mudar de vida. “Eu não sei definir as cotas. Não é uma vantagem, nem um benefício, ou mérito. Mas me ajudou bastante, eu senti que eu tinha chance de entrar na universidade se estudasse muito”, detalha.

“Estamos diante de uma exceção”, analisa Paulo Jorge Leitão Adeodato, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco e especialista em mineração de dados na área de educação.

Com base nas informações coletadas pelo Enem, Adeodato está em fase de conclusão de uma pesquisa sobre os fatores determinantes para um bom desempenho no exame. A análise parcial mostra que, em escolas onde a renda média dos pais é acima de R$ 2.500, o fator mais importante para o sucesso é a escolaridade do pai.

“A mãe é uma constante, não importa a escolaridade. Ainda que ela seja analfabeta, ela sempre vai cobrar e apoiar o estudo dos filhos”, afirma Adeodato.

O resultado se encaixa no papel que Pedro atribui à avó. “Ela sempre me educou muito bem. Ela mostrava que não precisava fazer mal nenhum, me ensinava a ser correto, honesto, mais humilde e corajoso.”

Quando teve contato com a Filosofia, Pedro reconheceu os ensinamentos da avó: “A Filosofia faz a gente pensar um pouco. Ela tira a gente da ignorância e leva a gente ter sabedoria. É por aí que eu quero seguir.”



Postado em Diário do Centro do Mundo em 04/03/2017



Lula visitou o Campus de Lagoa do Sino da Ufscar : Ao lado do escritor Raduan Nassar, o ex-presidente foi ao interior de SP para receber homenagem




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PSDB uniu Lula a Raduan Nassar


Tucano não quis, mas o ministro Haddad quis!


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ao município de Buri (263 km de São Paulo) nesta terça-feira. Ele foi recebido no campus da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos). Lá, junto com o escritor Raduan Nassar, descobriu a placa do novo Laboratório de Agricultura Familiar, do Centro de Ciências da Terra da universidade. Mas por que Lula e Raduan tiveram a honra de inaugurar o laboratório da instituição federal?

O que hoje é o campus Lagoa do Sino da Ufscar, na cidade de Buri, já foi uma fazenda particular de 640 hectares, propriedade da família de Raduan. Em 2007, o escritor – vencedor do Prêmio Camões de Literatura – decidiu doar suas terras à Universidade de São Paulo, instituição pública estadual.

Ele mesmo conta: “Eu tentei doar. Fiquei três anos enfrentando a burocracia do governo estadual para que minha fazenda se tornasse parte da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP). Mas não consegui”.

Tamanha foi a dificuldade e falta de interesse do Estado de São Paulo com o potencial doador, que ele desistiu. Desistiu de doar para a USP, mas não da ideia de tornar sua propriedade uma ferramenta em prol da pesquisa e do ensino público e gratuito.

Raduan foi, então, à Presidência da República, conforme explica: “Em 2009, eu falei com [a escritora] Marilene Felinto, que por sua vez conversou com Gilberto Carvalho [então trabalhando na Presidência da República]. Eu disse que queria doar, mas disse também que se a burocracia levasse mais de três meses, eu então desistiria de vez, e iria vender a fazenda.”

O assunto logo chegou ao conhecimento do então presidente Lula, que falou com seu ministro da Educação da época, Fernando Haddad. O ex-presidente explica como foi: “Eu disse pro Raduan, 'se São Paulo não quer, pode deixar que nós queremos'. Falei com o ministro Haddad, e em menos de duas semanas a fazenda passou a fazer parte da Ufscar, dentro do plano de expansão das univeridades federais, que estávamos pondo em prática”.

Hoje, o campus Lagoa do Sino tem 500 alunos e abriga cinco cursos de engenharia, com especial vocação e direcionamento para as áreas de segurança alimentar e agricultura familiar.

O atual governo federal, no entanto, não mostra interesse em seguir desenvolvendo o projeto original do campus. Professores e alunos temem o sucateamento do espaço público, a redução no número de vagas e cursos e, finalmente, a privatização do campus, única instituição pública de ensino superior atendendo as cidades da região.

É neste contexto de retrocesso que Lula e Raduan foram recebidos nesta terça-feira para inaugurar o Laboratório de Agricultura Familiar. Foram recebidos com festa e homenagens, sob aplausos e gritos de luta e resistência. Como disse Lula: “Os mesmos que hoje reduzem os investimentos da educação pública já defenderam que somente ricos pudessem ter acesso ao ensino superior. Mas não vamos deixar de lutar, os estudantes e todo o povo brasileiro sabem defender suas conquistas”. Que assim seja. 



Postado em Conversa Afiada em 02/11/2016