Para vencermos . . .





Em tempos de coronavírus 




China e Rússia não xingam, mandam ajuda. Aqui, porém, só anões mesquinhos


Coronavírus: apenas 5% dos casos são graves, diz OMS | VEJA



Fernando Brito


Um avião carregado de suprimentos médicos chineses pousou no sábado em Nova York, o primeiro de 20 deles, levando 130 mil máscaras N-95; 1,8 milhão de máscaras cirúrgicas e aventais, mais de 10,3 milhões de luvas; e mais de 70 mil termômetros, publica a Reuters.


A Big Apple está entrando em colapso e o prefeito Bill De Blasio foi à TV dizer que estavam em guerra, que equipamento médico era a munição e que só os tinha para mais uma semana.

Uma coluna de caminhões militares russos (veja o vídeo abaixo) chegou à região de Milão, depois de viajar milhares de quilômetros, para ajudar na desinfecção de lugares estratégicos e conter a devastação humana na Itália.

Não teremos nós capacidade de, bem mais perto, estar preparando com os nossos militares, planos de abastecimento para nossas áreas carentes, onde a fome já se ensaia e aparecerá, em dias, em todo o seu horroroso espetáculo?

Só então aparecerão, mas de tanques, jipes e fuzis, para controlar os famélicos que saquearem caminhões e mercados, certamente para dizer que era “o tráfico” e não os estômagos quem os estava insuflando?

Vivemos uma época desgraçada, onde os homens públicos são anões.

Diferentes em quase tudo, Roosevelt, Churchill, De Gaulle, Stálin e outros venceram os kriegvírus do nazismo, dando ao mundo uma chance.

Temos agora arremedos, covardes, gente que está preocupada com politicagens, com o charlatanismo das promessa de curas milagrosas (o rachadinho Flávio Bolsonaro chega a postar fotos falsas de “salvações”) , com o dízimo de alguns mercadores do Templo, com briguinhas de poder, enquanto o país avança para um morticínio impensável.

Serão dezenas de Brumadinhos, talvez centenas, os corpos soterrados sob a lama de sua pequenez e sob o despreparo de suas mentes medíocres.

Passou a hora os discursos vazios, do “estamos estudando”, do “iremos anunciar”. Do “disponibilizamos uma linha de crédito” que chega aos bancos e de lá não passa. A desgraça pôs abaixo os seus oratórios ao “equilíbrio fiscal” e estão todos como uns patetas, no ridículo de estar anunciando programas que não acontecem com fundos bilionários que não existem, mas são criados ara iludir os tolos com a liberação ampla, geral e irrestrita de recursos dos compulsórios e retenções bancárias.

Igualmente foi-se o tempo de autoridades gaguejantes, que não têm peito de dizer a verdade, de enfrentar a estupidez de um psicopata que insiste na “gripezinha” que vai matar um poucos idosos e doentes.

As sirenes estão tocando por toda a parte e eles são incapazes de gritar que todos se protejam e de proteger quem não pode e não deve se abrigar.

Querem reinar sobre a ruína de um país arrasado, arruinado, doído e ressentido pelas mortes em série?

Engano. Muitos de nós sobreviveremos ao vírus e a vocês, gestores da morte, abutres de corpos, e os desnudaremos nas praças, quando as praças novamente puderem se voltar a encher.

E a pandemia no Brasil . . .






Como dormir melhor durante a crise do coronavírus




São muitas as pessoas que estão tendo dificuldades para dormir por causa da situação atual. Incertezas, ansiedade, angústia, não saber o que vai acontecer... A seguir, compartilharemos algumas estratégias que podem nos ajudar.

Um dos efeitos causados pela situação de crise atual é a dificuldade para dormir. Muitas pessoas estão tendo dificuldades para adormecer, para conseguir descansar por várias horas seguidas de forma satisfatória sem acordar durante a noite com uma ansiedade repentina. Estamos diante de mais uma consequência negativa relacionada com a pandemia, e por isso hoje traremos algumas dicas para dormir melhor durante essa crise causada pelo coronavírus.

É importante ter um aspecto em mente. Para ter um bom sistema imunológico, dormir bem é tão essencial quanto manter uma alimentação saudável. A insônia que se prolonga por semanas acaba enfraquecendo o nosso sistema imunológico e, por isso, acabamos mais vulneráveis ao coronavírus. E mais, no caso de termos alguma outra doença prévia, um descanso inadequado pode intensificar ainda mais o perigo.

Nosso estilo de vida mudou, perdemos os hábitos que antes pautavam a nossa rotina e os nossos dias. Essa mudança de vida também afeta o nosso sono. Dessa forma, além da preocupação evidente à qual todos estamos suscetíveis, há ainda outras características do momento que diminuem a chance de ter sete ou oito horas seguidas de descanso.

Portanto, devemos introduzir pequenas mudanças e estratégias adequadas para cuidar dessa dimensão da nossa saúde. Além de manter uma boa higiene das mãos, é fundamental cuidarmos também da nossa higiene do sono. Vejamos como dormir melhor em tempos de coronavírus e outras crises a seguir.

Problemas para dormir em períodos de preocupação e crise

Os problemas e dificuldades relacionadas ao sono durante esses dias de incerteza, quarentena e ansiedade podem se manifestar de diversas maneiras. Não é incomum, inclusive, que eles apareçam de uma hora para a outra.

Geralmente, as pessoas apresentam uma sintomatologia particular que nem sempre se traduz diretamente na impossibilidade de dormir durante a noite. São as seguintes:

Há quem sofra de bruxismo. Pode ser o clássico ranger de dentes ou, pelo contrário, apertar a mandíbula com força até o ponto de sentir dores de cabeça no dia seguinte.

Outras pessoas deitam a cabeça no travesseiro e sentem suas mentes muito ativas. Logo, começam a pensar, se preocupar, a imaginar o que pode acontecer amanhã, a antecipar cenários completamente catastróficos. Todo esse esforço mental alimenta a dificuldade para dormir.

Por outro lado, também podem surgir outros efeitos. Um deles são os despertares noturnos. As pessoas com ansiedade podem acordar de repente com taquicardia e sudorese.

Os pesadelos são mais uma característica muito comum.

Além disso, é possível também que tenhamos dificuldade de chegar ao sono REM, o mais reparador, durante o qual o cérebro e o corpo se reiniciam. Ficar apenas no sono leve faz com que tenhamos uma sensação de não ter descansado ao acordar. Por isso, sentimos cansaço ou problemas de concentração.

Assim como dissemos no começo, a privação de sono pode enfraquecer o nosso sistema imunológico. No entanto, não é só isso: ela também aumenta a ansiedade e o estresse.

Um corpo cansado e uma mente saturada aumentam a vulnerabilidade emocional e reduzem a nossa capacidade de reagir e colocar estratégias de enfrentamento em prática.

Dicas para dormir melhor durante a crise do coronavírus

Na hora de definir estratégias para dormir melhor durante a crise atual do coronavírus, é necessário estar atento para um detalhe: nem tudo funciona da mesma forma para todo mundo. Trata-se, em essência, de tentar introduzir pequenas mudanças no dia a dia para descobrir o que funciona melhor para você.

Montar uma rotina clara

Ficar em quarentena mudou a rotina que tínhamos até pouco tempo atrás. No entanto, a ideia não é viver em um cotidiano caótico até tudo voltar ao normal. É o momento de definir novos hábitos para que o corpo e a mente se estabilizem. Isso implica, por exemplo, ser rigoroso na hora de ir se deitar e na hora de levantar. Procure montar uma rotina que funcione para você.

Cuidado com a intoxicação de informações

Uma das maiores fontes de estresse e ansiedade é o excesso de informação. Estamos sempre tensos e atentos ao que aconteceu na última hora, ao número de infectados e de mortos.

Reduza a sua exposição. É importante se informar, com certeza, mas não fique obcecado. Caso você passe o dia consumindo informações, seu corpo secretará hormônios do estresse que continuarão mantendo o seu organismo ativado na hora de dormir.

Desconecte-se uma hora antes de deitar

Já estamos acostumados a passar várias horas de ócio vendo séries e filmes nas plataformas digitais. É um bom modo de se entreter. No entanto, se você tem problemas para dormir bem, é necessário desligar todos esses dispositivos para evitar a exposição à luz azul ao menos uma hora antes de ir deitar.

Lembre-se de que esse tipo de luz excita o cérebro e dificulta os processos corporais responsáveis pelo sono de qualidade.

Depois de jantar, cultive emoções mais positivas

É importante que, durante as últimas horas do dia, tentemos cultivar o bom humor, alimentar as emoções positivas. Você pode fazer uma chamada de vídeo com alguém querido, falar de outras coisas além da crise, relembrar bons momentos e pensar no que quer fazer quando tudo passar – porque vai passar.

Além disso, também seria um bom momento para se entreter com atividades que você aprecia, mas para as quais não costuma ter tempo, como ouvir música, se refugiar em um bom livro, tomar um banho bem relaxante. O importante é chegar na cama evitando que a sombra do COVID-19 o persiga.




Tente meditar

É verdade que, para aproveitar todos os benefícios da meditação, são necessárias várias semanas de prática. No entanto, este é um bom momento para introduzir esse hábito na sua rotina e conseguir ótimos efeitos: relaxar o corpo, acalmar a mente, ter controle sobre as emoções e pensamentos, focar no momento presente.

Vale a pena testar, vale a pena ir descobrindo seus benefícios no dia a dia. Para concluir, se você estiver começando a ter problemas para dormir durante esse momento caótico, aplique estas estratégias no seu cotidiano. Sua saúde depende disso.





Homilia do Papa Francisco em 27 de março de 2020 : Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.






«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»

HOMILIA DO SANTO PADRE


Adoração do Santíssimo


e Bêncão Urbi et Orbi


(«Sagrado» da Basílica de S. Pedro, 27 de março de 2020)



«Ao entardecer…» (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados «vamos perecer» (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos.

Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro... E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).

Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: «Não te importas de mim». É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De facto, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados.

A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de «empacotar» e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente «salvadores», incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.

Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: «Convertei-vos…». «Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais.

O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.

Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus. Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações! Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetir-nos: «Não tenhais medo!» (Mt 14, 27). E nós, juntamente com Pedro, «confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós» (cf. 1 Ped 5, 7).




Papa: ilusão achar "que continuaríamos sempre saudáveis em um mundo doente"



Rede Brasil Atual - Era ilusão pensar “que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”, disse nesta sexta-feira (25) o papa Francisco, em uma impressionante cena: a Praça São Pedro completamente vazia. No momento de sofrimento e medo, em que “o mundo cai de joelhos pela pandemia”, diz o Vaticano, o chefe da Igreja Católica propõe “fé e esperança”.

“Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”, afirmou o papa.

Na oração aos fiéis, ele escolheu um trecho do Evangelho segundo Marcos, que fala sobre uma tempestade. “Há semanas, parece que a tarde caiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… Nos vimos amedrontados e perdidos.” Mas, ao mesmo tempo, lembrou, isso faz lembrar que estão todos no mesmo barco, “chamados a remar juntos”, enquanto se questiona o atual modo de vida. “Sozinhos afundamos”, afirmou o papa.

Solidariedade

“A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade”, prossegue o papa. Segundo ele, “o Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança”.

Ele também destacou as pessoas que, neste momento, estão arriscando suas vidas. “Médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho.”

No final, Francisco concedeu a bênção Urbi et Orbi (“À cidade [de Roma] e ao mundo”), que só é dada em duas ocasiões, na Páscoa e no Natal. Fora isso, apenas quando é eleito um novo papa. Desta vez, a bênção foi concedida em caráter extraordinário.


Clique no link abaixo para ver toda a cerimônia traduzida para o português : 


Espero que você esteja bem





Independentemente do país em que você estiver, desejo que você esteja bem. Espero que você se cuide, fique em casa e observe o mundo pela janela ciente de que é assim que protegemos a vida. Queremos você fique em segurança, porque você é importante para nós.

Espero que você esteja bem, em casa, cuidando de si mesmo e cuidando das pessoas que ama à distância. Espero que nos próximos dias o sofrimento não passe pela sua casa. Tomara que uma esfera de proteção e imunidade se levante ao seu redor, com paredes muito grossas, como as muralhas das igrejas românicas da Idade Média, que protegiam contra ataques de guerras e cruzadas, assim como contra epidemias.

Porque mesmo que seja difícil de acreditar, estamos em guerra. Essas palavras continuam provocando uma estranha sensação de irrealidade, assim como o aumento cada vez maior do número de pessoas infectadas e de vidas perdidas. Haruki Murakami afirmou em um de seus livros que todos somos forçados a passar por tempestades.

Ele também avisa que, depois que as nuvens passarem, talvez não saibamos muito bem como ou por que conseguimos sobreviver, e poderemos até duvidar de que a tempestade tenha realmente existido.

Sejam quais forem as nossas dúvidas, parece que depois disso não seremos mais os mesmos. Talvez possamos aprender coisas boas que nos permitirão recomeçar de outra maneira, com outros critérios, com valores e pensamentos mais solidários e mais humanos.

No entanto, agora não é hora de pensar no amanhã. Nosso olhar deve estar voltado para o momento presente para assumir uma responsabilidade conjunta. É um tempo de recolhimento e de coragem forçada.

Porque não importa que ninguém tenha nos preparado para isso. A vida parece ter parado, nossos planos foram interrompidos em um imenso mar de incertezas. No entanto, somos obrigados a administrar a frustração e entender que, para que a vida continue, precisamos fazer do nosso lar o nosso mundo.

Onde quer que você esteja, espero que esteja bem

Onde quer que você esteja, espero que esteja bem. Não importa onde você more, na Escócia, na África do Sul, no Brasil ou na Nova Zelândia, entenda a realidade e obedeça, fique em casa.

Independentemente das decisões governamentais do seu país, aja com responsabilidade. Porque, de fato, em muitos casos, aqueles que são obrigados a tomar medidas agem com lentidão ou, pior ainda, são céticos.

Não dê ouvidos àqueles que dizem que o que deve prevalecer é a liberdade de movimento do indivíduo e a força da economia. A teoria da imunidade de grupo ou de rebanho não funciona, não ajuda e é letal nesse momento.

Portanto, se no seu país ainda prevalece a máxima “keep calm” e você continua vivendo sua vida normalmente, procure no dicionário a definição de pandemia. Veja as notícias, consulte as informações da OMS e se informe sobre o que está acontecendo na Itália e na Espanha. Fique em casa por você e por quem você ama.

Cuide de si mesmo, isso já significa muito

Cuide de si mesmo, tome as medidas de proteção necessárias e saia de casa somente em casos de extrema necessidade. E o mais importante, cuide de quem você ama, daqueles que estão longe, daqueles que são mais vulneráveis a essa doença.

Atualmente, podemos apreciar uma vantagem em meio a esse contexto sombrio: temos os instrumentos tecnológicos necessários para continuar perto de quem está longe, apesar da distância.

Agora, é mais fácil do que nunca continuar a alimentar o afeto, mesmo ficando em casa para nos mantermos a salvo e contermos o crescimento da curva de infecções.

Use celulares, faça videochamadas e crie pontes para que a comunicação e as emoções positivas possam fluir. Portanto, não hesite, sinta orgulho de si mesmo apenas por isso, por ficar em casa, cuidando de si mesmo e dos outros. No momento, os atos mais simples são os maiores e mais decisivos.

Precisamos de você porque você é importante

Espero que você esteja bem, seja qual for a sua situação. Desejamos calma, força e esperança. Porque neste pequeno planeta azul suspenso no cosmos, como disse Carl Sagan, todos nós somos valiosos, ocupamos um lugar e somos indispensáveis.

No entanto, uma coisa que estamos descobrindo tristemente com a pandemia de coronavírus é que a vida pode ser tão frágil quanto a névoa do amanhecer.

Nós precisamos de você. Independentemente da sua nacionalidade, sua religião, seus valores, seus pensamentos e seu trabalho, você é decisivo e importante. Você é importante para nós e é para os seus, para aqueles que você ama e que te amam.

Nesse momento, o que vale mais é a solidariedade e a responsabilidade daqueles que entendem que devem se proteger para proteger. Portanto, entenda que os outros são tão importantes quanto você.

Não são dias dedicados ao individualismo. É hora de agir como uma comunidade, de assumir a responsabilidade para proteger a vida.

Eu sei que você está com medo, todos nós estamos, mas isso vai passar

Todos nós estamos com medo. Em qualquer situação inesperada e diante de um inimigo desconhecido, é perfeitamente normal sentir medo. Mas não devemos permitir que esse sentimento tome conta de nós. Caso contrário, vai levar a comportamentos que não ajudam e que aumentam ainda mais a angústia.

Diante do futuro incerto, devemos olhar para o presente, tentando controlar a única coisa que podemos dominar: nossas decisões, nosso comportamento. É necessário ter calma e viver o momento com a maior responsabilidade possível, sabendo ajudar e também recebendo ajuda das outras pessoas, se precisarmos.

A única coisa que importa agora é nos mantermos a salvo. Seja como os gatos: observe o mundo pela janela, fique embaixo das cobertas e olhe para o mundo com uma confiança intuitiva. Para concluir, desejo que consigamos sair dessa juntos. Espero que você esteja bem e que continue fazendo o certo: ficar em casa.