“Gente, onde está a moral? Quando um juiz viola as leis do próprio país, quando ele posa com políticos suspeitos de corrupção e fere os direitos básicos de um cidadão. Cadê a seriedade? Quando o Ministério Público monta um circo midiático, faz acusações graves sem apresentar nenhum fato, só por pura convicção. Cadê a coerência? Quando a Justiça se nega a aceitar a perícia dos documentos que comprovam a inocência de uma pessoa. Cadê a verdade? Quando a mídia manipula notícias, inventa manchetes e coloca os brasileiros contra o homem que mais fez pela nação. Agora, mesmo depois de tantas ilegalidades, você ainda acredita que o Lula é culpado? Eu te pergunto: cadê a prova contra Lula?”, diz o vídeo protagonizado pelos artistas (assista a seguir).
NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI  
Assim como a criança humildemente afaga
a imagem do herói, 
assim me aproximo de ti, Maiakóvski. 
Não importa o que me possa acontecer 
por andar ombro a ombro 
com um poeta soviético. 
Lendo teus versos, 
aprendi a ter coragem. 
Tu sabes, 
conheces melhor do que eu 
a velha história. 
" Na primeira noite eles se aproximam 
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem: 
pisam as flores, 
matam nosso cão, 
e não dizemos nada. 
Até que um dia, 
o mais frágil deles 
entra sozinho em nossa casa, 
rouba-nos a luz, e, 
conhecendo nosso medo, 
arranca-nos a voz da garganta. 
E já não podemos dizer nada."
Nos dias que correm 
a ninguém é dado 
repousar a cabeça 
alheia ao terror. 
Os humildes baixam a cerviz; 
e nós, que não temos pacto algum 
com os senhores do mundo, 
por temor nos calamos. 
No silêncio de meu quarto 
a ousadia me afogueia as faces 
e eu fantasio um levante; 
mas amanhã, 
diante do juiz, 
talvez meus lábios 
calem a verdade 
como um foco de germes 
capaz de me destruir. 
Olho ao redor 
e o que vejo 
e acabo por repetir 
são mentiras. 
Mal sabe a criança dizer mãe 
e a propaganda lhe destrói a consciência. 
A mim, quase me arrastam 
pela gola do paletó 
à porta do templo 
e me pedem que aguarde 
até que a Democracia 
se digne a aparecer no balcão. 
Mas eu sei, 
porque não estou amedrontado 
a ponto de cegar, que ela tem uma espada 
a lhe espetar as costelas 
e o riso que nos mostra 
é uma tênue cortina 
lançada sobre os arsenais. 
Vamos ao campo 
e não os vemos ao nosso lado, 
no plantio. 
Mas ao tempo da colheita 
lá estão 
e acabam por nos roubar 
até o último grão de trigo. 
Dizem-nos que de nós emana o poder 
mas sempre o temos contra nós. 
Dizem-nos que é preciso 
defender nossos lares 
mas se nos rebelamos contra a opressão 
é sobre nós que marcham os soldados. 
E por temor eu me calo, 
por temor aceito a condição 
de falso democrata 
e rotulo meus gestos 
com a palavra liberdade, 
procurando, num sorriso, 
esconder minha dor 
diante de meus superiores. 
Mas dentro de mim, 
com a potência de um milhão de vozes, 
o coração grita - MENTIRA !
