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A necessidade de cuidarmos uns dos outros e da criação de Deus !




Jackson César Buonocore

O nosso Papa Francisco, nestes tempos difíceis de pandemia do coronavírus, tem enfatizado a necessidade de cuidarmos uns dos outros e da criação de Deus, a fim de construirmos uma sociedade alicerçada em relações de fraternidade, um caminho – radicalmente – oposto da cultura da indiferença, que vivemos na atualidade.

A crise sanitária da covid-19 agravou outras crises mundiais, como a humanitária, climática, alimentar, econômica e migratória, que atingiram em cheio o Brasil. Essa realidade exige um grande desafio dos governos e da sociedade, que é manter aceso os sentimentos de cooperação e solidariedade, como base da cultura do cuidado, que nos permitirá sair dessas crises.

Porém, alguns governantes e certos grupos sociais agem egoisticamente, o que favorece a cultura da indiferença, ou seja, que é cuidar apenas dos seus interesses e que se danem os outros, criando um clima de polarização afetiva.

Sendo assim, é fundamental construirmos uma cultura permanente do cuidado, que é um convite para cessarmos o círculo vicioso de descuido e agressividade contra a criação de Deus. Isso provoca sofrimento à toda sociedade, sobretudo, aos mais vulneráveis socialmente.

Não há dúvidas de que são as mulheres (mães, avós, esposas, filhas, tias, sobrinhas) com sua força criadora que exercem – majoritariamente – a prática da cultura do cuidado em todas as dimensões e não são remuneradas por isso. Aliás, são elas que nas crises humanitárias nos ensinam de forma criativa a cuidar da vida, das famílias e das comunidades.

A cultura do cuidado, desde as civilizações antigas, está ligada a uma visão holística, que é a maneira de ver que cada ser humano está diretamente conectado com todos os seres humanos e com todas as demais coisas do universo. Ela se faz com diálogo e acolhimento, uma energia maternal que vem de dentro para fora: do cuidado integral com as pessoas, com a natureza e com a economia orientada ao bem comum.

Portanto, quando assumimos a cultura do cuidado como um modo de vida, ela cresce em nosso microcosmo, como uma espécie de universo pessoal e subjetivo e depois se expande para o macrocosmo, que é o universo numa perspectiva coletiva e objetiva, onde não aceitamos mais a lógica da cultura da indiferença.

Afinal, o estado de calamidade pública do coronavírus escancarou a nossa fragilidade humana, colocando como imperativo a importância das políticas públicas para o cuidado coletivo. Além disso, levou a ciência, os governos e as empresas num esforço inédito de produzir em escala mundial as vacinas contra a covid-19, revelando que economia funciona melhor quando põe no centro as pessoas e a solidariedade global.






 

Comemorando a ressurreição de Jesus e renovando nossa fé, oremos por saúde, esperança e paz. Feliz Domingo de Páscoa !


Jesus é o sentido da nossa páscoa ser tão docinha! <3 Mensagem de ...

Em mensagem emocionante de Páscoa, Greca homenageia profissionais que trabalham durante a pandemia 


Caroline Berticelli

Em uma mensagem de Páscoa emocionante o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, homenageou todos profissionais que trabalham pelo bem estar social durante a pandemia do novo coronavírus. (Assista abaixo)

No vídeo, divulgado em seu Facebook na quinta-feira (9), o prefeito comparou profissionais da saúde, caminhoneiros, garis, agricultores e funcionários públicos a Jesus Cristo e terminou exaltando a esperança de que dias melhores virão.
“Quem disse que nosso senhor Jesus Cristo não sai em procissão este ano? Olhem bem. O Senhor está vestido de branco, azul ou verde dentro dos hospitais. Quem disse que o nazareno não poderá fazer a sua terrível penitência? O nazareno está atendendo nas enfermarias e nas urgências. […] Médicos, enfermeiras, técnicos de enfermagem, zeladoras, intensivistas repetem a via sacra dia e noite, sem descanso”, disse Greca.
O administrador municipal ainda completou:

“Também há Jesus sobre a Terra, pacientes caminhoneiros, mal alimentados, noites mal dormidas, indo e vindo pelas estradas a transportar oxigênio gás e gasolina, alimentos e insumos que permitem girar a máquina das grandes cidades. […] Jesus há de ser visto em policiais civis, policiais militares, guardas municipais e bombeiros em prontidão. Afastados de suas famílias, nestas noites iluminadas pela Lua da Páscoa, eles patrulham as ruas desertas das nossas cidades vazias”.







Páscoa do coronavírus : famílias separadas e fé renovada


Sílvia Bessa

Esta será uma Páscoa diferente com celebrações sem o formato tradicional, de grandes reuniões em torno de uma mesa farta. Para todos, mas, em especial, para muitas famílias de profissionais que trabalham na linha de frente do sistema de saúde e que precisaram deixar suas residências, encontrar um outro local de apoio nos últimos dias para - em ato de amor - preservar algum parente integrante do grupo de risco à exposição ao coronavírus. O médico cardiologista Edmar Freire Borba Jr. - que atende nos hospitais das Clínicas, Procape, Jayme da Fonte e Santa Joana - planeja neste domingo deixar ovos de chocolate para os dois filhos à beira da porta de casa, mas limitará o contato apenas ao visual, por meio de mídias eletrônicas.

Desde que as autoridades anunciaram há cerca de três semanas que a Covid-19 passou a ter transmissão comunitária, ele saiu da residência onde mora com a esposa Ana Karina e os filhos, Júlia e Edmarzinho. Júlia tem asma, por isso o cuidado maior do pai zeloso. Neste período, o cardiologista esteve uma única vez no apartamento, apenas para deixar uma feira. “O distanciamento de quem a gente ama é muito difícil porque a gente está tão perto e ao mesmo tempo tão afastado. Chega a ser constrangedor”, diz, acrescentando que sua dor se estende em virtude do isolamento social da mãe idosa - a quem visitava duas vezes por semana e agora não tem prazo para vê-la novamente.

Se o médico sofre de lá, Ana Karina, a mulher dele, sofre de cá, pela ausência e preocupação: “Vivemos muitas inseguranças, mas temos de ser fortes”, afirma Ana, compreensiva com o modelo do domingo de Pásc deste ano. Ela chegou a organizar uma campanha para ajudar outras famílias de médicos a conseguirem vagas em hotéis com tarifas menores ou concessão de leitos. “Consegui me alojar na casa de um parente que também trabalha em serviços essenciais, mas minha condição não é comum entre meus colegas”, diz o cardiologista.


O bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacêdo Antônio, afirma que este pode ser um momento de oportunidade para as famílias cristãs. “Na hora do ôba-ôba é muito bom, mas, no momento de crise, é outra coisa. É aí que a fé se torna mais forte. Agora vamos celebrar o principal: o amor a Deus e à família. Muitas vezes, a gente fica na periferia, a gente não chega ao coração”, analisa. A Páscoa deste ano, de modo especial, diz ele, “fará a gente chegar ao coração da liturgia. Com isso, certamente, estaremos mais perto do essencial”.

Segundo dom Limacêdo, o importante neste período é entrar em comunhão com Cristo naquilo que foi seu objetivo. “Assim vamos entrando no mistério da fé, que é o valor da vida. Aí lembro João 13, onde está escrito ‘Jesus, tendo amado aos seus, amou-os até o fim’”. É assim, destaca ele, “amar sem limite, cuidar das pessoas.” Às famílias, ele lembra que Jesus quis celebrar a ceia. Sendo assim, apela para que as pessoas estejam juntas em celebrações, seja diante do computador ou televisão, e se sintam naquele cenário da ceia do Senhor. “Nunca estivemos tão unidos, e isso é fantástico isso. Quando a gente quer bem, nem sempre a pessoa está perto, mas continua querendo bem. Então, o querer ao outro transcende o lugar, o espaço. A fé também”. 

O duro momento enfrentado pela sociedade pede, segundo ele, reflexão: é quando as pessoas devem se questionar sobre ao quê está sendo dedicada a sua vida. Ao bem? À justiça? Ou à partilha?, indaga ele. “Que todos aproveitem a oportunidade. Que a gente possa repensar a vida. Era um corre-corre, um frenesi tão grande... Que neste domingo de Páscoa a gente pense: para que a gente corre tanto? E para onde?”.





Homilia do Papa na Missa da Vigília Pascal

A Basílica de São Pedro recebeu a missa deste Sábado Santo (11) sem a presença dos fiéis e nem a celebração dos batismos, mas com uma atmosfera propícia para celebrar a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. As mudanças do Departamento de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice são referentes às medidas de restrição impostas pela pandemia do Covid-19. Confira a íntegra da homilia do Papa Francisco durante a Santa Missa.

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
MISSA da VIGÍLIA PASCAL
(Sábado Santo, 11 de abril de 2020)
Terminado o sábado (Mt 28, 1), as mulheres foram ao sepulcro. O Evangelho desta santa Vigília começa assim: com o sábado. Este é o dia do Tríduo Pascal que mais descuramos, ansiosos de passar da cruz de sexta-feira à aleluia de domingo. Este ano, porém, damo-nos conta, mais do que nunca, do sábado santo, o dia do grande silêncio; podemos rever-nos nos sentimentos que tinham as mulheres naquele dia. Como nós, tinham nos olhos o drama do sofrimento, duma tragédia inesperada, que se verificou demasiado rapidamente. Viram a morte e tinham a morte no coração. À amargura, juntou-se o medo: acabariam, também elas, como o Mestre? E depois os receios pelo futuro, carecido todo ele de ser reconstruído. A memória ferida, a esperança sufocada. Para elas, era a hora mais escura, como o é hoje para nós.
Contudo, nesta situação, as mulheres não se deixam paralisar. Não cedem às forças obscuras da lamentação e da lamúria, não se fecham no pessimismo, nem fogem da realidade. No sábado, realizam algo simples e extraordinário: nas suas casas, preparam os perfumes para o corpo de Jesus. Não renunciam ao amor: na escuridão do coração, acendem a misericórdia. Nossa Senhora, no sábado – dia que Lhe será dedicado –, reza e espera. No desafio da tristeza, confia no Senhor. Sem o saber, estas mulheres preparavam na escuridão daquele sábado «o romper do primeiro dia da semana» (Mt 28, 1), o dia que havia de mudar a história. Jesus, como semente na terra, estava para fazer germinar no mundo uma vida nova; e as mulheres, com a oração e o amor, ajudavam a esperança a desabrochar. Quantas pessoas, nos dias tristes que vivemos, fizeram e fazem como aquelas mulheres, semeando brotos de esperança com pequenos gestos de solicitude, de carinho, de oração!
Ao amanhecer, as mulheres vão ao sepulcro. Lá diz-lhes o anjo: «Não tenhais medo. Não está aqui; ressuscitou» (cf. Mt 28, 5-6). Diante dum túmulo, ouvem palavras de vida... E depois encontram Jesus, o autor da esperança, que confirma o anúncio dizendo-lhes: «Não temais» (28, 10). Não tenhais medo, não temais: eis o anúncio de esperança para nós, hoje. Tais são as palavras que Deus nos repete na noite que estamos a atravessar.
Nesta noite, conquistamos um direito fundamental, que não nos será tirado: o direito à esperança. É uma esperança nova, viva, que vem de Deus. Não é mero otimismo, não é uma palmada nas costas nem um encorajamento de circunstância. É um dom do Céu, que não podíamos obter por nós mesmos. Tudo correrá bem: repetimos com tenacidade nestas semanas, agarrando-nos à beleza da nossa humanidade e fazendo subir do coração palavras de encorajamento. Mas, à medida que os dias passam e os medos crescem, até a esperança mais audaz pode desvanecer. A esperança de Jesus é diferente. Coloca no coração a certeza de que Deus sabe transformar tudo em bem, pois até do túmulo faz sair a vida.
O túmulo é o lugar donde, quem entra, não sai. Mas Jesus saiu para nós, ressuscitou para nós, para trazer vida onde havia morte, para começar uma história nova no ponto onde fora colocada uma pedra em cima. Ele, que derrubou a pedra da entrada do túmulo, pode remover as rochas que fecham o coração. Por isso, não cedamos à resignação, não coloquemos uma pedra sobre a esperança. Podemos e devemos esperar, porque Deus é fiel. Não nos deixou sozinhos, visitou-nos: veio a cada uma das nossas situações, no sofrimento, na angústia, na morte. A sua luz iluminou a obscuridade do sepulcro: hoje quer alcançar os cantos mais escuros da vida. Minha irmã, meu irmão, ainda que no coração tenhas sepultado a esperança, não desistas! Deus é maior. A escuridão e a morte não têm a última palavra. Coragem! Com Deus, nada está perdido.
Coragem: é uma palavra que, nos Evangelhos, sai sempre da boca de Jesus. Só uma vez é pronunciada por outros, quando dizem a um mendigo: «Coragem, levanta-te que [Jesus] chama-te» (Mc 10, 49). É Ele, o Ressuscitado, que nos levanta a nós, mendigos. Se te sentes fraco e frágil no caminho, se cais, não tenhas medo; Deus estende-te a mão dizendo: «Coragem!» Entretanto poderias exclamar como padre Abbondio: «A coragem, não no-la podemos dar» (I promessi sposi, XXV). Não a podes dar a ti mesmo, mas podes recebê-la, como um presente. Basta abrir o coração na oração, basta levantar um pouco aquela pedra colocada à boca do coração, para deixar entrar a luz de Jesus. Basta convidá-Lo: «Vinde, Jesus, aos meus medos e dizei também a mim: coragem!» Convosco, Senhor, seremos provados; mas não turvados. E, seja qual for a tristeza que habite em nós, sentiremos o dever de esperar, porque convosco a cruz desagua na ressurreição, porque Vós estais connosco na escuridão das nossas noites: sois certeza nas nossas incertezas, Palavra nos nossos silêncios e nada poderá jamais roubar-nos o amor que nutris por nós.
Eis o anúncio pascal, anúncio de esperança. Este contém uma segunda parte, o envio. «Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia» (Mt 28,10): diz Jesus. Ele «vai à vossa frente para a Galileia» (28, 7): diz o anjo. O Senhor precede-nos. É bom saber que caminha diante de nós, que visitou a nossa vida e a nossa morte para nos preceder na Galileia, isto é, no lugar que, para Ele e para os seus discípulos, lembrava a vida diária, a família, o trabalho. Jesus deseja que levemos a esperança lá, à vida de cada dia. Mas, para os discípulos, a Galileia era também o lugar das recordações, sobretudo da primeira chamada. Voltar à Galileia é lembrar-se de ter sido amado e chamado por Deus. Precisamos de retomar o caminho, lembrando-nos de que nascemos e renascemos a partir duma chamada gratuita de amor. Este é o ponto donde recomeçar sempre, sobretudo nas crises, nos tempos de provação.
Mais ainda. A Galileia era a região mais distante de Jerusalém, onde estavam. E não só geograficamente: a Galileia era o lugar mais distante do caráter sacro da Cidade Santa. Era uma região habitada por povos diferentes, que praticavam vários cultos: era a «Galileia dos gentios» (Mt 4, 15). Jesus envia para lá, pede para recomeçar de lá. Que nos diz isto? Que o anúncio da esperança não deve ficar confinado nos nossos recintos sagrados, mas ser levado a todos. Porque todos têm necessidade de ser encorajados e, se não o fizermos nós que tocamos com a mão «o Verbo da vida» (1 Jo 1, 1), quem o fará? Como é belo ser cristãos que consolam, que carregam os fardos dos outros, que encorajam: anunciadores de vida em tempo de morte! A cada Galileia, a cada região desta humanidade a que pertencemos e que nos pertence, porque todos somos irmãos e irmãs, levemos o cântico da vida! Façamos calar os gritos de morte: de guerras, basta! Pare a produção e o comércio das armas, porque é de pão que precisamos, não de metralhadoras. Cessem os abortos, que matam a vida inocente. Abram-se os corações daqueles que têm, para encher as mãos vazias de quem não dispõe do necessário.
No fim, as mulheres «estreitaram os pés» de Jesus (Mt 28, 9), aqueles pés que, para nos encontrar, haviam percorrido um longo caminho até entrar e sair do túmulo. Abraçaram os pés que espezinharam a morte e abriram o caminho da esperança. Hoje nós, peregrinos em busca de esperança, estreitamo-nos a Vós, Jesus ressuscitado. Voltamos as costas à morte e abrimos os corações para Vós, que sois a Vida.





14 Versículos da Bíblia sobre Páscoa - DailyVerses.net


O SEPULCRO ESTÁ VAZIO - COMPOSITOR OZAIAS GONÇALVES - YouTube


Martins em Pauta: DEU-SE INICIO HOJE A FESTA DE JESUS RESSUSCITADO ...


Feliz Páscoa








Homilia do Papa Francisco em 27 de março de 2020 : Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.






«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»

HOMILIA DO SANTO PADRE


Adoração do Santíssimo


e Bêncão Urbi et Orbi


(«Sagrado» da Basílica de S. Pedro, 27 de março de 2020)



«Ao entardecer…» (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados «vamos perecer» (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos.

Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro... E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).

Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: «Não te importas de mim». É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De facto, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados.

A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de «empacotar» e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente «salvadores», incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.

Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: «Convertei-vos…». «Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais.

O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.

Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus. Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações! Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetir-nos: «Não tenhais medo!» (Mt 14, 27). E nós, juntamente com Pedro, «confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós» (cf. 1 Ped 5, 7).




Papa: ilusão achar "que continuaríamos sempre saudáveis em um mundo doente"



Rede Brasil Atual - Era ilusão pensar “que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”, disse nesta sexta-feira (25) o papa Francisco, em uma impressionante cena: a Praça São Pedro completamente vazia. No momento de sofrimento e medo, em que “o mundo cai de joelhos pela pandemia”, diz o Vaticano, o chefe da Igreja Católica propõe “fé e esperança”.

“Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”, afirmou o papa.

Na oração aos fiéis, ele escolheu um trecho do Evangelho segundo Marcos, que fala sobre uma tempestade. “Há semanas, parece que a tarde caiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… Nos vimos amedrontados e perdidos.” Mas, ao mesmo tempo, lembrou, isso faz lembrar que estão todos no mesmo barco, “chamados a remar juntos”, enquanto se questiona o atual modo de vida. “Sozinhos afundamos”, afirmou o papa.

Solidariedade

“A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade”, prossegue o papa. Segundo ele, “o Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança”.

Ele também destacou as pessoas que, neste momento, estão arriscando suas vidas. “Médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho.”

No final, Francisco concedeu a bênção Urbi et Orbi (“À cidade [de Roma] e ao mundo”), que só é dada em duas ocasiões, na Páscoa e no Natal. Fora isso, apenas quando é eleito um novo papa. Desta vez, a bênção foi concedida em caráter extraordinário.


Clique no link abaixo para ver toda a cerimônia traduzida para o português : 


Papa lança vídeo mundial por juízes "sem favoritismos" e com integridade





O Papa Francisco emitiu uma dura mensagem contra violações do Judiciário no momento em que vem sendo revelado um conluio de Sérgio Moro com procuradores. Num vídeo lançado mundialmente nesta quinta-feira, o Papa diz que juízes devem ser "isentos de favoritismos e de pressões que possam contaminar as decisões que devem tomar". "Os juízes devem seguir o exemplo de Jesus, que nunca negocia a verdade".


247 - O Papa Francisco emitiu uma dura mensagem contra violações do Judiciário no momento em que vem sendo revelado um conluio de Sérgio Moro com procuradores. Num vídeo lançado mundialmente nesta quinta-feira, o Papa diz que juízes devem ser "isentos de favoritismos e de pressões que possam contaminar as decisões que devem tomar"; "Os juízes devem seguir o exemplo de Jesus, que nunca negocia a verdade". 

No Brasil, a primeira divulgação do vídeo foi feita na página do Instituto Lula, no final da manhã. Assista ao vídeo logo abaixo. 

O "Vídeo do Papa" é uma iniciativa global da Rede Mundial de Oração do Papa para divulgar a intenções mensais de oração de Francisco relacionadas com os desafios da humanidade e a missão da Igreja. Mensalmente, o Papa Francisco lança um vídeo mundialmente.

Este vídeo, com o título "Integridade da Justiça" é 44º já lançado pelo Papa desde fevereiro de 2016, quando a iniciativa começou. Já houve vídeos dedicados aos refugiados, aos trabalhadores, aos desempregados e aos jornalistas. 

"Dos juízes dependem decisões que influenciem os direitos e os bens das pessoas. Sua independência deve ajudá-los a serem isentos de favoritismos e de pressões que possam contaminar as decisões que devem tomar", afirma o Pontífice.

"Os juízes devem seguir o exemplo de Jesus, que nunca negocia a verdade. Rezemos para que todos aqueles que administram a justiça operem com integridade e para que a injustiça que atravessa o mundo não tenha a última palavra", acrescentou o Papa.

Assista ao vídeo:



Carta de Juan Grabois mostra a grandesa humana do Papa Francisco e a inocência de Lula


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Depois de ser barrado pela polícia estilo gestapo de Sérgio Moro, composta por policiais e “profissionais”, que taciturnos e obedientes omissos à injustiça oriunda dos porões do imperialismo golpista, assassino de inocências, contribuíram para o vexame de impedir uma visita humanitária de um dos homens mais queridos e honrados pelo Papa Francisco, o advogado e intelectual argentino Juan Grabois.

Na carta que Grabois escreve a Lula jorra o espírito do respeito, do amor e consideração pelo maior líder brasileiro, odiado e trancafiado imerecidamente pelo seviçal e boçal dos interesses opressores inteternacionais, Sérgio Moro.

Na carta de Juan explodem flores no jardim humano de compaixão da admiração do Papa por Lula. Também o carinho e admiração do próprio conselheiro de Francisco.

O texto reclama que um gesto de quem queria apenas visitar e rezar com o líder amado por todo o mundo causasse tanta celeuma, mentiras, fake news, injustiças e a famosa jogatina noticialesca também praticada por um órgão do Vaticano, a Vatican News.

Porém, é bom que se afirme que a visita barrada de Juan Grabois mexe fortemente nas injustiças praticadas pela boçalidade da lava jato, por todo o judiciário brasileiro, omisso, covarde, mentiroso e conivente com a injustiça que Lula e o povo braseileiro sofrem.

A negativa dolorosa e sem vergonha sofridas por Grabois estampa na cara do mundo a divisão altamente pecaminosa dos donos da Cúria Romana no Vaticano, suspeitos do assassinato do Papa Sorriso, João Paulo I, morto envendenado em pleno sono, dos males feitos pelo pontificado de João Paulo II e das perseguições que o próprio Papa Francisco sofre por optar, por fé e amor, pela defesa da Pátria Grande, a América Latina, em cujo Continente se pratica, desde as invasões coloniais erupeias, as maiores atrocidades contra nossos nativos e, agora, o massacre dos trabalhadores e dos pobres.

Leia abaixo a carta de Juan Grabois publicada na sua conta no Facebook dirigida ao ex presidente Lula, a quem o emissor admira com afeto e carinho.


Querido Lula:

Ontem eu saí do Brasil muito angustiado. Como sabes, impediram-me de te visitar de forma injustificada, arbitrária e mal-educada. Depois, visitei os meus irmãos e irmãs provadores, carrinheiros, camponeses, favelados, professores, servidores públicos, operários e integrantes de diversas pastorais. Pude sentir a dor do seu povo, partilhar a sua impotência perante a injustiça, a sua revolta perante a perseguição do seu máximo dirigente. Notei também a enorme deterioração institucional, social e política que o Brasil sofre por causa da ambição de poucos que concentram o poder e impedem que as diferenças se apaziguamento nos quadros da democracia.

O drink mais amargo, porém, me esperava no aeroporto de Curitiba. Foi aí que soube que estavas a ser atacado nos meios de comunicação social e redes sociais. Dizem que mentiu sobre o Rosário enviado pelo Papa Francisco. Acontece que tu, preso e incomunicável, também mentem! Com espanto vi que os seus inquisidores indicavam que a fonte da sua calúnia era o próprio Vaticano. Maior foi a minha surpresa quando confirmei que numa página da internet chamada Vatican News tinham publicado um texto em português agressivo, cheio de imprecisões e erros de redação.

A comunicação desta página não pode ser considerada oficial, mas, com efeito, trata-se de um local dependente do secretariado de comunicação do Vaticano. Enquanto Lia, não podia sair do meu espanto. Evidentemente, um editor desse site, sabe Deus com que intenção ou a pedido de quem, quis causar um tumulto e conseguiu. Quando pude reclamar com os superiores, a nota foi removida do site e substituída por uma adequada, mas o dano já estava feito. Infelizmente, os meios que espalharam até o paroxismo a suposta desmentida alegria não visualizaram a nova nota com a informação correcta. Será que vivemos na era da pós-verdade?

Nunca revelei o conteúdo de um encontro com o Papa Francisco porque sou leal, o respeito e admiro muito. Além disso, sei que o seu apoio aos movimentos sociais e aos pobres lhe traz mais do que uma dor de cabeça. Como sabes, ele também sofre o ataque sistemático dos fariseus e herodianos dos nossos tempos. No entanto, tendo em conta as circunstâncias, sinto-me na obrigação de te contar como foram as coisas. Em meados de maio estive no Vaticano para visitar o Papa Francisco, que me honra com uma amizade que não mereço, ama a pátria grande e – como ele mesmo indicou – está preocupado com a situação actual.

Como sabes, é muito claro e frontal, não precisa de porta-vozes e eu nunca quis ser. Sofro muito quando a mídia me coloca nesse lugar. Eu apenas tento ajudar no diálogo com os movimentos sociais, algo que tenho feito desde que nos conhecemos em Buenos Aires, há mais de dez anos, lutando por uma sociedade sem escravos nem excluídos. Neste momento, colaboro com o dicastério para a promoção do desenvolvimento humano integral que preside o cardeal Peter Turkson com quem organizamos os três encontros mundiais de movimentos populares e outras atividades para promover o acesso à terra, ao teto e ao trabalho como direitos essenciais.

Por esses dias de maio, meus amigos dos movimentos populares do Brasil me ofereceram a possibilidade de te visitar. Fiquei muito satisfeito porque admiro o que fizeste como presidente pelos mais pobres e tenho a certeza de que és alvo de uma perseguição política, tal como Nelson Mandela e tantos outros dirigentes políticos na história recente. Aproveitei, então, aquela visita ao Vaticano para conversar com o papa sobre a situação e pedir-lhe um rosário abençoado para te levar a ti. Assim foi. É incrível que um gesto tão simples de solidariedade e proximidade do papa, um objeto que serve para rezar, gere tantos problemas, mas não é a primeira vez e o Vatican News é responsável por ter permitido que se publique essa nota tão inapropriada e falta de profissionalismo. O seu responsável pediu-me perdão e perdoo-lhe, porque todos podemos cometer erros. Mas também sei que houve danos graves.

Também quero esclarecer que, quando me negaram ver-te, pedi aos teus colaboradores que te levassem o Rosário, exportando expressamente que vinha da parte do papa com a sua bênção. Por esse motivo, o que eles afirmaram na sua conta do Facebook – erroneamente denunciada de fake news e ameaçada com a censura – é simplesmente o que eu lhes disse: a verdade. Entrego esta carta aos teus colaboradores com a autorização expressa de que a postem se lhes serve para amenizar o dano causado, embora temo que aqueles que odeiam esse operário que tirou da fome a quarenta milhões de excluídos e colocou de pé a América Latina em frente aos seus colaboradores. Os poderes globais não vão dizer a verdade.

Te peço perdão pelo que aconteceu e te deixo um abraço fraterno, Latino-Americano e solidário.

Rezo pela tua liberdade, o teu povo e a nossa pátria grande.

Juan Grabois


Postado em Cartas Proféticas em 13/06/2018



Papa Francisco presenteia Lula e critica sua prisão










247 - O papa Francisco fez sua primeira manifestação explícita de apoio ao ex-presidente Lula, mantido como preso político há 67 dias. "O papa Francisco enviou um rosário ao presidente Lula, preso político há 67 dias. O presidente recebeu o terço na sede da Polícia Federal em Curitiba", postou a equipe de Lula nas redes sociais, com uma foto de Claudio Kbene. 

Para Mauro Lopes, editor do 247 e criador do site teológico Caminho Pra Casa, Lula "é o maior líder político católico da história brasileira". Ele explicou que "os católicos que odeiam Lula e fazem campanha contra ele o fazem não por serem católicos, mas por serem de direita".

No dia 17 de maio, na missa em Santa Marta, que o papa preside sempre que está no Vaticano, o pontífice condenou o golpe de maneira dura. Sem citar o Brasil ou o nome de Lula diretamente, fez uma descrição perfeita do que acontece no país:

"Criam-se condições obscuras para condenar uma pessoa. A mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas. Depois chega a Justiça, as condena, e no final, se faz um golpe de Estado", afirmou na ocasião.

A declaração do Papa aconteceu logo depois de um encontro com uma delegação de jovens brasileiros que foram a Roma para o encontro das Scholas Ocurrentes, um projeto de educação de Francisco.

O terço é um instrumento de oração e meditação de católicos usado há 800 anos e se compõe de uma sucessão de 10 Aves-Marias entremeadas por um Pai Nosso e uma invocação à Trindade.

As comunidades eclesiais de base da Igreja foram decisivas para a formação do PT nos anos 1970/80 e o teólogo Leonardo Boff e Frei Betto são os principais conselheiros espirituais de Lula.



Postado em Brasil 247 em 11/06/2018