Não precisa ter muita coisa, tendo noção já está bom



Marcel Camargo

Acho que todo texto meu atualmente começa com “tempos difíceis”. Sei lá, mas essa expressão vem à minha cabeça toda vez que começo a escrever. É automático. Assim como o modo automático está embalando uma imensa quantidade de pessoas em seu cotidiano. Parece que as pessoas acordam, trabalham, vão e voltam, sem parar para refletir e enxergar a vida lá fora. Inclusive acontece comigo, vez ou outra.

Tudo está tão corrido, tão pesado. A pandemia aflorou medos, incertezas, dissidências, desconfigurou as relações em todos os setores. Na escola, por exemplo, parece que eu desaprendi a ser professor e estou tendo que recomeçar do zero. Assim também é com os alunos. O mundo deu uma sacudida, trouxe à tona questões que ficavam adormecidas, como a morte, a saúde pública, muitos medos e comportamentos humanos e desumanos.

Nessa toada, tivemos que reaprender a conviver em sociedade, para além das redes sociais. Porque, quando estamos em frente ao computador ou ao celular, tem-se a impressão de que estamos protegidos, estamos longe das reações das pessoas, ou seja, perdemos um pouco os freios e limites que pautam o convívio real. Ali na internet, muitos se veem mais livres e ousados. Daí o tanto de discussões mais exaltadas que se travam pelo mundo virtual.

Quando estamos frente a frente com o outro, as reações dele ao que falamos e fazemos são imediatas, o que nos faz ter mais meios de nos controlarmos, de termos mais noção do quanto estamos ultrapassando ou não certos limites. Mas isso que se dilui nas interações virtuais. E essa noção das coisas precisa urgentemente de ajustes, porque não dá para conviver sem levar em conta as pessoas que nos rodeiam. E ainda tem gente que quer levar a vida sem perceber o alcance de suas ações nas vidas alheias. Isso não pode ocorrer.

É por isso que eu digo que as pessoas precisam ter um mínimo de simancol, percebendo quando estiverem sendo inconvenientes, invasivas, agressivas, chatas. A gente precisa ter senso. Tem que perceber quando estiver incomodando, quando não estiver sendo bem vindo ou forçando algo à toa. Das coisas que todos devemos ter: noção. Para ontem.











Todo mundo gosta de dançar como se fosse verão a música Everbody do DJ Bobo



Você já ouviu falar que dançar e fazer exercício vicia? Algumas pessoas apreciam a atividade física e dança porque elas as tornam mais felizes. E sabe o porquê? Ambas as atividades liberam a endorfina que você vai conhecer ao fazer a leitura deste texto...

Esta dependência causada pelo exercício e pela dança é atribuída às concentrações elevadas de endorfina produzidas por determinados exercícios e todos os gêneros de dança.

Mas você sabe o que é endorfina? É uma coisa espetacular e ao mesmo tempo, muito interessante!...rsrs Inclusive vou mostrá-la em ação agora:

1- A Endorfina em Ação

A endorfina em ação

Você está assistindo uma proteína chamada Miosina puxando uma Endorfina ao longo de um filamento para a parte interna do córtex parietal do cérebro que gera a felicidade.

Simmmm, você está literalmente olhando para a felicidade! Precisamos manter nosso cérebro com a Miosina puxando a Endorfina, precisamos alimentá-las com fé e perseverança para continuar Vivendo Bem Feliz!

Bem, agora você já sabe que a endorfina é o hormônio da felicidade. Falar isso da boca para fora é fácil, mas você precisa entender o porquê dela ser o hormônio da felicidade. Que tal descobrir um pouco mais sobre a endorfina e seus mistérios? Vou te contar tudinho!

ENDORFINA é uma substância natural produzida pelo cérebro durante e depois de uma atividade física que regula a emoção e a percepção da dor, ajudando a relaxar e gerando bem estar e prazer.

A endorfina é considerada um analgésico natural, reduzindo o estresse e a ansiedade, aliviando as tensões e sendo até recomendado no tratamento de depressões leves.

2 – Maneiras de liberar a Endorfina

Neurônios cerebrais recebendo a carga de endorfina

O mecanismo de liberação da endorfina através dessa glândula hipófise acontece principalmente dito em relação a beta-endorfina, durante a realização da atividade física, intensa ou moderada.

Por esse motivo que muitas pessoas que não possuem como um hobbie ou estilo de vida, a prática de atividade física, usufrui sem reclamar desse meio, dado a sensação de plenitude após a sua prática.

Esta liberação traz a sensação de bem estar, relaxamento muscular e em alguns casos até de prazer. Esportes radicais produzem além da endorfina, a dopamina e a adrenalina, que são responsáveis por uma mistura de sensações que causam mais dependência ainda.

A forma com que praticamos estes exercícios físicos e como dançamos também contribui para a quantidade de endorfina liberada, porém essa diferenciação é praticamente imperceptível.

Em atividades de intensidade alta, seu aumento no sangue é em torno de 10 a 15% maior do que em atividades de baixa a média intensidade.

3 – A sensação de Felicidade provocada pela liberação da endorfina

A felicidade em ação

Muitas pessoas se sentem irritadas, ansiosas, depressivas e com péssimo humor quando deixam de fazer exercícios físicos ou abandonam suas aulas de dança.

Há pessoas que não gostam tanto do exercício, mas da sensação de bem estar de tê-los feito. Assim sendo, a liberação de endorfina que gera a sensação de bem estar, provoca esse estado de plenitude que experimenta o praticante regular de atividade física.

Mas esta liberação de endorfina depende das características da atividade física que estamos praticando. Entretanto, como se trata de um mecanismo provocado pela adaptação do corpo ao exercício, ela vai sendo liberada gradualmente desde o início da atividade.

Em determinado momento, porém, atinge um limiar de produção que a torna perceptível e surge a sensação de bem-estar que persiste mesmo depois de terminado o exercício.

Algumas pesquisas afirmam que os efeitos da endorfina são sentidos até uma ou duas horas após a sua liberação. Outros estudos observaram aumento das dosagens desse hormônio até 72 horas após o exercício.

A endorfina é produzida na hipófise e liberada para o sangue juntamente com outros hormônios como o GH (hormônio do crescimento) e o ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) que estimula a produção de adrenalina e cortisol.

A intensidade e a duração do exercício parecem ser responsáveis pela concentração de endorfina no sangue.

4 – Mitos e verdades sobre a Endorfina


Existem mitos e verdades acerca dela, devemos observá-los com criticidade. Por que passeio o conceito da endorfina antes de abordar estes mitos e verdades? Para poder agora argumentar contigo os motivos de cada um ser mito ou realidade.

Verdade: Comer chocolate libera endorfina.

Na verdade não é o chocolate, é o cacau, único fruto conhecido no mundo que possui uma substância chamada anandamida. Além disso, o cacau estimula a produção de enzimas responsáveis pela demora da eliminação dessa substância do organismo.😄

Mito: Endorfina artificial não existe. Existem sim e é bem conhecida, é a famosa morfina e tem sua fórmula molecular disposta assim: C17H19NO3.

Verdade: Pimenta libera endorfina. A pimenta ardida ao entrar em contato com as papilas gustativas e provocar o ardor, é enviado ao cérebro um sinal de perigo, alertando-o para liberar endorfina para aliviar a dor. Por isso que adorooo pimenta! 😊

Mito: Sadomasoquistas gostam de dor por que libera endorfina. Isso é um mito, pura e simplesmente pelo fato de todas as pessoas liberarem endorfina ao sentir dor e nem todas gostarem de dor.

Verdade: Atletas de alto desempenho tendem a ter depressão pela falta de endorfina. Principalmente quando encerram suas carreiras, pois estão acostumados a injeção de endorfina quase que diária e durante um longo tempo. Quando um atleta para de praticar a atividade física intensa, possui chance de 30% maior que os demais a desenvolver depressão.

Mito: O pensamento positivo também é arma poderosa para a liberação de endorfina. Outras substâncias pode até ser, mas a endorfina não, pois a endorfina vem mais como uma reação de ALERTA do corpo do que uma reação ao bem estar.

Verdade: A menstruação diminui a produção de endorfina. Logo antes de ficar menstruada, a mulher entra no estado da famosa Tensão Pré Menstrual, muito devido à diminuição na produção de endorfina. Por isso que podem me dar chocolate na TPM, gente… 😆 E se possível, um chocolate meio amargo, que possui maior concentração de cacau.... rsrs😀

4 – Endorfina e suas restrições


Como a endorfina é um hormônio que provoca dependência, para praticantes de atividade física regular e dança, com o tempo, a necessidade de produção dessa substância aumenta drasticamente, o que pode levar a este atleta a ter longos períodos de mau humor quando esta atividade é suspensa.

Entenda que estes períodos de fácil irritabilidade ocorrem normalmente quando a ausência de exercícios ultrapassa, em média, duas semanas corridas. Em situações extremas, esta falta de endorfina, pode causar reações de compulsivas, tendo como foco principal a busca por essa endorfina através da alimentação.

Como subterfúgio, pessoas ingerem alimentos gordurosos e chocolate indiscriminadamente, entrando em uma espiral que é totalmente prejudicial à saúde.

A música que te contagia e libera Endorfina

Cãozinho contagiado pela energia da música

A endorfina é um poderoso aliado do ser humano para o auxílio nas mais diversas situações que nosso corpo sofre, desde enfermidades crônicas e até depressões profundas.

Claro que assim como a água, qualquer coisa em exagero tende a nos fazer mal. Manter uma rotina de atividades físicas, independente em qual intensidade seja de forma com que nosso corpo sinta os benefícios da endorfina sem depender dela para sobreviver é um mecanismo poderoso de garantia da longevidade.

Incluir a pimenta em sua alimentação é uma boa ideia, dado que além da endorfina que ela ajuda a liberar, a pimenta é termogênica e queima 10% a mais de calorias em comparação ao consumo deste alimento sem a pimenta. Desta maneira você, além de se sentir alegre através do hormônio da felicidade, também ficará satisfeito com sua aparência física.

Caso o chocolate seja seu ponto fraco, mude ao menos para um feito menos de leite e mais de cacau, a sensação de prazer virá em longo prazo, substituindo o imediatismo do sabor em si.

E a música que libera endorfina de forma rápida é Everbody, do DJ Bobo. Só de ouvior essa canção e começar a dançar você vai se endorfinar!

A música mais animada que conheço e que nunca saiu da minha playlist de dança e corrida é "Everbody," do Dj Bobo, que tem um ritmo contagiante, enérgico e feliz.

Quando você perceber, já estará ensaindo e dançando por aí! ♫

" Everybody " é uma canção de 1994 do artista suíço Peter René Cipiriano Baumann, mais conhecido por DJ BoBo. O single é retirado do álbum de 1993, Dance With Me.

♪ DJ BoBo, é um músico suíço famoso por ter sempre uma de suas músicas nas paradas europeias, por performances dançantes de extrema complexidade e shows em estádios lotados por toda a Europa. ♬

Dj Bobo Antes e atualmente

Ele já vendeu mais de 14 milhões de discos no mundo inteiro e lançou 11 álbuns de estúdio, bem como algumas compilações que incluíram seus hits anteriores em um formato reformulado.

DJ Bobo também lançou 34 singles, alguns sendo uns dos maiores hits da década de 1990 no continente europeu, como "Somebody Dance With Me", "Everybody", "Let the Dream Come True", "Love Is All Around" e "There Is a Party". ♪

É ganhador por 10 vezes da maior premiação da música mundial, o World Music Awards, sendo pela ultima vez em 2005. É o cantor suíço mais bem sucedido.

♬♪♫ Hoje, com gravadora e produtora própria (Yes Music), possui uma equipe que também se apresenta junto no palco.

Gostou deste artigo? Consegui desvendar a endorfina e seus mistérios? Tem algo a acrescentar ou alguma opinião para fornecer? Comente abaixo, ficarei honrada em saber o que pensa sobre o assunto! E agora, vamos produzir um pouco de endorfina com "Everbody," do Dj Bobo! Uhulllll



Inspiração: Endorfina e dicas.

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Nota :

A música Happy de Pharrell Williams me dá muita vontade de dançar e, 

com certeza, aumenta minha dose de endorfina 😀😀😀

Tomara que para você também querido(a) leitor(a) !

Rosa Maria - Editora do Blog






Procure o que lhe emocione e você viverá melhor



O que faz você se emocionar? O que faz seu coração vibrar e encher sua mente de ilusões, projetos e sonhos para realizar? As pessoas precisam dessas pequenas “elevações” diárias de dopamina para se sentirem vivas e seguirem em frente.

Dizem que um dos maiores hobbies de Miguel de Unamuno (além da escrita e da docência) era fazer origamis e, especificamente, fazer passarinhos de papel. Embora ele o chamasse de cocotologia, daí seu curioso livro Apuntes para un tratado de cocotología. Também se diz que a poeta Emily Dickinson tinha paixão por assar pães.

Ela adorava o aroma da massa recém feita e, depois das várias receitas que inventava, ia também tecendo os seus primeiros versos. Uma das paixões de Agatha Christie também foi marcante: a arqueologia. Em criança teve um sonho revelador, viu-se escavando cidades antigas e vestígios artísticos de tempos remotos. A partir desse momento, ele sempre teve um fascínio por esse mundo.

Embora sua vida tenha tomado outros rumos, aos 40 anos viajou para a antiga cidade de Ur, no Iraque, importante núcleo da antiga Mesopotâmia. Ela queria passar um tempo naquele mundo de areia, pedras e mistérios sob a terra. Foi lá que conheceu o amor de sua vida, o renomado arqueólogo Max Mallowan.

De alguma forma, muitas dessas pequenas coisas que nos fascinam, nos emocionam e se tornam pequenas obsessões, acabam dando lugar a grandes acontecimentos em nossas vidas. Encontrar o que nos faz pulsar é o que nos permite seguir em frente e até nos sentirmos autorrealizados.

As pessoas estão programadas para buscar experiências gratificantes. Isso nos permite encontrar significado, motivação e prazer em nossa existência.

Uma refeição, um hobby, uma pessoa ou um sonho. As pessoas precisam se sentir motivadas no dia a dia.

Nosso sorvete de chocolate diário

A pessoa com depressão carrega consigo algo mais do que uma simples tristeza: ela está presa em uma anedonia constante. Ou seja, não é capaz de sentir prazer, curiosidade, gozo ou satisfação. Nada a motiva, inclusive tudo aquilo que antes a apaixonava e divertia deixa de fazer sentido. Poucas sensações podem ser mais devastadoras.

Em primeiro lugar, porque os seres humanos são programados para buscar sensações gratificantes e fugir das desagradáveis. As emoções de valência positiva são as que nos dão aquelas contribuições estimulantes de dopamina, serotonina e adrenalina, tão necessárias para o nosso bem-estar, motivação e aprendizagem. Se esses neurotransmissores não estiverem presentes, algo acontece em nós.

O psicólogo Silvan Tomkins explicou com sua teoria do afeto uma ideia que vale a pena ter em mente. A saúde mental depende, em grande medida, da capacidade de maximizar experiências gratificantes. Encontrar o que te emociona será sua linha de vida diária, por mais insignificante que seja, como presentear-se com um momento de calma enquanto saboreia um sorvete de chocolate.

Um cérebro motivado, uma mente capaz de encontrar motivadores regularmente, desenvolve uma abordagem cognitiva mais flexível e orientada para a mudança para alcançar o bem-estar e novos objetivos.

Ficar animado favorece sua flexibilidade cognitiva

Muitas vezes as coisas que nos emocionam são as mais elementares e inconsequentes. Emily Dickinson era obcecada pelo cheiro de pão recém-assado, mas também alimentou sua inspiração para compor poemas. Agatha Christie sempre teve um fascínio pela arqueologia, e isso a ajudou a desenvolver o estranho romance. Também para encontrar o amor da sua vida.

Encontrar o que nos excita abre a mente, amplia as perspectivas e quebra os padrões de pensamento negativo. A pesquisa destaca que as emoções com valência positiva favorecem a flexibilidade cognitiva.

Ou seja, facilitam a adaptação do cérebro a situações inesperadas e mutáveis por meio de novas ideias e comportamentos. Por outro lado, quem está dentro da prisão da ansiedade, do desânimo e da angústia, é incapaz de reagir aos desafios ou de trazer ideias inovadoras para os problemas mais simples. Há apenas medo, evitação e desânimo.

Emoções como alegria, curiosidade, paixão ou prazer nos tornam mais propensos à ação e à mudança.

Procure o que te inspira, porque às vezes quando você descobre algo diferente que desperta seu interesse, sua realidade muda.

Ouse, procure o que lhe emocione

Às vezes, depois de um dia ruim, tudo fica melhor caminhando enquanto se saboreia um bom sorvete de chocolate. Há momentos em que a música nos salva, bons livros se tornam refúgios e encontrar um novo hobby de repente implica uma mudança que nos abre novos horizontes. Existem estados emocionais que triunfam sobre o luto, fazendo com que nossos pensamentos e crenças limitantes se reformulem.

Então vá em frente, encontre o que te excita. Procure o que desperta em você essa palavra mágica chamada entusiasmo e verá como, pouco a pouco, seus esquemas mentais se flexibilizam. Para isso, vale fomentar aqueles estados que a psicóloga Barbara Fredrickson define como “emoções estelares”, ou seja, aqueles estados gratificantes que têm o poder de mediar seu bem-estar, sucesso e felicidade. Nós os analisamos.

1. Procure o que lhe dá alegria

Alegria é mais do que rir, é sentir efusividade e positividade de forma intensa. Às vezes basta estar com alguém que sempre tira o melhor de você com suas ideias e sacadas, para ver a vida de uma forma mais brilhante e esperançosa.

2. Serenidade, o que lhe dá calma

Um passeio, uma leitura, uma sesta, meditar… Todos podemos encontrar a serenidade das formas mais simples possíveis. São aqueles momentos em que você se sente grato, seguro e em paz.

3. Interesse, a mente curiosa

O bem-estar psicológico e mental exige que nunca abandonemos aquele olhar infantil que deseja saber tudo. Pessoas curiosas são seres despertos, conectados com seu entorno e sempre têm algo novo para aprender.

4. Mantenha a esperança

Procure o que o entusiasme e o que lhe permita manter a esperança em qualquer circunstância. Às vezes, quando descobrimos algo que nos dá sentido e nos apaixona, nos sentimos mais ligados ao presente, unidos à vida e ao futuro.

5. Sinta-se orgulhoso de si mesmo

Certamente isso já aconteceu com você em algum momento. Às vezes encontramos um novo hobby, algo em que somos particularmente bons e que de repente abre novas perspectivas. Perceber que somos competentes em alguma área também reverte em bem-estar psicológico, pois nos ajuda a elevar nossa autoestima.

6. Divirta-se, não abra mão de sua criança interior

Quando foi a última vez que você se divertiu? Quando você curtiu e riu como quando era criança? Nunca deixe de desfrutar desses momentos na companhia de pessoas especiais com quem não ver o tempo passar, com quem ser feliz.

7. Procure o que te inspire

A inspiração é aquela força a meio caminho entre o emocional e o cognitivo que expande a mente, que nos eleva e nos orienta para novos comportamentos. É fundamental que em nossa vida encontremos áreas, disciplinas ou práticas que gerem essa sensação.

Porque quando há inspiração na mente e no coração, a tristeza se esvai e o desejo de se mover, de buscar mais estímulos, de alcançar determinados objetivos é aceso. A inspiração é prazer e é uma chama que devemos manter sempre viva.

Para concluir, se você está passando por um momento de tons de cinza e pouca energia, faça isso, procure o que o emocione. Não importa que você não tenha vontade, o desejo aparecerá apenas quando você se tornar ativo, quando ultrapassar seus limiares cotidianos e encontrar algo desafiador, novo. Algo que, talvez, possa mudar tudo.







Da calamidade de Bolsonaro à esperança de Lula


Brasil foi submetido ao maior desafio havido em nossa história. Temos esperança de que o novo presidente pode refazer o que foi destruído, avalia Leonardo Boff

Leonardo Boff

Durante os quatro anos da administração do presidente Jair Bolsonaro, o país viveu afetado por todas as pragas do Egito. Das muitas opções possíveis para algum problema, o presidente geralmente escolhia a pior. Psicótico, era apático face às desgraças infligidas ao povo, particularmente aos mais vulneráveis. O auge de seu orgasmo psicótico foi atingido quando proibiu água, vacinas e remédios aos indígenas, tidos por ele como sub-humanos. Por isso, provavelmente, deverá enfrentar um processo de genocídio, já encaminhado pelos próprios indígenas, junto ao Tribunal Penal de Crimes contra a Humanidade em Haia. Foi o presidente mais corrupto de nossa história, não só em termos monetários, mas em termos da corrupção da mente e do coração dos brasileiros para o ódio e o desprezo.

É de todos conhecida a lista das omissões, dos crimes comuns e contra a humanidade, das violações das leis e da Constituição perpetradas por esta figura dia-bolica (que separa contrariamente a sim-bólica que une) de forma continuada e sem qualquer escrúpulo. De passo, cabe reconhecer que, a nossa democracia por ser de baixa intensidade junto com a maioria de suas instituições, não se revelou à altura do desafio antidemocrático e antinacional para enfrentar tais desvarios. Deixemos de lado as atrocidades cometidas por este presidente, cujo nome deve constar no livro dos crimes cometidos contra o seu próprio povo.

A gravidade do desastre produzido em todos os campos é de tal magnitude que talvez somente uma reflexão histórica e sociológica não sejam suficientes para decifrá-lo. Demanda uma indagação filosofante, coisa que tentei em alguns artigos anteriores. Utilizei-me de duas categorias, uma ocidental, a da sombra, e outra oriental a do karma, dialogando entre elas.

Talvez se faça necessária uma pequena referência aos pressupostos teóricos desta leitura: à física quântica e ao pensamento ecológico moderno nos ajudem a entender este sinistro fenômeno.

Sabemos hoje que todos os seres estão inter-retro-conectados, todos estão envolvidos em redes de relações. Cada relação deixa uma marca entre os seres relacionados e assim surge uma história, a cosmogênese. Experiências dramáticas deixam marcas que, não raro, procuramos recalcar, mas que permanecem no inconsciente coletivo. Jung chama a isso de sombra. Algo parecido ocorre com o karma. Cada ação deixa uma marca que provoca uma correspondente reação. Tanto Jung quanto o filósofo japonês Daisaku Ikeda convergem nesta acepção. Em outras palavras, não há apenas a sombra e o karma individual. Elas podem assumir um caráter coletivo presente no substrato e no inconsciente de cada povo.

Voltando ao nosso tema: somos herdeiros de uma tormentosa história de sombras: a do genocídio indígena, a colonização que nos impedia possuir um projeto próprio, a escravidão, a mais grave, que reduziu pessoas humanas a escravos e usados como animais na produção, sombra de nossa república e democracia frágeis que nunca foram includentes, pois a conciliação das classes endinheiradas nunca fizeram um projeto nacional para todos, apenas entre elas com a exclusão das grandes maiorias de negros, pobres, indígenas e outros.

Essas sombras desumanas trabalharam no inconsciente coletivo, provocando quilombos e revoltas, todas elas exterminadas a ferro e fogo para manter as vantagens “de elite do atraso” (Jessé Souza). Elas trabalharam também no inconsciente das minorias endinheiradas, geralmente na forma de medo e insegurança. Ao dar-se conta de que as sombras das classes humilhadas começaram a ganhar força história a ponto de terem eleito um dos seus representantes à presidência, Lula, logo foram por todos os meios rebaixadas, reprimidas, combatidas até lhe cortar o caminho por um golpe civil-militar em 1964 de sob outra forma, repetido em 2016 com o impeachment de Dilma Rousseff. As motivações eram as mesmas: garantir o seu poder e fortunas.

Na pessoa medíocre, sem projeto pessoal nenhum e manipulável estas classes encontraram o representante ideal que precisavam. Elegeram o ex-presidente, sempre sustentado por elas, pois, com sua economia ultraneoliberal, aliada a uma política de extrema-direita, acumularam, apesar da pandemia do Covid-19, como nunca antes na história. Fizeram de tudo para garantir-lhe a reeeleição (figurativamente, fizeram-lhe comprar a arena de futebol, comprar o time, comprar gandulas, comprar o juiz, e ainda assim perderam). Há uma força maior que a maldade arquitetada.

A força kármica (abstraindo as muitas reencarnações) segundo Ikeda impregna com sua sombra a história e as instituições, positiva ou negativamente. Arnold Toynbee que entreve um longo diálogo com Ikeda, prefere outra categoria e não a kármica, ao dizer que a história carrega um próprio peso que são os fracassos e sucesso de um povo. Ele gera também uma sombra no inconsciente coletivo que se projeta nas redes sociais e conforma o destino de um povo.

Voltando ao tema em tela: com o atual governo tivemos que penar sob o peso de nossas muitas sombras sombrias que se expressavam pelo ódio, pela mentira, pelas fake news, pela distorção da realidade. Ganhou corpo na figura sinistra do ex-presidente, cuja megasomba tinha o poder de suscitar e animar a sombra coletiva de um povo já fragilizado. Criou um campo kármico ou forjou o gabinete do ódio e todas as formas de obscenidades políticas e éticas.

O destino quis que essa insensatez, cujo projeto era levar-nos ao mundo do pré-iluminismo, pois esse promovia a escola para todos, os direitos humanos e as liberdades modernas, avanços civilizatórios, que foram sistematicamente negados pelo bolsonarismo.

O Brasil foi submetido ao seu maior desafio havido em nossa história. Foi humilhado internamente e envergonhado externamente. Mas nunca esmoreceu esperança, aquele motor interior, maior que a virtude, que nos faz nunca desistir, que nos sustenta nos enfrentamentos e nos faz levantar quando caídos. Esse princípio-esperança nunca morre porque é ele o vigor secreto de toda vida que recusa morrer e sempre reafirma a força intrínseca da vida, nos força a rasgar caminhos novos e mundos “ainda não experimentados” (Fernando Pessoa). O esperançar de Paulo Freire e a esperança esperante, que nunca desistem, sempre insistem e criam a condições histórica para que a utopia viável se torne realidade. Passamos pela prova.

A magna calamidade de Bolsonaro foi vencida pela esperança esperante de Lula. Temos esperança de que o novo presidente com a equipe de excelência que articulou, pode refazer o que foi destruído e, muito mais, abrir rumos novos, bons para nós e para o mundo, pois, pelo Brasil passará, seguramente, futuro ecológico da vida e da humanidade. 





Vídeo acima gentilmente cedido por Rolando Malvásio.



O que há de política e ecologia nesse terninho de Janja é um magnífico escândalo



Geraldo Varjabedian

Mil anos-luz longe do mercado. Quando quebrei, lá por 2006, a indústria de seda, no Brasil, passava maus bocados.

Trabalhei um bom tempo com reciclagem e reaproveitamento de sedas, numa época em que tecidos planos de fios orgânicos como linho, algodões não comerciais e sedas agonizavam, caiam de uso, dando lugar às microfibras e tecidos tecnológicos – todos fósseis – que engoliram o mercado vorazmente.

Quem estuda, tenta alertar e educar sobre modos de produção, sabe quanto vale este trabalho estupendo de tingimento da seda com caju e ruibarbo, a arte dos bordados em palha das bordadeiras de Timbaúba. Que terninho estudado e conceitualmente precioso!

Seda mancha, sofre com a ação do tempo e, não raro, mal acondicionada, pode apresentar pontos de bolor, ficar puída, com pequenos furos por traças e outros danos. Dá um trampo, mas dá pra ressuscitar, tingir, estampar. 

Pelo que a seda custava, e ainda deve custar, pelo impacto ambiental da produção, pelo manuseio trabalhoso, pelo tempo que toma; recuperar valor reaproveitando e reciclando era uma opção para estilistas, ateliês e confeções daqueles anos. Até onde sei, poucas oficinas brasileiras de estamparia e tinturaria artesanais em seda sobreviveram. E não voltei a frequentar esse mundinho pra saber, inclusive, porque os tempos a seguir foram de inúmeros mortais carpados em sequência até aqui e uma mudança irreversível de rumos.

Por conhecer um pouquinho do assunto, até pelo gosto que tomei pelo trabalho, tomei um tranco com o traje da Janja na posse. Nem tanto pelo traço, porque moda não é minha área, mas pela seda.

Claro que fui pesquisar. E entendi a construção feita pela estilista Helô Rocha e a importância do trampo. Muita ecologia e política envolvidas no processo.

Inevitavelmente, caí no mesmo mal-estar que sempre tive na relação com o universo da moda e da apropriação mal-compreendida que muitos fazem, focados no modelo, na técnica de costura, na crítica, na mídia e na pirotecnia consumista que envolve o setor.

Não, Janja não estava apenas podre de chique. Estava vestida politicamente, intencionalmente, desafiadoramente, no que sintonizou perfeitamente com a subida da rampa e o compartilhamento popular da faixa presidencial.

Quem questiona, rastreia, estuda, tenta alertar e educar sobre modos de produção, sabe quanto valem propostas como este trabalho estupendo de tingimento da seda com caju e ruibarbo, a arte dos bordados em palha das bordadeiras de Timbaúba. Que cuidado! Que terninho estudado e conceitualmente precioso! Trabalho especializadíssimo, que escancara um Brasil que negligenciou seus próprios modos de produção, conhecimentos, soberania, para dar espaço às psicopatias industriais. Que homenagem ao Brasil!

Nosso povo já dominou tanto conhecimento, desenvolveu materiais, acabamentos, processos de fiação e tecelagem, técnicas de tingimento a partir de pigmentos vegetais e muitas outras artes e ofícios artesanais que vale pesquisar. É um universo desconhecido do próprio país. E você pode abstrair a mesma "lógica" para outros processos produtivos deste país de saberes e soberania sabotados.

Croquis do terninho de Janja por Helô Rocha


O que há de ecologia nesse terninho da Janja é um magnífico escândalo. Ainda mais, no momento delicado que vivemos no planeta, que busca desesperadamente outros modos de vida, outras referências de produção, consumo e descarte, outro padrão de bem-estar. E isso só é possível por modos de produção mais ecológicos, relações de trabalho mais valorizadas, inclusivas; preocupação concreta com os ciclos de vida do que é produzido e consumido; resgate de saberes populares e olhos abertos para um infinito campo de trabalho que nossa biodiversidade pode inaugurar - se deixarmos de ser vira latas, tapados, babões colonizados e entendermos que o mundo dos direitos e do trabalho têm que participar da escolha soberana dos modos de produção. Isto é anticapEtalismo! Esta provocação aos modos de produção está todinha posta no figurino da Janja!

Estou entalado com o desfile de posse naquela carruagem fóssil, presenteada ao Getúlio Vargas que, não por acaso, foi figura fundamental no estabelecimento do modelo de desenvolvimento que hoje precisamos superar. Fóssil, insustentável, machista, autoritário, protocolar, decadente, populista... Paro por aqui, porque Getúlio, século 20, importa menos que Janja, século 21. Mas a rendição ao calhambeque emissor de gases, ao alheamento diante do óbvio de que toda a luta climática pode ser condensada num símbolo –o automóvel–, precisa ser grifada em vermelho!

Já que há tanta simbologia, e nossa esquerda é toda mandrake em simbologias, deve saber muito bem das origens, da história e do significado da marca Rolls Royce e do tamanho equívoco no uso protocolar daquela chaleira a explosão que, em minha opinião, já deveria estar num museu, sobre cavaletes e com uma plaquinha explicando seu lugar no passado do país.

O terninho de Janja, mais a subida da rampa e o compartilhamento da faixa entre brasileiros de carne e osso mostraram muito, conceitual e simbolicamente, sobre um, talvez, novo paradigma, focado no enfrentamento às mudanças climáticas, na preservação da biodiversidade, no acolhimento dos saberes populares brasileiros, no desenvolvimento de outra economia, no entendimento do que podemos aprender com o bem-viver indígena, com os modos de produção populares, com os saberes dos povos originários, com os conhecimentos ancestrais do país, apontando um caminho soberano para formas de trabalho que não promovam a degradação planetária!

Ainda estou azedo com o desconforto de certos militantes diante de meu questionamento ao uso da carruagem fóssil. Não sei como, ainda fico impressionado com os chiliques desenvolvimentistas, com o antiambientalismo caduco, com os deslumbramentos consumistas, ainda tão enraizados em nossa esquerda. Não sei como daremos conta de boa parte de nossos quadros, que não conseguiu entender o recado do conjunto de seda da Janja e se importou tanto com a crítica ao uso daquele automóvel.

Não, Janja não estava apenas podre de chique. Estava vestida politicamente, intencionalmente, desafiadoramente, no que sintonizou perfeitamente com a subida da rampa e o compartilhamento popular da faixa presidencial.

Janja deu aula de ativismo. De ecologia. De bioeconomia. De século 21. Fez valer todo nosso empenho para enxotar a caretice do poder.

Vale lembrar que os homens que habitam os poderes todos de nosso país não são muito diferentes do governo recém-deposto. A imensa maioria dos homens brasileiros ainda está cimentada aos valores do século 20, aos modos de pensar, ser e fazer dos que cultuam o tal automóvel inglês como desígnio de importância –em plena era da emergência climática!

Este é um mundo em que gente muito poderosa e sábia está dando adeus ao automóvel, questionando o transporte individual motorizado, ponderando investimentos, a partir do amplo repertório da ciência do clima e exercitando símbolos e ativismos pela tão implorada mudança nos modos de vida.

Se a ideia é trabalharmos com símbolos, vale a ponderação de que, em 2050, quando cair a ficha de que não conseguiremos segurar o aquecimento global dentro do aceitável, aquela lata velha conservadora será centenária, mas fará parte do museu dos símbolo de decadência!

Tem que ser dito!

A luta que o Brasil assumiu mundialmente ao eleger Lula é para virar a página do país. Deixar para trás o século 20 e os anteriores ou, pelo menos, deixar clara a intenção de enfrentar os conservadores, os tiranos, os produtores de miséria, a decadência patriarcal, os coronés, a engenharia antinatureza, os capitães de indústria, os fazendeiros tapados, os entusiastas do consumismo, da exclusão, enfim, enfrentar o insustentável com o qual lucram as mentes fósseis que ainda intoxicam este país.

Encantado com o papel da Janja em toda essa luta!


*Este texto foi originalmente publicado no facebook de Geraldo Varjabedian




Roupa de Janja na posse de Lula tinha detalhes de capim dourado confeccionados por artesãos do Tocantins