Ao Brasil, com amor



Jamil Chade, Juliana Monteiro | pandemia (Foto: Reprodução Reuters)


Apresentação do livro recém-lançado de Juliana Monteiro &
 Jamil Chade


Por Renato Janine Ribeiro

Amor é uma palavra onipresente em nossa sociedade. É um dos instrumentos mais poderosos do marketing atual. Amor vende quase qualquer produto. Mas por isso mesmo é importante saber o que ele quer dizer. Os estudiosos se dividem entre os que sustentam a existência de um “verdadeiro amor” e os que aceitam que haja vários tipos dele. A primeira distinção talvez seja entre um amor erótico, predatório no limite, e um amor dedicado, que no seu limite é doação, é o amor materno pelo filho. Não por acaso, nesta bela troca de cartas, tanto Juliana Monteiro quanto Jamil Chade falam da experiência que tiveram ao nascerem seus filhos.

Juliana tece uma oposição entre maternidade e guerra. Vingar, diz ela, para uma mãe, é ver seu rebento vingar, como dizemos de uma planta: é consolidar-se como ser vivo. (É muito diferente, praticamente o oposto, de vingar-se). Mães temem, por dias ou meses, talvez anos, que algo de ruim suceda a seu filho. Felizmente, acrescento eu, a mortalidade infantil despencou no último século, mercê especialmente da saúde pública, da água potável e do tratamento dos esgotos. A morte de crianças caiu, por milhar de nascimentos, de três dígitos para apenas um.

Pais não precisam mais ter inúmeros filhos para que sobrevivam um ou dois que, por sua vez, os amparem na velhice. Jamil fala do receio que teve, ao nascer seu filho Pol, de perdê-lo. Lembrei-me de Montaigne contando que teve “dois ou três” filhos que morreram em tenra infância. Comentando essa passagem, o historiador Philippe Ariès observa: qual pai, hoje em dia, não saberia se foram duas ou três as crianças que morreram na idade de 1 ou 2 anos? Haveria uma frieza maior naquela época ou simplesmente era tão comum a mortalidade infantil que já era aguardada a perda, e a memória se adaptava a ela?

Usualmente, quando falamos em amor, a tendência é distingui-lo da paixão. As definições clássicas de amor o identificam a querer o bem da pessoa amada – o que tem tudo a ver com o amor aos filhos, que antes mencionei. Mas o sentido usual de amor, na cultura atual, como a telenovela e a canção popular, está mais próximo do desejo sexual. Ora, este almeja o bem do amante mais que o da pessoa amada (ou desejada). Crimes passionais são justamente isso: se ela não vai ser minha, que morra.

Minha primeira orientadora, dona Gilda de Mello e Souza, se indignou quando Doca Street assassinou Ângela Diniz no final de 1976. E me disse algo assim: crime passional é uma farsa; para acreditar que um homem não possa viver sem a pessoa que ele diz amar, a lógica seria que ele se matasse. Matá-la e sobreviver mostra muito bem que esse suposto amor era mentira. Não era o querer bem ao outro, mas o desejo de dominá-lo.

Ora, somos inundados por uma mídia que apresenta o amor como sendo desejo, como sendo sexo. (Por isso mesmo tenho insistido em que, se é preciso termos educação sexual nas famílias e nas escolas – até para evitar a gravidez indesejada, o abuso sexual e a transmissão de doenças, inclusive fatais –, faz tanta ou mais falta educar para o amor).

***

Falar de amor num tempo de ódio é prioritário, como dizem de vários modos nossos dois autores. Vivemos, entre 1980 e 2010, trinta anos gloriosos – não como os após a Segunda Guerra Mundial, cuja glória esteve no desenvolvimento econômico dos países mais ricos e na formatação de um Estado do bem-estar social, mas como os do combate à fome e do avanço da democracia nos países mais pobres, entre eles o Brasil. Saímos, em 2013, do Mapa da Fome, ao qual lamentavelmente voltamos nos governos seguintes. Parecia vitoriosa a luta pela democracia. Poderíamos imaginar a grande regressão que depois veio? Poderíamos acreditar que pessoas queridas, até parentes nossos, viriam a apoiar governos que querem a morte de tantas pessoas, inclusive de seus consanguíneos ou amigos de infância?

Não por acaso, Juliana e Jamil insistem no papel democrático do amor e das paixões a ele correlatas, como a amizade. Lembro uma passagem de Jorge Luis Borges, quando evoca a homenagem de um guerreiro medieval ao inimigo morto. Lembro também uma observação atribuída a Margaret Mead, que data a humanidade (no sentido figurado e não como espécie, como qualidade ética) do osso humano que se recompôs de uma fratura: foi preciso haver quem cuidasse do ferido, quem o amparasse, até ele cicatrizar-se do machucado.

Noto que, nos últimos meses, me deparei várias vezes com essa referência ao comentário, genuíno ou não, da grande antropóloga. Quer dizer que cresce a esperança na ideia de que a humanidade, enquanto espécie humana, tenha a possibilidade de recuperar a humanidade enquanto sentimento de compaixão e prática de cooperação.

Ou lembremos a questão da ética do cuidado, levantada umas décadas atrás por Carol Gilligan. Ela parte de uma experiência proposta por seu mestre Kohlberg sobre o desenvolvimento moral da criança. Kohlberg colocava cada criança diante de um problema: a mãe dela estava à beira da morte, dependia de um remédio caríssimo para se curar, e o farmacêutico se recusava a dá-lo a ela. O que fazer então? Assim posta a questão, ela praticamente determina uma resposta ao modo de Antígona: a ética exige quebrar a lei. Dessa maneira respondiam os meninos, mas não as meninas, que insistiam em tentar persuadir o farmacêutico. Kohlberg disso inferiu uma deficiência das meninas na compreensão do problema – e do que ele chamou de ética da justiça –, mas Gilligan o contestou. O que elas expressariam seria uma ética do cuidado, um conjunto de valores em torno da convicção de que seria possível uma solução pelo acordo, não pelo confronto, não pelo corte (lembrando que decisão contém cisão, corte, no seu âmago). O modo masculino de ver as coisas seria incisivo, cortante; o feminino seria englobante, includente.

Ora, o avanço do papel das mulheres na sociedade atual não será sinal do que podemos chamar uma feminização crescente de nossa cultura? Notem que, ao contrário do que algumas autoras criticaram em Gilligan, nada disso supõe predicar uma essência masculina ou feminina, uma natureza belicosa do homem ou compassiva da mulher. Podemos seguir sua intuição entendendo-a como uma simples referência a papéis construídos ao longo dos milênios e que foram identificados a dois suportes diferentes, um o dos cromossomos XX e outro dos XY, mas podem estar presentes em homens e mulheres.

Se recuarmos no tempo, veremos que na sociedade medieval as mulheres, ou o feminino, desempenharam papel importante na adoção de costumes mais cuidadosos e respeitosos, processo que Norbert Elias chamou de “civilizar os costumes”. Foi a presença delas que levou, por exemplo, às maneiras modernas, como não cuspir na mesa (ou à mesa), não tomar a sopa diretamente da sopeira, não assoar o nariz sobre os pratos em que se servia o alimento. Esses cuidados, que hoje às vezes são associados, retroativamente, a intuitos higiênicos, na verdade se originaram de formas de respeito. Era respeitoso em relação ao outro, e em especial à mulher, abster-se de práticas que suscitassem o incômodo ou, mesmo, o asco.

A mulher era o outro por excelência. Pretendia-se agradá-la, conquistá-la: por isso, aqueles machões medievais, comparáveis a fazendeiros grosseiros de um Brasil que felizmente foi desaparecendo, a um Paulo Honório como o que Graciliano Ramos coloca em cena no seu São Bernardo, adotam modos que eles imaginam causar prazer às mulheres, e que seriam os delas. Por isso, faz sentido pensar aqui no amor materno: o amor que Juliana e Jamil dedicam ao Brasil é um amor de mãe.

É nosso país um filho? Todo país o é. Nenhum país é uma essência prévia a seus cidadãos. Toda pátria, ou mátria se assim preferirmos, é uma criação constante do afeto. Em português, chamamos de criança a pessoinha que estamos criando. Criar, em nossa língua, não é um ato fulgurante, instantâneo, como a criação divina do mundo a partir do nada, na versão judaico-cristã. É um trabalho longo, com muito afeto investido, que dura dez anos ou mais. Até pouco tempo atrás, por sinal, era uma tarefa da mãe, mais que do pai. E não é fortuito que o ódio que nestes últimos anos tomou conta de nosso país, e de tantos outros, nas mãos da extrema direita tenha tanto a ver com um retorno furioso do machismo.

Há homens que se sentem estranhos, perdidos num mundo em que perderam os privilégios que tinham por tão só haverem nascido num determinado sexo, classe, orientação sexual: e com o declínio da democracia desde a crise econômica iniciada em 2008, eles se consideraram autorizados a vingarem-se daqueles que se atreveram a se colocarem como seus iguais, pior que isso, a pensarem que podiam lhes ensinar algo novo e diferente.

Mas é esse o caminho do futuro, o dos diferentes, do “outro por excelência”, como foi a mulher por milhares de anos: e por isso Juliana e Jamil, querendo ambos devolver amor a um país que foi pilhado pelo ódio, escrevem ao Brasil (e sobre o Brasil) a partir da alteridade europeia, mas com um coração de quem se dirige a uma criança amada.






Professor titular aposentado do Departamento de Filosofia da USP. Autor, entre outros livros, de Maquiavel, a democracia e o Brasil (Estação Liberdade).




Ultimamente, até para ser feliz tem burocracia




Prof. Marcel Camargo

Já escrevi muito sobre a felicidade, mas nunca é demais. Artigo cada vez mais raro, hoje em dia, a felicidade passou a ser uma busca constante da maioria das pessoas, tendo em vista esse contexto triste em que empacamos há alguns anos. A pandemia mexeu com o emocional de todo mundo. Em vez de união, como se esperava, a desunião se tornou a tônica desses tempos últimos. Não foi, nem está fácil para ninguém.

Quando eu era pequeno, a felicidade era mais fácil. Eu via felicidade na minha mãe, nos alimentos, nos gibis, nos meus animais. Crianças não procuram a felicidade, elas são felizes onde e com quem estiverem. A infância dura muito pouco. Eu ficava tão feliz vendo desenhos, criando enredos no quintal dos meus pais, brincando com meu amigo Rogério, dando umas voltinhas pelo saudoso mercadão. Eu comprava cem gramas de amendoim japonês na Neuzinha e já transbordava de felicidade.

Quando eu comecei a entrar na adolescência é que eu comecei a procurar mais a felicidade, porque, então, ela parou de ser constante. Crescer aumenta nosso poder de refletir e vamos deixando de lado a imaginação. Deslize. A imaginação jamais deveria sair da gente, digo aquela viagem lúdica que a criança faz, tão importante para o entendimento de si mesmo. Porque é nessa imaginação que se encontram os nossos sonhos, nossa essência. Mas crescer acaba nos colocando frente a frente com as cobranças e com o que os outros esperam de nós.

A gente vai crescendo e vai percebendo que as pessoas podem ser cruéis, que existem padrões a serem seguidos, mesmo se não tiverem nada a ver com você. A gente se enche de hormônios e não entende aquilo tudo que borbulha em nosso organismo. Começamos a enfrentar a rejeição, os interesses alheios colidindo com os nossos, os julgamentos dos colegas. Aumentam as cobranças e as matérias escolares. A concorrência, em todos os setores, aparece na nossa frente. Crescer dói.

Essa busca pela felicidade, quanto mais a gente cresce, fica mais regrada. O que era para ser de dentro passa a ter um monte de comandos externos. Abundam manuais de felicidade, em que o sentimento fica obrigatoriamente atrelado a certas regras e condições. E, se a gente não se enquadra nesses preceitos, parece que a felicidade não nos cabe mais. E a gente fica cada vez menos feliz, porque nos esquecemos de nós mesmos nesse processo de crescimento.

Daí vem a maturidade, após chuvas e trovoadas, e a gente se desobriga de seguir a maré, a gente se liberta do que vão pensar ou dizer. A gente se desapega dessa burocracia que tentam impor sobre a felicidade. Ultimamente, até para ser feliz tem burocracia. Tem que viajar, ir a restaurantes, ganhar seguidores, planejar, consumir. Eu consigo ser feliz no meu sofá, assistindo à sessão da tarde. Normalizem.









A independência inconclusa do Brasil

 


Por Leonardo Boff

O dia 7 de setembro de cada ano celebramos o dia da Independência do Brasil. Mas se trata de uma independência inconclusa. Foi feita por Dom Pedro I montado em cima de um burro e não como épica e falsamente o pinta Meireles montado num belo cavalo.

Ao independizar-se do Brasil, foram mantidas as mesmas relações da época colonial, dos senhores da Casa Grande e dos escravizados da senzala. Não esqueçamos o fato de que a Independência se fez ainda no quadro do escravismo que foi brutal e cruel para milhões de pessoas trazidas de África e aqui escravizadas. Mesmo depois da Lei Áurea de 1888, os escravizados não tiveram nenhuma compensação seja em terras, trabalhos e oportunidades. Foram lançados ao deus-dará sem absolutamente nada. Hoje os afrodescendente constituem de 54% de nossa população para a qual nunca saldamos a nossa dívida por tudo o que sofreram e ajudaram a construir esta nação.

Como país, fomos sempre dependentes. Primeiro de Portugal, depois da Inglaterra, em seguida dos EUA e atualmente dos países opulentos com suas mega corporações que exploram nossas riquezas.

Nunca houve um projeto de nação. Sempre predominou, como foi amplamente mostrado pelos historiadores, uma política de conciliação das classes endinheiradas entre si e de costas para o povo, excluído e covardemente desprezado e odiado. Elas ocuparam o Estado e seus aparelhos para garantirem seus privilégios, usufruir das vantagens dos grandes projetos, das propinas e da corrupção simplesmente naturalizada. Por isso temos um país profundamente dividido entre um pequeno número de miliardários e bilhardários, uma porção de classe média e entre as grandes maiorias marginalizada e excluídas dos bens da civilização.

Houve, na época colonial, resistências e revoltas de gente do povo, de negros e indígenas, todas esmagadas violentamente com enforcamentos, fuzilamentos ou, no melhor dos casos, com o exílio e com golpes e ditaduras na época republicana.

Na verdade, aqui a democracia delegatícia foi e continua sendo de baixa e até de baixíssima intensidade, com uma liberdade tão somente formal e jurídica, mas sem o seu insubstituível complemento, a igualdade. Por isso grassa uma vergonhosa desigualdade, das maiores do mundo, que é uma injustiça social tão grave que clama aos céus pelas vítimas que produz.

Olhando para trás nossa história pátria é marcada por sombras escuras, do genocídio indígena, da colonização, do escravismo e da dominação das elites do atraso, como a qualifica o sociólogo Jessé Souza que agarram ao poder.

Quando alguém vindo do andar de baixo, sobrevivente da grande tribulação brasileira, chegou ao poder, Luis Inácio Lula da Silva e com sua sucessora Dilma Rousseff introduziram políticas sociais de inserção de milhões de pobres e famintos, logo se armou contra eles um golpe jurídico-parlamentar-midiático. Desta forma se salvou a velha ordem (da desordem social) e foi continuada por uma figura insana e psicopática que tirou do armário de partes importantes da população tudo o que havia de ódio e de perversão, recalcadas e fruto tardio do tempo da escravidão. Os escravizados eram simplesmente “peças” a serem vendidas e compradas no mercado e tratadas com os famosos três pês: pau, pão e pano: pau como chibatadas desumanas, pão para não morrem de forme e pano para esconderem as vergonhas. A prática era da violência que continua ainda hoje com a população negra e pobre.

Fine finaliter: aqui nossa independência foi manca e inacabada, o que nos tira qualquer sentido de celebração. Como nunca houve uma revolução, como nos grandes países qu deram seu salto de qualidade, que apeasse do poder-dominação a classe do privilégio e do enriquecimento fácil, nunca nos foi dada a oportunidade de fundar uma nação com um projeto para todos, altivo e ativo. Apenas prolongamos o regime de dependência de vários outros poderes forâneos até a presente data.

Qual seria a nossa chance e o nosso destino? Olhar para frente e par o futuro. Somos uma nação continental, com a maior riqueza ecológica do planeta em termos de água doce, florestas tropicais, solos férteis, imensa biodiversidade e um povo aberto, hábil e inteligente que conseguiu sobreviver a todo tipo de opressão.

Sabemos que a Terra alcançou o seu limite. No dia 28 de julho de 2022 ocorreu o Dia da Sobrecarga da Terra (The Eath Overshoot Day) ou seja, utilizamos todos os bens e serviços naturais indispensáveis para a vida. Entramos no cheque especial. Usamos nos sete meses passados, todo o estoque de água, minerais, vegetais e energia que o planeta pode produzir e regenerar no período de 365 dias. Para continuarmos a viver seria necessária a biocapacidade de 1,75 Terras que não temos.

Com o crescimento inesperado do aquecimento global e com o que já existe de CO2 e metano acumulados na atmosfera, os eventos extremos serão inevitáveis. Chegamos atrasados. Com ciência e técnica podemos apenas mitigar os efeitos extremos que virão com destruição de ecossistemas e milhares de vidas humanas. Segundo dados deste ano do IPCC isso poderá ocorrer nos próximos 3-4 anos. Haverá pontos de inflexão sociais como a erosão do modo de vida das populações, aumento de conflitos, violência, migração e crises humanitárias, afetando a infraestrutura, a segurança alimentar, hídrica e energética. Muitas nações não conseguem produzir o que sua população necessita, situação agravada pela intrusão do Covid-19.

Esta realidade sombria poderá se tornar uma catástrofe global. É nesse ponto que entra a independência possível e real do Brasil. Ele pode ser a mesa posta para as fomes e as sedes de toda a humanidade. Esta dependerá em grande parte do Brasil, da umidade de nossa Amazônia, da proteína de nosso gado e aves e da produção de alimentos de nossos solos. Grande parte dos países, hoje independentes, serão dependentes de nós. Finalmente teremos alcançado a nossa real independência, não para nosso orgulho e benefício, mas como serviço para a vida na Terra e a sobrevivência da humanidade.

Finalmente poderemos entoar a canção carnavalesca: “Liberdade, Liberdade! Abre as asas sobre nós. E que a voz da Igualdade seja sempre a nossa voz” e de toda a humanidade.

Postado em Brasil 247



 

Rebuliços, contratempos, imprevistos . . .





Acontecimentos que deixam a pessoa atônita mudam completamente a vida, as rotas de todos.

No início, causam tumulto, atordoam, dificultam, e as pessoas só veem o lado ruim, as dificuldades, mas com um pouco do passar do tempo, já é possível observar as mensagens subliminares de todos os acontecimentos, das mudanças e das peripécias que a vida prega na gente.

Dificuldades em enfrentar as situações. Essa é uma das mensagens que podem surgir, pessoas que não possuem o hábito de refletir para ver em volta e repetem sempre o mesmo padrão de comportamento e talvez os repetissem até a morte.

Um acontecimento drástico impõe pensar, refletir, a qualquer custo; impõe parar, quando a pessoa não entende a necessidade de parar, de mudar o seu caminhar de forma espontânea.

Tantos ensinamentos trazem embutidos a dor, o conflito, além da desorganização de acontecimentos que são drásticos e que, de um dia para o outro, mudam a vida da pessoa completamente …

Mesmo assim, muita gente não quer enxergar, é verdade que, às vezes, nem o sofrimento transforma.

As fugas são muitas, os humanos costumam viver somente a busca de condições muito primitivas da existência. E isso é via de regra.

Poucas pessoas se transformam pelo amor, muitos ainda precisam da dor e, mesmo assim, nem sofrendo, muitas vezes, não se transformam, não alcançam o que existe de mais valoroso na sua vida.

O caos se instala e as pessoas continuam na sua infância evolutiva. Continuam egoístas, continuam com o seu orgulho e vaidade, não veem por outro ângulo, não enxergam além.

Nada fica sem resposta, mas é preciso querer entender as mensagens; na verdade, em qualquer situação, por pior que seja, existe sim uma forma de aprendizagem e evolução inclusa em todas elas; na grande maioria das vezes, a vida tentou avisar muito tempo antes do ocorrido fatídico, por diversos meios, de diversas formas para a pessoa mudar sua vida, fazer outras escolhas, mudar completamente sua vida, ir por outra estrada, mas a pessoa não muda, não altera, não quer mudar nada em sua vida e continua repetindo padrões, aí a vida vem e traz uma coisa forte, obrigando assim a uma mudança e reformulação de vida instantânea e drástica.

Nem todo o mal é um mal.

A vida apresenta várias oportunidades e cada um escolhe se aproveita ou não.

É preciso entender um pouco do que realmente possui valor, é preciso entender de energias, é preciso saber decifrar as mensagens da vida, do universo; elas vêm de todos os lados, de várias  formas. É preciso saber ouvir e compreender suas intuições. Conseguir ter sabedoria para ouvir quem nos ama.

A humildade é algo que pode se exercitar todos os dias.

Ter um olhar sereno, um olhar de amplitude frente a tudo na vida. 

Existem coisas que só são possíveis de serem decifradas com uma percepção mais aguçada, mais perspicaz, com mais amor no coração …

Olhe e veja, queira perceber mais profundamente a sua vida, tudo o que lhe acontece.

É possível transformar, alterar acontecimentos sem precisar tanto do sofrimento.

Mas quando todos os convites de melhoria são recusados, o universo traz uma transformação intensa e imediata.

Como diz o ditado popular : “Deus escreve certo por linhas tortas”

Abrangência

Discernimento

Conscientização

Evolução

Cada Ser


Ousadia

Perceber

Valor

Condução

Amadurecimento

Entendimento

Compreensão

Distantes

Destoante

Da aparência

Observação

Mais profunda

De todas as situações


Patricia Tavares