Carta à ciência e ao povo brasileiro




Uma das qualidades mais admiráveis do ser humano é a sua genialidade: a capacidade de sonhar e de transformar o sonho em realidade. Graças ao conhecimento científico acumulado ao longo de décadas, e até mesmo de séculos, o ser humano foi capaz de viajar pelo espaço. E demonstrar assim, com provas irrefutáveis, aquilo que sábios já diziam desde a Antiguidade: que a Terra é redonda.

Graças ao esforço incansável daqueles que perderam noites de sono, abriram mão do convívio com as pessoas amadas e muitas vezes arriscaram as próprias vidas, o ser humano foi capaz de desenvolver vacinas que salvaram milhões de vidas pelo mundo afora.

No Brasil de poucas décadas atrás, os mais pobres só viviam até os quarenta anos.

Sarampo, varíola, rubéola, febre amarela, poliomielite, tuberculose, meningite, difteria, coqueluche, tétano e tantas outras enfermidades que no passado matavam populações inteiras estão hoje controladas, graças à ciência e aos médicos e pesquisadores. Atacar as vacinas, ou lançar dúvidas infundadas sobre a vacinação, é trabalhar a favor da morte.

É, portanto, com muita indignação que vejo Jair Bolsonaro festejar a morte de um voluntário que participava dos testes da vacina Coronavac – cuja morte, aliás, não teve qualquer relação com a vacina.

Em primeiro lugar, porque não se comemora a morte de ninguém. Em segundo lugar, porque a suspensão dos testes, determinada pela Anvisa, além de errada, em nada favorece a luta contra uma pandemia que ameaça o Brasil e o mundo.

A comemoração de Bolsonaro é uma demonstração clara da sua decisão política: negar ao nosso povo o único instrumento capaz, juntamente com o isolamento social, de frear uma pandemia que já matou mais de 160 mil brasileiros e infectou mais de 5 milhões.

Cercado de terraplanistas, obscurantistas e negacionistas de toda ordem, Bolsonaro debocha e faz piada com o conhecimento científico acumulado pela humanidade ao longo de sua história.

Insiste em vender como droga milagrosa um medicamento, a cloroquina, que comprovadamente não tem qualquer eficácia contra o coronavírus, e cujos efeitos colaterais podem ser fatais. Ao mesmo tempo, põe em dúvida a eficácia de vacinas que consumiram meses de trabalho intenso dos maiores cientistas do planeta.

Bolsonaro faz pouco caso das boas práticas sanitárias e despreza a ciência, a tecnologia e a educação, como demonstram os cortes irresponsáveis nos investimentos públicos destes que seriam os passaportes para o nosso futuro.

Ele, ao contrário, embarca o Brasil numa máquina do tempo rumo ao passado, quando ensaia reeditar uma triste página da nossa história: a Revolta da Vacina, que, no início do século passado, deixou o Rio de Janeiro à mercê da varíola, que ameaçava ceifar milhares de vidas, sobretudo entre os mais pobres.

Bolsonaro virou motivo de anedotas ao redor do mundo. Mas seu comportamento medieval põe em perigo 200 milhões de brasileiros, ao mesmo tempo em que despreza a ciência, os cientistas, médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde que diariamente arriscam suas vidas tentando salvar outras vidas –e que muitas vezes acabam, eles próprios, derrubados pela pandemia.

A verdade é uma só, e não se pode fugir dela: a vacina é um direito de todos, e a vacinação é um dever do Estado.

Ao pregar o contrário, Bolsonaro coloca em risco a saúde daqueles que teria a obrigação de defender. Ignora a experiência do nosso SUS, que com vacinas e campanhas de vacinação é a mais extensa e bem sucedida em todo o mundo.

Agride instituições públicas reconhecidas internacionalmente, como a Unifesp e a USP, envolvidas no teste das vacinas, o Instituto Butantan, a Fundação Oswaldo Cruz e a Anvisa, que possuem competência técnica para dizer se uma vacina é segura e eficaz, independentemente do país em que foi produzida.

Quando fui presidente da República, um dos meus principais compromissos na área da saúde foi a vacinação dos brasileiros. Promovemos todos os anos amplas campanhas de conscientização e mobilização. Trabalhadores da saúde e agentes comunitários percorriam cidade por cidade, esquadrinhavam subúrbios e visitavam casa por casa.

O próprio Bolsa Família, um dos programas de transferência de renda mais eficientes do mundo, impunha uma condição rigorosa: só recebia o benefício quem tivesse todas as crianças da família vacinadas.

Além disso decidimos que o Brasil não podia ser apenas um importador. Era preciso conquistar nossa soberania também na produção de vacinas. Foi por isso que investimos tanto na Fundação Oswaldo Cruz, não só para que ela fosse uma das principais instituições produtoras e desenvolvedoras de vacinas do mundo, mas também para que fosse capaz de exportá-las, como ocorre no caso da vacina contra a febre amarela.

Com os investimentos que fizemos no Instituto Butantan ele se tornou um dos principais fornecedores de vacinas para o SUS. Pouco importava que o Butantan fosse uma instituição pública de São Paulo, cujo governo na época fazia oposição ao Governo Federal. Para nós, acima da política, sempre em primeiro lugar, estão os interesses do povo.

Graças a todo esse esforço, nosso Programa Nacional de Imunização é reconhecido em todo o mundo. Conquistamos certificados de erradicação de doenças como rubéola, sarampo e paralisia infantil.

Infelizmente, desde 2019, devido às atitudes irresponsáveis e negacionistas de Bolsonaro, estamos vendo nosso programa de vacinação definhar, ser destruído. Pela primeira vez neste século, o Brasil não atingiu as metas vacinais para as crianças.

Se hoje o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz são capazes de produzir vacinas para Covid-19, isso é graças a uma decisão política muito clara: a vacina é uma grande descoberta da ciência, é um bem público, e é obrigação dos governos torná-la disponível para toda a população.

É urgente e inadiável, portanto, uma ampla mobilização nacional de cientistas, médicos e demais profissionais de saúde. De governadores, prefeitos, agentes da vigilância sanitária, pesquisadores e técnicos da Fundação Oswaldo Cruz e do Instituto Butantan. Do Congresso Nacional, da imprensa e da sociedade como um todo.

Não podemos permitir que a vacinação se transforme em uma guerra, como deseja Bolsonaro. Uma guerra contra o povo brasileiro, que será sem dúvida a sua principal vítima.

Este desafio gigantesco não pode ficar restrito ao esforço isolado de alguns governadores. É preciso um pacto federativo de todas as instâncias, especialmente do governo federal. O SUS, o Instituto Butantã e a Fiocruz necessitam de apoio, de recursos orçamentários elevados e da total mobilização dos seus profissionais para assegurar a vacina para todos os cidadãos.

Se o Governo Bolsonaro continuar boicotando as iniciativas de médicos e pesquisadores, criando problemas para as instituições e os governos dos estados, não haverá vacina para o povo brasileiro em 2021.

Derrotar o vírus, retomar com segurança as atividades econômicas e a vida social são objetivos alcançáveis, mas isso depende de uma vacina eficaz e segura. Este é hoje o maior desafio do Brasil. E, mais uma vez, o governo Bolsonaro demonstra não estar à altura deste momento vital para o futuro da nação.

Tenho certeza de que você, assim como eu, está indignado com a imagem de um presidente da República fazendo chacota da vacina e gargalhando diante da trágica morte de um voluntário.

Sei que você também está indignado ao ver instituições públicas sérias como o SUS, a Anvisa, a Fiocruz e o Instituto Butantan serem arrastadas para a lama de um campo de batalha onde a vítima é o povo brasileiro.

Imagino sua repulsa ao desrespeito de Bolsonaro pelo trabalho sério dos nossos médicos e pesquisadores.

Estou certo de que você, assim como eu, não se conforma em ver o Brasil, que já foi reconhecido pelos seus feitos extraordinários na área da saúde pública, tornar-se um mau exemplo para o mundo. Um exemplo do que não deve ser feito por nenhum país que deseja defender seu povo e vencer a pandemia.

Não podemos continuar paralisados diante de tamanha irresponsabilidade. O direito à vacina é o direito à vida.

É obrigação do governo federal garantir a vacinação de todos aqueles que precisam ser imunizados.

É hora de assumirmos juntos esse desafio. Vacina para todos. Pela vida, pela recuperação de empregos e renda, pela dignidade do Brasil e do seu povo.

A Terra é redonda, gira em torno do sol, e não há no mundo força retrógada capaz de deter a genialidade humana. Cabe a cada brasileiro comprometido com o respeito à ciência e à saúde do nosso povo dizer “Basta!” ao obscurantismo.

Luiz Inácio Lula da Silva.

Artigo publicado originalmente na Folha de S. Paulo


" Maricas é a PQP ", diz brasileira que perdeu marido para a Covid




247 - A postagem de uma brasileira que perdeu o marido para a pandemia de coronavírus tem repercutido muito nesta quarta-feira (11) no Twitter. Vanda Célia Oliveira revoltou-se com o discurso de Jair Bolsonaro: "maricas é a PQP".

"Há quase um mês, meu marido Alberto Coura morreu de sequelas da Covid 19. Enfrentou a doença com valentia durante 84 dias na UTI. Desde então, sofro que nem cachorro e luto pra ver se também não morro. Não gosto de ser rude, mas hoje, peço licença para dizer que 'maricas' é a puta que pariu", postou Vanda, com uma foto do marido e do filho.

Em outro tuíte, numa resposta à jornalista Elena Landau, ela complementa: "Oh Elena, obrigada pela solidariedade. Foram 40 anos juntos. Um deserto nasceu em mim e vou conviver com ele para sempre".

Em discurso no Palácio do Planalto nesta terça, Bolsonaro disse que o Brasil não pode ser um país de maricas ", ao falar de mortes para a Covid-19. “Tudo agora é pandemia. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer um dia... Não adianta fugir disso, da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas, pô”, disse.




Os celulares e a empatia dos profissionais de saúde amenizam o sofrimento e solidão dos " maricas ", internados nos hospitais, devido à pandemia de covid-19. Assim eles conseguem se comunicar com seus familiares.













Você é aquilo que aponta no outro

 





Nós somos um arco-íris




Dentro de cada um de nós foi colocado um arco-íris pelo nosso criador ! 7 cores e cada uma com a sua representatividade através dos CHAKRAS , nos mostram que é necessário levar uma vida colorida, graciosa, equilibrada e cheia de vitalidade.

. ❤️ VERMELHO é vida ! Representa a força e o poder de executar no plano terreno o seu propósito divino.

. 🧡 LARANJA é alegria de viver. Representa a forma como nos relacionamos com os outros e com o nosso corpo.

. 💛AMARELO é a força do poder pessoal em ação. Representa nossa auto estima, o cuidado e o respeito a si próprio, disciplina e responsabilidade.

. 💚 VERDE é a cura. Somente através do perdão e do amor é que podemos curar a SI próprio e ao outro.

. 💙AZUL ANIL representa a comunicação interna e externa. É a criatividade e a capacidade de expressarmos quem somos, o que pensamos e sentimos.

. 🔵AZUL INDIGO é cor da intuição e do caminho interior. Representa o propósito da vida e o relacionamento do ego e do Eu superior.

. 💜 VIOLETA nos conecta com o Divino, com um poder superior. Conecta o indivíduo com a espiritualidade, e integra o seu ser em todos os seus aspectos: físico, emocional, mental e espiritual.

Cada cor tem seu propósito, e precisam estar bem vivas dentro de nós para que possamos viver em harmonia, equilíbrio e prosperidade! 

Não permita que o seu arco-íris desbote! Manter esse arco-íris vibrante é a sua responsabilidade!