Bando de Cafonas : última coluna de Fernanda Young


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Escritora e roteirista Fernanda Young – que faleceu neste domingo (25), aos 49 anos – teve um texto póstumo divulgado um dia após sua morte. O jornal O Globo, do qual ela era colunista, publica nesta segunda-feira (26) Bando de Cafonas, a última contribuição de Young à imprensa brasileira. Conforme adiantou o site do diário carioca, trata-se de “um pequeno tratado sobre os cafonas e o seu mau gosto existencial no Brasil de hoje”. Leia a íntegra da coluna.

Bando de Cafonas

A Amazônia em chamas, a censura voltando, a economia estagnada, e a pessoa quer falar de quê? Dos cafonas. Do império da cafonice que nos domina. Não exatamente nas roupas que vestimos ou nas músicas que escutamos — a pessoa quer falar do mau gosto existencial. Do que há de cafona na vulgaridade das palavras, na deselegância pública, na ignorância por opção, na mentira como tática, no atraso das ideias.

O cafona fala alto e se orgulha de ser grosseiro e sem compostura. Acha que pode tudo e esfrega sua tosquice na cara dos outros. Não há ética que caiba a ele. Enganar é ok. Agredir é ok. Gentileza, educação, delicadeza, para um convicto e ruidoso cafona, é tudo coisa de maricas.

O cafona manda cimentar o quintal e ladrilhar o jardim. Quer todo mundo igual, cantando o hino. Gosta de frases de efeito e piadas de bicha. Chuta o cachorro, chicoteia o cavalo e mata passarinho. Despreza a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que ele. É rude na língua e flatulento por todos os seus orifícios. Recorre à religião para ser hipócrita e à brutalidade para ser respeitado.

A cafonice detesta a arte, pois não quer ter que entender nada. Odeia o diferente, pois não tem um pingo de originalidade em suas veias. Segura de si, acha que a psicologia não tem necessidade e que desculpa não se pede. Fala o que pensa, principalmente quando não pensa. Fura filas, canta pneus e passa sermões. A cafonice não tem vergonha na cara.

O cafona quer ser autoridade, para poder dar carteiradas. Quer vencer, para ver o outro perder. Quer ser convidado, para cuspir no prato. Quer bajular o poderoso e debochar do necessitado. Quer andar armado. Quer tirar vantagem em tudo. Unidos, os cafonas fazem passeatas de apoio e protestos a favor. Atacam como hienas e se escondem como ratos.

Existe algo mais brega do que um rico roubando? Algo mais chique do que um pobre honesto? É sobre isso que a pessoa quer falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país.


Fernanda Young (1970 - 2019)






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Fernanda Young: Existem pessoas que tornam a tolerância tão...



Empatia : está faltando, infelizmente . . .


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Moradoras do bairro mais caro da Paraíba pedem a vereadora que impeça deficientes de irem à praia


O grupo, formado por moradoras do bairro do Cabo Branco, área em que fica o metro quadrado mais caro da Paraíba, disse que o projeto que promove a ida de pessoas com deficiência à praia incomoda e retira a beleza natural do local porque ali moram muitas pessoas ilustres.

Na manhã de ontem, 21, a vereadora Helena Holanda, de João Pessoa (PB), foi procurada por um grupo de mulheres que moram no bairro do Cabo Branco, área em que se encontra o metro quadrado mais caro da Paraíba. Elas pediram que a vereadora impedisse ou restringisse a presença de pessoas com deficiência na orla da capital paraibana. Helena é incentivadora do projeto Acesso Cidadão, da prefeitura do município, que leva as pessoas com deficiência ao banho de mar e a esportes aquáticos todos os sábados no trecho em frente à Fundação Casa de José Américo.

Sobre o pedido das senhoras, Helena Holanda declarou: “Reclamaram do som, mas nós só ficamos lá até o meio-dia e também vieram reclamar, em tom de intimação, a mudar o projeto de lugar porque estava incomodando e retirando a beleza natural porque ali moram muitas pessoas ilustres, muitas pessoas de renome e que a praia teria que ter uma história diferenciada. Eu não respondi à altura porque são pessoas idosas e eu devo receber as demandas e executar se puder e achar necessário. Essa eu jamais executarei. Pelo contrário, o projeto vai permanecer lá e será ampliado”.

A vereadora ainda acrescentou que, diante de sua recusa em restringir o projeto Acesso Cidadão, as moradoras sugeriram que ela cercasse a área utilizada pelos usuários: “Fizeram um pedido repetitivo para cercar o local do projeto, que fosse isolada e colocassem um portão”.

Para quem não conhece, o projeto Acesso cidadão objetiva fazer com que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida tenham a oportunidade de aproveitar o fim de semana para tomar um banho de mar. As atividades tiveram início em dezembro de 2012.

O projeto, que também prevê o acesso a jogos esportivos, lazer e cultura, é resultado de uma parceria da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria de Planejamento (Seplan), com a Fundação Casa José Américo; a ONG Assessoria e Consultoria para Inclusão Social; e a Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad).






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Empatia

Priscilla Alcantara



Acredita em mim

Quando digo que provavelmente

Não irá viver sem chorar


Acredita em mim

Quando digo que, mesmo se o choro durar

A vida não vai parar


Gravei uma conversa

Em que uma voz disse uma coisa

Que procuro sempre lembrar


Veja o Sol

Mesmo com nuvens, escolheu aparecer

Então você

Mesmo sofrendo, tem que escolher crescer


Do mesmo lugar que você, eu vim

Como você, ao pó eu voltarei

Você é igual a mim

Então faça por mim

O que faria a você, ê, ê, ê, ê

O que faria a você, ê, ê, ê, ê


Acredita em mim

Quando digo que provavelmente

Não irá viver sem chorar


Acredita em mim

Quando digo que, mesmo se o choro durar

A vida não vai parar


Gravei uma conversa

Em que uma voz disse uma coisa

Que procuro sempre lembrar


Veja o Sol

Mesmo com nuvens, escolheu aparecer

Então você

Mesmo sofrendo, tem que escolher crescer


Do mesmo lugar que você, eu vim

Como você, ao pó eu voltarei

Você é igual a mim

Então faça por mim

O que faria a você (ê, ê, ê, ê)

(O que faria a você, ê, ê, ê, ê)



Será que Raul Seixas morreu cedo demais ?






30 anos se passaram ...


Isaias Costa


Raul Seixas faleceu no dia 21/08/1989 aos 44 anos. Publico esse pequeno texto em homenagem a ele 30 anos depois, no dia 21/08/2019, levantando essa pergunta do título: Será que Raul Seixas morreu cedo demais? Muitos dirão que sim, outros que não, e outros simplesmente dirão, não sei!

Lendo o livro “Raul Seixas: Estudos Interdisciplinares”, que traz uma coletânea de artigos, no artigo da Mônica Buarque intitulado “Rebeldia e negociação na trajetória artística de Raul Seixas”, dois trechos me chamaram bastante atenção e me inspiraram na escrita desse texto.

Em um texto de 1971, o cantor se pergunta “onde está Raul” enumerando suas contradições e responde não estar “ali ou aqui, rótulos prontos para serem usados”: No intelectual? No menino família? No hippie, no político? No eterno hipocondríaco? No sensual? No estudante de filosofia? No compositor popular? Ou quem sabe no poeta modernista? No cínico? No produtor de discos? – Raul Seixas

Escreve ele, em 1974, um texto que compõe o mesmo livro: “Já tinha feito tudo com meus 29 anos. Nada mais me interessava. Aí foi o começo do meu renascer para Raul Santos Seixas”. Para então chegar a ser Raul Seixas, seu personagem mais querido.

Fiquei refletindo enquanto lia: “Uau! Como ele fez muita coisa em 44 anos…”. É nessa hora que começo a desconfiar. Será mesmo que ele viveu pouco? Será mesmo que ele morreu muito cedo? Quero de antemão dizer que a minha resposta é: “não sei” Ok? Estou apenas filosofando a partir das suas palavras e da sua obra tão vasta.

Ele na infância era bem religioso, frequentava a igreja regularmente por influência principalmente da mãe. Tem até uma foto famosa dele criança com um crucifixo e todo arrumadinho de terno e gravata borboleta. Veja! Era um menino lindo esse Raul!




Ainda criança, junto com seu amigo Waldir Serrão, ele criou o primeiro fã-clube do Elvis Presley, a quem amava imensamente e que lhe influenciou total como músico.

No final da adolescência ele fez a sua 1ª banda que se chamava “Relâmpagos do Rock” e depois mudou para “The Panthers”, ou de forma aportuguesada “Raulzito e os seus panteras”. Essa banda não fez muito sucesso e acabou se desfazendo mais pra frente!

Ele sempre gostou da cultura norte-americana e da língua inglesa. Muito jovem já falava inglês fluentemente. E como ele era esperto, trabalhou um tempo como professor de inglês. Deu pra ele ganhar uma graninha, pelo menos eu acho!

Ele casou pela primeira vez com uma jovem bem dondoca, filha de um pastor evangélico norte-americano bem tradicional. Seu nome é Edith Wisner. Duas curiosidades: ele casou exatamente no dia que completou 22 anos (28/06/1967) e o seu sogro exigiu que ele fizesse um curso universitário, senão não daria a mão da sua filha em casamento.

Acho que ele deve ter pensado assim: “Oxi! Não vou deixar minha gata por causa de uma besteira dessas. Vou mostrar pro véi que essa besteira de vestibular é fácil de passar…”.

Ele estudou pra caramba. Fez 6 meses de um cursinho pré-vestibular e passou pra 3 faculdades ao mesmo tempo: “Direito, Psicologia e Filosofia”. Era fraco o rapaz hein?

Com isso o sogrão talvez tenha pensado: “Agora sim a minha filha está ao lado de um rapaz decente, estudioso, que vai dar um futuro bonito pra minha filha…”.

O que ele não sabia é que o Raul amava mesmo era a música e abandonou o curso de Filosofia pouco depois que entrou: “Para nossa alegria!”, como diria uma famosa música.

Tornou-se produtor musical na CBS Discos, uma das maiores gravadoras da época. Compôs músicas para grandes artistas como Jerry Adriani, Renato e seus Blue Caps, Diana, Odair José, Wanderleia entre outros. Você sabia que tem um monte de músicas do Raul que você jura que são de outros artistas, mas que são dele? Conheça um pouquinho mais da história do Raul! Vale a pena viu?

Ele fez uma parceria muito louca com o Paulo Coelho, seu grande “inimigo íntimo”, adjetivo que eles se davam mutuamente. Compuseram músicas geniais juntos como “Al Capone”, “A hora do trem passar”, “Gita”, “Eu nasci há dez mil anos atrás”, “Canto para minha morte”, “Loteria da Babilônia”, “As minas do Rei Salomão”, “Ave Maria da Rua”, “A maçã”, “Medo da chuva” e tantas outras! Uau! Eu me arrepio só de pensar nessas músicas sendo gestadas…

Ele fez outras parcerias incríveis como o Marcelo Nova, Sergio Sampaio, Edy Star, Claudio Roberto, Marcelo Motta, Oscar Rasmussen etc. Pessoas que muito contribuíram para que ele jamais se perdesse pelo caminho, por conta principalmente do vício no álcool.

Ele casou 5 vezes no total e teve 3 filhas. Uma delas é a Kika Seixas, que se tornou musicista e faz bastante sucesso.

Ao longo de seus 44 anos, ele compôs mais de 300 músicas. Escreveu um monte de coisas que se transformaram em livros ainda na sua vida e muito material serviu de inspiração para dezenas de livros póstumos falando sobre ele, sua vida e carreira.

O grande Sylvio Passos criou o maior fã clube do Raul, que é o Raul Rock Club (RRC), com milhares de fãs do Raul espalhados pelo mundo todo. O Sylvio tem preciosidades que o Raul deixou que são trancadas à sete chaves e ai de quem tentar se apossar delas! Ele não deixa de jeito nenhum…

Raul influenciou várias gerações e continua influenciando. Muitos até dizem: “Raul Seixas não morreu”. E basta você ir a qualquer show de rock. Sempre, sempre. Acredite! SEMPRE terá ao menos uma pessoa que vai gritar: “Toca Raul”.

Há zilhares de outras coisas a se falar do Raul, mas não vou esticar para a leitura não ficar cansativa.

30 anos sem esse baiano magricelo genial, como sempre gosto de dizer! Queria muito tê-lo visto em algum show. Mas como sou jovem, isso não foi possível.

Enfim! Concluo mais uma vez com a mesma pergunta: Será que Raul Seixas morreu cedo demais?…













Amazônia: foto de tamanduá cego fugindo do fogo comove as redes




A imagem pode conter: flor e planta


O fotógrafo Araquém Alcântara captou com sua lente a fuga de um tamanduá mirim cego que fugia do fogo na região amazônica. Araquém dá um depoimento comovente em seu perfil no Facebook, alertando para os riscos reais de a floresta ser devastada pela irresponsabilidade de um governo.




247 - O fotógrafo Araquém Alcântara captou com sua lente a fuga de um tamanduá mirim cego que fugia do fogo na região amazônica. Araquém dá um depoimento comovente em seu perfil no Facebook, alertando para os riscos reais de a floresta ser devastada pela irresponsabilidade de um governo. 

O fotógrafo ainda se diz surpreendido pela repercussão de seu trabalho nas redes e diz que essa mobilização pode ser uma chance de a Amazônia reverter o processo acelerado de destruição que tomou conta da floresta depois de o Brasil perder parte considerável de sua soberania. 

Assista ao depoimento de Araquém Alcântara na TV 247 e no Facebook do fotógrafo: