Eu gosto dos estudantes : Mercedes Sosa







Me Gustan Los Estudiantes 

Que vivan los estudiantes

Jardín de nuestra alegría

Son aves que no se asustan

De animal ni policía

Y no le asustan las balas

Ni el ladrar de la jauría

Caramba y zamba la cosa

¡Qué viva la astronomía!


Eu Gosto Dos Estudantes

Que vivam os estudantes,

Jardim da nossa alegria!

São aves que não se assustam

Com animal nem polícia.

E não se assustam com as balas

Nem o ladrar dos cães!

Caramba e samba a coisa,

Que viva a astronomia!


Me gustan los estudiantes

Que rugen como los vientos

Cuando les meten al oído

Sotanas y regimientos

Pajarillos libertarios

Igual que los elementos

Caramba y zamba la cosa

Qué viva lo experimento


Eu gosto dos estudantes,

Que rugem como os ventos

Quando lhes metem nos ouvidos

Batinas e regimentos.

Passarinhos libertários,

Igual aos elementos!

Caramba e samba a coisa,

Que viva o experimento!


Me gustan los estudiantes

Porque levantan el pecho

Cuando les dicen harina

Sabiéndose que es afrecho

Y no hacen el sordomudo

Cuando se presente el hecho

Caramba y zamba la cosa

¡El código del derecho!


Eu gosto dos estudantes,

Porque levantam o peito

Quando lhes dizem "farinha",

Sabendo-se que é farelo!

E não se fazem de cegos

Quando se apresenta o que foi feito!

Caramba e samba a coisa,

O código do direito!


Me gustan los estudiantes

Porque son la levadura

Del pan que saldrá del horno

Con toda su sabrosura

Para la boca del pobre

Que come con amargura

Caramba y zamba la cosa

¡Viva la literatura!


Eu gosto dos estudantes

Porque são a levedura

Do pão que sairá do forno

Com todo o seu sabor

Para a boca do pobre,

Que come com amargura.

Caramba e samba a coisa,

Viva a literatura!


Me gustan los estudiantes

Que marchan sobre las ruinas

Con las banderas en alto

Pa? toda la estudiantina

Son químicos y doctores

Cirujanos y dentistas

Caramba y zamba la cosa

¡Vivan los especialistas!


Eu gosto dos estudantes,

Que marcham sobre as ruínas

Com as bandeiras ao alto,

Para todos os estudantes.

São químicos e doutores,

Cirurgiões e dentistas.

Caramba e samba a coisa,

Vivam os especialistas!


Me gustan los estudiantes

Que con muy clara elocuencia

A la bolsa negra sacra

Le bajó las indulgencias

Porque, hasta cuándo nos dura

Señores, la penitencia

Caramba y zamba la cosa

Qué viva toda la ciencia!

Caramba y zamba la cosa

¡Qué viva toda la ciencia!



Eu gosto dos estudantes,

Que com eloquência bem clara

À bolsa negra sacra

Baixou as indulgências.

Porque até quando nos dura,

Senhores, a penitência?

Caramba e samba a coisa,

Que viva toda a ciência!

Caramba e samba a coisa,

Que viva toda a ciência!





Resultado de imagem para manifestações estudantes  13  de agosto 2019


13 de agosto: protesto em Maceió contra os cortes na educação


Estudantes protestam contra cortes do governo Bolsonaro na educação


Estudantes protestam contra cortes do governo Bolsonaro na educação





Todas as imagens acima são das manifestações ocorridas em 13/08/2019 

em favor da Educação e da Previdência Social públicas !




UNE prevê grandes manifestações de rua nesta terça. Confira locais e horários



Manifestações contra cortes na Educação




A UNE e outros organizadores dos atos marcados para esta terça em defesa da Educação e contra a reforma da Previdência avaliam que a adesão será grande; deve haver uma onda de protestos contra o governo Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Confira locais e horários.


247 - A União Nacional dos Estudantes (UNE) e outros organizadores dos atos marcados para esta terça-feira (13) em defesa da Educação e contra a reforma da Previdência avaliam que a adesão será grande; deve haver uma onda de protestos contra o governo Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Há empolgação com a adesão de artistas, que se juntam a professores e a estudantes para repudiar o bloqueio de recursos na área. Como um sinal da mudança de clima no país, coletivos e Comitês pela Democracia - Lula Livre tiveram grande adesão a um abaixo assinado pela liberdade do ex-presidente neste domingo, na Avenida Paulista (SP).

Os manifestantes devem explorar as frases agressivas e contra a democracia ditas por Jair Bolsonaro, como a homenagem a Carlos Alberto Brilhante Ustra. Na semana passada, o chefe do Planalto afirmou que o coronel foi um "herói nacional". O ex-miliar foi apontado pela Comissão da Verdade como responsável por 47 sequestros e homicídios, além de ter atuado pessoalmente em sessões de tortura durante o regime. No Rio, cartazes vão opor a imagem do torturador à de Marielle Franco.

Os protestos, depois de oitos meses de governo, apontam para uma mudança de clima no País no sentido de cobrar normalidade do processo democrático. Ao assumir a presidência da República após o ex-juiz Sérgio Moro tirar o ex-presidente Luiz Inácio da Silva da eleição com uma condenação sem provas, Bolsonaro passou a colocar em prática uma agenda baseada no entreguismo econômico, ferindo a soberania nacional, corte de investimento e de direitos sociais. 

No contexto atual Lula seria a principal liderança popular a ser ouvida, se estivesse fora da prisão. Os Coletivos e Comitês pela Democracia - Lula Livre atuaram intensamente na avenida Paulista em São Paulo neste domingo (11) e, em vez da hostilidade de tempos atrás, conseguiram adesão expressiva ao abaixo assinado pela liberdade do ex-presidente, com mais de mil assinaturas e desfile com faixas "Lula Livre" na avenida. O ex-presidente foi acusado de ter recebido um apartamento como propina da OAS, mas nunca dormiu nem tinha a chave do imóvel. 

A mudança de clima no País é necessária levando em consideração uma medida que pode levar o Brasil ao colapso social: a PEC do Teto dos Gastos, aprovada no governo Michel Temer e apoiado por Bolsonaro. Segundo a proposta, os investimentos públicos ficam congelados por 20 anos. 

No governo Lula, por exemplo, o orçamento para o ministério da Educação aumentou de R$ 18,1 bilhões em 2003 para R$ 54,2 bi, em 2010. Um salto de quase três vezes o valor, em oito anos de governo Lula. Se considerarmos até 2016, ano em que Dilma sofreu o golpe, o montante atinge 100 bilhões. 

No governo Lula, também foi idealizada a Reestruturação e Expansão de Universidades Federais. Com o programa foram criados 173 campi universitários e 18 universidades federais. O número de matrículas duplicou, de 2003 a 2014: de 505 mil para 932 mil. O número de professores universitários da rede federal também aumentou no período, de 40,5 mil para 75,2 mil.

Os protestos desta terça-feira (13) reforçarão novamente que Bolsonaro fala apenas para o sue público, que justifica falta de investimentos em Educação com a meritocracia. Apenas o mérito próprio como solução para o crescimento profissional, o que tira do governo suas responsabilidades enquanto provedor de políticas públicas. 

Confira locais e horários: 


Terceira mobilização nacional acontece em mais de 80 cidades; manifestantes são contra privatização do ensino.




O grande desafio de se desconectar na era das novas tecnologias






Mesmo com todas as coisas positivas que as novas tecnologias trouxeram consigo, em especial a capacidade de conectar as pessoas entre si, se o uso das mesmas for abusivo, elas podem ser prejudiciais. É preciso saber quando se desconectar.

É possível se desconectar de verdade com telefones e computadores sempre ao nosso redor? Como colocar o tempo em modo avião e se afastar das novas tecnologias? É saudável estar disponível o tempo todo para qualquer pessoa que possa nos solicitar?

Como quase tudo que nos rodeia, as novas tecnologias, em sua medida justa, são uma inovação que nos oferece um mundo de possibilidades. No entanto, o que acontece quando cruzamos a linha?

Atualmente, estar sempre disponível a apenas um clique — seja por e-mail, redes sociais ou uma chamada — é considerada uma característica distintiva de uma pessoa solidária, diligente, generosa, e até mesmo de um parceiro ideal.

A verdade é que, embora estar presente para os outros seja importante, não podemos nos esquecer de nós mesmos.

A vida através das telas nem sempre é igual à vida real; é um teatro, um cenário artificial. Portanto, saber quando se desconectar é o que nos permite distinguir entre um e outro.

Enviar um e-mail a seus funcionários e querer obter uma resposta imediatamente, a qualquer hora, pode não ser saudável. Saber o que seu parceiro ou seus filhos fazem a cada minuto pode não ser saudável. Querer que um amigo lhe responda instantaneamente porque você se sente mal pode não ser saudável. Você já pensou nisso?

Todos nós temos o direito ao nosso tempo, à nossa vida e à nossa privacidade. Merecemos, por isso, nossos momentos off-line, fora de rede … merecemos nos desconectar, fechar os olhos e respirar.




Então, o que acontece ao se desconectar?

Para algumas pessoas, não estar disponível o tempo todo é algo negativo. No entanto, isso não é verdade. Não podemos estar conectados ao telefone, ao e-mail ou a qualquer rede social a cada segundo.

A realidade das coisas pode ser diferente da realidade mostrada no mundo digital: não é mais feliz quem publica mais, não viaja mais quem compartilha mais fotos, nem é melhor quem responde instantaneamente.

Uma maneira saudável de utilizar as novas tecnologias é fazê-lo a seu favor, e não o contrário. Não nos tornemos escravos de seu uso.

Cada um de nós é livre para decidir quando e como utilizá-las, para escolher o que publicar e em que momento, mas acima de tudo, para responder a qualquer mensagem. Além disso, quem nos dá valor também valoriza nossa vida privada e nosso tempo livre.

A Internet e, em geral, a nova era tecnológica nos oferecem a possibilidade de assumir a responsabilidade pelo uso que fazemos das tecnologias e de como educamos as crianças através do exemplo.

O problema é que todas as possibilidades que nos aproximam dos outros também podem nos aprisionar e escravizar ao mundo digital.

Novas tecnologias, novas formas de vida

Em muitos casos, as novas tecnologias significam uma nova maneira de se relacionar e até mesmo de viver a vida. Não temos escolha a não ser nos adaptarmos.

Por exemplo, se quisermos tirar alguém de nossas vidas, talvez tenhamos que bloquear essa pessoa nas redes sociais, excluir seu número, ignorar suas chamadas, etc. O mesmo ocorre se quisermos encontrar alguém novo: estamos a um clique de seu nome para saber muito, talvez mais do que a pessoa gostaria.

Assim, é nossa obrigação saber até onde queremos chegar com as redes, até onde podemos dar informações e até que ponto queremos compartilhar nosso tempo.

Uma vez que tenhamos isso claro, estaremos preparados para fazer um uso saudável das novas tecnologias, sem permitir que elas nos invadam e nos dominem.

Às vezes, parece mentira que antes era possível viver sem um telefone, ou que alguém esperava semanas até receber uma carta de uma pessoa distante.




Atualmente, temos a oportunidade de desfrutar daqueles que estão mais longe, nos conectando instantaneamente, e de ter todas as informações que desejamos com apenas um clique.

Apesar disso, o tempo gasto no mundo virtual não é comparável ao que dedicamos a um olhar, a um abraço, a uma conversa ou, em resumo, ao contato real.

As novas tecnologias podem ser uma faca de dois gumes; está em suas mãos decidir quando se desligar e ir viver a sua vida. Você tem coragem de se desconectar?














Veja o documentário " Privacidade Hackeada " na Netflix



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Você acredita que é livre para tomar suas decisões? Ou será que está sendo manipulado? Será que a tecnologia, através da internet e redes sociais, está sendo usada como arma contra nós mesmos?

Então, se liga porque a dica de hoje traz um mundo de informações surpreendentes sobre como nossos dados alimentam um arsenal de guerra e operações trilionárias, sem a gente nem ao menos saber.

“ Privacidade Hackeada ”, documentário da Netflix, é o filme que você tem que assistir agora !














Em dez passos, Frei Betto descreve como Bolsonaro naturaliza o horror no Brasil



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Em 1934, o embaixador José Jobim (assassinado pela ditadura, no Rio, em 1979) publicou o livro “Hitler e os comediantes” (Editora Cruzeiro do Sul). Descreve a ascensão do líder nazista recém-eleito, e a reação do povo alemão diante de seus abusos. Não se acreditava que ele haveria de implantar um regime de terror. “Ele não gosta de judeus”, diziam, “mas isso não deve ser motivo de preocupações. Os judeus são poderosos no mundo das finanças, e Hitler não é louco de fustigá-los”. E sabemos todos que deu no que deu.

Estou convencido de que Bolsonaro sabe o que quer, e tem projeto de longo prazo para o Brasil. Adota uma estratégia bem arquitetada. Enumero 10 táticas mais óbvias:

1. Despolitizar o discurso político e impregná-lo de moralismo. Jamais ele demonstra preocupação com saúde, desemprego, desigualdade social. Seu foco não é o atacado, é o varejo: vídeo com “golden shower”; filme da “Bruna, surfistinha”; kit gay (que nunca existiu); proteção da moral familiar etc. Isso toca o povão, mais sensível à moralidade que à racionalidade, aos costumes que às propostas políticas. Como disse um evangélico, “votei em Bolsonaro porque o PT iria fazer nossos filhos virarem gays”.

2. Apropriar-se do Cristianismo e convencer a opinião pública de que ele foi ungido por Deus para consertar o Brasil. Seu nome completo é Jair Messias Bolsonaro. Messias em hebraico significa ‘ungido’. E ele se acredita predestinado. Hoje, 1/3 da programação televisiva brasileira é ocupado por Igrejas Evangélicas pentecostais ou neopentecostais. Todas pró-Bolsonaro. Em troca, ele reforça os privilégios delas, como isenção de impostos e multiplicação das concessões de rádio e TV.

3. Sobrepor o seu discurso, desprovido de fundamentos científicos, aos dados consolidados das ciências, como na proibição de figurar o termo ‘gênero’ nos documentos oficiais e dar ouvidos a quem defende que a Terra é plana.

4. Afrouxar leis que possam imprimir no cidadão comum a sensação de que “agora, sou mais livre”, como dirigir sem habilitação; reduzir os radares; desobrigar o uso de cadeirinha para bebês etc.

5. Privatizar o sistema de segurança pública. Melhor do que gastar com forças policiais e ampliação de cadeias é possibilitar, a cada cidadão “de bem”, a posse e o porte de armas, e o direito de atirar em qualquer suspeito. E, sem escrúpulos, ao ser perguntado o que tinha a declarar diante do massacre de 57 presos (sob a guarda do Estado) no presídio de Altamira, respondeu: “Pergunta às vítimas”.

6. Desobstruir todas as vias que possam dificultar o aumento do lucro dos grandes grupos econômicos que o apoiam, como o agronegócio: isenção de impostos; subsídios a rodo; suspensão de multas; desativação do Ibama; diferençar “trabalho análogo à escravidão” de trabalho escravo e permitir a sua prática; sinal verde para o desmatamento e invasão de terras indígenas. Estes são considerados párias improdutivos, que ocupam despropositadamente 13% do território nacional, e impedem que sejam exploradas as riquezas ali contidas, como água, minerais preciosos e vegetais de interesse das indústrias de produtos farmacêuticos e cosméticos.

7. Aprofundar a linha divisória entre os que o apoiam e os que o criticam. Demonizar a esquerda e os ambientalistas, ameaçar com novas leis e decretos a liberdade de expressão que desgasta o governo (The Intercept Brasil), incutir a xenofobia no sentimento nacional.

8. Alinhamento acrítico e de vassalagem à direita internacional, em especial a Donald Trump, e modificar completamente os princípios de isonomia, independência e soberania que, há décadas, regem a diplomacia brasileira.

9. Naturalizar os efeitos catastróficos da desigualdade social e do desequilíbrio ambiental, de modo a se isentar de atacar as causas.

10. Enfim, deslegitimar todos os discursos que não se coadunam ao dele. Michel Foucault, em “A ordem do discurso” (2007), alerta para os sistemas de exclusão dos discursos: censura; segregação da loucura; e vontade de verdade. O discurso do poder se julga dono da verdade. Não por acaso, na campanha eleitoral, Bolsonaro adotou, como aforismo, o versículo bíblico “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8, 32). A verdade é ele, e seus filhos. Seu discurso é sempre impositivo, de quem não admite ser criticado.

Na campanha eleitoral, a empresa BS Studios, de Brasília, criou o jogo eletrônico Bolsomito 2K18. No game, o jogador, no papel de Bolsonaro, acumulava pontos à medida que assassinava militantes LGBTs, feministas e do MST. Na página no Steam, a descrição do jogo: “Derrote os males do comunismo nesse game politicamente incorreto, e seja o herói que vai livrar uma nação da miséria. Esteja preparado para enfrentar os mais diferentes tipos de inimigos que pretendem instaurar uma ditadura ideológica criminosa no país. Muita porrada e boas risadas.” Diante da reação contrária, a Justiça obrigou a empresa a retirar o jogo do ar.

Mas o governo é real. Dissemina o horror e enxerga em quem se opõe a ele o fantasma do comunismo.


*Frei Betto é escritor, autor de “A mosca azul – reflexão sobre o poder” (Rocco), entre outros livros.