Como despertar e resgatar a criança livre e alegre que existe dentro de você



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Stephanie Gomes


Algumas semanas atrás eu contei aqui no blog que participei da maior experiência de autoconhecimento da minha vida: o Leader Training. Muitas coisas que vivi e aprendi nesse treinamento eu ainda estou absorvendo e refletindo sobre, e um dos assuntos que mais vem sendo constante nas minhas reflexões é o resgate da criança livre (ou criança interior).

No treinamento nós fizemos algumas vivências para libertar a criança que um dia fomos e que ainda vive dentro de nós. Uma dessas vivências foi um dos melhores momentos do treinamento para mim, porque pude sentir que realmente existe uma criança muito alegre dentro de mim que quer a liberdade de existir e se expressar. Essa questão me tocou tanto que nessas últimas semanas li e pesquisei bastante sobre o assunto, e cheguei a reflexões interessantes.

A criança que você foi 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70 ou seja lá quantos anos atrás não morreu, não despareceu, não deixou de existir. Ela é uma parte viva dentro de você. É a parte de você que é alegre, leve, bem humorada, encantada, livre, solta, entregue, amorosa, sonhadora. É tudo o que você é sem os medos, as crenças negativas, o pessimismo, a pressão e as restrições que foram introduzidos na sua cabeça ao longo da vida.

Sim, essa criança ainda vive aí dentro de você. E você pode resgatá-la.


Para redespertar a criança livre que você é, é preciso resgatar a sua essência. E olhar para a criança que você foi na infância é o passo mais importante para isso, porque, quando crianças, nós somos a nossa mais pura essência.

Resgatar a sua criança livre não significa que você precisa voltar a brincar com bonecas ou carrinhos, abandonar as tarefas da vida adulta ou se comportar como criança. Esse resgate é uma forma de redespertar a sua essência e trazer alegria, leveza e confiança para o presente.

Você não sente falta disso?

É possível trazer essa essência para a vida adulta e adaptá-la às nossas atividades. O que você precisa é tirar toda a repressão que colocou em cima das coisas boas e resgatar aquilo que escondeu de si mesmo para permitir que essas coisas se adaptem ao que faz hoje.

Como fazer isso? Trazendo a sua essência para o consciente.

Então vamos olhar para a nossa infância. Reserve um tempo do seu dia para que possa fazer isso sem interrupções – se não puder agora, guarde esse exercício para fazer depois com calma.

Pegue uma ou algumas fotos suas de quando era criança. De preferência, da época em que você era mais puro, alegre e livre de influências. Olhe para essa(s) foto(s) e veja seu sorriso, seu olhar, seu jeito de apoiar as mãos ou segurar algo, seu andar, sua espontaneidade… perceba uma coisa muito importante: essa criança é você! Esse sorriso é o seu sorriso, esse olhar é o seu olhar, esse jeito é o seu jeito, essa espontaneidade é a sua espontaneidade, essa alegria é a sua alegria. Nada disso se perde ou morre! Está tudo aí, é quem você é. Consegue perceber?


Agora comece a se lembrar:

O que você adorava fazer quando criança?

O que fazia você rir até a barriga doer?

Como eram as pessoas que você gostava de estar perto?

Quem eram seus personagens favoritos, heróis ou ídolos? O que você admirava neles?

Quais eram os seus sonhos?

O que você vivia imaginando?

O que você queria ser quando crescesse?

Quais eram as suas brincadeiras favoritas?

O que você mais gostava na natureza?

São perguntas simples, mas que vão te ajudar a trazer a sua criança livre de volta para o consciente. Não necessariamente elas te darão respostas prontas, mas mostram uma direção. Naquela época, você não sabia que tudo isso era a sua essência, você apenas vivia. Hoje você tem capacidade de refletir e descobrir coisas importantes sobre você a partir dessas respostas.


Depois que responder a essas perguntas e se reconectar com a sua criança interior, você pode voltar para o momento presente e fazer reflexões que trarão esse resgate para a sua realidade atual:

Como você pode redespertar essas coisas que descobriu que são a sua essência?

De quais amarras você pode começar a se desprender?

O que pode fazer você se sentir livre, leve e espontâneo hoje?

Como você pode trazer mais da sua essência para a vida que tem hoje?

Tem alguma atividade que fez parte da sua infância e você gostaria de voltar a fazer?

O que a criança que você foi diria para você hoje?

O que te encanta e desperta coisas boas em você hoje?

Como você gosta de se expressar?

Pensar sobre a nossa infância nem sempre é um processo fácil. É um resgate muito profundo, que pode gerar emoções fortes. Por isso eu recomendo que faça esse exercício com bastante calma e tranquilidade, sem a pressão de responder a tudo perfeitamente ou medo de errar. Apenas se entregue e seja sincero, inclusive para dizer a si mesmo “não sei”.

Se essa reflexão fizer você sentir vontade de chorar, chore. Se fizer você sentir um aperto no coração, sinta. Se achar tudo isso uma grande bobagem e quiser rir, ria. Se der vontade de dançar, pular, brincar, imaginar… se permita. Deixe a sua essência se expressar. Isso é deixar a sua criança livre ser o que o próprio nome já diz que ela é.


Postado em Desassossegada em 26/04/2017



Ainda bem que existem os vagabundos !



Foto: Ricardo Stuckert




Por Fernando Antinarelli, na Revista Fórum


Hoje, dia 28 de abril, vagabundos de todo o Brasil participam da greve geral em protesto contra as reformas trabalhista e previdenciária.

Ainda bem que existem vagabundos para defender os seus direitos. E, claro, os meus também. Afinal, os vagabundos tiveram papel importante na construção dos direitos em todo o mundo.

Foram vagabundos que, com as greves do início dos anos 80, forçaram os grandes empresários a apoiar a luta pela volta da democracia, pondo fim a uma ditadura de 20 anos.


Eram também vagabundos aqueles hippies que iniciaram uma revolução cultural nos anos 60 e culminaram na emancipação feminina e no respeito ao direito das minorias.

Naquela época, lá nos Estados Unidos, um pastor vagabundo liderou milhares de outros vagabundos pelo reconhecimento dos direitos dos negros e pelo fim do apartheid naquele país.

Por falar em apartheid, quem não se lembra do vagabundo que ficou preso na África do Sul por quase toda sua vida e que acabou derrubando um regime racista com suas greves e boicotes a produtos produzidos pelos brancos?

Foram também vagabundos que, no início do século XX, iniciaram uma onda de manifestações na Europa e na América pelo reconhecimento dos direitos trabalhistas e pela redução da jornada de trabalho.

Assim como as vagabundas que foram queimadas em uma fábrica norte-americana chamaram a atenção do mundo para a equiparação dos direitos femininos àqueles dos homens. Foi em um 8 de março, mais tarde reconhecido como dia internacional da mulher.

Se eu fosse lembrar de todos os vagabundos que lutaram e perderam a vida para que eu e você tivéssemos uma vida melhor, não bastaria um textão na internet. Eu precisaria escrever uma enciclopédia.

Portanto, termino com uma pequena frase: ainda bem que existem os vagabundos !


doriavaga



Não há democracia que sobreviva à tirania do judiciário



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Paulo Pimenta


O Brasil hoje gira em torno das chamadas "delações premiadas" deflagradas no âmbito da operação Lava Jato. Especialmente o depoimento de Marcelo Odebrecht chocou o país por mostrar a articulação de décadas entre empresas e políticos que agiram de forma criminosa e se beneficiaram mutuamente de recursos públicos para formar fortunas, muitas delas depositadas em contas no exterior.

Porém, o que mais chocou nesse depoimento não foi exatamente o fato de se descobrir que há corrupção, e sim a forma descarada, debochada, acobertada com que o diretor de uma das maiores empresas do país revelou em rede nacional que a construtora criou um departamento de propina e institucionalizou um esquema de compra de pareceres com uma espécie de "advocacy" que mais que defender seus interesses patrocinava vantagens e se aproximava de pessoas a fim de obter benefícios.

Pelo que tudo indica desvelou-se uma história de golpes bilionários que teve como escudo o financiamento privado de campanhas eleitorais, desvirtuado para servir aos interesses de indivíduos e grupos poderosos. É evidente a relação enraizada entre a construtora e os políticos do PMDB e do PSDB, que a mídia se esforça para acobertar, e a amplitude desse esquema, o qual parece impossível de se realizar sem a omissão deliberada, também, de setores do judiciário.

Os depoimentos poderiam ser vistos como positivos se a operação comandada pelo juiz Sérgio Moro confirmasse a intencionalidade de combater a corrupção e fizesse essa investigação de forma séria, isenta e guiada por objetivos públicos, não partidários. A farsa da Lava a Jato é tamanha que, enquanto as investigações estão em curso, as dependências da Polícia Federal, seus agentes e equipamentos são colocados à disposição de um filme que tem por finalidade promover a operação e cujos financiadores são mantidos em sigilo.


É nítida a ausência de compromisso com os fundamentos republicanos e democráticos, como a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana e o pluralismo político em todo esse processo. O que tem caracterizado a "Lava a Jato" é o populismo e o comportamento autoritário do juiz Sérgio Moro que desrespeita os direitos e faz a incitação ao ódio.

Isso se observou na condução coercitiva do ex-presidente Lula, no vazamento seletivo e ilegal de depoimentos e também na manipulação de delatores com vistas a proteger o presidente ilegítimo Michel Temer e outras figuras, especialmente do PSDB, ou forjar provas contra o PT a qualquer custo.

Todos sabem que os depoimentos de delatores exigem cautela e que a legislação requer a confirmação com provas, no entanto, a imprensa tradicional, principalmente a Rede Globo, tratou corruptores como heróis e tornou as peças da investigação um show midiático. A fórmula encontrada para maquiar as informações foi ungir a fala dos chefes da construtora com o dom da verdade e criar generalizações sobre tudo que disseram.

A Globo cria o estereótipo de que todos os políticos são iguais, oculta quem de fato beneficia e é beneficiado por essas e outras empresas. Ao mesmo tempo, esse noticiário perversos mantém ileso o governo ilegítimo que está atolado em corrupção, incluindo o próprio Michel Temer, que acelera a votação de medidas que liberam as terceirizações e retiram os direitos previdenciários e trabalhistas.

A falsidade da notícia é algo gravíssimo. Um crime contra a democracia. A Rede Globo é parte desse golpe e sua estratégia de tratar como iguais a quem recebeu doações legais de campanha, quem recebeu recursos de caixa dois e quem recebeu propina e se favoreceu de fraudes serve apenas para enfraquecer a política e minar a possibilidade do país reestabelecer a democracia. Da mesma forma, as práticas de setores do Ministério Público e da Polícia Federal são não apenas controversas, mas absolutamente comprometedoras.

Não há democracia que sobreviva à tirania de um judiciário que se empenha em arrancar delações contra um líder político como Lula pelo fato dele representar um projeto de esquerda no país, para tentar calar a sua voz e impedir que seja eleito, uma vez que detém 45% das intenções de voto, segundo as últimas pesquisas.

O teor do comando da "Lava a Jato" se revelou fascista e mostrou que não busca punir quem fraudou contratos públicos, exigir a devolução integral dos recursos ilegais ou fechar empresas que formam quadrilha para operar a corrupção. Estão mais interessados em "caçar as bruxas", e com apoio da mídia, irão repor o selo da honestidade em empresários corruptos, que serão "presos" em suas mansões e depois vão trocar a fachada de suas construtoras para seguir operando.

Na lógica em que se desenrola do golpe no país, contando com a conivência de grandes empresas, da imprensa tradicional e do judiciário, os partidos de direita cujos velhos líderes foram pegos em corrupção comprovada vão se reinventar com outros nomes tidos como "não políticos" para atender aos interesses do capital que precisa deles e exige que façam a chamada "modernização". Enquanto isso os partidos de esquerda terão que lutar para não terminar criminalizados pelo abuso de poder que se instaurou e que ganha espaço quando se consegue intimidar os investigados, torturar e destruir suas trajetórias.

Eugenio Aragão, ex-ministro da Justiça, sintetiza esse mal quando diz que "o mal da tortura é que não oferece provas sólidas da verdade, mas apenas provas sólidas da (in)capacidade de resistência do torturado", lembrando que a tortura que não é apenas física, do pau de arara, do choque elétrico, mas também é psicológica.

Tem ficado evidente que esses depoimentos passam por uma combinação prévia sobre o que interessa ser dito na deleção e para estabelecer a garantia de medidas especiais de proteção aos delatores, assegurando-lhes uma "nova vida", sem máculas, em algum paraíso, de preferência um paraíso fiscal.

É preciso estar atento, o golpe não chegou com militares dando tiros dentro de um tanque de guerra. As estratégias do golpe iniciado em 2016 no Brasil são mais subjetivas e de difícil percepção.

Contudo alguns líderes de esquerda estão presos, alguns serão injustamente punidos, a ameaça de jorrar sangue é eminente sempre que a população se organiza e usa o direito legítimo de se manifestar. A derrubada da Presidenta Dilma era apenas o início do golpe, e não seu fim, que, entre outros, prossegue com a retirada de direitos e o uso político do sistema de justiça. Mas, não podemos calar e submetermo-nos ao regime de força que vem se desenhando, o golpe ainda está em curso no Brasil e nós precisamos detê-lo.


Postado em Brasil 247 em 22/04/2017



Glúten : o alimento das obsessões?



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As obsessões são um tipo de pensamento de caráter negativo, geralmente orientadas para o futuro, recorrentes, e que indicam perigo. Todos nós já experimentamos esse tipo de cognição alguma vez na vida, mas a diferença em relação às pessoas que sofrem do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é que elas não condicionaram as nossas vidas.


Nós deixamos esses pensamentos passarem pela nossa mente sem lhes darmos muita importância. Sabemos reconhecer que o cérebro tem a função de emitir ideias, seja em forma de frases, imagens, sensações… e não há por que lhe dar maior transcendência.

As pessoas com TOC, por outro lado, analisam esses pensamentos, concentram-se neles, acreditam neles e, em consequência, se sentem repugnantes e até mesmo más pessoas por ter esses pensamentos.

Elas acreditam erroneamente que o fato de ter esses pensamentos implica que eles são reais, e se pararmos para pensar friamente, uma coisa é o mundo da nossa cabeça e outra muito diferente é o mundo real.

A hipótese clássica vem para nos dizer que a origem deste transtorno é a predisposição genética e biológica para a doença, assim como a história pessoal do indivíduo, desde a infância: educação recebida, personalidade…

O transtorno se manteria graças às compulsões, que não são nada além de atos que podem ser de tipo motor (por exemplo, lavar as mãos vinte vezes por dia) ou cognitivo (repetir a mesma ideia mentalmente durante seis horas). As compulsões neutralizam as obsessões e também a ansiedade que elas geram, para que a pessoa relaxe momentaneamente. Ao mesmo tempo, este alívio momentâneo agirá como um reforço negativo, aumentando as probabilidades de que a compulsão se repita em um futuro ou até mesmo que se generalize.

Os reforços positivos recebidos do ambiente também podem fazer com que o transtorno se mantenha, por isso é essencial não negligenciá-los.

O que isso tem a ver com o glúten?


O que acabamos de comentar é a introdução ao que já conhecemos mais ou menos sobre o transtorno. Recentemente, o Dr. Luis Rodrigo Saez, professor emérito na Universidade de Oviedo, na Espanha, tem se especializado nas manifestações neurológicas da doença celíaca. Lembre-se de que aqueles com a doença celíaca são intolerantes ao glúten, uma proteína contida na farinha de trigo e em alguns cereais.

Este médico foi capaz de comprovar e confirmar como o glúten, por si só, é capaz de inflamar e lesionar algumas zonas do nosso cérebro, dando lugar à aparição de várias doenças neurológicas que vão desde a ataxia, enxaquecas, esclerose múltipla, polineuropatia e epilepsia, até a síndrome de Tourette e o TOC.

A explicação é que o glúten ultrapassa a barreira hematoencefálica, que é como uma muralha que protege o nosso sistema nervoso e é capaz, como já foi mencionado, de inflamar certas estruturas cerebrais.

Não se trata, evidentemente, de colocar toda a culpa no glúten, mas os pesquisadores estão vendo que ele poderia ser uma das causas da origem e da permanência do transtorno obsessivo-compulsivo, assim como a de outras doenças psiquiátricas e neurológicas.

Essas descobertas, que têm sido bastante significativas, abrem um novo caminho de esperança para os pacientes. Uma notícia para explorar e que inicialmente poderia ser desenvolvida com sucesso sem a necessidade de que os pacientes sejam submetidos a um tratamento farmacológico.

Em que consiste o tratamento?

Combinando-o com uma boa psicoterapia, algo que acredito que seja essencial para aprender a quebrar hábitos disfuncionais e mudar pensamentos, o tratamento se basearia em eliminar totalmente o glúten da nossa dieta.

Os supermercados mais conhecidos oferecem há muito tempo produtos sem glúten, por isso o esforço exigido no tratamento é consideravelmente baixo. A farinha de trigo pode ser substituída por farinha de arroz ou de milho, que não contêm a proteína.

A dieta deve ser feita ao longo da vida e de forma estrita; ou seja, não vale deixar de consumir glúten durante a semana e no final de semana exagerar na ingestão de doces feitos com farinha refinada. Assim que tivermos decidido abandonar o glúten, é essencial seguir o tratamento se quisermos nos beneficiar de seus efeitos.

É um orgulho poder ser capaz de apresentar os resultados empíricos de outros profissionais para que, como foi comentado anteriormente, a ciência avance. Mas, acima de tudo, é uma grande notícia que os pacientes possam ter maiores alternativas naturais e com menos efeitos colaterais.

Portanto, se você sofre com qualquer um dos distúrbios que foram mencionados aqui, quero encorajá-lo a seguir as novas descobertas apresentadas neste artigo. Pessoalmente, eu sugiro que você afaste o glúten da sua alimentação e analise os resultados dentro de um ano. Tenho certeza de que irá se surpreender!