Mostrando postagens com marcador vida. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador vida. Mostrar todas as postagens

Fuja das almas mesquinhas. Viver é um exercício de grandeza





Está faltando grandeza na gente. Falta, sim. Em todo canto, falta. Vivemos à míngua de gestos generosos, intenções grandiosas, ações maiores. Como bichos tímidos, acanhados em nossos projetos, reduzimos nossas vidas aos cargos e postos e títulos e relações oficiosas e protocolares que aos poucos nos transformam em meros colecionadores de miniaturas, acumulando milhas de mesquinharias. Nós e nossas vidinhas habitadas por pessoinhas deslumbradas, sorrindo sem graça em jantarezinhos sem afeto, cozinhando pratinhos sem gosto, a partir das receitinhas de homenzinhos dos programinhas de tevê.

Falta grandeza na gente, sim. Insistimos em ser rasos, superficiais, rasteiros, trancafiados em nossas verdades minguadas, metralhando com o dedo quem passar perto. Rareiam amigos de coração aberto e mãos postas, estendidas. Falta quem se disponha a escutar mais e mostrar menos, perguntar mais do que responder, questionar mais que pontificar. Falta gente disposta a pagar a conta por pura e simples gentileza. Ah… como são raras as visitas que surpreendem quando chegam para o churrasco em casa alheia trazendo nos braços algo além do fardo de doze cervejas previamente combinadas. Um bolinho para a dona da casa, um presentinho para as crianças. Qualquer coisa para além de uma presença fria, mirrada, previsível, burocrática.

Pior. Nossa escassez de elevação vem sob a escolta das matilhas de gênios e suas teorias em defesa da mesquinhez. “É a crise!”; “não sobra dinheiro para isso”; “também, com o preço das coisas…”; “no mundo moderno cada um paga a sua, tá reclamando do quê?”; “É cada um por si” e outras desculpas esfarrapadas. Como se a falta de dinheiro fosse o único problema.

Será mesmo? Ou tanta evasiva não passa de nossa obtusa mania de pequeneza crescendo como verruga, aumentando como um buraco? Certo é que nos tornamos sovinas, ridículos, avarentos de emoção e entrega e disposição para nós e para os outros. Isso, minha gente, tem pouquíssimo a ver com dinheiro. Estar “no bico do urubu”, sem um tostão para nada, não faz de alguém um “mão de vaca”. Há muito mendigo por aí dividindo seu pedaço de cobertor, sua porção de comida fria e seu meio cigarro com quem necessita. Porque generosidade é coisa das almas elevadas, com ou sem fundos patrimoniais. E ela está em falta como a água que baixa nas represas e o dinheiro que some dos cofres.

Nosso tempo na vida é tão pequeno e a grandeza anda tão pouca! Quanto será que nos resta? Por quanto mais você e eu estaremos aqui? Quanta vida nos cabe ainda? Trinta anos? Quarenta? Duas horas, um minuto? Pergunto, pergunto e com franqueza me dou conta de que, no fundo, não importa. Não interessa porque no fim do caminho qualquer tempo terá sido pouco. Muito pouco tempo para o perdermos com pequenezas.

Sejamos francos. A vida anda mirrada demais. Reduzida contra vontade, coitada, à pequena experiência pessoal de cada um. Obrigada por nós mesmos a dar as costas à sua vocação essencial. Porque, você sabe, diferente do que querem os mesquinhos, viver é nada senão um tremendo e escandaloso exercício de grandeza. Sejamos francos. Está faltando grandeza na gente.


André J. Gomes Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.





Viver, sofrer, esperançar






Viver traz o risco de sofrer. Mas viver também traz esperança, fé e encontros inesquecíveis. Sempre valerá a pena.


Marcel Camargo

Hoje eu escreverei um pouco sobre a dor. Viver traz essa dor, porque a gente não sente sozinho, não depende somente do que é nosso ser feliz. Eu vou além de mim e, quanto mais eu vivo, mais pessoas fazem parte de mim. Minha corrente afetiva se estende além do que eu quero, sinto, pretendo. Eu olho para as vidas que não são minhas e não consigo ser indiferente. E lá tem dor também.

Eu olho para as vidas de quem amo e lá tem dor também. Eu queria ser mais egoísta, mais positivo, daquele tipo que se coloca sempre como prioridade, mas não consigo. Desde criança, eu sou assim, uma pessoa que fica prestando atenção nas dores que não são minhas, porque eu sempre senti demais o mundo, o que se passa, o amor de minha mãe. A intensidade sempre fez parte de minha afetividade, por isso acho que fui uma criança diferente, estranha.

Eu sei exatamente o que me machuca e quais são meus pontos fracos. Infelizmente, outras pessoas também sabem isso sobre mim e, às vezes, resolvem estacionar bem ali nos meus espaços vulneráveis. Porque muitas pessoas não conseguem sentir intensamente, vivem no raso, ao redor de si mesmas e, por isso, não se importam com o estrago que fazem nas vidas alheias. E esse é um de meus maiores medos: a maldade humana.

Li que poucos são os psicopatas que matam, a maioria deles apenas devastam as vidas por onde passam. Isso assusta. Eu não temo mostrar fraqueza ou derramar lágrimas por toda a fragilidade que me define. Isso não deveria ser um problema, mas é. Tem gente que usa contra nós o nosso melhor. Tem gente que inveja nossas conquistas, sem perceber o tanto que lutamos até chegar ali. E eu, lotado de sensibilidade que sou, acabo por me molhar em tempestades que não criei.

Eu já me conscientizei de que sentir a dor que não dói em mim pode ser doloroso demais. Mas assim sou e sempre serei. E é por essa razão que alguns dias doem bem fundo. Tem saudade, rompimento, tem perda, arrependimento. Tem tombo. É o preço que pagamos por sentir, por doar, por acreditar, por amar. Viver traz o risco de sofrer. Mas viver também traz esperança, fé e encontros inesquecíveis. Sempre valerá a pena.











Onde está um lugar melhor para viver ?






Albert Einstein parecia um homem simples com um emprego confortável em um escritório de patentes na Suíça. No entanto, ele acabou se tornando um dos físicos mais aclamados do mundo. Obviamente, nem todos nascemos para ser grandes gênios, mas podemos agir para estar em um lugar melhor em nossas vidas, assim como ele fez.

Albert Einstein não foi apenas um físico brilhante. Ele também era um homem comum, com uma maneira muito agradável de ver o mundo e um senso de humor invejável. Nesse ponto, gostaria de compartilhar algumas ideias para fazer mudanças positivas na sua vida.

Como você está vivendo?

Antes de entrar no assunto, uma vez que mencionei Albert Einstein como ponto de partida para este artigo, gostaria de relembrar uma de suas famosas frases. O físico alemão disse com bastante ironia que “A vida é muito perigosa. Não para os que fazem o mal, mas para aqueles que se sentam para ver o que acontece ”.

A filosofia de vida de Einstein é baseada em pegar nossa própria existência e fazer algo com ela. Nunca devemos esperar que os outros se movam, nem ter medo do erro ou ser meros espectadores.

“A vida é o que está acontecendo enquanto você insiste em fazer outros planos.”    - Jonh Lennon -

Quem sabe, se Einstein tivesse se instalado em seu escritório de patentes na Suíça, talvez hoje não escutaríamos a melodia do universo, porque graças às suas teorias os cientistas acabaram por descobrir as ondas gravitacionais que um dia podem nos levar a conhecer outros mundos distantes do nosso, ou compreender nossa própria natureza e existência.

Posso não ser um cientista famoso ou um músico renomado, mas isso não significa que eu deva me contentar com um trabalho desagradável ou uma existência desconfortável. Quero fazer de mim um lugar melhor para viver.

“A vida não foi feita para ser entendida, mas para
ser vivida.”   -  Jorge Santayana  -

Passos para se tornar um lugar melhor para viver

Gostaria agora de relembrar uma série de chaves que o sábio orador e escritor Francisco Alcaide propõe para nos tornarmos um lugar melhor para viver.

Considerando o famoso momento em que o astronauta Neil Armstrong pisou na Lua pela primeira vez, poderíamos dizer que essas afirmações parecem pequenos passos para o homem, mas serão grandes saltos para você:
  • Não é bom dar desculpas. O problema com esse tipo de atitude é que a primeira pessoa enganada é você mesmo, então é melhor usar ferramentas poderosas como a sinceridade e a verdade.
  • As diferenças são uma parte essencial deste mundo. Você não deve se sentir envergonhado ou arrependido. Capacite sua natureza sem medo do que os outros dirão, pois é a melhor maneira de ser honesto consigo mesmo.
  • Ninguém deve ter vergonha de ter medo. O medo é tão natural quanto a água ou uma árvore. Se algo o assusta, reconheça. É o primeiro passo para superar todos os tipos de situações que podem prendê-lo.
  • Uma famosa marca de roupas esportivas disse que “não há nada impossível”. Difícil sim, mas impossível não.
  • Uma chave importante para se tornar um lugar melhor para viver é não se dedicar apenas a obedecer. Sua própria mente está cheia de mistérios e potencialidades. Você não quer explorar seus limites e forças ao máximo?
  • Não procurar culpados é uma atitude muito positiva. Às vezes, tendemos a olhar para o outro lado sem perceber o que estamos fazendo de errado. Lembre-se de que nem tudo é culpa da vida, do seu vizinho, dos seus colegas de trabalho, do seu parceiro ou do seu chefe.
  • Cela disse com muito humor que “Estar dormindo e estar adormecido não é a mesma coisa”. Acorde! Sempre olhe para a frente com otimismo e força.
  • No mundo, você encontrará trabalhos mais ou menos complexos. Seja qual for a sua situação, nunca desista. Esse é o trabalho mais difícil do mundo. Continue, encontre motivação, procure novos canais e localize o aprendizado positivo em todas as situações vitais que permitem que você evolua.
Estes são alguns dos passos importantes que o Professor Alcaide propõe para que você se torne um lugar melhor para viver. Você não será a primeira nem a última pessoa a tentar. Você tem coragem de dar o primeiro passo?




Sou aquela que brinca com o vento, que gosta das folhas, da liberdade e da natureza



Patricia Tavares

Sou aquela que brinca com o vento, que gosta das folhas, da liberdade e da natureza.

Sou aquela que preza a gratidão e vive a olhar toda imensidão e entende que ainda é tão pequena.

Aquela que você vê, mas não consegue decifrar apenas olhando, porque o universo é o meu lugar. Sou onde não digo. Vivo onde sou, estou em tudo em que acredito.

Nada pode me limitar, nem o medo, nem a morte. O infinito é o meu lugar.

Sou forte, sou delicada, nada obstino tanto alcançar quanto a mim mesma .

Eu prezo atingir a verdade maior, mas não me abalo tanto quanto antes com os disfarces dos outros, aprendi a ir além de toda pequenez humana e da minha própria. Meu voo é mais alto que as nuvens.

Não quero tudo, só almejo ser somente minha e de mais ninguém, estar em mim completamente e integralmente

A paz é o meu percurso, o coração é o meu lar, só a minha alma pode realmente me revelar.

Tenho receios, mas tenho luz no olhar.

Eu tenho muita alma e garra para viver, tenho coragem imensa para vencer qualquer temor. Firme eu sigo em busca de acolher todo o bem que eu puder. Se eu tropeçar pelo caminho, me reergo e continuo, porque meus propósitos são muito maiores que qualquer contratempo, do que qualquer mal.

Sou vento, sou brisa, sou mar, sou ventania, sou nascer do sol, sou o horizonte, sou o arco íris, sou estrela, sou lua, sou exatamente do tamanho de tudo que acredito.

Não pretendo modificar ninguém, só me tornar maior do que sou e conseguir alcançar o melhor de mim.

Mas eu aceito tudo que sou aceito a minha pequenez e as minhas dificuldades. Aceito porque eu sou a minha melhor amiga, o meu grande amor.

Antes de apoiar qualquer pessoa, eu me apoio e não permito que ninguém me critique ou me julgue, até porque se cada um se concentrar em si mesmo e se descobrir para se melhorar, olhar mais para si ao invés de encontrar defeitos nos outros, o mundo será um lugar muito melhor do que é, a humanidade será boa e será muito mais feliz. Assim cada um cuidará muito bem de si mesmo e buscará evoluir.

Eu sou a força que preciso para vencer qualquer desafio.









Sem apelação, sem uma falsa vida, vou traçando meu destino




Eu não sei se fiquei muito exigente; a verdade é que aqui dentro já não cabe tanto forçar de barra, tanto desgaste sem fundamento.

Depois que comecei a fazer as pazes com minha vida, comecei a entender muita coisa, comecei a me respeitar como gente, parei de viver coisas sem futuro, parei de me olhar com ares de impiedade, parei de me achar insuficiente, parei de sabotar o que sou.

Eu não sei se fiquei mais sábia, mas sei que já não tolero muita coisa.

Já não entrego tudo de mão beijada e nem ofereço lugar para qualquer um se chegar.

Apesar do peso de alguns dias, sinto que dá para ser mais leve.

Acho que deixei de ser breve para ser mais importante para mim.

Parei de me trair, parei de me esquecer.

Ainda sigo em frente sempre perto daquilo que me chama interiormente.

De olhos fechados e de alma presente, sigo por caminhos mais honestos.

Viver é um grande ritual de passagem espiritual.

É caminho de luz para reaprender, muitas vezes, a me merecer.

E eu tenho tido essa compreensão de vida, tenho dito a mim mesma que posso transpor muitos muros que fecham minha mente e coração.

Eu não sei se foi a maturidade, o cair, o levantar, o jeito meio sem graça de quem muitas vezes se deixou tímida em um canto esperando o vendaval passar, ou a sensação de que eu precisei tomar um porre de vergonha na cara para encarar com mais sensatez o que vinha causando a mim mesma.

Nem sempre foi a melhor sensação, nem sempre foi bom me sentir à deriva.

Não preciso viver me rasgando para satisfazer o ego de ninguém.

Ou eu me encontro ou me desencontro. Vivo de sintonia, de alguns espaçamentos; vivo sem querer acertar sempre.

Eu não sei do amanhã; só sei que Deus me traz para o momento presente me fazendo enxergar o que realmente preciso ver.

E eu vejo que ainda preciso caminhar, preciso me perdoar de muitas coisas, preciso ser menos ansiosa com o mundo lá fora porque aqui dentro é onde tudo se move e me rege.

Que eu me inspire sabendo onde colocar meus abraços, onde eu sinta meus afetos como pequenos gestos de humanidade dentro da capacidade de retribuir o que de bom também recebo.

Sem apelação, sem uma falsa vida, vou traçando meu destino.

O que tiver de ser será.

É nisso que acredito.

Quem tem fé, confia!







Vida feliz não vem pronta, é conquista




Patricia Tavares

Reconfigurar-se exige que nos perdoemos muito, perdoemos aos demais, por erros/equívocos, exige que consigamos nos realinhar em uma nova órbita, em torno do nosso próprio sistema, e entender mais de nós (e não é fácil), conseguindo ultrapassar o ego e as fronteiras sombrias de nossa personalidade.

Ressignificar é algo para elaborarmos dia a dia, mais e mais, e onde se possa buscar o melhor daquilo que vivemos, o melhor independente das situações, e isso é tarefa para muita coragem, também para ir além do que podemos entender.

Vida feliz não vem pronta; é conquista, não uma conquista de quem tem o melhor, mas de quem consegue viver o melhor de tudo, sem utopias, sem idealizações ... uma conquista de quem consegue viver o entendimento de que tudo é transitório, e que coisas boas/ maravilhosas, assim como coisas ruins/ desagradáveis, passam. Tudo passa.

Usarmos de resiliência para ultrapassarmos situações/sentimentos que nos levaram ao fundo do poço, é uma condição fundamental para vivermos mais saudáveis psicologicamente/fisicamente/espiritualmente, em um mundo ainda tão cheio de dores, provações, equívocos, de tantas pessoas que ainda não conseguem usar o seu melhor.

Ainda é via de regra usarem mais o lado sombra no trato com os demais e em todas as relações/situações.

Claro que já deu para observarmos que este planeta não é um parque de diversões e, por mais que tenha tantos momentos divertidos, a vida nos coloca frente a frente com situações, pessoas que nos incitam a crescer / a amadurecer / a uma evolução.




Vários mundos habitados

 


Certa ocasião um Homem disse:
“na casa de meu Pai existem muitas moradas”


Nilton Moreira
 
Posteriormente através de estudos das palavras proferidas há quase 2000 anos por Ele, e com informações complementares da Espiritualidade, compreendemos que a casa é o universo e as moradas são todos os mundos espalhados e que são habitados, pois se existe casa tem de existir habitante.

Quem nos garante que existem vários mundos habitados é Jesus. E mesmo nosso raciocínio racional nos diz que Deus não criaria Astros apenas para recriar nossos olhos.

Essas moradas são de várias categorias, ou seja, umas mais evoluídas que outras, e no caso a Terra é uma que precisa evoluir muito ainda, pois é um Planeta onde ainda predomina o mal.

Por outro lado, esclarecemos que as moradas referidas, no que a Terra se inclui, estão disponibilizadas em mundos superiores e inferiores ao nosso, e na mesma categoria do nosso existem vários.

Nos mundos superiores não tem doenças, desconhecendo-se os ódios, os mesquinhos ciúmes, não existindo o mal, sendo os sentidos mais apurados. A morte de modo algum acarreta os horrores da decomposição; longe de causar pavor, é considerada uma transformação feliz.

É evidente que não somos capacitados a enxergar com os olhos físico os habitantes de tais orbes, pois que neles habitam espíritos que possuem corpos adaptáveis a cada ambiente planetário!

O homem busca incessantemente descobrir vida fora da Terra, e certamente conseguirá deparar-se no momento oportuno, pois que ainda não estamos preparados para este encontro. Falta em nós evolução de sentimentos perseverados no bem para que possamos ter a revelação de mundos habitados, pois até hoje a Terra vive em conflito numa disputa de poder o que certamente seguiria acontecendo se tivéssemos o contato.


Mesmo agora quando foi necessária uma pandemia para apressar a depuração no Planeta, e mudar o comportamento de muitos no entendimento da necessidade do amor ao próximo e disciplina, ainda existe uma grande quantidade de mentes que continua refrataria em perseverar no bem. Nada na Criação foi sem objetivo. Deus é perfeito, e no momento certo os contatos acontecerão e isso possibilitará que o mundo passe a ter uma visão diferente da vida. Levará tempo, mas vivenciaremos.




Aqui e agora, não há nada além




Você, que acorda a cada manhã com o cabelo bagunçado, tentando adiar o que será o começo de um novo dia, preferindo manter o romance idílico com o seu travesseiro.

Ou você, que assim que toca o despertador, corre com toda a pressa porque se juntam os minutos do café da manhã com os de lavar o rosto e pegar as chaves de casa, para ir disposto a começar um novo dia.

Sim, você, que assim que começa a se ligar com a realidade, após um período de sono, dirige a sua mente para o que tem que fazer ao longo da manhã ou da tarde, e se você me apressar, ao longo da semana. Futuro. Você está no futuro.

Ou também pode se pôr a pensar que a sua reunião de ontem não foi tão boa quanto você esperava, que o resultado do seu trabalho deixou muito a desejar ou que gostaria de ter estudado mais. Passado. Agora você está no passado.

Futuro e passado. Passado e futuro. Tão somente dois momentos temporais, que se unem com um fio transparente, movendo-o de um ao outro constantemente.

– O que fiz ontem… o que farei amanhã… – e você repete isto como se fosse um mantra

E enquanto isso, quase nem aprecia o sabor do que está comendo, o toque do pijama sobre a sua pele ou os raios de sol que espreitam a sua janela.

Pensamento e pensamentos que sucedem e se encadeiam um atrás de outro, porque você se viciou a isto, a viver em automático em direção ao futuro e ao passado.

Você vive para a frente e para atrás, consumindo os segundos do presente. Desperdiçando o agora.

E se você se detiver? Você já experimentou? Você poderia tentar mesmo que fossem apenas um par de segundos.

Convido-lhe e sugiro que o faça. Respire. Sinta-se. Conecte-se a si mesmo.

Comece prestando atenção ao que estiver fazendo, ao seu presente. A vida são momentos e é preciso começar a espremê-los ao máximo. Adiante, com intenção e responsabilidade, proponha-se.

O melhor lugar para começar é onde você estiver, por exemplo agora, lendo estas linhas. Mergulhe na experiência. Assim você garante uns momentos para si.

Desfrute do que você estiver fazendo, faça-o conscientemente. Sabendo o que você faz, mergulhando na experiência. Como se faz? Eu já disse. Colocando atenção naquilo que estiver fazendo. Sendo consciente.

Quando você estiver comendo, está comendo, só isso. Saboreie a comida, a textura do alimento… Do mesmo jeito quando estiver tomando banho. Alguma vez você já se concentrou na sensação da água sobre a sua pele? Ou quando estiver com seus amigos, dedique-se a eles, a suas conversas.

E sim, também nos momentos desagradáveis. Nem tudo será impregnar-se de alegrias. Aprofunde-se e encontre o seu propósito, as suas necessidades e suas sensações.

Descubra o poder da aceitação. Esqueça os ressentimentos e as expectativas.

Muitas vezes nos afastamos do agora porque este dói ou não é como o havíamos imaginado. Ou porque nos sentimos culpados de poder desfrutá-lo… pode ser por tantas razões…

O que você fez, feito está, e o futuro, mesmo que você tenha que trabalhar e se esforçar a favor do que você deseja, virá. Como dizem: não use o passado como sofá e sim como trampolim, e apague o “e se…” da sua vida, porque as hipóteses não são a realidade. Apenas procure ter uns minutos consigo, com o agora.

Entregue-se à experiência.

E lembre-se, aqui e agora, neste momento. Não há nada mais.










De onde o cérebro obtém sua motivação e vontade de viver?



Às vezes, mesmo tendo atingido o limite das nossas forças, nutrimos esperança e motivação para seguir em frente. De onde vem esse empenho, essa força vital? Vamos analisar.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses chamaram de “bura-bura" ou doença do abandono o fenômeno pelo qual alguns prisioneiros eram deixados em estado de letargia até se permitirem morrer. Agora, de onde o cérebro obtém sua motivação e vontade de viver? Por que existem pessoas que perdem o ânimo, o desejo e até o instinto de sobrevivência?

Este tópico interessa especialistas e leigos há décadas. Nick Moloney, um dos marinheiros mais famosos do mundo, ressalta que se trata de uma inflexão mental: morrer é fácil, viver é o mais difícil. Ele próprio se viu em situações extremas, aquelas em que a dor era tão intensa que a falta de adrenalina o impedia de continuar navegando.

Uma vez ele ficou preso, ferido e à deriva. Foi então que perdeu completamente a vontade de viver. Esse é o pior cenário psicológico em que uma pessoa pode cair, porque então a esperança desaparece e a pessoa para de lutar. Nesses momentos, o ser humano é obrigado a fazer um último esforço, aquele que vai além do físico e exige o emocional…

Em que consiste este último? Como despertar a motivação quando estamos em situações extremas?

De onde o cérebro obtém sua motivação e vontade de viver?

Um dos maiores especialistas em resistência psicológica e sobrevivência foi o Dr. Al Siebert, da Universidade de Michigan. Um dos seus livros mais conhecidos sobre o assunto foi The Survivor Personality: Why Some People are Stronger, Smarter, and More Skillful at Handling Life’s Difficulties. Nesta obra, ele nos apresenta inúmeros exemplos de sobrevivência e também de perdas.

Um dos mais marcantes foi o caso de um avião militar canadense com 18 pessoas que caiu bem próximo a uma base canadense do Ártico. Treze deles sobreviveram, conseguindo por conta própria avançar e caminhar por 4 dias até a base militar. Dos restantes, três morreram no local e dois deles, sem ferimentos, acabaram morrendo de frio. Este último fato foi altamente desconcertante para todos.

Como explicou o Dr. Al Siebert, naquela área, apesar do clima severo, a comunidade nativa vive normalmente e as crianças são criadas felizes. Eles eram militares, estavam equipados e tinham os restos do avião para se proteger do frio. No entanto, como os sobreviventes contaram, dois dos seus companheiros optaram por ficar porque eles haviam desistido.

Al Siebert chamou de morte psicogênica aquele fenômeno pelo qual o ser humano se rende e se deixa morrer. Este é um fato que parece ser mais comum do que pensamos. Isso levanta uma questão óbvia e necessária para nós: de onde o cérebro obtém sua motivação e vontade de viver?

A dopamina não é tudo

Algo que sempre é dado como certo na neurociência é que a dopamina e o núcleo accumbens são o centro do prazer e da motivação. Este neurotransmissor é o que impulsiona os comportamentos que produzem bem-estar, como comer, socializar, se divertir, fazer sexo, etc. A sobrevivência também é impulsionada por este elemento.

No entanto, estudos como o realizado no departamento de neurociências da Universidade de Colônia (Alemanha) indicam algo importante. Foi constatado em modelos animais (camundongos) que, embora seus níveis de dopamina estejam reduzidos, eles continuam apresentando comportamentos motivacionais que garantem a sua sobrevivência.

Além disso, também sabemos que as pessoas que sofrem de Parkinson (e que têm falta de dopamina no cérebro devido à sua doença) não perdem o interesse em comer, socializar ou praticar aqueles comportamentos que, no final, também garantem a sua sobrevivência. Isso nos mostra que há algo mais do que o aspecto neuroquímico.

Hábitos, propósitos e uma vida social ativa para manter a vontade de viver

De onde o cérebro obtém sua motivação e vontade de viver? Até pouco tempo atrás pensávamos que tudo dependia desse universo neurológico, da dopamina, da serotonina, das endorfinas. Bom, há algo importante que devemos entender. O cérebro não secreta essas substâncias químicas apenas “porque sim". Elas aparecem na corrente sanguínea porque algo as favorece.

A sobrevivência requer esforços e motivos

Voltemos ao caso dos militares do Ártico canadense. Essas 13 pessoas que foram salvas tinham esperança. Eles sabiam que pedir ajuda era melhor do que ficar parado e desistir. O simples fato de ter um propósito promove a liberação desses neurotransmissores. O marinheiro, ferido e perdido à deriva, tinha pouca força ou motivação para continuar conduzindo seu barco.

Mesmo assim, ele fez isso porque se lembrou da sua família, das pessoas que o amavam. Lembrar das nossas razões para viver acende a motivação para permanecer vivo e lutar pela existência. Os hábitos e os costumes também são importantes. Ninguém tem vontade (motivação) de se levantar às 6 da manhã para praticar esportes. No entanto, ser exigente com a nossa rotina nos permite continuar a desenvolver hábitos saudáveis.

Por último, mas não menos importante, se nos perguntarmos de onde o cérebro tira a sua motivação, há um aspecto que devemos ter em mente. Como bem assinalamos, a motivação precisa de “motivos” para ser acionada, e algo assim nos é oferecido pela vida ativa, pelo convívio social, pelos bons relacionamentos… O desejo de viver não vem de fábrica; devemos encontrá-lo diariamente estabelecendo metas, desfrutando do que nos rodeia e alimentando a esperança.








“ A libertação do controle ”, o curta que nos ensina a abraçar a vida



Criamos manuais para quase tudo e pensamos que podemos planejar absolutamente tudo, afetando nossa capacidade de criar, pensar e sentir. A curta Liberação do controle nos ensina que é essencial parar de interferir no natural se quisermos evoluir e crescer.

Amamos ser controladores mais do que estar no controle. Vivemos com a intenção de lidar com cada detalhe, de fingir que as coisas funcionam como pensamos e de tentar restringir nossas abordagens. Mas a verdade é que, se queremos que nossos projetos se desenvolvam, temos que estar cientes de que não podemos ter 100% de certeza de que o que fazemos ou decidimos vai funcionar.
“Quem sofre antes do tempo, sofre mais do que o necessário.”  - Séneca -

Um breve reflexão sobre a nossa maneira de ver a vida

Este curta sobre abrir mão do controle conta a história de Dechen, um monge budista tibetano em treinamento que tem uma grande paixão pela jardinagem. No vídeo você pode ver como ele planta uma flor, observa e cuida dela com muito carinho e dedicação. Vamos ver o que acontece ao liberar o controle :




Como vimos no controle de liberação curta, a planta está perdendo força apesar dos cuidados. No momento em que a flor primorosa é trazida para o templo, a flor começa a desmoronar causando grande mal-entendido e pesar em nosso protagonista.

Dechen não pode aceitar a situação, então o monge principal, Angmo, é forçado a intervir e resgatar sua pupila de si mesmo. Felizmente, Dechen consegue entender que, ao eliminar a necessidade de poder e controle, sua flor começa a crescer.

Em vez de falar sobre uma flor, podemos falar sobre um projeto vital, uma pessoa como nosso parceiro ou um filho, nossos sentimentos, nossas emoções ou nossa capacidade de aproveitar a vida.

Abraçar a vida, uma questão pendente

Para abraçar a vida devemos nos livrar das cadeias que prendem as coincidências, porque se tentarmos manter tudo sob controle subtraímos opções do acaso, da flexibilidade e da inovação.

Você não pode ter tudo amarrado e amarrado. É impossível controlar tudo. Na verdade, fazer isso vai contra a natureza de várias maneiras.

Já dissemos muitas vezes que às vezes as coisas acontecem quando menos esperamos e que, embora tudo exija trabalho e esforço , devemos nos permitir a possibilidade de que aconteça.

Em si mesmo, trata-se de relaxar os limites que nos impomos e tornar nosso pensamento mais flexível. Devemos ter uma série de mensagens claras:

Não é que uma relação seja como a idealizamos, pois cada pessoa é um mundo e, portanto, cada relação será ÚNICA.

É provável que para os nossos filhos queiramos o melhor e por isso procuramos orientá-los pelo caminho que consideramos mais adequado. No entanto, o melhor e mais positivo para uma criança é ser conduzida por um caminho que lhe permita ter uma mensagem clara: VOCÊ DEVE SER VOCÊ MESMO.

O mesmo acontece com os projetos, quando enxergamos apenas um caminho acabamos afogando infinitas oportunidades que pairam ao nosso redor.

Assim, digamos que abandonar o desejo de controle e poder requer uma reflexão profunda na qual nos perguntamos se realmente nos tornamos intolerantes e nos afastamos do verdadeiro objetivo.

Por exemplo: queremos nosso parceiro como ele é ou como o moldamos ? Estamos deixando nossos filhos decidirem e construir sua autonomia ou estamos realmente nos exagerando ao orientá-los para onde os queremos? Quantas maneiras de percorrer o caminho existem? e o que estamos fazendo?

Com isso, queremos dizer que às vezes em nosso desejo de fazer as coisas bem, acabamos prejudicando a natureza dos eventos. Porque no final das contas, para ter sucesso e ser um pequeno gênio, devemos nos aproximar da “loucura” e deixar de lado o “bom senso”. Assim poderemos ver com outros olhos o que os outros veem, porque em cada história existem tantas nuances quantas são as pessoas e as circunstâncias.

O alívio de perder o controle

Manter as coisas sob controle não é tão fácil. As pessoas controladoras costumam ser episódios de medo e insegurança. Presos pela angústia, sofrem por uma liberdade que não conhecem ou não têm forças para conquistar …


Rachel Aldana

  Graduada em Psicologia, Especialista em Terapias Contextuais / 3ª Geração, Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Especialista em Educação Emocional. Diretora da Raquel Aldana - Psicología (www.aldanapsicologia.com), onde realiza treinamento e terapia online. Número colegiado: R – 00714. Sua principal dedicação é a clínica, mas combina o trabalho na área da saúde com diferentes projetos.

O texto foi traduzido e adaptado do site La Mente és Maravillosa

A Revista Pazes apoia as medidas sociais de isolamento.
Se puder, fique em casa. Evite aglomerações. Use máscara.
Quando chegar a sua vez, vacine-se.
A vida agradece !









4 sinais de que você está desperdiçando a sua vida




Com certeza você tem diversas ideias do que você quer para a sua vida. Coisas para fazer, metas a cumprir e pessoas com quem conviver. Mas às vezes você não tem tempo para alcançar tudo… ou talvez apenas pareça isso. Você já pensou que talvez esteja desperdiçando a sua vida?

Talvez algumas coisas nas quais você se vê submerso não sejam necessárias, ou talvez você esteja perdendo muito tempo sem nem perceber. Será que realmente falta tempo ou você só investe em coisas que não levam a lugar nenhum? Continue lendo e descubra.

“ O passado já fugiu, o que se espera está ausente, mas
o presente é seu. ”  - Provérbio árabe -

1. Você gasta tempo no que não contribui

Você precisa de momentos para se desligar das obrigações profissionais e se distrair. Mas se a maior parte do seu tempo é destinada a distrações, você acabará com a sensação de que não fez nada. Não estou dizendo para eliminar todas as atividades recreativas da sua vida, e sim que você preserve aquelas que contribuem com alguma coisa e reduza as outras.

Entre as atividades que farão você sentir que desperdiça a sua vida estão beber em excesso, passar horas assistindo televisão ou se perder nas redes sociais. Se você quer estar com seus amigos, procure alternativas como sair para acampar ou jantar em casa e bater papo à vontade. Escolha alternativas que sirvam para melhorar as suas relações e ter a vida que você deseja.

2. Você não melhora as suas habilidades

Os seres humanos estão programados para aprender coisas novas. Uma forma de desperdiçar a sua vida é não dar a si mesmo a oportunidade de aprender e crescer sempre. Você lembra que anteriormente mencionei que você deve evitar as atividades que não contribuem com nada? Então, uma excelente alternativa é usar os tempos mortos para praticar jogos mentais.

Faça com que a sua mente trabalhe e desafie-se sempre que puder. Opções como palavras cruzadas e sudokus o ajudarão, e em pouco tempo você ficará viciado em seus desafios. Outra excelente alternativa para fazer com que a sua mente se desenvolva é aprender novas habilidades. Desde tocar um instrumento musical até aprender um novo idioma. Se você quer algo que requeira menos esforço, leia.
“Aprender a aprender é a habilidade mais importante da educação, e deve ser explicada desde as primeiras lições”.

  - John Seymour -

3. Falar consigo negativamente

O diálogo negativo é uma excelente forma de desperdiçar a sua vida. Se esse diálogo se dá no seu interior e com você mesmo, é ainda pior. Lembre-se de que aquilo que você pensa se torna realidade. Você é consciente do que você diz a si mesmo cada vez que você tem um tempo ocioso? Quão gentil você é consigo mesmo? Quando chega o momento de enfrentar um desafio e você se dá por vencido na sua mente, o fracasso está praticamente assegurado.

Claro que não é fácil mudar esse tipo de diálogo porque ele não acontece de forma consciente. O que você precisa fazer é prestar atenção ao que você está falando para si e pouco a pouco modificar essa mensagem. Você também pode ocupar a sua mente para diminuir esse tipo de mensagem.

4. Você não planeja o futuro, nem a sua vida

Como você se imagina daqui a dez anos? O que você gostaria de estar fazendo neste momento? Com quais recursos você fará isso? Embora seja verdade que é preciso viver o presente, nunca se deve esquecer do futuro. As metas funcionam como um motivo para continuar e evitam que você desperdice a sua vida. Permitem criar um caminho e fazem você sentir que realmente tem algo a melhorar e pelo que perseverar.

“O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inatingível. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes, a oportunidade.” 
 - Victor Hugo -

Muitas pessoas vivem quase como zumbis. De manhã acordam, tomam café, vão para o trabalho e voltam para casa. Todo dia é igual e quando tiram um tempo para analisar as suas vidas, se sentem vazios. Isto acontece porque elas não têm uma meta a cumprir.

Defina uma ou duas grandes metas e outras menores. Que tal correr uma maratona em 2017? Depois de definir o seu objetivo principal, crie metas menores e realistas que possam ser alcançadas, como correr uma prova de 5km, depois uma de 10km, completar uma meia-maratona, etc.

Não se permita desperdiçar a sua vida. Aproveite-a para crescer e melhorar. A melhor coisa que você pode fazer é viver plenamente porque você não vai ter oportunidade de desfazer as suas decisões.




A vida é injusta, e daí ?





Acreditamos que a vida deve ser justa. Acreditamos que pessoas “boas” merecem coisas boas e que pessoas “más” devem ser punidas. Acreditamos que, se fizermos boas obras, o universo terá a obrigação de devolvê-las a nós. Acreditamos que existe uma certa justiça universal que dá a todos o que todos merecem.

Sem dúvida, a vida seria infinitamente melhor se as coisas fossem justas. Seria ótimo se pudéssemos sempre conseguir o que trabalhamos ou se o universo de alguma forma recompensasse nossas boas ações. Infelizmente, a vida não é justa. E quanto mais cedo assumirmos isso, melhor.

Quando o senso de justiça se transforma em um pensamento mágico

O pensamento mágico é característico de crianças pequenas, mas os adultos não são imunes a essa forma de pensar. O pensamento mágico ocorre quando fazemos atribuições ilógicas de causalidade sem evidências empíricas para apoiá-las, como quando acreditamos que nossas ideias ou expectativas podem ter consequências diretas no mundo externo.

Nossa crença de que o mundo é justo pode facilmente se transformar em pensamento mágico. Por exemplo, um estudo conduzido no Fisher College of Business descobriu que, quando somos clientes habituais de uma empresa, acreditamos que temos mais probabilidade do que outros de ganhar um prêmio nessa empresa. Esse fenômeno, conhecido como “lealdade feliz”, é baseado na ideia de que merecemos um prêmio por nossa lealdade. É um pensamento mágico porque não leva em conta as probabilidades estatísticas.

Essa mesma crença é o que nos leva a investir no carma. Em outro experimento conduzido na Universidade da Virgínia, psicólogos avaliaram que, em uma feira de empregos, pessoas que foram levadas a acreditar que o processo de procura de emprego estava fora de seu controle se ofereceram para doar mais dinheiro para uma instituição de caridade. não relacionado a quem dá trabalho, em comparação com aqueles que foram levados a acreditar que encontrar um emprego dependia deles.

Mais tarde, os candidatos a emprego que foram levados a acreditar que sua busca estava fora de seu controle ficaram mais otimistas sobre suas perspectivas de emprego quando deram dinheiro para instituições de caridade do que aqueles que não o fizeram. Isso significa que, no fundo, eles acreditavam que o universo recompensaria suas boas ações. Claro, ser otimista não é uma coisa negativa, mas sentar e esperar que o mundo nos recompense não é garantia de bons resultados.

Pensar que a vida deve ser justa nos conforta, mas também tem um lado negro

Todos nós temos um profundo senso de justiça que pode ser prejudicado de várias maneiras. Embora seja importante lutar para criar um campo de jogo mais justo e equitativo na vida, há momentos em que essa sensibilidade não ajuda muito no longo prazo. Portanto, às vezes é valioso manter nosso senso de justiça, mas às vezes devemos ser maduros o suficiente para desistir da crença de que a vida deve ser justa.

A crença de que o mundo deve ser um lugar justo e equitativo nos dá confiança e segurança. Ele apoia nosso equilíbrio psicológico. Na verdade, entre os sobreviventes do terremoto de Sichuan em 2008, no qual quase 90.000 pessoas morreram, aqueles que perderam familiares e amigos tinham maior probabilidade de acreditar que a vida é injusta. No entanto, aqueles que continuaram a acreditar que o mundo era justo sofreram menos ansiedade e depressão, como mostrou um estudo conduzido na Universidade de Pequim.

No entanto, acreditar que a vida é justa também tem um lado sombrio. Albert Ellis, por exemplo, estava convencido de que existem três monstros que nos impedem de seguir em frente: “ Tenho que fazer bem, tem que me tratar bem e o mundo deve ser fácil ”. Essa psicóloga estava convencida de que a crença de que a vida deveria ser justa se torna, na verdade, um obstáculo que gera infelicidade.

Na verdade, essa crença pode até nos levar a ser mais insensíveis, preconceituosos e injustos. Um estudo conduzido na Purdue University revelou que as pessoas que acreditam na justiça universal têm menos probabilidade de contratar um candidato que foi demitido. Isso porque eles acham que deve haver um motivo, que aquele candidato foi, de alguma forma, punido por mau comportamento ou ineficiência. Obviamente, nem sempre é esse o caso.

Expectativas irrealistas nos condenam à frustração

Quando acreditamos que os outros devem se comportar de maneira agradável ou que não devemos encontrar obstáculos em nosso caminho, estamos na verdade alimentando expectativas irrealistas. Mais cedo ou mais tarde, a realidade nos fará ver que não é assim, que as coisas não funcionam assim e que às vezes a vida é injusta.

Então ficaremos frustrados. Quando crianças, nos sentiremos confusos, magoados e desorientados, nos perguntando o que aconteceu. Não podemos entender um mundo caótico sem justiça aparente e ordem em que coisas ruins acontecem a pessoas boas e vice-versa.

Nesse ponto, podemos ficar extremamente desapontados, tristes ou com raiva. No entanto, a verdade é que esses sentimentos geralmente não são úteis para retificar uma situação injusta. Pelo contrário. É provável que em mais de uma ocasião essas emoções tenham piorado a situação, porque turvam nossa mente racional e nos impedem de encontrar estratégias assertivas para lidar com o que está acontecendo.

Na verdade, existem pessoas que podem carregar essa dor, decepção e raiva por anos, o que vai acabar amargurando sua vida completamente. Essas pessoas se apegam às suas mágoas e erros, tornando-se vítimas eternas das injustiças da vida. Eles vão ao redor do mundo lamentando que “a vida é injusta comigo! ”. Nesses casos, obviamente, o senso de justiça não nos ajuda. Em vez disso, torna-se uma fonte de angústia.

Aceite que a vida é injusta e siga em frente

Albert Ellis observou que “ até a injustiça tem aspectos positivos. Ele nos desafia a sermos o mais felizes possível em um mundo injusto . ” Ser feliz, sentir-se realizado e completo quando o mundo vai bem e nos recompensa não tem mérito. O verdadeiro mérito consiste em desenvolver as ferramentas psicológicas que nos permitem manter a paz interior no meio da tempestade, quando o mundo é extremamente injusto.

Quando coisas ruins acontecem conosco, podemos gastar toda a nossa energia reclamando de como a vida é injusta ou podemos aceitar essa obviedade e seguir em frente. Se o universo não contabilizou adequadamente nossas boas ações, nada podemos fazer a não ser aceitá-las.

Ellis explicou que “ realidade não é tanto o que acontece conosco, mas sim o que pensamos sobre os eventos que criam a realidade que vivenciamos. Isso significa que cada um de nós cria a realidade em que vivemos ”. Temos um enorme poder de construir pensamentos, sentimentos e ações que podem nos ajudar a viver de forma mais equilibrada ou, ao contrário, que nos levam a comportamentos autodestrutivos.

Aceitar que a vida não é justa não significa permitir que todos nos pisem ou violem nossos direitos. Devemos também ser capazes de estabelecer limites, seguindo nosso senso de justiça e direito. Só precisamos ter cuidado para que esse senso de justiça não se torne uma faca de dois gumes, porque podemos facilmente perder a perspectiva e travar uma batalha que se perdeu de antemão ou nos envenenar com a amargura da mágoa.

A noção do que é justo é sedutora, mas devemos ser pragmáticos. Teremos mais facilidade em lidar de forma assertiva com uma reclamação quando aceitarmos a “ aparente” desigualdade na vida. Podemos acreditar que os tribunais foram criados para nos proteger e fazer justiça. Isso está bem. Mas também devemos estar cientes de que às vezes o sistema de justiça pode ser bastante injusto.

Às vezes, só temos que abandonar esse desejo de encontrar sentido em tudo, uma ordem por trás do caos que explica o que nos recusamos a aceitar: que coisas ruins acontecem a pessoas “boas” e pessoas “más” acontecem. coisas boas.

Em suma, precisamos entender que insistir teimosamente na crença de que a vida é injusta comigo inevitavelmente aprofundará nossa dor ou raiva e nos atrapalhará na mágoa, impedindo-nos de seguir em frente.


Fontes:

Walker, R. et. Al. (2014) Lucky Loyalty: The Effect of Consumer Effort on Predictions of Randomly Determined Marketing Outcomes. Journal of Consumer Research ; 41 (4): 1065-1077.

Risen, JL et. Al. (2012) Investing in Karma: When Wanting Promotes Helping. Ciências psicológicas ; 23 (8): 923-930.

Xie, X. et. Al. (2011) Crença em um mundo justo ao encontrar o terremoto de 5/12 Wenchuan. Ambiente e comportamento ; 43 (4): 1-21.

JENNIFER DELGADO SUAREZ

“Sou psicóloga. Por profissão e vocação. Divulgador científico em tempo integral. Neurônio agitador e gerador de mudanças nas horas vagas.”