336.947 óbitos acumulados no genocídio de Bolsonaro
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FOTO: THALES RENATO / REPRODUÇÃO / REDES SOCIAIS PREFEITURA DE SÃO LEOPOLDO
Jovem profissional da UTI covid revela detalhes da rotina em um hospital na pandemia
A COVID é um desprazer;
É um desprazer ter que tentar acalmar um paciente de 30 anos, sem comorbidades que vai ser intubado porque já não consegue respirar sozinho.
É um desprazer ver idosos perguntando porque Deus fez aquilo com eles;
É um desprazer olhar um histórico de uma paciente e ver que ela é mãe a 8 dias, 37 anos e não conhece seu bebê e bem provavelmente não vai conseguir ver seu rostinho, nem uma única vez.
A COVID é um soco no estômago
Quando a gente tem que conversar com um paciente e ele pergunta se ele vai morrer e a gente não pode dizer que não, porque ele tem mais de 80% do pulmão comprometido.
É um soco no estômago quando quem percebe que vai ser intubado pede segurando na tua mão para ir pra casa. Para falar com a família, para ficar perto.
Só que não temos tempo, já é tarde.
É um soco no estômago quando nos 5 minutos antes da intubação eles falam que vão te ver em uma semana.
Quando eles nos últimos segundos consciente não choram.
Eu nem tenho como explicar a sensação de começar a reanimar uma pessoa que a 2 dias estava bem e agora simplesmente parou.
Eles morrem sozinhos, os familiares não tem nem a chance de segurar as suas mãos.
Por favor fiquem em casa, não se aglomeram, nos estamos lotados, sem leitos e sem ventilador não é a mídia dizendo, somos nós.
Eu não quero ter que intubar ou reanimar alguém da sua família.
A Felicidade se encontrou com a Dificuldade e falou:"Você atrapalha a minha existência."A Dificuldade, muito difícil que era, em vez de responder, criou um caso: colocou dez pedras enormes no caminho da Felicidade.A Felicidade, que já estava com as asas meio tortas de tanto levar pedrada, pulou uma, duas, três, quatro, cinco... e quando chegou na sexta, ufa! Descansou e reclamou um pouco:"Você não me deixa passar, saia do meu caminho!"Então a Dificuldade, chatinha e difícil que era, continuou calada e colocou mais doze pedras no caminho da Felicidade. Puxou outra vez a alavanca da determinação e começou a pular: uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete... ufa! Na hora da oitava, se deitou e pensou:Estou cansada. Por que ela não sai do caminho?!Ai... a Dificuldade colocou mais catorze pedras enormes na estrada. A Felicidade levantou-se, determinada e séria, e começou a pular: uma, duas, três, quatro, cinco, seis... exausta, chegou a pular treze pedras, e quando já estava quase na última, ops! Deu de cara de novo com a Dificuldade:"O que é isto, não acredito! Outra vez você no meu caminho?"A Felicidade não vacilou. Respirou fundo, sorriu e alavancou a força necessária para pular a última pedra. A Dificuldade ficou parada, olhando, e disse apenas:"Eu existo para que você me vença, não para impedir a sua passagem."A Felicidade então prosseguiu mais feliz: sabia agora como pular as pedras que iria encontrar pela estrada. Uma estrada muito, muito longa.
Diante da proibição de visitas na UTI infantis de covid-19, médicos e enfermeiros do Hospital Albert Sabin, em Fortaleza, fizeram vaquinha e compraram tablets para fazer chamadas em vídeo entre pais e crianças.
Jessica Lira diz que o momento mais desgastante é o de dar notícias sobre a gravidade dos pacientes por telefone, num contexto em que os pais não podem ver os filhos pessoalmente.