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Greta Thunberg e Leonardo DiCaprio se unem pelo meio ambiente


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Mari Dutra

A ativista Greta Thunberg e o ator Leonardo DiCaprio se comprometeram a atuar juntos em prol da preservação do meio ambiente. O encontro entre os dois ambientalistas ocorreu durante a jornada de Greta pela greve climática nos Estados Unidos, quando ela não perdeu a oportunidade de conhecer Hollywood.

“Existem poucas vezes na história da humanidade em que as vozes são amplificadas em momentos tão cruciais e de maneiras transformacionais, mas Greta Thunberg se tornou uma líder do nosso tempo. A história nos julgará pelo que fazemos hoje para ajudar a garantir que as gerações futuras possam desfrutar do mesmo planeta habitável que tão seguramente tomamos como garantido”, escreveu DiCaprio em uma publicação no Instagram, onde compartilhou fotos com a ativista.



As fotografias receberam mais de 4 milhões de curtidas, um número bastante acima da média mesmo para o astro de Hollywood. Entretanto, a publicação feita por Leo no dia primeiro de novembro vai além dos likes e trata-se de um verdadeiro compromisso de cooperação em prol do meio ambiente.

“Espero que a mensagem de Greta seja um alerta de que o tempo de inação acabou para os líderes mundiais em todos os lugares. É por causa de Greta e de jovens ativistas do mundo todo que estou otimista sobre o que o futuro reserva. Foi uma honra passar um tempo com Greta. Ela e eu assumimos o compromisso de apoiar um ao outro, na esperança de garantir um futuro melhor para o nosso planeta”, conclui o texto.

Insultada por Bolsonaro, Greta Thunberg, a " pirralha ", é personalidade do ano da Time


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Um dia após ser insultada por Jair Bolsonaro, que a chamou de “pirralha”, a ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, foi eleita personalidade do ano de 2019 pela Time, uma das mais conhecidas revistas de notícias semanais do mundo. Greta tem travado uma batalha mundial em defesa do meio ambiente e cobrado das autoridades medidas concretas para combater as mudanças climáticas.

247 - A ativista sueca Greta Thunberg, de apenas 16 anos, foi eleita personalidade do ano de 2019 pela revista Time, por conta da luta mundial que trava em defesa do meio ambiente. Greta tem gerado a ira de lideranças políticas, inclusive de Jair Bolsonaro, por denunciar o descaso de governos com a implementação de políticas ambientais. 

Além de sofrer ataques de Bolsonaro, Greta também já foi insultada por Donald Trump, que chamou a garota de “histérica”. Lembrando que o presidente dos EUA anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. 

Ativismo precoce

A jovem ganhou destaque mundial ao mobilizar protestos no dia 13 de agosto de 2019, que ficou lembrado pela “greve pelo clima”. A ação atingiu milhares de pessoas, em diversos países. 

Na sequência, Greta discursou na Assembleia Geral da ONU e disparou contra governantes que não cumprem acordos ambientais: “Vocês roubaram os meus sonhos e infância”, disse a jovem. 

Pelo seu ativismo, ela também foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz de 2019, que teve como vencedor o premiê da Etiópia, Abiy Ahmed.









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Ladrões de sonhos. Ladrões de vidas.




"A rebelião ambiental dos jovens deverá se constituir no mais importante evento sócio-político da primeira metade do século XXI e se evidenciará como um fato singular na história da humanidade, pois unirá, pela primeira vez, as jovens gerações em torno de uma causa comum planetária, de uma causa comum de toda a humanidade. Greta Thunberg é o símbolo e a encarnação dessa rebelião", constata Aldo Fornazieri

Aldo Fornazieri

O discurso de Greta Thunberg na ONU, no dia 23 de setembro passado, foi o mais importante, o mais contundente e de maior alcance histórico pronunciamento produzido por alguém nestas duas primeiras décadas do século XXI. Ele expressa a síntese de um grito desesperado e de uma rebelião promovidos por milhões de jovens ao redor do planeta que estão perdendo o direito de sonhar, pois este lhes está sendo roubado por todo um sistema predador do mundo, encabeçado pelas elites políticas e econômicas de todos os países. 

Este grito desesperado não tem sons apenas humanos, mas tem sons de todas as espécies, tem o som da biodiversidade, tem o som de vários ecossistemas que já estão sendo destruídos para sempre. É um grito que traz o desespero da vida que queima na Amazônia, da vida que se esvai no fundo dos mares, da vida que é roubada nas periferias das grandes cidades do mundo. 

A rebelião ambiental dos jovens deverá se constituir no mais importante evento sócio-político da primeira metade do século XXI e se evidenciará como um fato singular na história da humanidade, pois unirá, pela primeira vez, as jovens gerações em torno de uma causa comum planetária, de uma causa comum de toda a humanidade. 

Greta Thunberg é o símbolo e a encarnação dessa rebelião. As suas atitudes poderão dar-lhe o Prêmio Nobel da Paz na próxima sexta-feira. Tanto as suas atitudes, quanto o discurso que ela pronunciou na ONU exprimem a inaudita coragem desta jovem, a sua desmedida ousadia. É um contraste avassalador com a mediocridade, a hipocrisia e a decadência das gerações de líderes políticos que proliferam hoje em todos os países. 

Greta Thunberg percebeu todo o alcance da grande tragédia em que toda a humanidade está se afundando. As metas ambientais das Conferências Internacionais e da ONU não estão sendo cumpridas. Por isso, na ONU, ela teve a ousadia de dizer aos líderes políticos que eles são hipócritas, que eles são ladrões de sonhos, que eles são ladrões de vidas: “Vocês roubaram os meus sonhos e a minha infância com suas palavras vazias... E como se atrevem vir aqui e dizer que estão fazendo o suficiente?... Se vocês realmente entendem o que está acontecendo e continuam falhando em agir, vocês são um mal”. 

Poucos líderes políticos pelo mundo afora se salvam dessa dura advertência, dessa jeremiada de Greta. Não foram apenas criminosos ambientais como Trump e Bolsonaro que foram afrontados pelas suas duras recriminações. Hipócritas como Macron e outros líderes também foram desmascarados. Agora não será apenas Jerusalém que estará sob a ameaça de destruição pelos pecados de um povo. Agora é todo o planeta que está em risco pelos pecados de toda a humanidade. Todos nós precisamos nos sentir culpados para que isto impulsione mudanças em nossas atitudes cotidianas e para que isto estimule a nossa indignação e o nosso engajamento na rebelião dos jovens.

A humanidade, principalmente as grandes empresas, o grande capital, não têm o direito de continuarem a exercer uma relação predatória contra os recursos naturais. O grande capital não tem o direito de continuar destruindo as condições de vida na Terra pela sua busca criminosa e insana de lucros. 

A crise ambiental, é certo, é uma crise do modo de produção predatório orientado por objetivos de uma exploração econômica desmesurada que não considera a sustentabilidade dos recursos naturais e nem as consequências sociais e ambientais de sua ação. Mas ela é fruto também de uma concepção errada e destrutiva da relação do homem com a natureza e da relação dos seres humanos entre si. Ela é produto também de uma apropriação brutalmente desigual dos recursos naturais, que sacramenta tanto a desigualdade entre países, quanto a desigualdade dentro de cada país. 

Em face desse modo de produção predatório, as maiores vítimas da crise ambiental e dos efeitos que ela já produz hoje, são os mais pobres, aqueles que moram nas periferias das grandes cidades. De forma crescente essas populações sentirão os efeitos dos desastres ambientais, dos eventos extremos, como enchentes, tempestades, furacões, secas, falta de água, falta de comida etc.. Estudos de modelos e projeções científicas indicam que nos próximos anos aumentará exponencialmente o número de refugiados ambientais, em sua maioria, pobres.

Desta forma, o enfrentamento da crise ambiental tem duas grandes dimensões, dois grandes vértices: 1) a mudança da atitude da humanidade em face do aquecimento ambiental, da degradação do meio ambiente e da necessidade de sustentabilidade; 2) a mudança do sistema econômico e social e do modo de produção, colocando sob foco da crítica e do ataque o capitalismo predatório. Não haverá uma solução adequada para a crise ambiental sem enfrentar o capitalismo predador e seu modo de produção. Há laços inextrincáveis entre a crise ambiental e a crise social e eles precisam ser evidenciados, fazendo com que as duas lutas andem juntas. A luta ambiental precisa ser também uma luta por justiça social, por igualdade. 

Neste sentido, é forçoso dizer que a maior parte das esquerdas precisa se reposicionar diante da crise ambiental. Se Greta Thunberg foi violentamente atacada pela extrema-direita, ela foi também criticada por parcelas da esquerda e ignorada pela maior parte desta. Greta está na frente do seu tempo porque a maioria dos líderes políticos e dos partidos estão no passado. Se líderes como Trump e Bolsonaro são francamente criminosos e predadores ambientais, se a maioria dos líderes políticos de direita e de centro são hipócritas diante da crise ambiental, a maioria dos líderes de esquerda são indiferentes. Por isso, há uma urgência na atualização da pauta e dos programas dos partidos e movimentos de esquerda para que a crise ambiental ocupe um lugar central das preocupações e das ações. 

Não basta mudar propostas e atualizar programas. É preciso mudar também o modelo de liderança. Os grandes desafios, os grandes dramas e as grandes tragédias da humanidade e da sociedade precisam de líderes com um novo perfil, líderes mais ousados, líderes que saibam assumir o risco da desmedida de suas ações, pois as desmedidas das tragédias assim o exigem. 

Os jovens que estão ingressando hoje no ativismo político e social devem perceber que o modelo de liderança de camisas de punhos de renda não serve mais. A adocicada cordialidade parlamentar e a política meramente declaratória não são capazes de responder aos graves desafios de hoje. A grotesca agressividade da extrema-direita não pode ser enfrentada com a lacrimosa repulsa ao ódio e os com apelos infantilizados à civilidade. O mundo em que vivemos é brutal para a grande maioria das pessoas. Ele precisa ser enfrentado por líderes ousados, com ações de desmedida coragem.


 Aldo Fornazieri   Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política (FESPSP)






8 plantas que atraem e alimentam as abelhas






Eliane Contreras


Apesar de estarem presentes no mundo há várias civilizações, as abelhas sem ferrão ainda são desconhecidas por grande parte da população. Consequentemente, poucas pessoas sabem da importância desses insetos para a produção agrícola e do risco de extinção que algumas enfrentam. E isso afeta diretamente a quantidade e variedade de comida no nosso prato. Você leu certo: a produção de mel (para quem consome mel) não é o único benefício das abelhas. “Cerca de 30% do alimento que comemos hoje (ou mais, para quem se alimenta só de vegetais) é proveniente da polinização das abelhas. Ou seja, a cada três garfadas, uma delas é possível porque ainda temos abelha”, disse o doutor em genética de abelhas, Thiago Francoy, professor da EACH-USP, em entrevista à Band News. 

Existem abelhas de diferentes formatos, cores e tamanhos. “São estimados entre 20 e 30 mil espécies no mundo, 3 mil delas só no Brasil, sendo que aproximadamente 300 são de abelhas sem ferrão. Elas são sociáveis (incapazes de ferroar) e, ao contrário das abelhas solitárias, formam enxames”, explica Gerson Pinheiros, criador do projeto S.O.S. Abelhas Sem Ferrão.

Mesmo responsáveis pela polinização de 90% das espécies de árvores das florestas tropicais, as abelhas correm risco de ter sua população diminuída e até mesmo extinta por diversos fatores que agridem o meio ambiente. Nessa lista estão: florestas devastadas, baixa variedade de plantas, prática da monocultura (plantio de apenas um tipo de cultura: cana-de-açúcar, por exemplo), uso de agrotóxicos (mesmo em quantidade controlada), água e ar poluídos. O desconhecimento da população sobre o valor inestimável desses insetos para a vida também é preocupante. “Ninguém pode proteger o que não conhece”, alerta Gerson.

Mas qualquer pessoa pode ajudar na preservação e até mesmo na reprodução das abelhas. Como? Uma atitude simples é plantar flores e ervas capazes de atrair esses insetos que se alimentam do pólen e acabam polinizando outras flores e árvores frutíferas. E isso pode ser feito até mesmo por quem mora num apartamento em uma grande cidade. Para ajudar nesse desafio, consultamos a nutricionista e herborista Silvia Jeha, idealizadora e co-proprietária do viveiro Sabor de Fazenda, para sugerir algumas plantas que atraem abelhas, com algumas opções que se desenvolvem bem até mesmo na varanda de um apartamento.

PLANTAS QUE AS ABELHAS ADORAM

“Praticamente todas as ervas com flores atraem as abelhas”, diz Silvia. Porém, o tipo mais eficiente nessa tarefa é o manjericão, e se desenvolve bem em vasos e jardineiras ensolaradas. As demais gostam de mais espaço e muito sol e, por isso, devem ser plantadas preferencialmente num vaso grande, canteiro ou pequeno jardim.

ERVAS

Manjericão comum (Ocimum basilicum): pode ser cultivado em vasos e canteiros, desde que estejam em um lugar que bata sol durante boa parte do dia. Cultivo por sementes ou estacas. Suas folhas verde-claras são aromáticas e muito usadas em preparo de molhos (pesto), saladas e até mesmo batido na suco verde. Também pode aromatizar azeites e vinagres. As abelhas adoram suas pequenas flores brancas que, aliás, também são comestíveis.

Guaco (Mikania glomerata): trepadeira de grande porte com folhas de cor verde-escura e pequenos buquês de florzinhas brancas adoradas pelas abelhas. Adapta-se a todo tipo de solo, mas prefere solos úmidos, argilosos e ricos em matéria orgânica. Se você optar em plantar o guaco em um vaso, este tem que ser profundo e com um tutor para o crescimento da erva. Pode ser exposto direto no sol ou meia sombra. As folhas são indicadas para o preparo de xarope para tratar tosse, gripe, asma e bronquite.

Coentro (Coriandrum sativum): prefere solo bem nutrido, solto e drenado, com boa exposição ao sol. Pode ser plantado por sementes em vasos, jardineiras e canteiros. As abelhas são atraídas pelas suas flores pequenas e brancas. As folhas verde-escuras e as sementes são bastante usadas na culinária, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste do Brasil.

Incenso (Tetrania riparia ou Iboza riparia): planta de fácil cultivo. Pode ser plantada em solos ruins, mas precisa estar sempre exposta ao sol. Adapta-se melhor em canteiros ou vasos grandes (mais de 30 centímetros de altura). Crescem cachos de flores rósea-creme, de maio a agosto. Funciona como um repelente natural de insetos, mas as abelhas são muito bem-vindas.

Tomilho (Thymus vulgares): é uma planta pouco exigente, sobrevive praticamente em qualquer tipo de solo, sem muitos cuidados. Mas gosta de sol pleno. Tem folhas pequenas e de coloração clara na parte inferior. Folhas, flores e sementes podem ser usadas no preparo de receitas salgadas.

FLORES

Gerânio (Pelargonium domesticum): gosta de terra rica em matéria orgânica, locais ensolarados e clima ameno. É importante que o vaso tenha uma boa drenagem, já que a planta não gosta de umidade. O ideal é replantá-lo anualmente para manter sua exuberância quando florido. 

Lantana (Lantana camara) e minilantana: florescem quase o ano todo, especialmente quando cultivada sob sol pleno. Não costuma ser atacada por pragas e, quanto mais bem tratada com água, matéria orgânica e adubo, mais responde com flores multicoloridas que atraem borboletas e abelhas.

Lavanda (Lavanda dentala): é fácil de ser cultiva, mas exige de uma incidência solar de no mínimo 4 horas por dia e solo drenado – o excesso de umidade faz com que suas raízes apodreçam. As mudas devem ser replantadas a cada dois anos. As folhas têm coloração cinza-esverdeada e as florzinhas lilás. Essas duas partes da planta são aromáticas e costumam ser usadas para acalmar.

COMO SER UM GUARDIÃO DAS ABELHAS

Um guardião é aquele que preserva e protege a abelha em qualquer situação e local. Quem quiser ajudar a polinizar essa ideia também pode entrar em contato com o S.O.S. Abelhas Sem Ferrão. “Somos uma entidade destinada a preservação das abelhas nativas no Brasil, em especial as sem ferrão. Nossas principais áreas de atuação são a educação ambiental, o resgate de enxames em risco e a divulgação de informações necessárias para a proteção desses insetos maravilhosos”, finaliza Gerson.








O (humaníssimo) Direito ao Reparo



Contra a alienação e a obsolescência programada surge uma reivindicação prosaica, mas cheia de sentido. É preciso recobrar o poder de consertar os aparatos que se danificam — ao invés de descartá-los e afundar no consumismo.

Por Valerie Vande Panne | Tradução: Gabriela Leite e Simone Paz


No final de 2018, conectei meu iPhone em meu MacBook usando um cabo genérico, comprado em um mercadinho. Comecei a fazer um backup. Tudo congelou. Meu iPhone não ligava, e ficou travado na tela inicial com o logo da Apple. Horas no chat de suporte da Apple e um dia depois (tirando os detalhes traumáticos), saí da loja mais próxima da empresa com meu celular “restaurado” para as configurações de fábrica.

Perdi todos os meus dados. Nada pode ser salvo.

O técnico da Apple repreendeu-me por usar um cabo não autorizado pela empresa. Tirou sarro de mim por não usar o Cloud, serviço de armazenamento online. Minha pergunta foi: “Por que a Apple não avisou que não se pode usar esses cabos para backups?” Ele riu, e disse que eu deveria saber.

Senti que a Apple estava me punindo por gastar 10 dólares em um cabo no mercado perto de casa, ao invés de pagar os 20 dólares no cabo proprietário.

Comprar um cabo de carregamento de celular é quase um gasto anual. Por que eu não deveria gastar o dobro? Por que a Apple não me avisaria para não fazer backup com ele?

Mais tarde, falei com Danny Varghese, dono de uma loja de reparos técnicos em Nova York. Ele disse que eu provavelmente não tinha perdido nenhum dado, e que ele provavelmente conseguiria recuperar tudo e consertar o problema por um preço razoável.

Por que a Apple me faz perder todos os meus dados quando isso não é necessário? Varghese explicou que eu não era a única. Ele recebe clientes como eu regularmente.

“Uma cliente veio aqui dois dias atrás”, contou. “Ela levou seu iPhone X para a autorizada da Apple. Ele estava reiniciando sozinho. Disseram para limpar o aparelho.” Ela o levou a Varghese. “Mesmo sem o programa de diagnóstico”, ele conta, “descobri que o problema estava na bateria, troquei a peça, e resolvi o problema. O celular funcionou bem — até melhor que antes.” A moça não perdeu seus dados, mas teria que mandar seu celular para fazer uma limpeza.

“Os clientes não têm que perder todos os seus dados só porque a Apple diz”, ponderou Varghese.

Não é só a Apple que nega ao consumidor o direito de consertar produtos que o consumidor compra. É a John Deere, que produz tratores. São os fabricantes de geladeiras. E mais ou menos tudo que é produzido hoje, que contenha partes eletrônicas, ou que se conecte à internet. Pode ser que você precise de uma peça de cinco centavos para consertar sua televisão de tela plana, mas sem os esquemas controlados pelo fabricante você jamais terá ideia de qual parte de cinco centavos você precisa, ou onde instalar. Então, você simplesmente compra outra TV.

Ao negar ao consumidor a estrutura, as ferramentas e a informação necessária para consertar os produtos que o consumidor possui, os fabricantes nos empurram para uma sociedade cada vez mais descartável, a um custo cada vez maior para nossos bolsos e para o planeta.

A consciência pública sobre essa questão cresceu, à medida que novos utensílios são programados para a obsolescência e as pessoas são pressionadas a comprar novas coisas — que talvez nem queiram, ou precisem. Um caso muito famoso é o da John Deere, que basicamente proíbe os agricultores — talvez algumas das pessoas mais hábeis a consertar seus equipamentos sozinhas — de fazer reparos em seus próprios tratores.

Os agricultores não são os únicos consumidores afetados. Quanto mais os eletrodomésticos incorporam tecnologias “inteligentes” de controle remoto, os fabricantes criam mais obstáculos para o reparo funcional. Colam as baterias dentro do produto, de maneira que não possam ser trocadas, e recusam-se a liberar os esquemas para fazer reparos, tanto aos técnicos quanto ao público geral.

Se um grupo de ativistas, pensadores e cidadãos engajados tiverem êxito, no entanto, Nova York vai ser o primeiro estado dos EUA a resolver esse problema crescente.

O movimento é chamado de Direito ao Reparo. A Associação pelo Reparo lidera os esforços para conseguir que a legislação do Direito ao Reparo passe [em mais de doze estados]. 2019 marca o quinto ano em que um projeto de lei com esses parâmetros foi introduzido na Assembleia Legislativa de Nova York. Com projetos semelhantes em duas instâncias, os apoiadores acreditam que o Direito ao Reparo possa passar em breve.

Se isso acontecer, como Nova York tem uma grande influência no país, será criado um precedente que os fabricantes não conseguirão ignorar. “É altamente improvável que empresas como a Apple ou a John Deere digam ‘não vou fazer negócios em Nova York’”, disse Gay Gordon-Byrne, diretor executivo da Associação do Reparo. “Uma vez que passe em Nova York… os fabricantes terão que estabelecer uma versão do direito ao reparo”. Ela frisa: “O primeiro projeto é o que cria o padrão”, disse. Com isso, a oposição dos lobistas da indústria deveráser “insanas”.

Se quebrou, não conserte!

Os argumentos que as corporações utilizam para impedir que o público mexa em seus produtos costumam ser a respeito a softwares proprietários, preocupações com a segurança e perigos da bateria de lítio.

Os fato de os programas serem licenciados e terem copyright não significa que sejam um segredo. Gordon-Byrne explica que os livros também estão protegidos por direitos autorais, mas o texto serve para compartilhar informações, assim como os softwares são feitos para passar por sinais elétricos que representam os dados. “É completa e especificamente legal fazer o reparo de hardwares e fazer cópias de backup legal, e mexer com os softwares, inclusive fazer modificações e customizações”, completa.

Preocupações com a segurança são outras táticas de amedrontamento que os lobistas gostam de empregar, segundo Gordon-Byrne. O único problema é que a vulnerabilidade da segurança cibernética não está ligada aos reparos do dispositivo “a não ser nos filmes”, brinca. “Equipamentos são feitos ou para serem seguros, ou não.”

Um exemplo de equipamento inseguro deve ser um dispositivo que usa um chip que já carrega com um spyware. Mas Gordon Byrne argumenta que “é alarmista e ridículo dizer aos consumidores que levar seus equipamentos ao conserto fará com que fiquem mais expostos a algum novo risco — quando os grandes riscos [tais quais os assistentes pessoais que gravam todas as conversas ou outros relacionados à Internet das Coisas] vêm sendo ignorados.”

Profissionais de segurança uniram-se para apoiar o Direito ao Reparo.

Para além de softwares e segurança, a maior parte das pessoas só quer que os produtos nos quais gastam centenas (quiçá milhares) de reais funcionem. No fim das contas, se a bateria do seu fone de ouvido sem fio está acabando rápido, você deve mesmo comprar novos fones? Não é mais fácil trocar a bateria? Principalmente se você não tem dinheiro pra ficar continuamente investindo em novas tecnologias. Mas infelizmente, a bateria em seus fones de ouvido provavelmente está colada. Quando ela morre, também morrem os fones.

Mas nós não jogamos fora os carros quando sua bateria está com defeito. Nós consertamos a peça que quebrou. Pelo menos foi o que fizemos por centenas de anos.

Outra tática de pânico é realçar o que é conhecido como o “escapamento térmico”: quando uma bateria de lítio-íon morre — a bateria que provavelmente está em seu celular, notebook e até nos carros elétricos — começa a pegar fogo. É assustador ver, ou imaginar crianças expostas a isso. Mas muito raramente acontece na assistência técnica — especialmente quando ferramentas de diagnóstico apropriadas existem, e seu funcionamento está disponível e referenciado.

Felizmente, os legisladores de Nova York ouviram o mesmo disco de lobistas pelos últimos quatro anos. Os mais experientes, segundo Gordon-Byrne, estão “muito bem inoculados” a táticas de pânico. Mas há sempre os novatos, que “ainda não foram vacinados”. Até agora.

“Quando você se senta pela primeira vez com um deputado, eles dizem que isso é muito óbvio”, diz Gordon-Byrne. “Então, ouvem a história dos lobistas e, de repente, ouvem que o jeito americano será destruído. Haverá acontecimentos catastróficos. Exige algum tempo até que eles sejam postos de volta nos eixos.”

Uma longa tradição de reparos

Os projetos de lei de Nova York estão baseadas no projeto de direito ao reparo estabelecido para automóveis e caminhões comerciais que passou em Massachusetts, em 2012. Essa lei diz que fabricantes de carros devem fornecer, a preços justos e razoáveis, diagnósticos, ferramentas, controle e manuais de serviço que sejam os mesmos da concessionária. A lei garante que se você vive em Massachusetts, você deve conseguir que seu carro seja consertado em uma mecânica que tenha o mesmo acesso à informação que a concessionária. A Auto Alliance e a Automotive Service Association — grupos de comércio para as grandes fabricantes de automóveis e de concessionárias de carros, respectivamente — chegaram a um acordo que diz que os fabricantes de carros cumprirão o que se exige em Massachusetts em todo o resto dos EUA.

Gordon-Byrne explica que a proposta de lei de Nova York opera de maneira semelhante. “Se algo tem eletrônicos em si, há variações dos mesmos componentes. Você consegue entender o que há de errado. Depois do diagnóstico, você consegue a nova peça, usa ferramenta, passa de novo pelo software de diagnóstico e… Está restaurado!”

Kyle Wiens é o novo presidente da iFixIt (um site de reparos) e um apoiador do Direito ao Reparo. A possível nova lei de Nova York “vai restaurar nosso direito de consertar nossas próprias coisas. Equipamentos de agricultura, eletrônicos — tudo, menos equipamento médico.” A concessão aos equipamentos médicos foi feita para conseguir com que o projeto consiga passar, mas a questão de hospitais é algo para se pensar adiante. Os hospitais podem querer ter o direito de consertar os equipamentos que possuem, mas os fabricantes de aparelhos médicos estão exigindo que sejam utilizados seus caros contratos de serviço.

Todo o resto, porém, está coberto pelo projeto de Nova York, diz Wiens. Considere, por exemplo, o novo Mac Pro básico de US$ 6 mil [preço nos EUA, cerca de R$ 22,8 mil reais. No Brasil, o modelo atual custa entre R$ 31 mil e R$ 55 mil], que foi anunciado recentemente pela Apple. “Você consegue consertá-lo?” pergunta-se Wiens. “Essa é uma questão aberta.”

Obviamente, a questão é mais séria do que as piadas inspiradas pelo recente anúncio da Apple, que soou como algo que apareceria em uma série de comédia, mais do que um produto real que os humanos realmente queiram.

“Antigamente, havia oficinas técnicas para aspirador de pó e TV, e agora há apenas caminhões de lixo levando embora nossas coisas”, diz Wiens. Mesmo o direito de manter os produtos que você tem está sendo, há muito tempo, retirado — simplesmente porque os fabricantes promovem a sociedade descartável, em busca de mais lucros para seus acionistas.

O que aconteceu com os consertos manuais?

Quando Henry Ford criou os automóveis que marcaram o século XX, ele o fez remexendo peças — e queria que outras pessoas tivessem o direito de fazer o mesmo. Na verdade, Ford valorizava tanto o espírito do “faça você mesmo” que sua empresa produziu múltiplos “kits de conversão” pós-venda para o Modelo T. Quem o possuísse poderia convertê-lo no que quer que precisasse, incluindo um trator, uma moto de neve e uma caminhonete. O modelo de negócio da Ford, naqueles dias, encorajava o consumidor a remexer e fazer reparos, com autossuficiência.

Benjamin Franklin era um remexedor de peças. Tomas Edison e Nikola Tesla também. Essa é a raiz da inovação — a liberdade de aprender como as coisas funcionam, e experimentar com a construção de coisas novas e melhores. O crescente controle corporativo parece estar esmagando o espírito inovador. 

Cultura do desperdício e a explosão do lixo eletrônico

Para além da inovação e do direito de simplesmente manter os produtos que funcionam (que empregam todos esses técnicos de bairro que ainda existem, e com quem você pode contar), Wiens vê o direito ao reparo como uma necessidade absoluta em contexto urbano.

“Remover uma geladeira antiga de um apartamento não é uma coisa fácil”, diz. Refrigeradores costumavam ter uma vida útil de 20 anos ou mais, e havia técnicos em sua comunidade que poderiam consertá-los rápida e facilmente. “Hoje em dia, se você compra uma geladeira, a vida útil esperada é de sete anos. É o menor tempo que se tem notícia. E as cidades acabam tendo que se responsabilizar por esse problema.”

Isso porque as cidades lidam com o fluxo de resíduos. Refrigeradores pesados e volumosos não entram em um caminhão de lixo comum. “Têm de ser manejados de maneira especial, pois há um motor refrigerador dentro”, lembra Wien. “Há instalações especializadas que lidam com o fim da vida útil dos refrigeradores.”

O mesmo acontece com televisões mais novas. “Não há nenhum bom motivo para trocar qualquer TV que você tenha comprado nos últimos cinco a dez anos”, declara Wien. Alguma peça barata e simples poderia ser trocada, mas ao invés disso, o aparelho inteiro vai para o lixo, e aí aparece mais um problema para a cidade.

Fabricantes que produzem geladeiras e TVs de vida útil curta, que não podem ser facilmente reparadas, criam um ônus para as cidades, que precisam lidar com um número crescente desses produtos que entram no fluxo de resíduos. Em grandes cidades, alguém pode fazer o atendimento do produto, mas as pessoas que moram em comunidades rurais e mais pobres não têm o mesmo acesso. Sem acesso fácil ao funcionamento e às partes, seu Direito ao Reparo — sua autossuficiência — é forçadamente diminuída.

Não são só as geladeiras e TVs que causam problemas para o fluxo de resíduos urbano. Ao fabricar produtos e treinar o consumidor a vê-los como descartáveis, como os telefones celulares, um perigo real pode acontecer. Baterias de lítio-íon são agora parte do fluxo de lixo, e quando esses componentes são esmagados em caminhões de lixo, podem criar o fogo de escapamento. Então, o próprio caminhão de lixo — ou a instalação de gerenciamento de resíduos — pega fogo.

O que está acontecendo agora, de acordo com Peter Mui, fundador da Fixit Clinic, na Baía de São Francisco, Califórnia, é que as seguradoras estão se recusando a cobrir centros de reciclagem por causa do risco de alguém ter jogado um equipamento eletrônico com uma bateria. “Nós projetamos esses dispositivos em um buraco negro”, segundo Mui.

De acordo com o site do iFixIt, para cada mil toneladas de eletrônicos, o aterro cria zero empregos, a reciclagem gera 15 e o conserto cria 200.

Empregos de reparo técnico são ótimos. O costureiro, o sapateiro, as oficinas de TV e celulares “são as lojas que queremos em nossos bairros”, diz Wiens. “Antigamente, havia lojas de câmeras em toda cidade, nos EUA. Agora não há nenhuma. Esse é um resultado direto da decisão da Nikon e da Canon de não vender peças de reposição para lojas independentes. Essas empresas simplesmente decidiram ‘não haverá mais peças para você’, e foi assim o fim das lojas de câmera, por volta de 2012. Como resultado dessas políticas de fabricantes, afirma Wiens, perdemos parte importante da resiliência econômica de nossas cidades.

Dentro da oficina de conserto

Mas isso não faz com que parem de surgir pequenas lojas de conserto nas cidades. Na oficina da Fixit, pessoas de todas as idades e todos os níveis de experiência se encontram em oficinas de reparo comunitário, que acontecem principalmente em bibliotecas públicas. Mui descreve as oficinas como uma “desmontagem guiada”, e diz que é “como uma reunião do AA para coisas quebradas.”

As pessoas chegam, e alguém diz “‘Olá, sou Paulo e esse é meu aparelho de DVD. Ele faz esse barulho quando eu insiro um disco’. Nós dizemos ‘OK, vamos abrir e ver o que pode estar errado’”, conta Mui, mostrando que eles ajudam as pessoas a consertar seus próprios aparelhos. “Não estamos consertando isso para o cliente. Estamos guiando-o para o conserto. Estamos espalhando o ethos de que consertar é possível.”

Mui ensina reparos técnicos desde 2009, quando começou a Fixit na Universidade da Califórnia. “Antes, tratava-se de uma oportunidade humilde de disponibilizar ferramentas, apenas para ver o que poderíamos fazer”, conta. “Mas ao longo do tempo, eu me aproximei mais da política e da defesa de direitos. Há algumas escolhas civilizatórias que enviam as coisas para o aterro prematuramente. Quanto mais eu trabalho com isso, fica mais politicamente claro que estamos operando o planeta em um nível de consumo. Nosso consumo está matando o planeta. É insustentável continuar dessa maneira. É nosso interesse, como civilização, manter as coisas a seu nível mais alto de utilidade pelo mais longo tempo possível.”

Mui acredita que as pessoas se cansam de seus produtos, ou pensam “isso está velho, preciso de um novo.” Outro problema, no entanto, é que o produto tem uma coisa muito simples que poderia ter sido consertada, e as pessoas não pensam que poderia ser reparável — a mentalidade hipercapitalista e descartável penetrando em nossos modos de vida.

Para Mui, ajudar a consertar dá poder às pessoas para que possam fazer que com que o aparelho fique “melhor do que quando era novo. Não apenas restaurado, mas agora você entende como ele quebrou e pode solucionar os problemas dele e consertá-lo muitas vezes.”

“A taxa de sucesso nos consertos é de 70%, sem acesso à assistência autorizada ou manual do fabricante. Na maior parte do tempo, simplesmente aplicamos as habilidades de pensamento crítico”, explica Mui.

Mui conta que sua inspiração veio de momentos em que viu equipamentos eletrônicos que eram facilmente reparáveis, mas cujos fabricantes “usavam uma cabeça triangular estranha ou uma chave de fenda com chave de boca, e as pessoas comuns não têm essas ferramentas.”

À medida em que o hardware e o software tornam-se mais e mais integrados, na eletrônica de hoje, a questão do direito ao reparo “fala sobre a natureza da propriedade em geral”, para Mui. “A Apple parou de fornecer atualizações para os iPhones 4 e 5. As informações pessoais contidas neles estão vulneráveis, e podem ser roubadas. Mas você tem direito à posse delas. Você gastou 500 ou 600 dólares naquilo. Ele faz tudo que você precisa. Mas a Apple decide que você não vai mais usá-lo. E se se uma terceira parte fornece a atualização, só a Apple pode dar o código para desencriptar o telefone. A Verizon decidiu por conta própria não permitir mais a ativação de telefones 3G. Então, se você quer vender o aparelho para outra pessoa, você vai ter um tijolo de 400 dólares. Não pode usar mais com a Verizon, já que a frequência está bloqueada para a rede da empresa.”

Mui aponta que a indústria de moda chamada de fast-fashion, de descarte rápido, também é parte crítica do movimento pelo reparo. “São roupas, malas, barracas e toldos” que poderiam ser facilmente arrumados, ele diz, e ainda assim essa é a segunda indústria mais poluidora da Terra, ao lado da de petróleo”.

“O conserto desapareceu. Não há mais reparos de terceiros em muitas cidades. Fica mais caro consertar que comprar algo novo”, explica Mui.

Uma das coisas que ele espera que aconteça com a FixIt é inspirar a “como projetar para a durabilidade, facilidade de manutenção e capacidade de manutenção e reparo… desde o início.”

Treinando para abandonar o descarte

Na Ethical Culture Fieldston School, uma escola particular de Nova York, alunos do ensino fundamental e médio aprendem a fazer reparos em seus próprios dispositivos.

“Existe um centro e voluntários, como um centro de reforço de matemática”, conta Jeannie Crowley, diretora de tecnologia da escola. “Nós dizemos: ‘Ok, seu celular quebrou. Vamos orientá-lo para que você mesmo possa consertar’. Falamos sobre os minerais e as ferramentas e a habilidade de fazer manutenção.”

Os estudantes, conta Crowley, passam muito tempo em seus celulares. Mas quando eles os abrem, conseguem ter um modelo mental de como os telefones funcionam, e sua relação com eles muda.

Não só a escola ajuda os alunos (e pais) a estender a vida útil de seus celulares, ela diz, “Queremos que as pessoas saiam da escola e façam projetos pensando em um ajuste para que possam prolongar a vida” dos produtos que desenharem. É assim que esperam levar as crianças para o movimento do reparo.

“As pessoas costumam pensar que crianças não devem se envolver com manutenção”, lembra Crowley. “Sentimos que o reparo é algo que as crianças precisam entender. Um de nossos objetivos é resolver os problemas para que as escolas que não têm recursos como nós possam pegar o que aprendemos e aplicar a seus estudantes.”.

Até os alunos do ensino fundamental têm a oportunidade de abrir seus computadores, fazer a limpeza, aumentar a memória RAM e deixá-los prontos para os estudantes do ano seguinte.

Crowley diz que o direito ao reparo diz respeito a muitas coisas fundamentais, incluindo a ideia de propriedade, e de economia de dinheiro. Para ela e os estudantes, também trata-se de prevenção às mudanças climáticas e sustentabilidade, contenção do lixo eletrônico, e prevenir que produtos vão para o aterro por causa de um software que tem data de validade, ou que a bateria esteja colada por dentro. “Nos tornamos uma sociedade descartável, e isso não é sustentável”, ela diz.

Reparo e sustentabilidade, ambos requerem que “os fabricantes nos deem as ferramentas, instruções e acesso a peças para completar o conserto.”

Crowley ri da ideia de que “‘é perigoso consertar seu próprio telefone, ou que crianças podem fazer algo errado.” Fazer a manutenção de seu próprio carro era uma tradição honrada — e podia ser perigoso também. As pessoas fazem reparos eletrônicos há muito tempo. Ao receber as instruções, podemos aumentar a segurança, mas os fabricantes não querem que isso aconteça, porque significa que vamos manter nossos aparelhos por mais tempo.”

Crowley diz que fabricantes querem “um ciclo de vida útil muito curta e muito lucro.” Reparos — e sustentabilidade — não se alinham a esses objetivos.

Pequenos consertos, enorme diferença

Varghese também é um grande defensor do Direito ao Reparo. “Digamos que o vidro da câmera traseira de seu iPhone quebre. A Apple dirá que você precisa de um telefone novo. É uma mentira. Você pode trocar aquele vidrinho”.

Está claro que Varghese sabe como os fabricantes operam. Ele explica por que não se tornaria um provedor de serviços autorizados pela Apple: “Eles exigem que você nunca conserte outros produtos — nem que faça isso com seus esforços, como no caso do vidro da câmera do telefone. Se você curte usar um produto, não deveria ser obrigado a trocá-lo por um melhor ou mais moderno só porque a Apple ou a Microsoft querem ganhar mais dinheiro”.

Varghese vem consertando telefones e computadores desde o colegial. “Se você lhes disser [à Apple] que caiu um pouco de água em seu computador, isso quer dizer… que sairá US$1.200 o conserto, mas que por US$1.300 você pode comprar um novo”, ele diz, evidentemente frustrado. Ele afirma que consegue fazer consertos de danos por líquido pelo preço de US$350 — mas mesmo assim, às vezes se vê envolvido em problemas. Por exemplo, recentemente, o aparelho de um cliente teve danos por líquido e ele conseguiu consertar tudo, menos a webcam. Se o Direito ao Reparo existisse, as instruções da máquina estariam disponíveis e Varghese poderia compreender como consertá-la.

Mais consumidores precisam saber do Direito ao Reparo, diz Varghese. A Apple pode ter falado que alguns problemas não podem ser consertados, mas com o Direito a Reparo, esses produtos podem se tornar plausíveis de conserto. “Um mercado aberto é bom para os negócios e para os consumidores”, diz Varghese. “É bom para todos”.

E quando o Direito ao Reparo for implementado, diz Wiens, “poderemos trazer de volta uma cultura de engenharia e de ajustes que fazia parte da experiência popular”.

É bom que isso seja feito logo. Eu adoro meu iPhone SE. É do tamanho ideal, e um dos menores iPhones que já inventaram. Sou uma mulher miúda, não quero um celular maior do que um CD Walkman dos anos 80. Se eu conseguir manter este telefone funcionando até que a Apple perceba que não todos seus clientes são homens de um metro e oitenta com mãos gigantes, ficarei muito feliz”.






Líderes do futuro : Ativista sueca de 16 anos é capa da TIME






Marise Araujo

Na capa da TIME e já fazendo pose de rainha das notícias sobre o ambiente nessa 2ª década do séc XXI, Greta Thunberg, a menina sueca de 16 anos que está mostrando ao mundo e à sua geração que cuidar do ambiente já e agora é lutar pela sobrevivência do nosso planeta. Ver imagem no Twitter.

















Baixe gratuitamente o livro sobre Chico Mendes, ilustrado por Ziraldo



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Você sabe quem foi Chico Mendes? Se a sua resposta for negativa, é necessário deixar claro, antes de qualquer coisa, que você precisa urgentemente conhecer a história deste que foi um dos mais importantes nomes do ativismo ambientalista no país.

Redação Conti Outra


Você sabe quem foi Chico Mendes? Se a sua resposta for negativa, é necessário deixar claro, antes de qualquer coisa, que você precisa urgentemente conhecer a história deste que foi um dos mais importantes nomes do ativismo ambientalista no país. Dito isto, e antes que você saia correndo para consultar qualquer mecanismo de busca na internet, informamos que você pode conhecer a trajetória de Chico Mendes de uma maneira muito mais lúdica e divertida do que imagina.

Preste atenção à melhor dica que você vai receber hoje: O portal Universo Educom disponibiliza, gratuitamente, o link para fazer o download completo do livro infantil “A história de Chiquinho”, criado numa parceria entre o Instituto Chico Mendes e o cartunista e escritor Ziraldo. A obra ajuda a compreender, de um jeito sensível e adequado à faixa etária infantil, a síntese da vida e atuação de Chico Mendes. Não é o máximo?!

Em suma, Chico Mendes foi um seringueiro que lutou a favor da preservação da floresta amazônica. Saber quem ele foi e conhecer a sua luta é entender melhor a história do nosso país e, ao mesmo tempo, treinar um olhar mais atento e crítico em relação às práticas que podem afetar o meio ambiente. E o livro “A história de Chiquinho”, disponível para download gratuito, é a oportunidade ideal para absorver esse conhecimento. Não dá pra discutir o fato de que as ilustrações de Ziraldo são um baita incentivo, não é mesmo?

Voltando à pergunta que iniciou este texto, caso você já conheça a vida e a obra de Chico Mendes, vale anotar uma sugestão: Que tal baixar o livro e ler para o seu filho, para o seu sobrinho, para o seu aluno, ou mesmo para a garotada do bairro? Espelhar conhecimento, afinal, sempre será a mais doce e nobre das tarefas.

Recentemente, no dia 11/02/2019 (uma segunda-feira), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disparou declarações de deixar qualquer ambientalista brasileiro estarrecido. “Eu não conheço Chico Mendes e tenho dificuldade de falar sobre coisas que não conheço” e “O fato é que ele é irrelevante! Que diferença faz quem é o Chico Mendes nesse momento?!” são alguns exemplos de falas grosseiras que, além de terem sido reprovadas pela comunidade científico-ambiental também repercutiu amplamente na imprensa nacional. Clique aqui para assistir o programa na íntegra e tirar suas próprias conclusões.

Para evitar que a garotada cresça sem conhecer personalidades que tiveram importância histórica para o nosso país e para o mundo, é sempre bom buscarmos meios interessantes de incentivá-las a lerem, assistirem e ouvirem o que essas personalidades fizeram de relevante para a sociedade. Além do mais a educomunicação socioambiental, uma das vertentes da educomunicação, agradece.

Que tal começar baixando o livro e lendo para o seu filho, hein? Projetar na sala de aula e promover uma leitura coletiva também pode ser uma iniciativa super prática. Os mais animados podem pensar em elaborar cenários, figurinos e adaptação de roteiro para apresentar uma peça de teatro inspirado na publicação. Enfim, a criatividade é que manda!







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Enquanto um grande homem, Chico Mendes, foi morto por defender as florestas, alguns ignorantes estão destruindo ... Clique no link 










Mais folia, menos lixo : manual para pular um carnaval mais sustentável em 2019




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Gabrielle Estevans

Alegria, celebração, novos e velhos amigos, antigos ou passageiros romances: para muitos, o ano só começa, oficialmente, depois que o carnaval termina. Mas não são apenas as histórias memoráveis que o carnaval deixa como legado. Somente no ano passado, na cidade do Rio de Janeiro, os foliões geraram 486,5 toneladas de lixo em cinco dias. Entre os descartados, restos de fantasias, bitucas de cigarros e, claro, muitas latas e garrafas.

Refletir, aliás, não só sobre aquilo que consumimos, mas também sobre o que descartamos é urgente. Se considerarmos que cerca de metade do plástico existente foi fabricado nos últimos 13 anos, temos uma noção do tamanho do problema. E mais: de toda a matéria plástica colocada no mundo até hoje, apenas 9% foi reciclada.

Mas se é inevitável que certo acúmulo de lixo seja produzido, o que devemos fazer para agir, pelo menos, com mais cautela quando o assunto é geração de resíduos?

Pensando em como podemos ser foliões mais conscientes, convidamos, durante as duas últimas semanas, quatro mulheres incríveis para nos ajudar a pular carnaval de forma sustentável. Fê Cortez, Giovanna Nader, Ana Xongani e Fabi Wan foram as consultoras da série Carnaval sem Lixo, transmitida em nosso Instagram. Por aqui, reunimos as principais sugestões para que você já se prepare, planeje e não caia em tentação neste carnaval — ou, pelo menos, só caia nas boas.

Vá de lata

Giovanna Nader, entusiasta da campanha #vádelata


Calor, multidão, dança: a combinação perfeita para a gente se esbaldar nas bebidas — sejam alcoólicas ou não. De qualquer forma, quando for comprar algo para beber, dê preferência às latas. O Brasil recicla 98% das latas produzidas — contra apenas 40% do vidro. Além disso, esse processo movimenta uma comunidade de aproximadamente 800 mil recicladores. “Na prática, isso significa que todas as latinhas que bebemos voltam para as prateleiras 60 dias depois”, diz Giovanna Nader. Um motivo e tanto para deixar as garrafas de lado neste carnaval.

Copo multiuso

Copinho retrátil do movimento @menos1lixo


O tempo de decomposição de um copo descartável varia entre 250 e 400 anos. Em vez de usar uma porção deles neste carnaval, por que não levar seu copo retrátil de casa? Dá para colocar bebida, comida e até estocar glitter! Esse da foto é do Menos 1 Lixo, criado pela Fê Cortez, mas você também encontra de outras marcas por aí.

Glitter biodegradável

Para brilhar com consciência nesse carnaval, Giovanna Nader fez uma lista de marcas que já estão produzindo glitter sustentável


Carnaval sem glitter é quase uma heresia. Mas uma maquiagem momentânea pode causar um problema gigantesco. Isso porque o microplástico existente no glitter, além de levar até milhares de anos para se decompor, afeta diretamente a cadeia alimentar aquática quando despejado nos oceanos. Por isso, para viver um carnaval com brilho e também amigo do meio ambiente, opte por marcas que estão produzindo purpurina biodegradável.

Fantasia consciente

Ana Xongani, especialista em customização


A nova tendência é ser consciente — e abusar da criatividade. Se você ama carnaval e quer que essa festa seja eterna, por que não pensar também em fantasias que duram mais de um dia? Para este e para os próximos anos, faça combinações com o que você já tem em casa, troque looks entre amigxs ou peça apetrechos emprestados. Além de ser mais sustentável você também economiza dinheiro evitando novas compras.

Confete



Você pode pensar que não há problema com o confete, já que ele é feito de papel. Mas se levarmos em conta que ano passado aproximadamente 6 milhões de pessoas pularam carnaval só no Rio de Janeiro, imagine a quantidade de resíduos que não ficaram pelas ruas, entupindo bueiros, indo para redes de esgoto e até mares e rios? Fabi Wan, criadora da Com Amor Florinda, nos deu a dica de ouro: para que produzir mais lixo, se a gente pode aproveitar o que já está ali, bem aos nossos pés? Folhas secas, dessas que estão caídas pelos chãos, são perfeitas para produzirmos artesanalmente nosso punhado de confete. Com um furador de papel e algumas folhas você pode criar inúmeras combinações de formatos e cores. Melhor e mais bonito que qualquer confete comprado em prateleiras!

Para ver a série completa e aproveitar todas as sugestões ecológicas para este carnaval, é só ir lá no nosso Instagram. Juntxs por menos lixo e mais folia!




Postado em Hypeness






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O Brasil não chora mais lágrimas e nem sangue. Hoje ele chora “ lama ”.



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Ana Macarini

Debaixo da lama da barragem de dejetos de Brumadinho jazem vidas ignoradas, jazem casas invisíveis, jazem sonhos de uma vida menos sofrida. As mineradoras fazem vistas grossas às tecnologias disponíveis para fiscalizar a integridade dos muros, porque dejetos não geram lucros, porque – na opinião torta delas -, pessoas são menos importantes que dinheiro.

Há três anos da tragédia de Mariana, famílias continuam devastadas, pessoas seguem mortas e suas vidas não valem nada. Foram esquecidas. Técnicos de outras partes do mundo vieram analisar os impactos da tragédia ambiental. O solo do Brasil é palco do descaso dos órgãos públicos que deveriam nos proteger do perigo. Mas, protegem os lucros astronômicos de empresas sólidas, riquíssimas e assassinas.

A lama segue seu curso…

E eu fico aqui pensando nos perigos ao meu entorno, no quanto nos omitimos, nos calamos e também esquecemos tantas dores alheias porque saíram das pautas emergenciais das mídias digitais.

Do ponto de vista simbólico, todos nós – sem exceção! -, temos nossas barragens de contenção de dejetos. Será que em nosso microcosmo somos menos irresponsáveis em relação ao nosso lixo, à nossa lama?

Ou será que também fazemos vistas grossas à nossa falta de jeito de olhar para a dor do outro que, próximos ou distantes, travam lutas para sobreviver.

Será que somos cegos também? Cegos emocionais autocentrados em nossas dores particulares? Protegidos atrás de muros altos e seguros, nos esquivamos de olhar a lama que deixamos vazar pouco a pouco e invadir os quintais, as casas, os corações do outro?
Somos facilmente enganados por nós mesmos. Em nossas próprias urgência e dores, vamos nos encolhendo num movimento fetal, a partir do qual nos acostumamos com a única visão de nosso próprio umbigo.

Na hora máxima da dor, queremos falar a respeito; queremos postar imagens de repúdio e de solidariedade; queremos enviar água, produtos de limpeza e alimentos não perecíveis. Esse movimento nos apazigua. Temos a impressão de estarmos fazendo a nossa parte. E estamos mesmo!

Mas… e depois? Daqui uma semana… um mês… um ano…

Teremos esquecido os soterrados sob a lama de Brumadinho. Porque haverá outras tragédias mais atuais, talvez maiores, mais terríveis. E, nos acostumamos a lidar com as urgências. Nos acostumamos a travar batalhas mais próximas. Gritamos muito, somos acometidos por uma fúria diante da desigualdade, dos comportamentos abusivos, da violência contra os diferentes, do machismo, da xenofobia, da homofobia.

Vivemos absortos num redemoinho de batalha de ideias e abrimos mão de aprender a agir. Esquecemos de como se faz para arregaçar as mangas e as barras de nossas calças para ajudar a puxar o rodo para limpar a lama que cobriu o povo.

Somos culpados também! Somos omissos, não buscamos descobrir como é que age alguém que vive num país democrático! Usamos a nossa voz apenas numa cantilena repetitiva e inútil porque acreditamos que essa falação tem algum poder ou serventia.

Que a lama de Brumadinho nos revele a covardia de cada um de nós – e eu me incluo nesse “nós”. Que a lama de Brumadinho desperte em nós um desejo de fazer faxina… para limpar os dejetos da mineradora, para varrer os dejetos do egoísmo da nossa alma.

Hoje não choramos mais lágrimas e nem sangue. Choramos lama.


Postado em Conti Outra em 26/01/2019






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As 22 primeiras vítimas a serem identificadas em Brumadinho — Foto: Reprodução/TV Globo



Ama a Amazônia





Adriana Helena

Oi gente, vamos voar territorialmente e musicalmente pelo mundo inteiro. Obteremos conhecimentos dos mais diversos lugares, aprenderemos sobre a biosfera do local, apresentaremos a beleza natural e todas as consequências advindas da ação do homem... Começaremos com a Amazônia, o paraíso da biosfera no Planeta Terra. Por favor, não explora, não destrua... Simplesmente Ama a Amazônia!

A Floresta Amazônica é um de nossos mais ricos patrimônios e a região que abriga o maior número de espécies vivas da Terra. A Amazônia é a maior reserva de água doce do mundo e seus rios, entre eles o maior do mundo, o Amazonas, são verdadeiras estradas aquáticas utilizadas para comunicação e transporte. Parece uma pintura de tão belo que é o desenho dos rios na Amazônia...



A Amazônia é um bioma de oportunidades para o Brasil e o mundo. Os serviços ambientais (ou serviços ecossistêmicos) providos pela floresta garantem uma ampla gama de benefícios à humanidade, principalmente porque a Amazônia possui o maior volume de água doce do mundo e contribui diretamente para o equilíbrio climático do planeta, fatores fundamentais para a manutenção das condições de vida de muitas espécies na Terra. 

Proteger e conservar o bioma amazônico é uma grande responsabilidade que deve ser compartilhada entre nações, governos, empresas e a sociedade civil.

A maior floresta tropical e maior reservatório de água doce do mundo, a Amazônia é hoje uma das Grandes Regiões Naturais do planeta, tendo boa parte de sua vegetação preservada, mas em estado de constante alerta, além de uma vasta diversidade de fauna e flora. Com baixa densidade demográfica, a região é um importante laboratório natural para pesquisas, além de atrair diversas atividades extrativistas. E a beleza do lugar é mágica!



A Amazônia é o maior bioma brasileiro em extensão, o que corresponde, segundo o IBGE, a uma ocupação de 49% (4.196.943 km2) da área total do país. Para se ter uma ideia do que isso quer dizer, essa área se equivale, aproximadamente, a 16 vezes o tamanho do estado de São Paulo. Sua abrangência territorial reúne a totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima e ainda parte de Rondônia, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Observe no mapa:


 

Estima-se que pelo menos um terço das espécies de insetos existentes no planeta esteja no bioma, o que representa cerca de 10 milhões. Quase 70% das espécies de mamíferos existentes no Brasil vivem na Amazônia, entre elas a onça-pintada, a suçuarana, o veado, a capivara e o boto cor-de-rosa. Apesar de não haver estudos atualizados sobre o registro de onças-pintadas no Brasil, a espécie encontra-se ameaçada de extinção, devido, principalmente ao desmatamento, ao número reduzido de indivíduos e o abatimento deste animal muitas vezes por atacar rebanhos. Não há indícios de estes animais conseguirem sobreviver em ambientes alterados pelo homem, assim como na interação com o homem, pois costumeiramente fogem ao perceber ação humana. Precisamos preservar!

Onça-Pintada corre risco de extinção


Em relação ao número de peixes, só no Rio Negro, já foram catalogadas 450 dessas espécies, de um total de duas mil espécies estimadas na região. A Amazônia também é o maior habitat de répteis do mundo e abriga, pelo menos, 50 espécies em extinção.O boto-cor-de-rosa vive nas águas dos rios amazônicos do Brasil, da Bolívia, da Venezuela, da Colômbia, do Equador e do Peru. É um animal absolutamente fantástico!

Boto Cor- de- Rosa é um mamífero típico da Amazônia


A fauna e a flora são muito ricas e oferecem recursos para a ciência produzir substâncias que poderão curar doenças. Entre os animais, destacam-se os grandes peixes, como o pirarucu, as aves, exuberantes e coloridas, e os macacos. A Floresta Amazônica possui a mais diversificada população de símios do mundo (barrigudo, coatá, guariba, sagui- leãozinho, uacari-branco, entre outros).

Pequeno Símio da Amazônia correndo risco de extinção


Nas árvores da floresta, encontra-se a maior variedade de frutos tropicais, como a castanha, o açaí, o pequi, o cupuaçu, a graviola e o guaraná. São quase 170 espécies comestíveis e deliciosas. A floresta abriga também uma grande diversidade cultural, representada por cerca de 170 povos indígenas, 357 comunidades remanescentes de antigos quilombos e milhares de comunidades de seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, entre outras.

Plantação e Colheita do Guaraná


Quanto às árvores, o vastíssimo mar verde amazônico tem um número incalculável de espécies. Algumas delas, endêmicas em determinadas regiões da floresta foram ou estão sendo indiscriminadamente destruídas, sem que suas propriedades sejam conhecidas. Dentre as árvores mais conhecidas utilizáveis para o paisagismo, estão o visgueiro, os ingás, a sumauma, muitas espécies de figueiras, os taxizeiros, a moela de mutum, a seringueira e o bálsamo.Uma árvore que merece destaque é a seringueira, típica da amazônica. Do seu látex fabrica-se a borracha, que, apesar dos atuais similares sintéticos, é insubstituível em diversos produtos. O Brasil já foi o maior produtor, mas hoje importa 70% da borracha que consome.


A flora amazônica ainda é praticamente desconhecida, com um fantástico potencial de plantas utilizáveis para o paisagismo, e é constituída principalmente de plantas herbáceas de rara beleza, pertencentes às famílias das Araceæ, Heliconiaceæ, Marantaceæ, Rubiaceæ, entre outras. Essa flora herbácea, além do aspecto ornamental, seja pela forma ou pelo colorido da inflorescência, desempenha vital função no equilíbrio do ecossistema.

Como exemplo, temos as helicônias,com uma grande variedade de espécies com coloridas inflorescências. São de presença marcante nas nossas matas úmidas e tem uma importante função no equilíbrio ecológico. 

Helicônias e seu colorido


No continente americano, as helicônias são polinizadas exclusivamente pelos beija-flores que, por sua vez são os maiores controladores biológicos do mosquito palha Phletbotomus, transmissor da leishmânia, muito abundante na Amazônia desmatada. A alimentação dos beija-flores chega a ser de até 80% de néctar das helicônias na época da floração das espécies.


Com poucas espécies herbáceas e a grande maioria com espécies de grande porte, as palmeiras tem uma exuberante presença nas matas ribeirinhas, alagadas e nas serras, formando um destaque especial na paisagem amazônica. Muitas palmeiras amazônicas, como tucumã, inajá, buritirana, pupunha, caioué e outras espécies de classificação desconhecida foram muito pouco ou nada utilizadas para o paisagismo.

Palmeira do Tucumã excelente para a saúde


Crescendo sob as árvores amazônicas, encontram-se plantas epífitas, como: bromélias, orquídeas, imbés e cactos. Nos rios o destaque é para a vitória-régia. É uma das maiores plantas aquáticas do mundo. Com um aspecto exuberante e ornamental, nativa da região amazônica. É dotada de folhas circulares, enormes, que podem alcançar até 2,5 metros de diâmetro. Seus bordos alcançam até 10 cm e revelam uma face inferior espinhenta e avermelhada. 


Vitória-régia na região Amazônica



Possui ainda uma notável capacidade de flutuação, devido a uma rede de grossas nervuras e compartimentos de ar em sua face interior. A superfície da folha apresenta uma intrincada rede de canais para o escoamento da água, o que também auxilia na sua capacidade de flutuar, até mesmo sob chuvas fortes. Veja que coisa mais linda a indiazinha repousando em uma vitória- régia

Certamente a região amazônica tem um gigantesco potencial madeireiro, de plantas utilizáveis para o paisagismo e de espécies vegetais com substâncias para uso medicinal. Mas é necessário que tais recursos sejam mantidos de forma renovável. A floresta amazônica ensina que o extrativismo indiscriminado apenas desertifica, pois ela é mantida pela camada de húmus em um solo fresco, muitas vezes arenoso.

Portanto, é imprescindível utilizar a floresta de uma forma racional. Explorando-a, mas renovando-a com as mesmas espécies nativas; e, principalmente, preservando as regiões de santuários de flora e fauna, que muito valerão, tanto no equilíbrio ecológico, quanto no regime de chuvas e na utilização para o turismo. Mas infelizmente não é isso o que acontece e o nosso potencial vivo está sendo destruído...


Desmatamento indiscriminado na região amazônica


O solo amazônico apresenta baixos índices de nutrientes, é ligeiramente ácido e bastante arenoso, características que permitem classificá-lo como extremamente pobre. A presença de grande quantidade de matéria orgânica, carregada desde os Andes pelos rios, faz das várzeas as únicas áreas agricultáveis da Amazônia.

Na verdade, como em toda mata tropical, os nutrientes minerais encontram –se quase totalmente na biomassa vegetal ficando uma pequena quantidade no solo, sobretudo na camada superficial de húmus.

A rápida reciclagem desses nutrientes, decompostos pelos microrganismo do solo e reabsorvido pelas árvores, garante o equilíbrio necessário a manutenção da floresta. A única função revelante do solo é a de dar suporte físico à vegetação. De acordo com estudos do projeto Radam – Brasil, apenas pouco mais de 10% da Amazônia possuem solo de fertilidade compatível com a atividades agrícolas. Por isso não há saída: as florestas precisam ser preservadas para não ocorrer o processo de desertificação que é assustador!

Região da floresta antes e depois da exploração indiscriminada iniciando a desertificação


O equilíbrio natural da florestaA Amazônia, como floresta tropical que é, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado. Sua incrível diversidade biológicas de difícil compreensão. As imensas árvores retiram do solo toda a matéria orgânica nele existente, restando apenas um pouco na fina camada de húmus, onde os decompositores garantem a reciclagem de nutrientes.

A retirada desses minerais é tão intensa que alguns rios amazônicos têm suas águas quase destiladas. Ficando praticamente sem matéria orgânica, os peixes e animais aquáticos dependem, para se alimentar, das folhas e dos frutos que caem das árvores. Para que possa ocorrer a reciclagem dos nutrientes, é preciso haver um grande número de espécies de plantas, pois cada uma desempenha uma função no ecossistema. As monoculturas naturalmente comprometem esse mecanismo e, por isso mesmo, não são recomendáveis.


Os animais, que se alimentam das plantas ou de outros animais, também contribuem, com suas fezes, para o retorno da matéria orgânica ao solo. Além disso, eles têm importante participação na polinização das flores e na dispersão dos frutos e das sementes.

As constantes chuvas que caem na Amazônia têm um papel fundamental na manutenção do ecossistema. Muitas vezes as águas nem chegam a atingir o solo, uma vez que ficam retidas nas diversas camadas de vegetação, sendo rapidamente absorvidas ou evaporando-se ao término da chuva. São elas que garantem a exuberância da floresta.

Todos os elementos, clima, solo, fauna e flora, estão tão estreitamente relacionados que não se pode considerar nenhum deles como o principal. Todos contribuem para a manutenção do equilíbrio, e a ausência de qualquer um deles é suficiente para desarranjar o ecossistema.



Retirando-se a vegetação, por exemplo, esta levaria consigo a maior parte dos nutrientes, e o pouco que restasse seria carregado pelas fortes chuvas que passariam a atingir diretamente o solo.

Se a existência dessa matéria orgânica, a floresta não conseguiria se reconstituir, e a tendência natural seria sua desertificação. Dificilmente, porém, teríamos um deserto total, pois a permanência dos ventos alíseos oriundos do oceano é capaz de garantir a umidade necessária para algumas formas de vegetação. Mas de qualquer maneira o ecossistema estaria destruído.E qual seria a conseqüência disso para o globo? 

Durante muito tempo atribuiu-se à Amazônia o papel do “pulmão do mundo”. Hoje se sabe que a quantidade de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumida à noite. No entanto, devido às alterações climáticas que causa no planeta, ela vem sendo chamada de “o condicionador de ar”. O desmatamento da Amazônia pode, aparentemente, causar alterações no clima de todo o planeta, com uma possível elevação da temperatura global pela eliminação da evapotranspiração”. Além disso, o gás carbônico liberado pela queima de suas árvores poderia contribuir para o chamado efeito estufa, novamente aquecendo a atmosfera.

As potencialidades para a humanidade

A importância da Amazônia para a humanidade não reside apenas no papel que desempenha para o equilíbrio ecológico mundial. A região é berço de inúmeras civilizações indígenas e, além disso, constitui-se numa riquíssima fonte de matérias-primas – alimentares, florestais, medicinais, energéticas e minerais. Precisamos preservá-la, necessitamos amá-la e muito!

Fique agora com o vídeo que preparei da Amazônia com a canção “Ai de Mim” da banda brasileira OutroEu. Cenas belíssimas da Amazônia ilustram suavemente essa bela canção! Beijos e até a próxima gente linda! :D