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A caçada à Lula para completar o golpe





Um dos muitos memes feitos nas redes sociais a partir dos infográficos 
do procurador


Por Altamiro Borges

O "golpe dos corruptos", concretizado em 31 de agosto com a aprovação no Senado do impeachment da presidenta Dilma, ainda não está completo. 

Para ser concluído, os sabotadores da democracia têm urgência de "matar" Lula, inviabilizando a sua candidatura em 2018. 

Isto explica o circo midiático armado nesta quarta-feira (14) para que o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato e famoso pelo seu fanatismo messiânico, acusasse o líder petista de ser "o comandante máximo do esquema de corrupção" na Petrobras. 

A pirotécnica exposição da denúncia contra Lula, sua esposa, Marisa Letícia, e outras seis pessoas não apresentou nada de novo. Foi um requentado das acusações sem provas disparadas no passado, mas confirma a caçada insana e cruel ao ex-presidente.

Logo após o show midiático dos jagunços da Lava-Jato, os advogados de Lula concederam entrevista coletiva para rechaçar a denúncia do Ministério Público Federal. 

Irônico, o advogado Cristiano Zanin afirmou que o procurador "elegeu Lula como 'maestro de uma organização criminosa', mas 'esqueceu' do principal: a apresentação de provas dos crimes imputados...

Um novo país nasceu hoje sob a batuta de Deltan Dallagnol e, neste país, ser amigo e ter aliados políticos é crime". 

Ele ainda criticou a "conduta política" do carrasco, que "é incompatível com o cargo de procurador da República e com a utilização de recursos públicos do Ministério Público Federal para divulgar suas teses".


Postado no Blog do Miro em 14/09/2016






Rio 247 – O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) avalia que o Brasil vive um "golpe continuado" e diz que a prova é a denúncia oferecida nesta quarta-feira contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público Federal.

"Primeiro, deram um golpe e cassaram a Dilma. Agora, dão outro golpe para impedir que o Lula seja candidato a presidente", disse ele, em vídeo postado nas redes sociais.

Segundo o senador, a única saída é reforçar mobilizações e fazer uma denúncia internacional a respeito da politização do sistema judicial no Brasil.

"O clima é de revolta", afirma.












Dallagnol foi ao<BR>show do Ratinho





As Forças do Golpe vão tentar segurar Temer até 31 de Dezembro. Após ele será descartado para vir um Parlamentarismo com eleições indiretas. Só o povo pode mudar estes planos, tirando Temer antes de dezembro !




Temer foi usado para um objetivo maior ! 




Isabel Lustosa: Os mesmos que derrubaram Dilma, podem descartar Temer


Isabel Lustosa: Os mesmos que derrubaram Dilma, podem descartar Temer. O impeachment da presidenta Dilma Rousseff não foi o desfecho do golpe e muitas surpresas negativas ainda podem vir por aí. 


A avaliação é da historiadora e doutora em ciências políticas Isabel Lustosa. Para ela, contudo, a reação que surge nas ruas à destruição de conquistas que vêm desde a Constituição de 1988 pode complicar os planos das forças que tomaram o poder. 

Joana Rozowykwiat

“A segunda etapa do golpe é a eliminação do Lula como ator político”, afirma Isabel, em entrevista ao Portal Vermelho, concedida nesta quinta (8).

Ela prevê ainda que, sem popularidade e citado em delações da Lava Jato, o presidente Michel Temer pode ser descartado por seus aliados, após a virada do ano. 

Desta forma, uma eleição indireta poderia levar ao poder alguém que dê ao governo do golpe certa imagem de moralidade e eficiência, com o objetivo de levar adiante o programa de desmonte do Estado brasileiro. 

“Esse é um longo processo, que começa ainda durante a eleição e alcança seu ápice na decisão do Senado. Mas é um processo, não é assim: aconteceu o impeachment. 

Ao longo desse tempo, uma espécie de caldo foi se formando, de circunstâncias políticas e jurídicas, que acabou desembocando nisso, que não é o final da linha ainda. Ao meu ver, ainda há as circunstâncias de consolidação do golpe. Ainda tem muita estrada e as coisas ainda nos surpreenderão negativamente”, diz.

Ruptura radical

De acordo com ela, o impeachment lançou no país em uma situação “dramática”, e a plataforma anunciada pelo novo governo deixa clara a total ruptura com o projeto eleito pelas urnas. Por outro lado, ajuda a desconstruir o discurso dos que tentam igualar políticos e projetos. 

“Muita gente dizia: ‘ah, é a mesma coisa". Mas, mesmo o governo Dilma - com os defeitos que tinha e as tantas concessões feitas ao partido golpista, o PMDB - não se compara ao fosso que se abriu entre a realidade que a gente vivia até abril desse ano e a que se constituiu com as políticas implementadas agora. É uma ruptura radical, que vai se confirmando em práticas inclusive repressivas. 

O retrocesso atinge todas as áreas, das políticas sociais até coisas consolidadas pela Constituição de 1988, a CLT, os recursos para saúde e educação”, enumera.

Questionada sobre o que projeta para o próximo período, Isabel – que também é escritora e trabalha com pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa – destacou um aprofundamento da repressão e da investida contra as lideranças de oposição ao impeachment.

“A destruição e o cerceamento das liberdades do ex-presidente Lula são evidentemente um alvo desse conjunto de forças que se organizou para perpetrar o golpe. E acho que o círculo vai se estreitar em torno da repressão. 

E todo o aparelho jurídico e policial que está aí, trabalhando diuturnamente contra as esquerdas e as lideranças que podem, de alguma forma, deter esse processo, não vai parar enquanto não eliminar o risco de que, numa eleição, sejam eleitas pessoas que representem uma oposição a esse projeto que está sendo implementado”, opina. 

Temer, carta fora do baralho

Poucos meses após assumir, o presidente Michel Temer amarga baixos índices de aprovação. Nas cinco capitais de maior população do país, a rejeição (Ruim/Péssimo) ou a indiferença (Regular) ao governo variam entre 77% e 82%, conforme mostrou pesquisa Ibope. 

Temer apoiou o impeachment com o argumento do combate a corrupção e montou um gabinete mergulhado em escândalos e denúncias de irregularidades; defensor do discurso da austeridade, retira direitos da população, mas fez aprovar o maior déficit primário da história do país, que tem lhe permitido distribuir benesses a aliados.

Diante de uma base de apoio fisiológica, várias divergências têm sido externadas no seio do golpe. O próprio PSDB dispara contra a gestão, faz exigências e ameaça abandonar o barco. 

Para Isabel, o vice que virou titular não deve governar por muito tempo. De acordo com ela, as forças por trás do impeachment vão trabalhar – com o apoio da “mídia, tentando apagar todas as burradas que ele fizer” – para mantê-lo no cargo até final do ano, já que, caso saia antes desta data, eleições diretas terão que ser convocadas. 

“A minha impressão é que Temer será descartado logo depois de 31 de dezembro”, afirma.

Segundo a historiadora, os mesmos expedientes que agora são usados contra Lula e lideranças ligadas ao PT podem servir para afastar o aliado que vai se tornando indesejado. 

A ideia é dar ares de legitimidade à gestão – “uma cara de ‘vamos moralizar’” –, para poder “fazer o resto do serviço, terminar o processo de desmonte daquilo que foi construído não apenas nesses 13 anos, mas desde 1988”, crê a pesquisadora.

“Vão descartar esse PMDB corrupto e retomar as rédeas. As forças que estão produzindo esse golpe têm interesse em uma imagem de eficiência, em uma quase legitimidade, que pode ser tentada pela eleição pelo parlamento de um [Henrique] Meirelles da vida, ou de alguma figura que tenha mais carisma e popularidade, e por um parlamentarismo que ponha para andar esses projetos destruidores da Constituição de 1988”, projeta.

A emergência da reação

Colocar em prática esses planos, contudo, não deve ser tão fácil como se esperava. 

Se as ruas andaram silenciosas na reta final do processo de impeachment, desde o afastamento definitivo de Dilma Rousseff, agora estão repletas de gritos de “Fora, Temer”. A frase estampa muros, camisetas. É entoada não só em manifestações organizadas, mas em shows, exposições e familiares festas de formaturas. 

Isabel observa que há toda uma parcela da população que começa agora a se dar conta do que representa essa ruptura de projeto. “(...) A empregada doméstica, os trabalhadores que viram seus filhos entrarem nas universidades, essa juventude. A gente começa a perceber que as coisas vão pesar negativamente contra eles”.

Para ela, depois da pouca reação no curso do impeachment, foi uma surpresa a emergência desse movimento de oposição, que incorpora “um sentimento nacional, que parecia meio amortecido”, diz.

“A gente não sabe que Brasil é esse, que está lá nos grotões, que recebeu médico, de gente que estava na roça e o filho está se formando. A gente não sabe ao certo o que aconteceu, a transformação da qualidade de vida, a água que chegou nas casas, a energia elétrica. 

A reação a esse processo de destruição de tudo isso que foi construído talvez seja mais complicado do que aparentemente os que urdiram esse golpe tenham esperado”, completa.

De acordo com ela, a presença da juventude nas manifestações e as movimentações de Lula pelo país vão, aos poucos, ganhando espaço na disputa de narrativa. 

“Essas coisas se multiplicam de forma mais sutil que um evento convocado por uma grande rede de televisão, por exemplo, mas vai formando um substrato”, defende.

“Fora, Temer”, bandeira de unidade

Isabel avalia que esse “acordar” só agora talvez tenha sido motivado pelo fato de que a bandeira “Fora, Temer” pode ser mais forte que a “Volta, Dilma”. Ela ressalta que havia uma divisão grande da esquerda sobre o governo Dilma, em especial no segundo mandato, quando políticas de ajuste rechaçadas nas urnas foram implementadas pela gestão. 

“É mais fácil unir em torno do combate ao golpe e aos usurpadores – que são pessoas cujos processos jurídicos e criminais já desmoralizam a situação política deles – que em torno da questão um tanto ambígua da posição da Dilma, com relação especialmente ao arrocho, à política econômica neoliberal que ela, pressionada pela oposição e até por alguns aliados, estava adotando após a eleição de 2014”, compara. 

Excessos do golpe podem fortalecer resistência

A historiadora revela a expectativa de que se fortaleça uma resistência em defesa do Brasil, agregando inclusive setores de centro, “que começam a se dar conta da violência que está ocorrendo”. 

“Talvez o golpe tenha ido longe demais. Alguns que tinham certas expectativas podem ter sido surpreendidos pelo excesso. 

As propostas relacionadas a direitos adquiridos devem estar chocando inclusive setores que eram contra o governo petista. Minha expectativa é de uma resistência democrática, que envolva não só a esquerda, mas uma parte do centro, uma parcela de liberais conscientes com vontade de ver o Brasil não mergulhar nesse buraco negro, com a venda do patrimônio nacional, com a liquidação dos direitos dos trabalhadores, quase um estado de anarquia que está se tentando implantar”, afirma. 

Segundo a cientista política, “as coisas podem se tornar muito dramáticas” em um futuro no qual o Sistema Único de Saúde e a Consolidação das Leis de Trabalho, por exemplo, sejam esfacelados. 

“Tenho esperança de que o bom senso pode fazer as pessoas se unirem em defesa do Brasil”. 

Diretas Já

Indagada sobre o movimento por novas eleições diretas, algo que ganha mais adeptos com o passar dos dias, Isabel defende que bandeiras legítimas, voltadas para a valorização do voto e da participação popular, merecem estímulo.

Mas ponderou sobre a viabilidade da proposta: “Não sei, nas condições objetivas, com tantos casuísmos sendo implementados pelo Parlamento, que tipo de armação eleitoral eles vão promover, no sentido de fazer uma eleição nos moldes que eles querem.

A gente já viu que as leis são completamente elásticas. O próprio impeachment é exemplo claro disso, de como a lei pode ser dobrada para atender aos interesses do grupo que está no poder”. 

Por outro lado, ela reconhece que o movimento ganha forças, torce por ele e relembra a primeira campanha pelas Diretas Já. Durante o regime militar, o movimento foi crescendo e, se não conseguiu fazer aprovar a emenda que estabelecia o pleito direto em 1984, teve grande papel na abertura política. 

Contra os retrocessos

Para Isabel, para além do “Fora, Temer”, o ideal seria que as manifestações tivessem como foco os ataques a direitos que o atual governo promove. 

“Há uma série de questões que precisam se constituir como bandeira de luta – é o SUS, a educação gratuita e laica, a questão do petróleo, enfim... e é impressionante como esses temas voltam. 

(...) São causas não só desse momento. É preciso acordar as consciências, para que essas sejam coisas dadas. É como se a gente tivesse que relembrar as bandeiras da revolução francesa – liberdade, igualdade, fraternidade, direitos do homem. São essas coisas que estão ameaçadas”, cita.

Capital financeiro, arrocho e individualismo

Ao se referir a estes temas, pelos quais, depois de tantas lutas, ainda é preciso brigar, Isabel destaca que, por trás dos ataques de ontem e de hoje, estão forças muito bem estabelecidas. 

“É o capital financeiro, hoje, dominando o mundo, que se fortaleceu muito e está destruindo a economia europeia e até americana, com a filosofia do arrocho, a filosofia neoliberal, o corte de direitos”, aponta.

De acordo com ela, trata-se de algo que foi, inclusive, incorporado por parte de forças mais à esquerda no mundo. “Basta ver aí o [presidente francês, François] Hollande, pessoas que vinham de uma origem mais à esquerda e acabaram comprando, porque parecia científico, o discurso neoliberal. 

E isso tudo associado a um tipo de filosofia pós-moderna, de que ‘tudo é igual, nada é melhor’ - como diz o tango -, que acabou destruindo determinados valores de humanidade que haviam se consolidado a partir do século 19”, lamenta, citando ainda o que chama de “individualismo nocivo” e “meritocracia irreal”.

Para ela, de certa maneira, a queda do Muro de Berlim e a revisão da leitura do marxismo, que geraram uma espécie de negação de teorias e de um patrimônio que marcou a formação de consciências jovens no passado, também tem um peso no estado de coisas atual. 

“Hoje você não tem grupos de leitura, para avaliar determinados textos que ajudavam a dar sentido à luta das pessoas. Hoje essa luta acaba sendo um pouco errática, justamente pela ausência de uma base de pensamento que dê o norte”, analisa. 

“A mídia é o centro de tudo”

Estudiosa da imprensa brasileira, com alguns livros lançados sobre o tema, Isabel destaca que as empresas de comunicações tiveram papel decisivo não só no impeachment, como também têm dominado a política brasileira

“A mídia é o centro de tudo. Ela acossou o Supremo [Tribunal Federal] de forma tão definitiva, que eles não se movem mais se não tiverem o aval da mídia. É algo quase monstruoso”, condena. 

Segundo a historiadora, “o esforço de procuradores para aparecerem na televisão e agradarem às empresas de comunicação” é a prova de quanto esse poder se “agigantou” e se tornou “perigoso” para os destinos do país.

“Há uma espécie de ditadura midiática. (...) O Brasil virou refém. Não se faz nada sem agradar os verdadeiros donos do país, que são as grandes empresas de mídia”, diz, lamentando que os governos petistas não enfrentaram tal situação. 

Ditadura policial-jurídico-midiática

Em outro momento da entrevista, ao falar sobre a repressão às manifestações contra Temer, ela voltou a citar o papel da mídia.

“Você tira a visão de um jovem e isso não sai na grande imprensa. Isso não aconteceu. Sua tia não vai saber que isso aconteceu. É uma articulação muito poderosa. A opinião pública não toma conhecimento. E, com isso, vai se formando uma ditadura policial-jurídico-midiática, com a subordinação do parlamento, cada vez mais obediente a essa articulação”.

Ainda sobre o uso da força para conter os protestos, ela se diz preocupada com o quadro atual. 

“Na medida que vemos as imagens, cada vez os policiais que agridem têm menos receio de mostrar a cara. Sabem que estão garantidos pelo governo e pela justiça”, condena, chamando a atenção para o que ela classifica como a criação de uma “casta” dentro do serviço público, alinhada à direita.

“Há aí uma força de direita muito grande - com várias exceções, como o juiz que soltou os jovens [presos antes da manifestação contra Temer no último domingo (4)] -, que é assustadora. São pessoas com salários extraordinários, que formaram uma espécie de casta do serviço público e que são principalmente de direita”, coloca.

Apesar da preocupação em relação à escalada da repressão, ela avaliou que, contra este horizonte de retrocessos, a saída é “a resistência construída pelas novas forças que estão aí, os futuros donos do Brasil”, afirma, referindo-se à juventude. 

“Temos que torcer para que se continue a trabalhar na formação das consciências sobre o que está acontecendo de fato no Brasil. 

Mas agora a bola está com essa misteriosa população que está aparecendo e se manifestando e sobre a qual os formadores de opinião podem, no máximo, dar uma contribuição e vibrar junto com ela”, conclui.



 

Isabel Lustosa - Escritora, Historiadora e Doutora em Ciências Políticas





A censura da ditadura voltou : Temer reprime o Fora Temer e revolta intelectuais


:


Como na ditadura militar, a segurança dos Jogos Olímpicos decidiu retirar dos estádios e até prender pessoas que se manifestavam pacificamente em defesa da democracia e contra o interino Michel Temer; em Belo Horizonte, manifestantes que usavam camisa com as letras do Fora Temer foram retirados do Mineirão; o mesmo aconteceu com uma pessoa que supostamente teria gritado Fora Temer na final do tiro; truculência gerou protestos dos jornalistas Gleen Greenwald, Carlos Lindenberg, Hildegard Angel e do escritor Pablo Villaça; "É urgente mobilizar a OAB", disse Lindenberg.


247 – O interino Michel Temer, alvo de uma vaia de 105 decibéis na noite de ontem (leia aqui), decidiu reprimir o movimento Fora Temer, que se alastra por vários eventos da Rio 2016.

Hoje, a segurança dos jogos retirou à força um senhor que supostamente teria gritado Fora Temer na final do tiro e manifestantes que vestiam camisas com os dizeres Fora Temer, em Belo Horizonte.

De acordo com uma pesquisa Vox Populi, 79% dos brasileiros defendem a saída de Temer e apenas 17% querem que ele fique até 2018 (leia mais aqui). Além disso, o interino foi citado na delação de Marcelo Odebrecht, por ter pedido, em pleno Palácio do Jaburu, uma doação à empreiteira, que teria se transformado num caixa dois de R$ 10 milhões para o PMDB (leia aqui).

A repressão aos manifestantes revoltou jornalistas e intelectuais. Eis alguns comentários:

Hildegard Angel, jornalista 

Final de tiro com arco AGORA no Sambódromo: sujeito tranquilo, com a família, preso por carregar cartaz FORA TEMER - google.com.br/webhp?sourceid…

Carlos Lindenberg, jornalista

Só vi isso na ditadura dos generais. É urgente mobilizar a OAB contra a truculência policial. Um absurdo. twitter.com/hilde_angel/st…

Pablo Villaça, escritor

"É ressalvado o direito constitucional ao livre exercício de manifestação e à plena liberdade de expressão em defesa da dignidade da pessoa"

Glenn Greenwald, jornalista

Many reports of people carrying "Fora Temer" (Temer Out) signs being forcibly removed from Olympics or even detained

Abaixo, vídeo do Mídia Ninja sobre o episódio no Mineirão

Agora, no Mineirão, manifestantes vestidos com camisas que tinham letras que formava a frase "FORA TEMER" foram expulsos do Estádio em que ocorria o jogo França X EUA, no futebol feminino. ‪#‎DitaduraTemer‬‪#‎OcupaOlimpíada‬

Assista o vídeo de Gabriela Cunha publicado por Mídia Ninja:





Abaixo, vídeo sobre o episódio na final do tiro:

No Brasil de Temer liberdade de expressão e manifestação é proibida! Manifestante é preso por carregar cartaz ‪#‎ForaTemer‬, agora, na final de "Tiro com Arco" no Sambódromo.

Medalha de ouro da modalidade REPRESSÃO para o governo interino!

#ForaTemer

Vídeo: Pedro Freire para o Mídia Ninja:











Manifestação reúne milhares de pessoas em Copacabana e denuncia o golpe ao mundo





















Fotos: Mídia Ninja



FORA, TEMER


Manifestação em Copacabana denuncia o golpe ao mundo.

Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular organizam protesto de milhares contra o governo interino no dia da abertura oficial dos Jogos. “O grande legado é: queremos mais democracia”, diz deputado Marcelo Freixo.

Manifestantes protestam hoje (5) contra o governo interino de Michel Temer, na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.

Organizadas pelas frentes Povo Sem Medo, Brasil Popular e Esquerda Socialista, milhares de pessoas pedem a volta da presidenta Dilma Rousseff.

“A manifestação denuncia para o mundo o golpe que está sendo dado contra o governo democraticamente eleito da presidenta Dilma Rousseff. Esse golpe representa um retrocesso para o conjunto dos trabalhadores. É um golpe que coloca em xeque os direitos dos trabalhadores. É por isso que estamos aqui, junto com as frentes, nessa grande manifestação. Nenhum direito a menos”, disse o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, por Facebook.

“Lula trouxe as Olimpíadas para o Brasil e colocou o país no mapa das nações com capacidade para organizar grandes eventos”, lembrou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas. “Já temos um primeiro lugar no pódio garantido: o ouro contra o golpe vai ser da classe trabalhadora, dos jovens, dos estudantes, dos movimentos sociais e sindical, dos negros, LGBT, de moradia, dos sem-terra e de todos os que lutam por democracia.”

Pela manhã,os manifestantes que se dirigiam de São Paulo para o Rio encontraram nas estradas diversas blitz da polícia. Oficiais revistaram minuciosamente os 14 ônibus da Frente Brasil Popular que seguiam para o estado, segundo disse o coordenador do movimento, Raimundo Bonfim, à Rádio Brasil Atual.

“Queremos denunciar, mundialmente, para toda a imprensa internacional, atletas e turistas, que estão no Rio para acompanhar os Jogos, que o que está acontecendo no Brasil é um golpe de Estado com aparência de legalidade”, disse.

As principais bandeiras de luta são ataque ao golpe, defesa da democracia e contra o desmonte das políticas públicas executadas pelo governo interino.

“Eles podem tomar todas essas medidas, fazer operação-abafa, vaias, mas, para nós, dos movimentos sociais, do povo brasileiro, sempre haverá maneira de gritar ‘Fora, Temer, Não ao Golpe, Nenhum direito a menos!'”, disse Bonfim.

“Em governos autoritários e ilegítimos, não tem jeito, tem que tentar reprimir e sufocar a reação, as mobilizações e protestos. Estamos vivendo um período muito perigoso para a democracia brasileira, onde nem sequer temos o direito de trafegar, de forma tranquila, nas estradas do Brasil, para participar de um protesto livremente”, disse o ativista.

A praia de Copacabana já é um tradicional ponto de protestos no Rio e também um dos locais por onde passou o revezamento da tocha olímpica na manhã de hoje. Participam do ato também a Plenária dos Trabalhadores em Luta do Rio e o CSP-Conlutas.

“O Brasil viveu 21 anos de ditadura. A democracia ainda é muito frágil. Esse golpe é completamente inaceitável. Importante que haja resistência, nas ruas, redes e praças. É muito importante dizer que esse golpe não passará”, disse o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), em entrevista à Mídia Ninja.

“Há uma agenda de resistência ao golpe, que inclui organizar atos, manifestações culturais, conversar com os diferentes. Nessa agenda tem que estar derrotar o PMDB, o mesmo partido que criou essa situação de calamidade olímpica. No Brasil, não tem tsunami, terremoto, a nossa calamidade é o PMDB. O grande legado é: queremos mais democracia”, disse Freixo.

O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) disse que, apesar da crise política, espera que os jogos ocorram da melhor forma possível. “Espero que as Olimpíadas deem certo. As coisas têm que acontecer. Independentemente disso, quero que o PMDB e essa camarilha de corruptos que assaltaram a República e o Rio de Janeiro sejam depostos nas próximas eleições, seja nas municipais, seja nas de 2018. As Olimpíadas não têm culpa, têm culpa os gestores que conduziram da pior maneira possível, com remoções, com repressão e violência aos movimentos sociais. Um legado que não vai servir à população”, afirmou, em entrevista à Mídia Ninja.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse em sua página no Facebook, citando texto do jornalista Janio de Freitas, que o relatório da comissão de impeachment no Senado podia vir só com a expressão “Dilma culpada”, não precisava conter mais nada. “Nenhum argumento da defesa significou nada para aqueles senadores.” Em Copacabana, Jandira fez um apelo: “Seja no Rio, seja em outra parte do Brasil, faça a denúncia do golpe chegar ao mundo”.

Com informações da Agência Brasil



Postado em Viomundo em 05/08/2016




temer vaiado no maraca






Carta Aberta a Michel Temer



Por Francisco Costa, em seu Facebook

Sr. Michel Temer

Sou filho de uma geração que viveu um terço da vida sob uma ditadura, o que faz em mim coabitarem um guerreiro e um poeta, nem sempre em relação amistosa.

Escrevo no momento em que acabou a cerimônia das Olimpíadas Rio 2016, ainda sob o impacto do que assisti, mais do que nunca orgulhoso de ser brasileiro.

Tivesse a oportunidade de mil vidas, com direito de escolha, e mil vezes eu nasceria aqui.

Talvez sensibilizado pelo espetáculo, não consegui olhá-lo com os olhos do guerreiro, mas só com os do poeta, e me apiedei.

O senhor destoou, foi corpo estranho, pouco a vontade, esperando os merecidos apupos, só não maiores porque o povo estava extasiado pelo que via e sentia.

Começo chamando a sua atenção para o fato de que as músicas executadas e/ou interpretadas ao vivo, foram todas de e por artistas legalistas, que têm criticado o golpe, abertamente.

Os organizadores, em quase sua totalidade, têm posições públicas assumidas e determinadas, anti golpe.

Seus pares, Chefes de Estado e demais autoridades, pouco se dignaram a sequer olharem para o senhor, que não foi citado em nenhum discurso, não teve cumprimentos, por ser o anfitrião, e irão embora sem agendar um encontro, o que quer dizer que o mundo não o reconhece Presidente deste país que, segundo os Institutos de Pesquisas, o rejeita, majoritariamente.

Diante da grandeza do espetáculo, da beleza, era de se esperar um sorriso seu, ou comentário com alguém próximo, o que não aconteceu.

Enquanto aguardava o início da solenidade, as tevês do mundo todo mostraram e discutiram as manifestações populares nas ruas do Rio, com gritos de Fora Temer, exigindo cadeia para todos os corruptos do país, o que inclui grande parte do seu ministério e seus aliados no parlamento.

Perdoe-me uma indiscrição: quando menino, por causa da pobreza, cultivei o hábito de ser penetra em festas, oportunidades quase únicas de eu beber refrigerantes e comer guloseimas.

Em muitas fui recebido naturalmente, mas em outras me senti mal, por me saber não parte do ambiente, um estranho, indesejado, sem conhecer ninguém, incomodando pela presença, e imaginei que o seu semblante triste, inseguro, sem trocar palavra com ninguém, aplaudindo alheio, como se só cumprisse o protocolo e as normas da boa educação, traduziu exatamente este sentimento, este estado de espírito.

Presumo que por trás da sua aparente frieza e indiferença existam sentimentos, ou pelo menos consciência, o que deve ter agravado ainda mais o seu emocional.

O Senhor está no poder, usurpado, perdoe-me a sinceridade, há dois meses e meio e nesse curtíssimo intervalo de tempo nada pode ser feito para a concretização do espetáculo de hoje, isto foi fruto de sete anos de trabalho árduo, planejamento e investimentos, principalmente do governo federal.

Hoje foi só o início, amanhã começam as competições e teremos muitos brazucas em condições de conquistar medalhas, fruto de esforços pessoais e condições de treinamento, nos mesmos padrões dos seus adversários, o que só se tornou possível por causa das Bolsas Atleta, custeadas pelas estatais que o Senhor pretende privatizar, e esta também foi uma iniciativa do governo federal.

A festa não foi completa, lá não estava ninguém do partido que a fez acontecer no Brasil, ninguém que cuidou da infra estrutura e do financiamento, os que abraçaram com carinho e seriedade a oportunidade de nos mostrarmos ao mundo em toda a nossa grandeza.

Lá não estavam Dilma Vana Rousseff e Luis Inácio Lula da Silva, que não tiveram assento na tribuna de honra do Maracanã, mas que permanecem em tribunas de honras outras, na gratidão de cada brasileiro que, como eu, está orgulhoso do que viu, junto com o resto do mundo.

O seu mal estar, visível, teve motivos, e por isso me apiedei.

Lastimo, mas triste é o país em que os cidadãos mesclam raiva e piedade pelos seus dirigentes, sintoma de que eles não têm a dimensão que o povo deseja, precisa e merece.

Prefiro-me vítima da raiva alheia do que da piedade, o que me apequenaria.

A festa de hoje, belíssima, além das expectativas, não foi completa: faltaram os anfitriões e tinha alguns penetras.

Francisco Costa
Rio, 06/08/2016.


Imagens com depoimentos abaixo postadas em The Intercept Brasil




















Dilma já foi absolvida pela História e os golpistas condenados





Paulo Nogueira


Não importa a votação final do Senado, Dilma já foi absolvida pela história e os golpistas condenados.

Ficou cabalmente provado que ela não cometeu o crime que lhe foi imputado na peça infame do impeachment.

Dilma não pedalou.

Ficou cabalmente provado, igualmente, que seu afastamento foi um golpe cínico, canalha, despudorado da plutocracia corrupta e predadora.

O objetivo em nenhum momento foi combater a corrupção. Isso serviu apenas de pretexto, como em 54 com Getúlio e 64 com Jango.

Se quisessem erradicar a corrupção, jamais o maestro do golpe teria sido Eduardo Capone Cunha e nem o beneficiário principal Michel 6% Temer.

A finalidade era conquistar o Estado por outro meio que não os votos e, uma vez feito isso, estabelecer um governo destinado a favorecer os plutocratas. Para tanto, programas sociais foram sendo postos no lixo mesmo sem Temer ser efetivado.

Temer. FHC. Aécio. Serra. Famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita, ao lado de seus comentaristas e editores de alto poder de famulagem. Sérgio Moro. Gilmar Mendes. O STF no conjunto.

Todas os nomes listados acima, apenas alguns entre tantos, são a escória destes tempos dramáticos para a democracia brasileira. E assim a posteridade os reconhecerá: seus filhos e netos haverão de se envergonhar de seu papel no golpe plutocrata.

Com Dilma é o oposto.

Ela foi claramente vítima de homens corruptos, ricos e inescrupulosos.

Não teve chance de governar desde que iniciou o segundo mandato que garantiu graças a 54 milhões de votos.

Foi imediatamente perseguida. Caçada. Aécio e FHC contestaram os votos das formas mais sujas possíveis. Em seu jornalismo de guerra, a mídia crucificou Dilma. A Lava Jato e Sérgio Moro compuseram um circo infernal. No Congresso, Eduardo Cunha, com seus métodos de gangster, inviabilizou qualquer possibilidade de Dilma passar medidas que pudessem fazer frente à crise econômica.

Não bastasse isso, a esquerda acusou Dilma injustamente de colocar em prática um programa conservador.

Ora, ora, ora.

Estes dois meses de Temer mostraram o que é, efetivamente, uma plataforma conservadora. Mesmo nas cordas, Dilma não mexeu nas ações sociais que tiraram milhões de brasileiros da miséria nos últimos anos.

Temer está fazendo o que Aécio teria feito caso fosse vitorioso.

A posteridade reparará mais esta injustiça contra Dilma: a da esquerda míope, que tradicionalmente, na história, facilita os golpes da direita.

É uma desgraça nacional, do ponto de vista das coisas concretas, ver um projeto thatcherista ser imposto aos brasileiros quando o mundo avançado já renegou o legado de Margaret Thatcher.

O thatcherismo foi responsável pelo crescimento vertiginoso da desigualdade social nos últimos 30 anos, com seus pilares francamente a favor dos ricos.

Nem os herdeiros de Thatcher, os conservadores britânicos, ousam falar em seu nome para a sociedade. Não existe uma única estátua de Thatcher na Inglaterra. É sábido que, se erguida hoje, será derrubada amanhã.

E mesmo assim Thatcher inspira os responsáveis pela economia brasileira. Um país já tão desigual se tornará ainda mais injusto.

Dilma, repito, já foi absolvida e os golpistas condenados.

Caso o golpe seja efetivado em agosto, Dilma cairá de pé, maior do que jamais foi. E os golpistas ganharão de joelhos, condenados ao desprezo eterno dos brasileiros.


Postado em DCM em 27/07/2016